Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
sábado, junho 03, 2006
A terra vista da terra com pétalas de jacarandá: Lisboa
quarta-feira, maio 31, 2006
Contos populares: O Ancinho
Os ditados e contos populares são às vezes comicamente antiquados: “O que não mata engorda” – quem se guia agora por semelhante ideia?
Esta história foi-me contada quando eu vivia numa pequena terra onde nasci.
Uma rapariga da aldeia, filha de camponeses pobres, foi servir para o Porto. (Noutras versões poderá ter casado com um homem do Porto, o que seria um pouco estranho).
Um dia, quando voltou a casa, vinha de tal modo chiquérrima que já não se lembrava de nada e era preciso explicar-lhe tudo:
- Ó meu pai? O que é aquela coisa ali deitada no chão e cheia de picos????!
(Cá entre nós era um ancinho, uma coisa com picos que serve para apanhar as folhas que caem das árvores).
- Ai tu não sabes o que é aquilo?
- Não, meu pai. (A rapariga até era bem educada).
- Então põe o pé em cima dos picos.
A rapariga assim fez, mas, ao fazê-lo, o cabo do ancinho levantou-se e bateu-lhe no nariz. Ao sentir aquela sensação, muito desagradável mas muito familiar, a rapariga lembrou-se logo e disse assim:
- Ah, meu pai, é um inchinho! (corruptela de lá).
Moral da história:1º- Nunca devemos fingir-nos de chiquérrimos e fingir que não sabemos o que é um inchinho. 2ª- Não devemos esquecer / renegar as nossas raízes! 3ª- Convém sabermos onde pomos os pés.
Falta de moral da história: este conto foi-me narrado de forma interactiva: eu fingia que era a rapariga e punha o pé nos picos, para nunca mais me esquecer da sensação, realmente inolvidável (parece que foi ontem). Mas só o pus da primeira vez, porque eu não sou burra!
Ora, da última vez que experimentei, com muito cuidado, o cabo não me bateu no nariz, mas sim nas pernas, talvez nas ancas, no máximo. Daqui se conclui que a rapariga era criança. Quantas histórias e quantos ditados haverá, relativos ao trabalho infantil e outras coisas deste género?
“O trabalho do menino é pouco, mas quem o não aproveita é louco”.
Clicar abaixo no item Conto Popular para ler outros aqui no blogue
(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, a ser queimada na lareira.)
Esta história foi-me contada quando eu vivia numa pequena terra onde nasci.
Uma rapariga da aldeia, filha de camponeses pobres, foi servir para o Porto. (Noutras versões poderá ter casado com um homem do Porto, o que seria um pouco estranho).
Um dia, quando voltou a casa, vinha de tal modo chiquérrima que já não se lembrava de nada e era preciso explicar-lhe tudo:
- Ó meu pai? O que é aquela coisa ali deitada no chão e cheia de picos????!
(Cá entre nós era um ancinho, uma coisa com picos que serve para apanhar as folhas que caem das árvores).
- Ai tu não sabes o que é aquilo?
- Não, meu pai. (A rapariga até era bem educada).
- Então põe o pé em cima dos picos.
A rapariga assim fez, mas, ao fazê-lo, o cabo do ancinho levantou-se e bateu-lhe no nariz. Ao sentir aquela sensação, muito desagradável mas muito familiar, a rapariga lembrou-se logo e disse assim:
- Ah, meu pai, é um inchinho! (corruptela de lá).
Moral da história:1º- Nunca devemos fingir-nos de chiquérrimos e fingir que não sabemos o que é um inchinho. 2ª- Não devemos esquecer / renegar as nossas raízes! 3ª- Convém sabermos onde pomos os pés.
Falta de moral da história: este conto foi-me narrado de forma interactiva: eu fingia que era a rapariga e punha o pé nos picos, para nunca mais me esquecer da sensação, realmente inolvidável (parece que foi ontem). Mas só o pus da primeira vez, porque eu não sou burra!
Ora, da última vez que experimentei, com muito cuidado, o cabo não me bateu no nariz, mas sim nas pernas, talvez nas ancas, no máximo. Daqui se conclui que a rapariga era criança. Quantas histórias e quantos ditados haverá, relativos ao trabalho infantil e outras coisas deste género?
“O trabalho do menino é pouco, mas quem o não aproveita é louco”.
