Este blogue, desde que existe, sempre criticou José Sócrates e a suas políticas, ao ponto de algumas pessoas o terem procurado e me terem procurado no Facebook, pensando que era de Direita.
A Nadinha é de Esquerda e também por isso se irritava tanto contra as políticas de direita do Partido assim Designado Socialista. E contra a corrupção e a incompetência, que a chocam mais numa esquerda que se pretende algo idealista, ou pelo menos ideológica.
Muito provavelmente, o blogue irá agora criticar este novo governo. Não tanto as pessoas, pois não são como Sócrates, mas sim as atitudes e as políticas.
Vou dar um tempo, talvez de dois ou três meses, que funcionará como benefício da dúvida.
É tão grande o alívio de não sermos obrigados a ver e ouvir José Sócrates, que esse alívio deve ser comemorado com o silêncio.
Acho alguma graça ao facto de o próximo primeiro ministro viver no subúrbios, o que muita gente snob acha "horrendo". Num partido de direita, onde está quase toda a gente que pensa assim...
Acho que devemos dar um tempo e esperar para ver.
Que importa o que foi dito em campanha... dito e desdito... alguém acredita no que é dito em campanha?
Pior do que o anterior, não pode ser.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
quarta-feira, junho 08, 2011
terça-feira, junho 07, 2011
Esquerda
Nunca houve umas eleições tão dramáticas e simultaneamente tão ridículas como estas.
Ninguém sabia em que partido votar, embora toda a gente estivesse consciente de que deveria votar.
Mas o principal dilema era o da esquerda: votar PS, nunca, mas a CDU, pela primeira vez, meteu a cabeça na areia, fingindo que estava tudo óptimo, que bastava não pagar a dívida, ela que tanto acusa os outros de "alienação", usando esta mesma metáfora. O BE fez o mesmo, com a agravante de ter apoiado, nas Presidenciais, o candidato do PS.
Todos são inocentes até prova em contrário, mas, se Sócrates não é corrupto, é sem dúvida corruptor. Leva tudo atrás dele e sabe fazê-lo.
Ninguém sabia em que partido votar, embora toda a gente estivesse consciente de que deveria votar.
Mas o principal dilema era o da esquerda: votar PS, nunca, mas a CDU, pela primeira vez, meteu a cabeça na areia, fingindo que estava tudo óptimo, que bastava não pagar a dívida, ela que tanto acusa os outros de "alienação", usando esta mesma metáfora. O BE fez o mesmo, com a agravante de ter apoiado, nas Presidenciais, o candidato do PS.
Todos são inocentes até prova em contrário, mas, se Sócrates não é corrupto, é sem dúvida corruptor. Leva tudo atrás dele e sabe fazê-lo.
domingo, junho 05, 2011
Acabou o pesadelo: Viva a derrota!
Acabou o pesadelo. O que vem aí não será bom, mas desvaneceu-se a ideia de estar sob uma força destruidora. Alguém que criou um péssimo ambiente de trabalho em quase todas as profissões, um enorme desemprego e sem haver vantagens nenhumas com isso para ninguém.
É só o que apetece dizer hoje. Este blogue já tem 5 anos, mas sempre disse mal do Sócrates, que esteve sempre no poder.
Amanhã acordaremos a lembrar-nos de que isto já está resolvido.
Onde está o empate técnico e o case-study de Sócrates ter grande popularidade? Andaram a enganar-nos.
Pela primeira vez ouvi quase até ao fim o discurso de Sócrates. Parecia o menino da lágrima.
Vai fugir!
É só o que apetece dizer hoje. Este blogue já tem 5 anos, mas sempre disse mal do Sócrates, que esteve sempre no poder.
Amanhã acordaremos a lembrar-nos de que isto já está resolvido.
Onde está o empate técnico e o case-study de Sócrates ter grande popularidade? Andaram a enganar-nos.
Pela primeira vez ouvi quase até ao fim o discurso de Sócrates. Parecia o menino da lágrima.
Vai fugir!
sexta-feira, junho 03, 2011
Discurso de Sócrates em Barcelos interrompido por ovos arremessados do exterior
Vivam as galinhas!
