Dito por um professora que conhecemos bem:
Como sou muito distraída, acontece às vezes o meu telemóvel tocar durante as aulas. Pedindo desculpa aos alunos, a sorrir, desligo-o sem atender.
A reação deles é sempre de espanto, de tal modo que o recordam anos depois. Espanto, porquê? : porque o meu telemóvel é sempre da última geração, ao contrário do dos pais e restantes professores (também pais) que usam os telemóveis velhos que os filhos já não querem, ou seja, é muito estranho que um adulto, trabalhador e pagador de impostos que sustentam o ensino obrigatório, tenha um telemóvel tão bom como o dos miúdos.
Os piores alunos têm mesmo telefones muito melhores do que os meus, sobretudo Iphones, mesmo quando os pais são pobres. E utilizam-nos para boicotar as aulas, impedindo os colegas de estarem com atenção, impedindo os professores de darem aulas.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
domingo, abril 09, 2017
sexta-feira, abril 07, 2017
Romance Dona Barbara do autor venezuelano Rómulo Gallegos
Não me sendo possível comprar todos os livros que leio, comprei este por um euro numa loja de caridade. Se não gostar, ofereço-o de volta, grátis. O mesmo se aplica a antigualhas, objetos. Mas estou a adorar.
Passado na Venezuela, bebe da América latina a sua especificidade. Longe do realismo fantástico é anterior à ele, procura explicar a bruxaria pelo seu efeito nos ignorantes que não a põem em dúvida. Algum realismo, as saudades do "matão", que todos temos, mesmo sem sabermos que temos e a explicação filosófica e psicológica: se as gentes acreditam no efeito mágico, então há pessoas que manipulam esse efeito.
quarta-feira, abril 05, 2017
Quantos géneros existem? Cinco, é claro!
Os índios da América não tinham 2 géneros: masculino e feminino, mas sim cinco: fémea, macho, fémea com dois espíritos, macho com dois espíritos, transgénero.
Quem tinha os dois géneros era considerado dotado pela natureza e capaz de ver os dois lados de cada coisa
VER AQUI, em Inglês
Só é pena este artigo considerar que os espanhóis não são europeus brancos como os ingleses.
terça-feira, abril 04, 2017
Morreu um homem bom: Mujica, ex-presidente do Uruguai: Tudo o que os outros políticos se recusam a ser.
Morreu um homem bom, um exemplo hoje em dia raro para quem ser um homem bom.
José Mujica, ex-presidente do Uruguai.
Governou-o até há muito pouco tempo, com humildade, modéstia, espírito de serviço.
Tudo o que os outros políticos se recusam a ser.
sábado, abril 01, 2017
Picnick na arte e na fotografia
Muito interessante este artigo sobre o picnic na arte.
Partilho.
http://www.npr.org/sections/thesalt/2015/04/24/400184632/sexy-simple-satirical-300-years-of-picnics-in-art
segunda-feira, março 27, 2017
Nomes de pássaros nos aeroportos, em vez de nomes de passarões
E se déssemos nomes de pássaros aos aeroportos?
Não foram os pássaros que no despertaram o sonho de voar?
Não andamos nós a imitá-los, sempre que apanhamos num avião, mas sem conseguirmos ainda voar como eles?
Aeroporto Rouxinol em ves de Mário Soares, Aeroporto Papagaio em vez de Cristiano Ronaldo, Aeroporto Pica-pau, em vez de Aeroporto Cavaco ou Cavaca, Aeroporto Gaivota, Aeroporto Beija-flor...
Sugiram vocês outros nomes de Aeroportos.
Aeroporto Rouxinol em ves de Mário Soares, Aeroporto Papagaio em vez de Cristiano Ronaldo, Aeroporto Pica-pau, em vez de Aeroporto Cavaco ou Cavaca, Aeroporto Gaivota, Aeroporto Beija-flor...
Sugiram vocês outros nomes de Aeroportos.
domingo, março 26, 2017
Ir contra o nossos princípios: a brincar, sério...
Acho que nunca vos contei isto: faço há tempos este jogo de estratégia, Forge of Empires. Evoluí, até agora, desde a Idade da pedra até ao futuro. Como vêm na imagem.
Mas um dos requisitos para evoluir é assaltar os mais fracos, de preferencia e roubar-lhes recursos. Nunca fiz isso. Só ataco um mais fraco se ele me atacar a mim primeiro.