Clicar abaixo no item Conto Popular para ler outros aqui no blogue
(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, a ser queimada na lareira.)
domingo, maio 28, 2006
Estado da Nação: Part Five: Padamon no Afeganiston
De repente, o palácio é invadido e inundado pelas sogras das esposas de Rashid, que eram muitas. Estas mulheres, traumatizadas por séculos de exploração, mas espevitadas por décadas de modernidade, desataram à chapada e ao murro e ao pontapé a tudo quanto era homem, e sobretudo à Albira (não sei porquê) e sobretudo, também não sei porquê, ao Padamon. Que neste caso até não tinha culpa nenhuma, mas é sempre assim.
Aproveitando-se da confusão e das portas abertas, Albira escapulinzipou-se dali para fora à velocidade da luz.
Conseguiram os dois (marido e mulher) sumir daquela terra e, para não serem apanhados nos aeroportos, foram de boleia em boleia até ao Afeganistão.
Lá, então, no Afeganistão (rimou), para não virem de mãos a abanar, Padamon tem uma ideia! Cuidado! Uma ideia?!
Padamon decide casar-se com uma atleta nadadora afegã de alta competição. Quando chegar a Portugal como segunda esposa de Padamon, a rapariga será uma portuguesa genuína e fará parte da selecção portuguesa de natação, para a qual ganhará grandes prémios.
Andam os portugueses a queixar-se de que estão na cauda da Europa economicamente e depois começam a gabar-se de que estão nos cornos do mundo desportivamente, com base nestas selecções que, se por um lado nos custam os olhos da cara, por outro nos deixam bem vistos como um povo que só gosta de curtir.
Neste caso, a rapariga nem chegou a pagar nada, a selecção depois pagava quando eles cá chegassem.
A questão com os tribunais é a mesma: resolve-se quando vier cá o Papa.
Laurindinha, eu estava a precisar duma receita oriental fácil. Arranja-se?
Apesar do incómodo, havia um problema um tanto embaraçoso (sobretudo para uma feminista como eu): a rapariga nunca tirava a burka! Também não a queriam obrigar, mas, por favor!
Cenas dos próximos capítulos: Padamon e Padamona.
Lisboa: a mulher e a vida
Hoje estou muito mole porque sempre fui à tal corrida das mulhereres - até porque algumas das minhas conhecidas do ginásio me disseram que achavam mal os homens serem excluídos, ao que redargui: e as mulheres não estão excluídas de jogar no Mundial de Futebol?
Algumas pessoas parecem pensar que os homens não se safam se não forem protegidos. Há umas décadas havia manifestações feministas, mas não havia disto.
Enfim, como quase todas as mulheres adoram cantar, começámos a corrida a cantar a plenos pulmões: "We are the champions of the world", o que me pareceu apropriado. Depois, pelo caminho, havia umas raparigas giríssimas, parcamente vestidas a dançar aos saltos para animar.
Não sei quem ganhou: como estava lá, não vi a televisão, mas não fui eu.
Algumas pessoas parecem pensar que os homens não se safam se não forem protegidos. Há umas décadas havia manifestações feministas, mas não havia disto.
Enfim, como quase todas as mulheres adoram cantar, começámos a corrida a cantar a plenos pulmões: "We are the champions of the world", o que me pareceu apropriado. Depois, pelo caminho, havia umas raparigas giríssimas, parcamente vestidas a dançar aos saltos para animar.
Não sei quem ganhou: como estava lá, não vi a televisão, mas não fui eu.
terça-feira, maio 23, 2006
Língua portuguesa arrepiada
Descobri o blog da minha xará, com 2 posts e um comentário. Vale a pena ler tudo.
http://nadiavanessa.blog.com/2006/5/
http://nadiavanessa.blog.com/2006/5/
Guarda o que não presta: por exemplo, a bandeira nacional
“Guarda o que não presta e terás o que precisas” é o que diz o ditado popular.
Os portugueses, segundo e seguindo o ditado, deixaram na janela ou na varanda um trapito esfarrapado e imundo, desde o último campeonato. (Não escrevo as palavras todas para não voltar a ser citada nos blogues dessa coisa). [Quando escrevi isto, em 2006, referia-me ao futebol, tendo este meu blogue aparecido num site de futebol, o que me deixou zonza].
Os estrangeiros, em viagem por Portugal, ficam admirados com isto e perguntam assim:
- Ó filha (oh dear), o que será aquele farrapito que todos os portugueses têm pendurado à janela?
- Deve ser alguma tradição portuguesa, talvez o pano das touradas…
- Mas o pano das touradas é vermelho e este é preto.
- Cinzento!
- Castanho!