Antigamente atiravam-se ovos podres, mas como vivemos em tempo de abundância, espatifam-se os ovos dentro do prazo de validade. Um desperdício!
Há uns anos a esta parte, foram os estudantes que atiraram os ovos contra a malfadada ministra da educação só-cretina, a qual passou a visitar as escolas só aos sábados e aos domingos, insistindo em dar beijinhos às enojadas professoras, que lhe estendiam a mão de longe... ou não iam a tempo e tinham de dar mesmo os enojados beijinhos... que horror!
Imitados os estudantes, agora, pelos "mais velhinhos", que também atiram ovos...
CLICAR AQUI:
Discurso de Sócrates em Barcelos interrompido por ovos arremessados do exterior
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Discurso de Sócrates em Barcelos interrompido por ovos arremessados do exterior
quarta-feira, junho 01, 2011
A crise e as ervas do campo: Cicuta
Já coloquei esta foto tirada por mim e outras do género neste blogue e no blogue Escrevedoiros, mas nunca é demais recordar.
Trata-se de uma erva do campo, muito comum em Portugal e em todos os países mediterrânicos, bem como no Médio Oriente. Nasce nas bordas. É tão vulgar, que toda a gente já a viu. Confunde-se facilmente com a cenoura brava por ter flores parecidas.
CLICAR AQUI CICUTA
A crise poderá fazer-nos voltar para as ervas do campo, para alimentação, tratamento de doenças, etc.
(Não entendo porque é que se riem...) mas prontus. Eu não me estava mesmo nada a referir ao suicídio de Sócrates, o grande filósofo grego. Com cicuta.
terça-feira, maio 31, 2011
Mensagem que encontrei no Facebook. Muito Importante
Sabia que nas legislativas de 2009, mais de metade dos eleitores não votaram nos partidos que nos governam há mais de 30 anos? A abstenção, o voto nulo e o voto branco reforçam os partidos dominantes e ajudam a que fique tudo na mesma.
No dia 5, se não quer que os outros decidam por si, VOTE!
Partilhe esta informação!
segunda-feira, maio 30, 2011
Revolução Mundial: os jovens
Com esta revolução, surgem pessoas como esta. Assembleias populares do Rossio.
domingo, maio 29, 2011
Indícios de Oiro: Revolução Europeia... Árabe, Brasileira, ou Mundial
"Morte e Vida Severina" texto de João Cabral de Mello Neto, música de Chico Buarque. Cantado por Tânia Alves. Série da Globo.
Talvez a Europa deva voltar a dar "novos mundos ao mundo" ou, pelo menos, talvez seja o tempo de a Europa receber novos mundos do mundo.
Talvez o sistema normal já não baste. Talvez deva haver uma revolução.
Há indícios disso por toda a parte (indícios de oiro?)
Na África árabe, em Espanha, em Portugal, no Brasil...
Esperemos da juventude o que já não podemos esperar das pessoas instaladas na vida. Mas não esperemos que os jovens sejam tolerantes com os outros. Se não estivermos com eles.
Esta crise absurda, que parece a "Hora Absurda" significa que o caminho que seguimos é errado: não leva a lado nenhum.
Que não seja eu mais uma sibila Cassandra, aquela em que ninguém acredita!
sábado, maio 28, 2011
O Estado da Nação : O Presente
- Ó filho, chega-me a cadeira de rodas e os óculos de ver ao perto e os de ver ao longe e o aparelho de ouvir, porque eu tenho de ir trabalhar... ah, e a dentadura postiça, já me esquecia...
- Mas a avó já não pode...
- Ai eu não posso? E quem é que te sustenta a ti e á tua mulher e aos teus filhos? Tu já arranjaste emprego?
- Eu, não.
- E a tua mulher?
- Bem, ela trabalha na caixa do Pingo Doce...
- Pois, pois... mas ela não tirou um curso de Direito com média de 19?
- Tirar, tirou, mas não arranja emprego... até anda a fazer o doutoramento, mas...
- Então e tu não arranjaste um emprego como electricista?
- Arranjar arranjei, mas com as parcerias público-privadas... enfim... fui despedido.
- Mas e eu não te disse que te metesses na política, que arranjavas logo um emprego bom?