Por isso, sou muito assaltada, pois não evoluí ao nível militar.
Será possível jogar um jogo durante meses ou anos, indo sempre contra os nossos princípios? é só um jogo...
sábado, março 25, 2017
Trabalhar 48 anos. Ou mais
"Apresentaram-me" há tempos uma mulher que foi minha colega na escola primária. Como todas as outras, foi trabalhar depois disso, pelos 10 anos. Foi vender leite pelas portas, nas madrugadas de inverno, com a chuva a cair por cima da lata do leite, chuva e leite a escorrerem-lhe pela cara e pelo corpo.
É justíssimo que se reforme mais cedo ou que ganhe mais por ter trabalhado mais.
Mas não creio que descontasse para a reforma, nessa época. As outras trabalhavam na lavoura com os pais. Também não descontavam para a reforma, claro.
Mas, ao contrário do que se diz, estas pessoas não são poucas.
sexta-feira, março 24, 2017
Quaresma e Aimsha
Sem ser particularmente católica, desde o ano passado decidi que nas sextas feiras da Quaresma só comeria comida vegetariana, contribuindo para a não violência (conceito budista de Aimsha). E outras sextas feiras, já agora.
Descubro que pode ser bom. Hoje: canja de soja, cogumelos shitake com espinafres, salteados.
Semana passada: massa no forno: macarrão com cogumelos shitake e 4 queijos.
Descubro que pode ser bom. Hoje: canja de soja, cogumelos shitake com espinafres, salteados.
Semana passada: massa no forno: macarrão com cogumelos shitake e 4 queijos.
Reflexão da Quaresma
A Igreja Católica, ao deitar para trás das costas o pecado da gula, ofereceu-nos as melhores culinárias do ocidente ou mesmo do mundo (italiana, francesa, portuguesa, espanhola), só rivalizando com algumas do Oriente.
E sem páreo com a cozinha dos países de religiões protestantes. Culinária inglesa? Norueguesa, Alemã? Não, estes europeus não gostam de cometer o pecado da gula.
A Igreja Católica, ao deitar para trás das costas o "mandamento" da lei de Deus que proíbe fazer imagens de escultura, ofereceu ao mundo as mais maravilhosas imagens de escultura, seguida de perto pela religião hindu e sem paralelo com as religiões protestantes.
Ainda bem que os católicos só na Quaresma se preocupam com certas coisas, como por exemplo, os pecados.
Aqueles que não fazem mal a ninguém e que nos fazem felizes!!!
quinta-feira, março 23, 2017
Ao entrar para a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, inscrevi-me logo no Coral de Letras, dominado, à época, pelo estilo do Lopes Graça.
Mas eu era muito baldas. Adoro cantar, dizem e digo que canto bem, mas parecia-me chato estar ali de pé a repetir a mesma frase sempre. Tive um desgosto quando o maestro não me deixou cantar no primeiro espectáculo público. )O tipo tinha carradas de razão, claro, mas fiquei triste...)
Mas não me apetecia ir todos os dias aos ensaios... que seca!
É claro que eu gostaria de ter sido cantora, mas talvez só na minha ultima encarnação.
E há tantas coisas a ser. E a ter sido!
E a maravilhosa língua portuguesa sabe marcar a diferença, pois tem tantos tempo verbais!!!!
Há quem lhe chame o Santo Detestável, mas é uma freguesia de Lisboa. Por acaso, é a minha...
Querido Daniel: vou contar-lhe uma coisa. Tinha eu poucos anos, ou mesmo nenhuns, aparece na minha terra uma comitiva com uma procissão.
Não me lembro dos pormenores, pois era pequenina. Lembro-me muito bem disto: a minha mãe levou-me pela mão ver uma coisa sinistra, que eram uns ossitos do santo condestável alegadamente em peregrinação pelo pais.
Espantada da minha vida, pergunto algo assim: Santo?! Então os santos têm ossos como as galinhas?
Muitos anos depois, um dia sem exemplo fez-me lembrar dessa campanha, totalmente esquecida . Eu e a minha irmã sabíamos de cor as letras e as músicas e começamos a cantar desalmadamente estas canções.
Vou ver se as encontro.
Taboo
Não costumo ver séries na televisão porque me esqueço dos horários, mas ando a ver uma: Taboo.