- Depende, este, por exemplo, é todo verde!
- Talvez seja uma superstição portuguesa: quando uma rapariga casadoira quer marido, pindura à janela um panito esfarrapado e imundo!
- Ó mamã, (mom) não tem lógica!
- Ah, pois, como os portugueses são pobres, não deitam nada fora nem lavam nada.
Eu, Nadinha, espero que estes ingleses não tenham entendido que se tratava da bandeira da nossa selecção… (natural)… ou seja, da nossa pátria, para inglês ver.
Como diria o meu pai: “Guarda o que não presta e encontrarás o que não presta!”
A prova disto é que estes trapitos estão a ser substituídos por bandeiras novas, para durarem mais uns anos e se transformarem outra vez numa coisa, que não se percebe se é a expressão do orgulho nacional ou do desprezo... enfim...
Os portugueses, segundo e seguindo o ditado, deixaram na janela ou na varanda um trapito esfarrapado e imundo, desde o último campeonato. (Não escrevo as palavras todas para não voltar a ser citada nos blogues dessa coisa). [Quando escrevi isto, em 2006, referia-me ao futebol, tendo este meu blogue aparecido num site de futebol, o que me deixou zonza].
Os estrangeiros, em viagem por Portugal, ficam admirados com isto e perguntam assim:
- Ó filha (oh dear), o que será aquele farrapito que todos os portugueses têm pendurado à janela?
- Deve ser alguma tradição portuguesa, talvez o pano das touradas…
- Mas o pano das touradas é vermelho e este é preto.
- Cinzento!
- Castanho!
- Depende, este, por exemplo, é todo verde!
- Talvez seja uma superstição portuguesa: quando uma rapariga casadoira quer marido, pindura à janela um panito esfarrapado e imundo!
- Ó mamã, (mom) não tem lógica!
- Ah, pois, como os portugueses são pobres, não deitam nada fora nem lavam nada.
Eu, Nadinha, espero que estes ingleses não tenham entendido que se tratava da bandeira da nossa selecção… (natural)… ou seja, da nossa pátria, para inglês ver.
Como diria o meu pai: “Guarda o que não presta e encontrarás o que não presta!”
A prova disto é que estes trapitos estão a ser substituídos por bandeiras novas, para durarem mais uns anos e se transformarem outra vez numa coisa, que não se percebe se é a expressão do orgulho nacional ou do desprezo... enfim...
domingo, maio 21, 2006
Estado da Nação: Padamon: Part Four
Lá na Índia, viviam as várias viúvas de Rashid num enorme palácio rodeado de jardins perfumados. E maior não era a sua felicidade, por andarem aborrecidas: como eram mulheres um tanto modernas, já não se identificavam muito com a tradição. Também não lhes agradava serem chamuscadas, mas a sua religião e a sua cultura lá as mantinham conformadas. Albira Alzira, porém, morria de medo! Um vago cristianismo e um claro materialismo não a haviam preparado para a adversidade.
Qualquer escritora moderna a sério, neste momento escreveria aqui uma receita de cozinha, para despertar sensações gustativas e olfactivas e tácteis e outras. Mas eu, que falho muito nesse ponto, enfim…
Durante muitos anos, como sempre gostei de ler livros de culinária, que me abrem o apetite (era eu magra e esqulética, o que já não sou), quando lia 2 colheres de sopa de azeite, uma colher de chá de vinagre ou de fermento, pensava que havia sopa de azeite e chá de vinagre, chá de fermento… a culinária parecia-me algo de esotérico, pois não via à venda nada disto. Porque é que ninguém explica estas coisas????????
Sopa de leite, sopa e açúcar, chá de pimenta, chá de vinagre, sopa de mel, chá de farinha…
Por favor, Laurindinha, eu e os meus leitores já estamos enjoados de mousse de manga! E de pão com queijo. Queremos outra receita de salgados, pouco engordativa e fácil. Salgados, a meu ver, serão o que não são doces, que eu não sou doceira.
Quem se sentia nas suas sete quintas era o Tobias. No palácio de Rashid, todas as suas viúvas tinham televisores, plasmas, DVDs, etc, e como andavam o seu tanto abstraídas e baralhadas, Tobias consolava-se, carregado de comandos.
As outras viúvas indianas não conseguiam dizer o nome dele, e portanto chamavam-lhe Padamon (o mesmo que murcom em português do norte (ultra versátil)). Aqui em Portugal, antes de ir, (Padamon (murcom mas nem tanto assim) ) meteu um atestado psiquiátrico e, portanto, não perdeu o emprego. Albira nem de tal se lembrou, o que significa, infelizmente que, se não morrer, perde o emprego. Eu parece que me deu a mania das vírgulas... que é quando a gente acha que faltam vírgulas...