- Dizer disse, mamã, mas eu matriculei-me no MRPP.
- És atrasado mental? Eu não te disse que fosses para o PS, que arranjavas logo emprego na Parque Escolar e na Parpublica?
- Dizer disse...
- Chega-me as pastilhas do colesterol. E a lancheira com a sopa, que elas lá na cantina do meu emprego só me dão alheiras de Mirandela guisadas e farinheira de Setúbal com favas e bola de carne e de presunto de Lamego. E fazem-me tão mal ao meu fígado! E ao meu castrol!
- Credo, avozinha! Porque é que só lhe dão essas comidas?
- Porque é a campanha: Comer o que é Nosso!
- Comer o que é Nosso!? Que lata! Tudo o que é nosso faz mal ao castrol. E engorda!
- Pois. Então e o teu filho, não tinha arranjado um emprego na Comunicação Social? Que acabou o curso com média de 20 valores? Deve ganhar bem...
- Não, ele só arranjou um posto como figurante nos casamentos de Santo António...
- Porquê?
- Bem, ele até é muito bom, a chefa até diz que o vai propor para a substituir quando se reformar... mas a chefa só se pode reformar quando tiver 69 anos, por causa da Merkel.
- Quantos anos faltam?
- Vinte!
- Mas o rapaz não tem SIDA?
- Ter, tem.
- Então, nunca vai viver até a chefa se reformar...
- Pois, mas está a recibos verdes...
- Ah! Vá que não vá!
- Pois, mas não ganha nada!
- Também, porque é que ele se foi casar com aquele rapaz que tinha SIDA? E eu que tanto queria um neto!
- Vai ter duas netinhas. A irmã dele e a esposa dela estão ambas grávidas.
- De quem?
- Era para ser deles os dois como dadores, mas como têm SIDA, são de dadores anónimos. Mas, prontos! Vai ter duas netinhas. Ou até mais! Netos é que não, que elas não querem. E votam todos no PS, por causa do casamento gay, claros. Prontos.
- Claro, vou ter uma carrada de bisnetas. Nenhum rapaz. E viveis todos à minha custa! E ainda me dizes que não vá trabalhar!
- Mas a mamã não pode...
- Já viste os outros que trabalham comigo? São todos muito mais velhos do que eu... muita sorte tendes vós, por eu ser contínua numa escola básica... e por ser candidata do PS à Junta da Freguesia.
Cenas dos próximos capítulos: 11º Referendo sobre o Aborto
(Clicando no link abaixo, encontrar-se-á outros textos com este título genérico. Aparecem todos a seguir a este.)
- Mas a avó já não pode...
- Ai eu não posso? E quem é que te sustenta a ti e á tua mulher e aos teus filhos? Tu já arranjaste emprego?
- Eu, não.
- E a tua mulher?
- Bem, ela trabalha na caixa do Pingo Doce...
- Pois, pois... mas ela não tirou um curso de Direito com média de 19?
- Tirar, tirou, mas não arranja emprego... até anda a fazer o doutoramento, mas...
- Então e tu não arranjaste um emprego como electricista?
- Arranjar arranjei, mas com as parcerias público-privadas... enfim... fui despedido.
- Mas e eu não te disse que te metesses na política, que arranjavas logo um emprego bom?
- Dizer disse, mamã, mas eu matriculei-me no MRPP.
- És atrasado mental? Eu não te disse que fosses para o PS, que arranjavas logo emprego na Parque Escolar e na Parpublica?
- Dizer disse...
- Chega-me as pastilhas do colesterol. E a lancheira com a sopa, que elas lá na cantina do meu emprego só me dão alheiras de Mirandela guisadas e farinheira de Setúbal com favas e bola de carne e de presunto de Lamego. E fazem-me tão mal ao meu fígado! E ao meu castrol!
- Credo, avozinha! Porque é que só lhe dão essas comidas?
- Porque é a campanha: Comer o que é Nosso!
- Comer o que é Nosso!? Que lata! Tudo o que é nosso faz mal ao castrol. E engorda!
- Pois. Então e o teu filho, não tinha arranjado um emprego na Comunicação Social? Que acabou o curso com média de 20 valores? Deve ganhar bem...