Muito esquisita e violenta, óptimas imagens. Bonita, reconstituição de época histórica, nem sempre exata, mas promete ainda melhorar, porque vão todos de Inglaterra para América selvagem.
Adoro locais quase paradisíacos, mas é claro que estes vão ser infestados pelo mal.
Ou pelos males e bens, pois tudo isto parece ser muito plural.
A diferença entre o mal e o bem pode ser interessante em termos éticos, estéticos, mas sobretudo em termos de horizonte expectacional.
Bem. Vamos ver.
quarta-feira, março 22, 2017
Coincidências
No mesmo dia em que políticos e jornalistas se indignam ao ponto de dizerem palavrões e aprendemos a dizer o nome de uma criatura holandesa que acusa os do sul de gastarem tudo em vinho e mulheres, pressupõe- se mulher entre aspas, há duas notícias que vale a pena ver com atenção.
1. O Metro Mondego não chegou a realizar-se, mas os que tratavam do assunto gastaram 100 000 euros em comidas, álcool e streaptease.
2. Os médicos portugueses confessam que todos os dias lhes pedem atestados falsos e acabam por ceder. Também todos os dias lhes pedem exames médicos inúteis, ou até mesmo prejudiciais para o doente e acabam por ceder.
Conheço uma mulher que sempre teve enxaquecas. Um dia fez um exame invasivo para analisar melhor a situação e ficou cega. Talvez não necessitasse deste exame. Os médicos dizem que talvez tenha sido coincidência.
Contaram me há uns anos, talvez já não seja assim, que, quando um potencial investidor estrangeiro vinha cá com intenção de montar uma empresa, a primeira coisa que os empresários portugueses faziam era reservar-lhe um hotel de luxo com companhia feminina de p****s. Alguns até eram hiper cristãos, vitorianos... Fugiam assarapantados.
domingo, março 19, 2017
Reencarnação?
Aqui está uma explicação que me satisfaz, embora muitos nao entendam como pode satisfazer. Nesta encarnação respondemos pelos erros que cometemos nas outras? Não? Então como explicar que uns pareçam filhos e outros enteados de Deus, se acreditarmos em Deus? Qual é a melhor hipótese? Talvez a que mais se aproximar da verdade!
VER AQUI; (escrito em italiano)
VER AQUI; (escrito em italiano)
Memórias
Imaginem se o Facebook ou algo no género nos mostrava o que fotografamos, escolhemos e escrevemos para os amigos de então, há vinte anos.
Mostrando-me aquela que eu era, aqueles que nós éramos nessa época.
Sinto um pouco isso em relação às memórias do Facebook: mostram aqueles que eu éramos, ou aqueles que somos?
Mostrando-me aquela que eu era, aqueles que nós éramos nessa época.
Sinto um pouco isso em relação às memórias do Facebook: mostram aqueles que eu éramos, ou aqueles que somos?
sábado, março 18, 2017
Orgulho pátrio e não contradição dos opostos: receita para nos safarmos
Tenho constatado que, recentemente, com o aumento de autoridade dos chefes, potenciado pelas leis feitas pelo queridinho impoluto do José Sócrates, o portugueselho adora discutir opiniões, mas nunca com a parte contrária.
Assim, eu posso ser acusada de ter opiniões de extrema direita por alguém de esquerda, sabendo que isso me ofende, como os da direita podem ser acusados de extrema esquerda por alguém de direita.
Desde que não exista verdadeira diferença de opiniões, tudo bem.
Conheci uma pessoa pouco dotada que, em vez dizer o PS ou o PSD ou o PCP, dizIa sempre "o partido".
O partido quer dizer o "nosso partido". São pessoas assim, limitadas intelectualmente, mas espertas, que entendem estes truques.
O portugueselho parvo e pouco inteligente, vai-se safando, porque estes truques são fáceis. Há receitas para nos safarmos.
Sempre houve, neste portugalZinho.
Agora muito satisfeito porque os turistas, que, fugidos dos países islâmicos com bom clima, descobriram um país não muçulmano e também com bom clima.
O que nos deixa a rebentar de orgulho pátrio.
Claro!
Claro!
quarta-feira, março 15, 2017
Prefiro ser uma rebelde do que uma escrava
"I'd rather be a rebel than a slave"
Frase da feminista inglesa Emmeline Pankhurst
segunda-feira, março 13, 2017
Brexit com eles! Brexitai-vos! Ide-vos Brexitar! JÁ!
