Guterres e Sócrates: a bela e o monstro
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
sábado, outubro 08, 2016
quinta-feira, outubro 06, 2016
Portuguesinhismo, também conhecido por Chicoespertismo ou mesmo, mais dramaticamente, por Chico Lamúrias
Na reunião de condóminos, vários deixaram de pagar a quota, depois de um desses ter perguntado, indignado:
-Quê? Há pessoas que não pagam? E o que é que lhes acontece?
- Nada, claro!
- Nada?!
- Nada, claro, a legislação prevê que o condominio coloque essas pessoas em tribunal, mas isso fica tão caro ao condomínio... Mesmo que perdessem e pagassem, não dava para o condominio pagar às custas do processo...
- Pronto, conclui o portuguesinho. Então ninguém paga e eu é que vou pagar?!
(Manguito disfarçado).
Consternação geral, com pena do Chico Lamúrias.
Sebastianismos... Ou portuguesinhismos
Não sei se já vos contei isto. Tive uma amiga, não muito inteligente, mas identificando-se muito com o povinho português, do qual sentia orgulho, ódio e vergonha, dependendo do caso que estivesse na ribalta.
Tinha um desses cursos médios que davam equivalência ao bacharelato e o bacharelato dava equivalência à licenciatura, mais ou menos, digamos assim... sem se poderem comparar nem vagamente com um curso superior a sério de há uns 30 ou 40 ano.
Tinha um ótimo emprego, conseguido por cunhas da igreja, a qual não não frequentava.
Tinha um ótimo emprego, conseguido por cunhas da igreja, a qual não não frequentava.
Um dia contou-me que estava encarregada de fechar as portas do palácio em que trabalhava, com umas amigas de trabalho. Contou que um senhor coronel tinha tido o costume de fechar as janelas e, desde que tinha morrido, ela e as amigas continuavam a ouvir bater as portadas das janelas do andar de cima.
- Porquê? - perguntei.
- É o senhor coronel. Claro.
Expliquei-lhe o óbvio: com o trabalho não se brinca e ela não podia fechar o palácio sem ver o que se passava no andar de cima:
- É o senhor coronel!
Um domingo em que estávamos juntas, a minha amiga recebeu um telefonema aflito: o senhor coronel (um vivo) tinha ficado trancado dentro do palácio, sexta e sábado e era preciso ir abrir-lhe a porta.
- Mas ele não chamou por vocês, quando viu que e ficava trancado lá dentro? - Perguntei.
- Chamou. - Foi a resposta.
- Então e vocês não ouviram? - Pergunto, estupefacta.
Resposta envergonhada: ouvimos....
sábado, setembro 24, 2016
Portal da Queixa
Conhecem isto? Mas algumas pessoas acham que fazer queixa é pidesco, é mais simpático aguentar...
Portal da Queixa - Clicar aqui
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Amor de mãe? De pai? Distração? Preguiça?
Uma minha amiga contou-me isto:
"Trabalhei como professora em duas escolas em que o nível sócio-económico dos alunos é elevadíssimo.
Um dia, uma aluna do oitavo ano escreveu-me numa redação que tinha sempre perante os olhos aquele momento em que viu o irmaozinho, dizia o nome, morto na piscina da casa, por culpa dela e da irmã, que se distraíram a ver a telenovela.
Meses depois, conta-me noutra redação que ela e a irmã escaparam por pouco de morrer num incêndio numa estância de esqui. Aqui, a culpa não era delas: o hotel tinha dois prédios, elas estavam num, os pais no outro. Foram salvas por um camareiro, ficaram muito felizes quando se juntaram todos. Por acaso, estas meninas chegaram a adultas."
"Uma outra minha aluna contou-me que os pais se adoram um ao outro e que a veem como uma intrusa à sua intimidade. Detestam-na, embora não façam nada de concreto para o demonstrar: demonstram-no todos os dias, várias vezes por dia."
"Trabalhei como professora em duas escolas em que o nível sócio-económico dos alunos é elevadíssimo.
Um dia, uma aluna do oitavo ano escreveu-me numa redação que tinha sempre perante os olhos aquele momento em que viu o irmaozinho, dizia o nome, morto na piscina da casa, por culpa dela e da irmã, que se distraíram a ver a telenovela.
Meses depois, conta-me noutra redação que ela e a irmã escaparam por pouco de morrer num incêndio numa estância de esqui. Aqui, a culpa não era delas: o hotel tinha dois prédios, elas estavam num, os pais no outro. Foram salvas por um camareiro, ficaram muito felizes quando se juntaram todos. Por acaso, estas meninas chegaram a adultas."