- Não, ele só arranjou um posto como figurante nos casamentos de Santo António...
- Porquê?
- Bem, ele até é muito bom, a chefa até diz que o vai propor para a substituir quando se reformar... mas a chefa só se pode reformar quando tiver 69 anos, por causa da Merkel.
- Quantos anos faltam?
- Vinte!
- Mas o rapaz não tem SIDA?
- Ter, tem.
- Então, nunca vai viver até a chefa se reformar...
- Pois, mas está a recibos verdes...
- Ah! Vá que não vá!
- Pois, mas não ganha nada!
- Também, porque é que ele se foi casar com aquele rapaz que tinha SIDA? E eu que tanto queria um neto!
- Vai ter duas netinhas. A irmã dele e a esposa dela estão ambas grávidas.
- De quem?
- Era para ser deles os dois como dadores, mas como têm SIDA, são de dadores anónimos. Mas, prontos! Vai ter duas netinhas. Ou até mais! Netos é que não, que elas não querem. E votam todos no PS, por causa do casamento gay, claros. Prontos.
- Claro, vou ter uma carrada de bisnetas. Nenhum rapaz. E viveis todos à minha custa! E ainda me dizes que não vá trabalhar!
- Mas a mamã não pode...
- Já viste os outros que trabalham comigo? São todos muito mais velhos do que eu... muita sorte tendes vós, por eu ser contínua numa escola básica... e por ser candidata do PS à Junta da Freguesia.
Cenas dos próximos capítulos: 11º Referendo sobre o Aborto
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Finalmente, fala-se da empresa Parque Escolar
O Ministério da Educação está a pagar rendas à empresa pública Parque Escolar pela ocupação dos edifícios da Avenida de 24 de Julho, em Lisboa, que há três anos eram sua propriedade
Ver AQUI
Haverá aqui algo de estranho? Talvez não.
Ver cenas dos próximos capítulos.
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Ainda vejo muita coisa que não é minha!
Os proprietários do campo, mesmo se forem pequenos proprietários, quando deixam de ver bem ao longe, deixam de ver "tudo o que não é deles".
- Ainda vejo muita coisa que não é minha! - Exclamam, para afirmar que vêem bem.
Profecias destas... nem a Sibila Cassandra!
- Ainda vejo muita coisa que não é minha! - Exclamam, para afirmar que vêem bem.
Pois é o meu caso. Vou mudar as lentes dos óculos, porque parti a parte de fora, mas só os uso para ver ao perto.
Contudo, há uns anos, em Cascais, caí na asneira de ir a um optometrista dono de um oculista. A consulta era grátis se comprasse os óculos. Após uma longa e conversadíssima consulta, em que, como se diz, se fartou de "arrotar postas de pescada", "o seu olho direito funciona mal, bem como a sua narina direita e o seu ouvido direito", receitou-me dois pares de óculos caríssimos, ou talvez só um par, mas com lentes progressivas... e coisa exorbitante. Como não comprei, tive de pagar a consulta, 25 Euros.
Disse-me a criatura que, quando eu tivesse uma determinada idade, não conseguiria ver um automóvel à minha frente, sem óculos. Não saberia o que era. Na altura, faltavam 5 anos para essa idade e fiquei muito assustada. Imaginava um grande automóvel vermelho à minha frente e eu a apontar e a perguntar, com uma voz fininha:
- O que é isto?
Agora já passaram esses cinco anos e depois passaram mais seis. Posso não ver muita coisa, mas vejo muito bem um automóvel. Anda mais se for vermelho, ou, como dizem as tias e os tios, se for encarnado.
E, sobretudo, vejo muitíssimas coisas que não são minhas.
- O que é isto?
Agora já passaram esses cinco anos e depois passaram mais seis. Posso não ver muita coisa, mas vejo muito bem um automóvel. Anda mais se for vermelho, ou, como dizem as tias e os tios, se for encarnado.
E, sobretudo, vejo muitíssimas coisas que não são minhas.
Profecias destas... nem a Sibila Cassandra!
sexta-feira, maio 27, 2011
Uma esquerda irreflectida e incapaz de lidar com a realidade e com o poder: violência nas Escolas: como se chegou a isto?