Quase a acabar de ler este livro, que li com quase sofreguidão, pela alegria de viver que o autor, indiano, manifesta e exprime através de todas as personagens. Este autor não tem nenhum outro livro traduzido em Portugal, mas tem todos no Brasil.
Os ingleses são aqui vistos de forma implacável e impiedosa, como beneficiários de uma Índia que enganaram e de uma China que corromperam com o ópio, o que é uma evidência histórica.
Sume-te! Brexit com eles! Brexitai-vos. Já!
BREXIT COM ELES , JÁ!
Ainda não acredito na justiça, mas já acredito no futuro
Não acredito na justiça que tivemos até agora, mas a crise mudou tudo. Até agora, os crimes politico serem anulados porque prescreviam, ou por qualquer outro motivo processual que só os juristas entendiam.
Mas tudo muda.
A verdade é que o advogado de Sócrates deixou de dizer, recentemente, com ar escarninho, que tudo ia ser anulado por ter ultrapassado o prazo.
Com tanto crime e com tanta sofisticaçao, nem o Sherlock Holmes iria conseguir cumprir os prazos.
Talvez por causa da ideia subjacente a estas declarações da Procuradora Geral da República.
Acredito mais na mulheres do que nos homens. Quando são boas, são mesmo boas e incrivelmente corajosas.
VER AQUI
Talvez por causa da ideia subjacente a estas declarações da Procuradora Geral da República.
Acredito mais na mulheres do que nos homens. Quando são boas, são mesmo boas e incrivelmente corajosas.
VER AQUI
Investigação a crimes económico-financeiros precisa de "organização"
Ainda não acredito na justiça, mas já acredito no futuro
Não ser bom: que grande falta de qualidade
Todos nós conhecemos pessoas que não são más. A única coisa que nos incomoda, a todos, é que também não são boas. Mesmo nada.
Frequentemente, a causa desta falta de qualidades é uma imensa vaidade. Que as leva a perder o sentido do ridículo.
Isto é particularmente verdade nos "chefes": alguns chefes são tão dependentes dos lambe-cus, como outras criaturas são dependentes da droga ou do álcool...
Frequentemente, a causa desta falta de qualidades é uma imensa vaidade. Que as leva a perder o sentido do ridículo.
Isto é particularmente verdade nos "chefes": alguns chefes são tão dependentes dos lambe-cus, como outras criaturas são dependentes da droga ou do álcool...
domingo, março 12, 2017
Manifestação de mulheres 8-11 de 2017 com Lisboa ao fundo
Lisboa empresta beleza a todos os eventos que nela decorrem.
Num centenário de aparições, de repente vemos uma enorme manifestação de mulheres em Lisboa.
Esperávamos encontrar meia dúzia de mulheres envergonhadas com um pequeno cartaz, quando nos deparamos com uma multidão. Uma multidão bonita num lugar bonito, como teve a delicadeza de comentar um amigo espanhol.
Haverá uma multidão ainda maior a comemorar o centenário das aparições de Fátima, muitas destas mulheres estarão lá, mas não ficam a espera de milagres, antes lutando pelos seus direitos e pelos direitos de outras mulheres, demasiado ignorantes ou pouco livres para se manifestarem, numa época em que a extrema direita está a retirar-lhes direitos, um pouco por todo o mundo.
Segue uma galeria de fotos, de que se destaca a marcha das chinesas, com grande apoio e não menor orgulho dos trabalhadores das lojas chinesas por onde passaram e as mulheres do "Cante Alemtejano" um cantar muito bonito, mas que, em espetáculo, é exclusivo dos homens. Ta,bem isto estranho, pois as mulheres gostam muito mis de cantar do eu os homens.
sexta-feira, março 10, 2017
O mundo está atrasado
Antes do ano 2000, eu queixava-me frequentemente de que vivíamos, não apenas num pais atrasado, mas num mundo muito atrasado.
Nessa altura, eu gostava de frequentar bares noturnos e outros espaços noturnos sozinha, pois não me apetecia estar dependente de outras pessoas, das disponibilidades de outras pessoas e das opiniões e sensações de outras pessoas para fazer o que me apetecesse.
E a verdade é que, ir a um bar noturno ou ao teatro ou a outro evento noturno nada tem a ver com companhia. Já para não dizer que, mesmo de dia, era suposto ou é suposto irmos acompanhados a estes sítios.