"Uma outra minha aluna contou-me que os pais se adoram um ao outro e que a veem como uma intrusa à sua intimidade. Detestam-na, embora não façam nada de concreto para o demonstrar: demonstram-no todos os dias, várias vezes por dia."
terça-feira, setembro 13, 2016
A Grande Vidente Passos Coelho
As videntes esotéricas, tão depressa visualizam catástrofes, como logo a seguir preveem maravilhas. Se só previssem catástrofes não teriam fregueses, pois a adivinhação do futuro obedece à lei da oferta e da procura.
Existem teorias segundo as quais os otimistas acertam mais do que os pessimistas, isto baseado no aspeto económico. Até porque o mundo evolui.
É claro que os políticos só podem ser otimistas, caso contrário mais lhes vale estarem quietos.
A exceção a tudo isto é Passos Coelho. Político que não acredita no futuro, vidente que só prevê catástrofes, português que só vê tudo negro à sua frente, esteja ou não no governo, ainda assim parece ter fregueses....
Existem teorias segundo as quais os otimistas acertam mais do que os pessimistas, isto baseado no aspeto económico. Até porque o mundo evolui.
É claro que os políticos só podem ser otimistas, caso contrário mais lhes vale estarem quietos.
A exceção a tudo isto é Passos Coelho. Político que não acredita no futuro, vidente que só prevê catástrofes, português que só vê tudo negro à sua frente, esteja ou não no governo, ainda assim parece ter fregueses....
sábado, setembro 03, 2016
Feira do livro da Presidência da República
Esta feira do livro do Presidente serviu para demonstrar o que já se sabia: as principais editoras portuguesas publicam muitos livros de autores portugueses, mas é quase tudo lixo. Lixo caríssimo, com desconto a maior parte dos livros custava 14,99 Euros e que ninguém compra pois saía quase toda a gente sem livros.
Como quase só publicam livros comerciais, mainstream, ficam muito atrás dos congéneres estrangeiros. E os que são diferentes não os publicam.
Mas os jornais vão dizer maravilhas.
A ideia de fazer está feira é boa e é agradável que o palácio de Belém se torne mais acessível e mais visitável.
Vergonha, malícia e inocência: ainda sobre o burquini, burka e quejandos
Quando, em 1500, Pêro Vaz Caminha chegou ao Brasil, escreveu uma carta a D. Manuel, em que se mostra surpreendido com as pessoas que encontrou.
Embora andem nuas, não mostram vergonha nem têm malícia. O que o leva a concluir que são inocentes e que será fácil ensina-lhes a doutrina de Cristo.
Cinco ou seis séculos depois ( creio que 1500 ainda era século XV, sendo século XVI em 1501, voltamos a esta questão da malícia e da vergonha.
Brincando com o caso dos burquini, alguns não conseguem disfarçar que o consideram mais decente do que o biquini, mostrando crianças ao pé de adultas nesta indumentária.
Mas é aí que reside a diferença.
Conseguimos andar de biquini, ou nuas, sem vergonha nem malícia, sem corrermos o risco de um homem nos violar por não ser capaz de se controlar e isto, apesar de a nossa sociedade dar grande importância ao sexo e ao sex- appeal.
Por outro lado, a exibição desses espantalhos em burquini nas cidades e praias europeias é uma afirmação de uma política que nos é adversa e mesmo inimiga.
Uma política em que não se separa o religioso do profano, a privacidade da promiscuidade, em que a polícia religiosa entra na casa das pessoas para ver o que estão a comer e a beber, ou se estão a comer quando deviam estar em jejum, etc.
Não se trata de liberdade religiosa, trata-se de aceitar a política dos inimigos da modernidade, do laicismo das mulheres e dos inimigos do cosmopolitismo.
Mas sobretudo, são inimigos das mulheres.
Todos nos sentimos desadaptados deste mundo
Quando somos novos, estamos convencidos de que os "velhos" se consideram velhos e que estão habituados a ser velhos.
Na verdade, todos nós sentimos, em todas as idades, como rapaces ou raparigas ainda não adaptados a este mundo. E ainda um pouco extravagantes.
Porque os que se adaptaram a ser velhos morreram logo. E isto acontece a partir dos 19 anos.
sábado, agosto 27, 2016
Espiunca e os passadiços
Se formos a Espiunca uma vê por ano, nos últimos três anos encontramos três Espiuncas diferentes e irreconhecíveis.
Uma antiga em que só havia um rebanho de cabras, meuá meia dúzia de casas e uma trsquinha.
Uma que parecia um estaleiro, no ano passado, totalmente destruída no seu isolamento idílico.