Nem sequer vou referir a ingenuidade das recentes teorias pedagógicas, baseadas na filosofia de Rousseau, segundo a qual "O homem é bom, a sociedade é que o corrompe", que nos oferece uma grande quantidade de anjinhos maquiavélicos.
Nem sequer vou referir a atitude dos sucessivos Ministérios de Educação, que só querem que os alunos passem a todo o custo, mesmo sem saberem nada, para diminuirem esta coisa política e estatística chamada "insucesso escolar".
Tal como acontece na religião, em que é tudo porreiro, menos os resultados, assim acontece na educação, em que nem são porreiros muitos dos pais, nem muitos dos professores, nem muitos dos filhos. Muito pelo contrário.
Vou só narrar um mito que existe na educação, um mito bacoco, que muito contribui para o caos actualmente existente.
Eu, Nadinha, soube dum caso, numa escola que acabou por fechar por falta de alunos... nessa e em muitas outras escolas existia (existe) o mito bacoco de que os professores e os alunos têm os mesmos direitos. As direcções que assim pensam são de esquerda, claro, uma esquerda irreflectida e incapaz de lidar com a realidade e com o poder, como acontece com a nossa actual esquerda.
Bem, nessa dita escola existia, como em muitas outras actualmente, a seguinte prática, e vou só dar um exemplo de práticas pedagógicas "ingénuas" e parvas: segundo a legislação, há uma tolerância de 10 minutos ao primeiro tempo e de 5 em todos os outros, para quem se atrasa. A partir daí, têm falta.
Então, conclui-se que, sendo os direitos iguais, tanto tem falta um aluno como um professor que se atrase. Reparem nisto: se o professor se atrasa, o aluno "tem o direito" de não ter aula, o que faz imenso sentido para as crianças e os jovens, apesar de ser o contrário do direito à educação, ou seja, o direito de ter aulas.
Então, verifica-se o seguinte: o aluno tem o direito a não ter aula e a ir brincar e fazer arruaças para onde lhe apetecer, o professor, dado que tem direitos iguais, tem o direito de ser humilhado publicamente por alunos e funcionários (são os funcionários, hierarquicamente muito inferiores aos professores, que marcam as faltas aos professores). Para além de haver funcionários muito temperamentais, é claro que o relógio dos alunos funciona segundo a conveniência dos mesmos e, neste caso, de acordo com a maioria, que o atrasa ou adianta, conforme lhe dá mais jeito.
Sendo assim, se o professor se atrasou 3 minutos poderá ter falta, embora possa não marcar falta a um aluno que se atrasou 30 minutos, ou por bondade, ou por tolerância, ou por estupidez, ou ainda porque tem medo dele. É claro que não poderá dar aula, pois todos os seus alunos têm o direito de zarpar a grande velocidade, injuriando-o enquanto se retiram e apontando para os relógios e telemóveis, cuja hora alteraram.
Não pensem que exagero: sei do que estou a falar!
O direito à não-educação é muito mais perceptível para os estudantes do que o direito a apanharem uma seca e uma estopada, tendo aulas. E os adultos não refletem de maneira muito diferente, nem muito mais profunda...
(N.B.: É por eu ser de esquerda e estar entre a espada e a parede nestas eleições que reflicto desta maneira - a crítica é importante).
(N.B.: É por eu ser de esquerda e estar entre a espada e a parede nestas eleições que reflicto desta maneira - a crítica é importante).
quinta-feira, maio 26, 2011
A César o que é de César
Para apurar responsabilidades
Clicar por cima
Três países europeus já promoveram inquéritos à crise
A Islândia e a Irlanda já terminaram investigações à crise financeira, semelhantes à dos Estados Unidos, a Comissão Europeia abriu vários inquéritos, e o Reino Unido decidiu investigar as respostas à crise da própria Comissão Europeia.