Cenas dos próximos capítulos: a revolta das sogras.
Vocês querem ouvir os próximos capítulos? Esta história só tem mais dois, mas “quem faz um cesto, faz um cento”.
quinta-feira, maio 18, 2006
O meu outro blogue
Eu pensava que o meu outro blog tinha pouca freguesia por as pessoas não gostarem dele. Acabo de descobrir que algumas não sabem que existe. Dicas para os computadores e a net:
Clicar em "my complete profile" zuc, zuc. Aparece uma página toda interactiva: se clicarem em caminhar, aparecem outras pessoas que gostam de caminhar e que têm blogs. É clicar nos nomes dos blogs, zuc zuc.
Algumas pessoas pensam que a informática é imposível: não, é só fazer zuc zuc, zuc zuc, zuc zuc zuc. Não estraga o computador nem o blog.
O outro meu é:
http://escrevedoirosemaluquices.blogspot.com/
Clicar em "my complete profile" zuc, zuc. Aparece uma página toda interactiva: se clicarem em caminhar, aparecem outras pessoas que gostam de caminhar e que têm blogs. É clicar nos nomes dos blogs, zuc zuc.
Algumas pessoas pensam que a informática é imposível: não, é só fazer zuc zuc, zuc zuc, zuc zuc zuc. Não estraga o computador nem o blog.
O outro meu é:
http://escrevedoirosemaluquices.blogspot.com/
quarta-feira, maio 17, 2006
Futeboleiros e outras pragas
Vocês acreditam que este meu blog é citado num blogue do mundial de futebol?
Se não acreditam podem ver: http://pt.blogservatorio.info/mundial2006/
Juro que não tenho mesmo nada a ver com os outros.
Eu só espero não sermos invadidos por futeboleiros e outras pragas. (Pior ainda se forem do Benfica).
Estávamos aqui tão bem...
Aviso à navegação: se houver comentários muito chatos, elimino temporariamente a possibilidade de os fazer... o meu email está em "my complete profile". Se me chatearem também o apago, mas vocês podem escrevê-lo num papel… só me faltava esta!
Se não acreditam podem ver: http://pt.blogservatorio.info/mundial2006/
Juro que não tenho mesmo nada a ver com os outros.
Eu só espero não sermos invadidos por futeboleiros e outras pragas. (Pior ainda se forem do Benfica).
Estávamos aqui tão bem...
Aviso à navegação: se houver comentários muito chatos, elimino temporariamente a possibilidade de os fazer... o meu email está em "my complete profile". Se me chatearem também o apago, mas vocês podem escrevê-lo num papel… só me faltava esta!
Estado da Nação: Padamon: Part Three
Não sei se sabem que um negócio que está a dar é casar com emigrantes, pagando eles. Se forem jogadores de futebol, por exemplo, ganha-se bem.
A Albira Alzira resolveu então casar com um desses, para equilibrar o orçamento e escapar do Tobias..
Rashid dizia ser brasileiro, tinha cara de indiano, falava uma coisa que ninguém entendia e, depois de casar com Albira, passou a ser português e a jogar na selecção portuguesa, no Mundial de Futebol. Como ele tinha uma religião indiana, podia casar com várias mulheres. O ser a Albira também casada era algo que os advogados iriam depois resolver, da maneira como resolvem tudo: vão adiando até que o Papa venha a Fátima. Nessa altura há uma amnistia e os processos são arquivados.
O pior é que este Papa não parece ter grande vontade de sair de casa.
Quando o anterior Papa cá vinha (isto é para a Jubi, que não sabe), havia uma amnistia. Quem tinha multas para pagar esperava até haver a amnistia, quem tinha insultado o vizinho também esperava até o processo ser arquivado: o vizinho ficava insultado e o insultador ficava ilibado.
Durante 15 dias, Lisboa parecia um daqueles bairros perigosos de Nova Iorque (do tipo Hill Street). Os polícias andavam nova roda-viva, (pareciam os do CSI Miami), menos aqueles muitos polícias que eram como o nosso Tobias, uns padamões ( o mesmo que murcões). Mas depois voltava tudo à pacatez desta terra (imunda) e os amnistiados voltavam para a cadeia, desta vez com a pena agravada por terem feito mais alguma.