Uma com um parque de estacionamento num campo ainda com vinha, com casas compradas e restauradas por gente das cidades para férias e fins de semana, com barezinhod moderno, a deste ano.
Tudo por causa dos passadiços do Paiva, claro.
Agora paga-se dois Euros para caminhar nos passadiços, ou um se comprado pela Internet, o ano passado era grátis.
O ano passado era possível fazer todo o percurso, este ano só a metade menos interessante, da Espiunca ao Vau e regresso a pé, pois não se pode ir ao Vau de automóvel.
Este ano também, viam-se pessoas a resmungar porque não queriam ir, ou sem resmungar mas com cara de quem fã um grande frete.
De resto, é tudo maravilhoso.
Vemos na foto um barzinho ao pé do parque de estacionamento / campo com vinha de casta americano branco, totalmente proibida, mas com uvas muito boas para comer. E para fazer vinho americano. Fica também a poucos metros da praia fluvial.
Aqui toda a gente fala com toda a gente é é possível fazer um picnic nestas mesas, levando a comida e comprando as bebidas, como este verde branco de Castelo de Paiva, Quinta do Valtruto.
quarta-feira, agosto 24, 2016
Portugal nas Olimpíadas 2016
Nas Olimpíadas deste ano só ganhamos uma medalhita castanha, e foi com uma mulher a bater noutra.
Conclusão: as mulheres portuguesas são as terceiras melhores do mundo a bater no mulherio.
domingo, agosto 21, 2016
O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.
II
Quem defende o uso do burquini na Europa também defende que as mulheres possam fazer nudismo no Irão e na Arabia Saudita, ou a sua tolerância tem dois pesos e duas medidas?
Saberá que há feministas muçulmanas que protestam contra todos estes trajes ridículos, niqab, burka, burkini? Que as mulheres são obrigadas a usá-los, sob pena de serem agredidas na rua? Que nós temos de nos vestir como elas, se formos a esses países?
Saberá que uma mulher de unhas pintadas pode ser impedida de rezar por "não poder lavar as mãos" e corre o risco de lhe cortarem os dedos?
"O burquini não é uma vestimenta como outra qualquer (...) faz parte de uma estratégia, que se não vier a ser desencorajada por medidas preventivas acabará por alcançar o seu objectivo final: interditar o espaço público às mulheres! " - afirma uma jurista muçulmana. Di também que já poucas mulheres em Marrocos se atrevem a ir a praia de fato de banho, com medo de ser agredida por fanáticos que são obcecados pelo sexo.
Ver Aqui: http://www.huffingtonpost.fr/fatiha-daoudi/non-monsieur-plenel-le-burkini-nest-pas-un-vetement-comme-les-autres_b_11603446.html
O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.
Ver também aqui : http://www.elmundo.es/sociedad/2016/08/26/57bf31f222601dab718b45bc.html
terça-feira, agosto 16, 2016
Portugal mudou para melhor, neste século
Quando vim viver para esta casa, já no século XXI, houve uma noite em que um grupo de arruaceiros virou ao contrário todos os caixotes do lixo da rua e partiu os vidros da nossa porta de entrada. Telefonei para a polícia, contra o conselho duma vizinha velhinha, de que não valia a pena. Eu acho sempre que vale a pena. Quanto mais não seja, para observar. E para poder criticar outra vez, já com mais informação.
Quando acabo de explicar o caso, o senhor polícia pergunta:
- É quem me garante que não foi você que partiu os vidros?
- Eu?! Então se eu tivesse partido os vidros ia telefonar para a polícia?
- Claro, telefonava para acusar outra pessoa.
- Mas eu não estou a acusar ninguém, nem vi quem foi...
- Está a ver? Mais me ajuda.
- Então o senhor não vai ao menos tomar nota da queixa?
- Não tomo nota, porque nos telefonam para aqui muitas senhoras a dizer coisas dessas, por isso nós achamos que são elas que partem as coisas e depois...
- Ah, o problema é serem as senhoras a protestar?
Pela mesma altura, fui abordada na rua por um policia enorme, que disse ter sido meu aluno e estar muito contente por guardar a minha casa. Mas gostava mais de trabalhar numa outra esquadra onde esteve e onde prendiam muitos pretos. Gostava muito de pretos, até aprendeu crioulo, eles falavam entre si em crioulo pensando que ninguém os entendia, enfim, ele gostava imenso de bater nos pretos. Perguntei aos meus botões que educação teria eu dado àquela criatura. Essa não foi.