«Tem de haver culpados» por estarmos mais pobres
segunda-feira, maio 23, 2011
Teoria da opinião contrária
"Quando todos pensam da mesma maneira, ninguém está realmente a pensar"
Walter Lippman
Esta frase é de tal modo verdadeira, que existe a "Teoria da opinião contrária", aplicável aos investimentos nas bolsas de valores. Assim: quando toda a gente pensa que a bolsa vai subir, é porque vai cair e vice-versa. Mas tem de ser mesmo uma opinião generalizada.
Giro, não é?
domingo, maio 22, 2011
Aung San Suu Kyi
Reparem nesta fotografia de Aung San Suu Kyi:
Esta mulher frágil e doce, que passou grande parte da sua vida na prisão porque protesta, porque é perigosa para o poder instituído... porque quer mudar e isso é inaceitável para quem manda, deve, ou pode, inspirar-nos.
A foto representa-a no dia em que foi libertada. Ainda agarrada às grades que a separaram do mundo e com um ar orgulhoso, sereno, firme e vitorioso re feliz... apoiada nas grades. E sem ódio.
I always consider myself free because my mind is free. Ver entrevista aqui.
sábado, maio 21, 2011
Língua Portuguesa no Brasil
Imaginam este debate aqui em Portugal?
Considerar a linguagem popular, "não erudita, como se fosse um dialeto"?
Para sermos todos iguais, os que falam de uma maneira e os que falam da outra?
Então, foi publicado no Brasil um livro de educação para jovens e adultos, no âmbito de um programa do Ministério da Educação, em que aparecem frases no tal "dialeto" como "nós pega o peixe".
Ministério da Educação considera que não deve interferir na polémica que foi gerada, porque não lhe compete.
Questão interessante...
Considerar a linguagem popular, "não erudita, como se fosse um dialeto"?
Para sermos todos iguais, os que falam de uma maneira e os que falam da outra?
Então, foi publicado no Brasil um livro de educação para jovens e adultos, no âmbito de um programa do Ministério da Educação, em que aparecem frases no tal "dialeto" como "nós pega o peixe".
Ministério da Educação considera que não deve interferir na polémica que foi gerada, porque não lhe compete.
Questão interessante...
quinta-feira, maio 19, 2011
Quando sairá o filme americano sobre Strauss Kahn? E o francês? E o português?
Para quando o filme americano do Dominique Strauss Kahn? Acusando-o, claro, de ser um tenebroso mulherengo... sexista, violento e tremendo, como os há aos molhos nos filmes americanos? Ou é condenado no fim, ou libertado no início.
E a versão francesa, mostrando o Diretor do FMI cheio de dúvidas existenciais, dividido entre a atração que sente pela empregada do bar e a que sente pela empregada de quarto, e logo depois dividido entre a atração que sente pelos maridos das duas e pelo amante da esposa?
Na primeira cena, a personagem principal, abraçada a um jovem e belo negro, chora, afirmando que gosta demasiado de mulheres, o que lhe parece contraditório com o igualitarismo socialista, que sempre professou. Logo a seguir, pega mo Ipad e realiza cálculos sobre o juro a aplicar à dívida portuguesa.
Não perca, num cinema perto de si.
E para muito mais tarde e com muita mais calma, o filme português do Manoel de Oliveira. O único cenário é o quarto de hotel, a única ação é a rapariga a dizer, em guineense: Ké Frô? O que foi entendido, erroneamente, como um convite a algo mais... dada a óbvia semelhança entre a palavra frô e a palavra "fror", da poesia medieval trovadoresca.
Tudo o mais se baseia no trocadilho e na indecisão conceptual entre os seguintes termos: dúvida interna, dívida externa... dívida interna, dúvida externa, etc.
Na cena final, alguém (não se percebe quem é) ri às gargalhadas, com o ar de quem não acha graça nenhuma e, após vários minutos a rir desta maneira, fica muito sério e diz:
- Pois.
(Frase que pode ser interpretada de diversas maneiras, claro).
É nesse momento que o rapaz dos bilhetes vai acordar os três espectadores que conseguiram aguentar as cinco horas de filme sem intervalo. Um deles está morto e supõe-se que morreu de tédio existencial.
É nesse momento que o rapaz dos bilhetes vai acordar os três espectadores que conseguiram aguentar as cinco horas de filme sem intervalo. Um deles está morto e supõe-se que morreu de tédio existencial.