Qualquer escritora moderna a sério, neste momento escreveria aqui uma receita de cozinha, para despertar sensações gustativas e olfactivas e tácteis e outras. Mas eu, que falho muito nesse ponto, enfim…
Deveria ter ervas aromáticas e palavras de som esquisito como osso da suã, (não confundir com chez Swann) rabadilha, manzanilha… esfregar com força (sensações tácteis), etc.
Por favor, Laurindinha, eu e os meus leitores já estamos fartos de mousse de manga! Queremos uma receita de salgados, pouco engordativa e fácil de fazer.
Mudou-se a Albira Alzira para casa do brasileiro (no papel) jogador de futebol português e levou os filhinhos.
Uma semana depois apareceu por lá o Tobias Jaquim e pegou logo nos comandos todos da televisão, do DVD, do iPode, etc. Isto não estava previsto, portanto não foi controlado.
No Mundial de Futebol, pela primeira vez, estava a família toda reunida a ver o jogo, quando o recente marido da Albira Alzira cai morto com uma síncope.
Alegria geral na sala: estamos ricos!
Vários dias a Albira Alzira festejou com as amigas e com o amigo gay, até que começaram a aparecer muitas pessoas esquisitas, indianas. Eram os sogros, as sogras, os cunhados, as outras esposas, etc., do Rashid. Vinham todos com um ar abatido e, apesar do problema da tradução, lá acabaram por perceber que a Albira tinha que ir com eles para a Índia.
Quando lá chegou, veio então a descobrir que o marido pertencia àquela religião em que as viúvas são queimadas vivas, juntamente com o falecido, na pira funerária.
Coitadinha da Albira Alzira! Para se livrar duma chatice, acabou por "se meter em assados" (entre aspas) ainda piores. E tudo por vossa culpa! Da vossa vocação para o martírio!
Cenas dos próximos capítulos: que fazer com o viúvo Tobias Jaquim? Isto não estava previsto, portanto não foi controlado.
Só escrevo a continuação se vocês disserem que querem ouvir.
terça-feira, maio 16, 2006
Blogosfera Portuguesa
Estive a dar uma vista de olhos pela Blogosfera Portuguesa. Só os títulos já são uma seca. E a blogosfera não é universal?
Lisboa: a mulher e a vida 5 KM EDP
Filhas:
Eu hoje matriculei-me nesta corrida. Não juro que vou, da última vez doía-me uma perna, (a direita), e a corrida é num sábado de madrugada, tipo 10:30. Ainda parece um pouco estranho que muitas mulheres se juntem para fazer algo que não diga respeito a bordados, ou assim...
E se os chineses vissem tanta mulher junta, acho que se passavam. Os portugueses olham para o lado e falam do Benfica.
Pormenor giro: as inscrições, que são feitas no banco Banif, custam 10 euros, revertendo esta quantia para a compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama. Sendo assim, as mulheres que "tenham tido qualquer tipo de cancro" não pagam a inscrição.
A parte gira, a meu ver, é esta: há mulheres que têm ou tiveram cancro e que vão correr 5 kilómetros... ou só caminhar, mas não é pouco...
As boas notícias passam sempre despercebidas.
Eu hoje matriculei-me nesta corrida. Não juro que vou, da última vez doía-me uma perna, (a direita), e a corrida é num sábado de madrugada, tipo 10:30. Ainda parece um pouco estranho que muitas mulheres se juntem para fazer algo que não diga respeito a bordados, ou assim...
E se os chineses vissem tanta mulher junta, acho que se passavam. Os portugueses olham para o lado e falam do Benfica.
Pormenor giro: as inscrições, que são feitas no banco Banif, custam 10 euros, revertendo esta quantia para a compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama. Sendo assim, as mulheres que "tenham tido qualquer tipo de cancro" não pagam a inscrição.
A parte gira, a meu ver, é esta: há mulheres que têm ou tiveram cancro e que vão correr 5 kilómetros... ou só caminhar, mas não é pouco...
As boas notícias passam sempre despercebidas.
domingo, maio 14, 2006
Escultura Eros e Psique, de Canova
sábado, maio 13, 2006
Achas para a fogueira
Em muitos países orientais pratica-se hoje o aborto selectivo, também chamado feticídio: se for menina, aborta-se. Em aldeias remotas e pobres pode fazer-se uma ecografia para esse fim. Pior ainda, se nascer menina, abandona-se ou mata-se.