Fui recentemente à polícia, pedir que me vigiem a casa enquanto estou por fora, como tenho feito nos últimos anos. Fui atendida por uma raparigona simpaticíssima, delicada. Estava a atender amorosamente uma velhinha que chorava e gritava: - "Roubaram-me tudo!". Passou-a a outro polícia mais velho, mas também simpático e só então me atendeu.
Mostrou-me os papeis, pois não conseguia encontrar o impresso, ajudei-a procurar, nem me pediu o documento de identificação.
Portugal mudou assim tanto para melhor neste princípio de século? Será que temos a noção disso?
sexta-feira, agosto 12, 2016
Presidente e Geingonça quase como devem ser um Presidente e umaGeringonça
Pela primeira vez temos um presidente quase como deve ser e um governo de esquerda quase de esquerda e quase como deve ser.
É por isso que as críticas que lhes fazem dão vontade de rir.
Por exemplo: ter chamado mais cedo a ajuda internacional. Por exemplo, antes de o rapaz da Madeira ter decidido acabar com a Madeira.
Por exemplo: este governo tem mais funcionários. Em termos de quantidade a diferença não é muita, mas em termos de percentagem é enorme.
Por exemplo: o Presidente não deveria ter ido a França no avião da força aérea, que nesse caso iria fazer voos de treino, sem qualquer outra utilidade pratica.
Por exemplo: o Presidente por um lado é uma ministra por outro, nunca deveriam ter ido a festas porque representam os portugueses e não há dia nenhum em que não morram portugueses. Todos os dias são dias de luto e não de festa.
Etc.
Toda esta conversa significa que está gente está desesperada. E que se guia por uma moralidade católica hipocrita, pré Francisco. Para essa, já demos.
Exploração dos incêndios pela comunicação social versus turismo
Esta maneira portuguesinha de fazer um choradinho sempre que ha um problema, exagerando-o para lá do razoável, colide, neste momento, com interesses económicos do país.
Nunca mais teremos turistas, se os telejornais não falarem de outra coisa senão nos incêndios. Grande ajuda!
Nunca mais teremos turistas, se os telejornais não falarem de outra coisa senão nos incêndios. Grande ajuda!
Nunca tivemos e se calhar nunca voltaremos a ter tantos turistas, já que têm vindo para cá a fugir de lugares considerados inseguros, mas isso acaba depressa se as televisões continuarem a dizer que o país está em chamas, para gáudio dos masoquistas e demais "fadistas", que adoram ver os telejornais unitemáticos.
Não existem notícias no resto do mundo?
Não existem notícias no resto do mundo?
Moralidades
Ao Marcelo e a Geringonça são exigidas varias coisas novas: ministros, secretários de estado, presidentes, não devem ir a festas porque representam Portugal e todos os dias há alguns portugueses que morrem. Não devem deslocar-se a lado nenhum, a não ser que vão a pé, porque viajar é uma coisa muito divertida e que custas dinheiro aos portugueses, até porque muitos portugueses não viajam.
Isto é a moralidade da direita católica, ou seja, PF - pré-Francisco.
quinta-feira, agosto 04, 2016
Fontana della Barcaccia - Roma
Esta Fontana della Barcaccia, obra menos conhecida mas não menos bela de Bellini e que tanta alegria e refrigério dá aos passantes, foi recentemente destruída por uns ingleses engraçadinhos, que a fizeram em bocados pequenos. Reconstruída como se pôde, parece ter ficado mais baixa.
sábado, julho 30, 2016
Ter pena dos bombistas suicidas
Estes terroristas suicidas e parvos fazem-me pena. Numa notícia lida hoje, foram presos dois.
São logo dois irmãos que acabariam por ser mortos.
São logo dois irmãos que acabariam por ser mortos.
Em nome de quê?
Não sabemos, nem eles sabem, mas boa coisa não será. E religião também não.
E se espalhássemos aos quatro ventos que temos pena deles?
quinta-feira, julho 21, 2016
Verdadeiro líder?
Falando uma vez com uns deputados que frequentavam o mesmo bar que eu, eles disseram-me que apoiavam o Santana Lopes, já não me lembro para quê é estavam muito entusiasmados. Diziam que ele conseguia concitar vontades, fazer acreditar no futuro, levar o Povo a dar o seu melhor. Não aconteceu, nem de perto nem de longe, mas parece-me que está a acontecer agora, com todas estas medalhas e todas estas vitórias.
terça-feira, julho 19, 2016
A Jagunça
Escrevi Bagunça e o corretor ortográfico do Facebook emendou, várias vezes, para Jagunça, termo que aceita muito bem.
Ai também existem jagunças? (Se existem, creio que conheço meia dúzia.
Ai também existem jagunças? (Se existem, creio que conheço meia dúzia.
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