A Meretriz Nazi
A MérKula quer subir a idade de reforma na terra dela, para 69 anos. Tão pouco? E porque não 82?
E quer que os portugueses tenham menos férias e trabalhem mais e até ao 69. Esta tendência dos alemães para mandarem em casa alheia...
Mas os políticos portugueses permitem estas humilhações públicas de todo o povo português, da Mérkula e dos Verdadeiros Não-Sei-De-Aonde... Não deveriam protestar, ou pelo menos responder, como fazem os espanhóis?
"o governo de Madrid rejeitou de imediato a proposta de Merkel unificar as férias e a idade de reforma na União Europeia"
Ao que parece, os próprios alemães responderam que, em média, os portugueses trabalham até mais tarde e têm menos férias que os alemães...
E quer que os portugueses tenham menos férias e trabalhem mais e até ao 69. Esta tendência dos alemães para mandarem em casa alheia...
Mas os políticos portugueses permitem estas humilhações públicas de todo o povo português, da Mérkula e dos Verdadeiros Não-Sei-De-Aonde... Não deveriam protestar, ou pelo menos responder, como fazem os espanhóis?
"o governo de Madrid rejeitou de imediato a proposta de Merkel unificar as férias e a idade de reforma na União Europeia"
Ao que parece, os próprios alemães responderam que, em média, os portugueses trabalham até mais tarde e têm menos férias que os alemães...
quarta-feira, maio 18, 2011
A coelha e a cágada
Num curso de Escrita Criativa que ando a frequentar, a ver se me inspiro, exigiram-me que contasse o conto da lebre e da tartaruga sem nunca usar a letra u. O resultado podia ser melhor, mas... se virem algum u, digam.
Eram três vezes, digo três, por ser a "conta - Jeová a fez", a história da lebre e da alimária chamada cágado. Fémea. Eram amigas, mas destestavam-se solenemente, como se detestam às vezes os amigos, por serem diferentes e opostos: a lebre era rápida, a cágada era lentíssima. E as outras diferenças entre elas eram idênticas a estas.
Contaram-me esta história três vezes de cada vez, "por ser três a conta - Jeová a fez" e para me ficar para sempre na memória. Até hoje. E é assim, como ides ouvir três vezes.
Certo dia, a cágada desafia a lebre:
- Vamos correr desde esta árvore, a partida, até à meta, ali abaixo. Partimos ambas ao mesmo tempo. Chega você primeiro? Vence a lenta da cágada? Vence a rápida lebre? Veremos! Borá lá?
Espantada, a coelha responde, a rir:
- Bora Lá! Mas, como é claro ser a egas a chegar primeiro, pois a egas corre mais, pode você ir andando. Espero por você três horas, pelo menos e só depois parto da linha da partida.
- A carapaçada, talhada para aproveitar todas as ocasiões, as que fazem os grandes ladrões, os grandes vilões, os grandes peixões e os marmanjões, com grande freima e com maior descaramento, aceita a enorme vantagem e começa logo a corrida, andando às vezes devagar, às vezes ficando parada, tão devagar e tão parada, ao ponto de fazer perder os nervos à coelhita. Em dado momento, a lebre desata a rir. Ri-se às gargalhadas tanto, tanto tanto... De repente, fica com dores de barriga de rir e vai à farmácia mais próxima, comprar três caixas de Kompensan.
Já na farmácia, a dita coelhone encontra a vizinha do andar de cima, a chata. A chata começa logo a lamentar-se do marido, também chato, e da tia, ainda mais chata. E da vizinha da frente, essa então... A coelhone já estava farta e ia a sair, mas a vizinha ainda acrescenta:
- Lembra-se da minha empregada doméstica?... blá blá blá...
Enfim, todos fazemos fretes...
Quando a lebre chega, a correr, à meta... Enfim, toda a gente sabe o resto: a carapaçada já lá estava à espera e satisfeitíssima:
- Estás a ver?