O resultado é haver, neste momento, milhões de homens sem qualquer possibilidade de um dia encontrarem uma mulher, número que crescerá no futuro (com o avanço da técnica…). Como são os mais pobres que ficam de fora, as autoridades começam a ficar preocupadas.
O resultado é haver, neste momento, milhões de homens sem qualquer possibilidade de um dia encontrarem uma mulher, número que crescerá no futuro (com o avanço da técnica…). Como são os mais pobres que ficam de fora, as autoridades começam a ficar preocupadas.
Os católicos e os outros
Portugal deve ser o único país em que os católicos falam como os ateus e os ateus pensam como os católicos: afinal, são ateus católicos… (a mousse de manga é boa).
Uns e outros acham muito mal que o Vaticano proponha a castidade e não se oponha ao sacrifício. Claro, os líderes religiosos deveriam dizer assim:
- Filhos, curti bué, que o que leva desta vida é o que se come e o que se bebe!
Uns e outros acham muito mal que o Vaticano proponha a castidade e não se oponha ao sacrifício. Claro, os líderes religiosos deveriam dizer assim:
- Filhos, curti bué, que o que leva desta vida é o que se come e o que se bebe!
Estado da Nação: Padamon: Part Two
Quem me convenceu foi a Laurindinha com a receita da mousse de manga (já está no frigorífico). Eu tinha-lhe pedido, num blog muito giro que ela tem, que escrevesse receitas fáceis. Resolveu então prantá-la aqui como argumento.
Senti-me de tal modo inspirada, que inventei vários capítulos novos.A história aproxima-se agora mais do princípio do que do fim.
Esta atitude de extrema bondade e de abnegação, só comparável à das santas mártires dos primórdios do Cristianismo, deve-se ao facto de nós, pobres ingénuos, imaginarmos a situação idílica do Tobias Jaquim, da Albira Alzira e dos filhinhos. E até de pensarmos assim:
- Só eu é que não tenho uma vida tão sossegada, quem me dera a mim. Pomo-nos então a imaginar a seguinte situação, que não queremos estragar com os nossos protestos:
- Ó meu papá querido e amado, não quer ver o seu futebole?
- Não, meu filho adorado, minha flor de lótus perfumada, eu sei que tu queres jogar o teu “Age of Empires” com os teus amigos, online.
- Ai que suavíssimo cheiro! (de santidade?)
- Meu doce e amado esposo, queres tu ver o teu futebole?
- Minha doce e amada esposa, eu sei que tu queres ver o “Caldo de Nabiças com rojões de redenho”.
- Ó meu amore, essa é a telenovela brasileira, a minha é “caldo verde com chouriças”, nunca sabes essas coisas! Tão querido! ( Não confundir com Morangos com Açúcar, que já existia em 2006)
Dão um beijinho, após o que diz Albira:
- Tu, quanto mais tempo passas sem tomar banho, melhor cheiras. Pareces a Josefina do Napoleão Bonaparte! (Nota de rodapé: quando Napoleão se aproximava de casa, mandava recado à Josefina para não se lavar, pelo menos 3 dias… (gostos!))
- Já reparaste nos meus brincos novos?
- Se fui eu que tos dei! A propósito, quando vem cá jantar o teu amigo Lili? Tão simpático, mas não sei se é bonito, que eu cá não aprecio homens.
- Eu sei, meu amor, ainda me lembro da barraca que tu deste no museu quando disseste à guia que não percebias se as esculturas de Praxíteles eram bonita ou feias, porque…
- Porque não sei apreciar homens nus.
- Ai que dulcíssimo cheiro! (talvez de santidade!)
Se vocês imaginam que os baldas, incompetentes, vigaristas e parvos têm uma vida familiar invejável, melhor do que a vossa, ainda há aqui em Lisboa dois ou três sítios muito altos e que não têm uma rede a toda a volta. Já há poucos, ultimamente têm posto redes a toda a volta de todos os sítios muito altos, não sei porquê, mas eu ainda sei de alguns… em alternativa, podem seguir as instruções da Jubi e fazer como os japoneses, que furam as tripas. Esses também têm cá uma pancada!
Existe uma versão moderna, mas que não recomendo: a gente amarrar explosivos à cintura e ir explodir onde muito bem nos apetecer. Esta versão dá direito a ter 70 mulheres no outro mundo. Para quem acha que neste já há homens a menos…
Cenas dos próximos capítulos: de regresso à realidade, Albira Alzira encontra uma saída. Querem ouvir? Mas vou alternar com outras coisas.
imagem: Hermes de Praxíteles
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