- Sim, claro... mas as lebres, pelo menos, ainda podem desaparecer a grande velocidade para escapar às histórias secativas dos chatos e das vizinhas. Você, pelo contrário, há-de apanhar cada seca! (e narra-lhe o episódio da farmácia)
- Não, está você enganada! Elas não têm pachorra para andar devagar. Começam a contar a história e de repente, no melhor da festa, dizem assim:
- - Olhe, gostei de falar consigo, mas o marido está farto de esperar e o jantar está no fogão e o fogão a gás ligado e, portanto, tenho de ir.
- - Ah, sorte tem você! ... Então deve ser por isso que o nosso país está na parte de trás, comprida e fininha da CEE! Os lentos e os atrasados estão sempre, entre nós, à frente, e nós, as alimárias despachadas, esforçadas e com as competências, perdemos sempre todas as corridas.
(Cenas dos próximos episódios: a cágada e a lebre concorrem às eleições presidenciais. Não perca.)
Eram três vezes, digo três, por ser a "conta - Jeová a fez", a história da lebre e da alimária chamada cágado. Fémea. Eram amigas, mas destestavam-se solenemente, como se detestam às vezes os amigos, por serem diferentes e opostos: a lebre era rápida, a cágada era lentíssima. E as outras diferenças entre elas eram idênticas a estas.
Contaram-me esta história três vezes de cada vez, "por ser três a conta - Jeová a fez" e para me ficar para sempre na memória. Até hoje. E é assim, como ides ouvir três vezes.
Certo dia, a cágada desafia a lebre:
- Vamos correr desde esta árvore, a partida, até à meta, ali abaixo. Partimos ambas ao mesmo tempo. Chega você primeiro? Vence a lenta da cágada? Vence a rápida lebre? Veremos! Borá lá?
Espantada, a coelha responde, a rir:
- Bora Lá! Mas, como é claro ser a egas a chegar primeiro, pois a egas corre mais, pode você ir andando. Espero por você três horas, pelo menos e só depois parto da linha da partida.
- A carapaçada, talhada para aproveitar todas as ocasiões, as que fazem os grandes ladrões, os grandes vilões, os grandes peixões e os marmanjões, com grande freima e com maior descaramento, aceita a enorme vantagem e começa logo a corrida, andando às vezes devagar, às vezes ficando parada, tão devagar e tão parada, ao ponto de fazer perder os nervos à coelhita. Em dado momento, a lebre desata a rir. Ri-se às gargalhadas tanto, tanto tanto... De repente, fica com dores de barriga de rir e vai à farmácia mais próxima, comprar três caixas de Kompensan.
Já na farmácia, a dita coelhone encontra a vizinha do andar de cima, a chata. A chata começa logo a lamentar-se do marido, também chato, e da tia, ainda mais chata. E da vizinha da frente, essa então... A coelhone já estava farta e ia a sair, mas a vizinha ainda acrescenta:
- Lembra-se da minha empregada doméstica?... blá blá blá...
Enfim, todos fazemos fretes...
Quando a lebre chega, a correr, à meta... Enfim, toda a gente sabe o resto: a carapaçada já lá estava à espera e satisfeitíssima:
- Estás a ver?
- Sim, claro... mas as lebres, pelo menos, ainda podem desaparecer a grande velocidade para escapar às histórias secativas dos chatos e das vizinhas. Você, pelo contrário, há-de apanhar cada seca! (e narra-lhe o episódio da farmácia)
- Não, está você enganada! Elas não têm pachorra para andar devagar. Começam a contar a história e de repente, no melhor da festa, dizem assim:
- - Olhe, gostei de falar consigo, mas o marido está farto de esperar e o jantar está no fogão e o fogão a gás ligado e, portanto, tenho de ir.
- - Ah, sorte tem você! ... Então deve ser por isso que o nosso país está na parte de trás, comprida e fininha da CEE! Os lentos e os atrasados estão sempre, entre nós, à frente, e nós, as alimárias despachadas, esforçadas e com as competências, perdemos sempre todas as corridas.
(Cenas dos próximos episódios: a cágada e a lebre concorrem às eleições presidenciais. Não perca.)
terça-feira, maio 17, 2011
Água para elefantes
Este é um daqueles filmes que nos ficam na memória e que regressam a ela sempre que podem, sempre que há espaço, como algo de belo e de suave a recordar.
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