E todos nós nos lembramos de como algumas vezes adoramos uma situação, um espetáculo, ou seja o que for, para ouvir o nosso acompanhante dizer que detestou, por isto ou por aquilo. (Isto é particularmente verdade para quem muda de terra e não tem nessa terra amigos antigos.) Ora, se não precisamos de companhia par ler um livro, para que precisaríamos dela para ver um espetáculo de teatro?
Quando me respondiam que nos outros países também era assim, não era suposto alguém ir sozinho a um sítio noturno, eu respondia que os outros países também estavam atrasados. Todos? Sim.
É suposto nós fazermos o que nos apetece e irmos onde queremos, independentemente de irmos ou não acompanhados por algum paspalho. Imagino quantas pessoas casaram com paspalhos, apenas para poderem fazer aquilo que queriam fazer. Sobretudo mulheres.
Desde a entrada no século XXI, não me queixo de nada. Parece-me que vivemos numa era mais civilizada.
Mas ocorre-me agora: quando me diziam que certas coisas nem eram normais aqui nem em lado nenhum, nem mesmo na América (USA) e eu respondia que era o mundo todo que estava atrasado, as pessoas ficavam abismadas.
- O quê? A América está atrasada?
- Não!…
sexta-feira, março 03, 2017
Restaurante Dom Pomodoro
As vezes encontro sítios onde me tratam muito bem, aqui e no estrangeiro. O restaurante Dom Pomodoro nas Docas era um deles. Abriam para mim todo o primeiro andar, no verão, e eu ficava lá sozinha na minha mesa preferida, mas isso implicava acender todas as luzes, ligar o ar condicionado e os empregados subirem umas escadas de madeira rangentes. Sozinha, não. Iam lá todos ver-me e dar-me beijinhos e Limoncello. Que saudades, ao comer este arremedo, bom, mas sem comparação. Não precisava sequer de pedir: até os empregados novos sabiam que queria Rigatoni Pasticiatti e vinho branco da casa. Só, porque comia tudo. Nem sequer era uma consumidora frequente e cara. São pessoas que apreciam a minha extravagância, como o gosto da solidão. Mas é claro que levei lá alguns convidados. Que se banzaram com o tratamento especial.
terça-feira, fevereiro 28, 2017
Já exportamos até mesmo geringonças!
A Geringonça até já tem tradução para muitas línguas e os políticos vêm cá estudar como funciona.
Estão ver? Estávamos na penúria e já exportamos até mesmo geringonças.
Quero dizer, já exportamos até mesmo sistemas políticos.
Ver aqui abaixo:
"Geringonça" elogiada na Europa e EUA
Elizabeth Kübler-Ross
J
É muito mencionada agora no Facebook esta psiquiatra suíça a quem chamaram "Doutora Morte" por ter conduzido muitas investigações científicas sobre a passagem da morte.
Interessou-se sobretudo pelas experiências de quase-morte, em que as pessoas contam estranhas vivências, maioritariamente muitíssimo agradáveis.
Concluiu para si e tentou demonstrar que existe uma vida depois da morte, muito melhor do que esta.
Este livro existe em português de Portugal, à venda na FNAC. É uma autobiografia escrita já no fim da sua vida, mas alegre, divertida, cheia de entusiasmo.
É muito mencionada agora no Facebook esta psiquiatra suíça a quem chamaram "Doutora Morte" por ter conduzido muitas investigações científicas sobre a passagem da morte.
Interessou-se sobretudo pelas experiências de quase-morte, em que as pessoas contam estranhas vivências, maioritariamente muitíssimo agradáveis.
Concluiu para si e tentou demonstrar que existe uma vida depois da morte, muito melhor do que esta.
Este livro existe em português de Portugal, à venda na FNAC. É uma autobiografia escrita já no fim da sua vida, mas alegre, divertida, cheia de entusiasmo.
Elizabeth Kübler-Ross: La connotada científica que confirmó que sí existe el Más Allá
segunda-feira, fevereiro 27, 2017
História pouco natalícia, às vezes, mas nem sempre
Estas histórias de Natal são como a poesia, ou melhor, como os poetas, oscilando sempre entre o belo e o horrível, entre o terror e a redenção.
Era uma senhora que tinha estes brincos da foto. Juntou-se uma rapariga e deu a seguinte conversa, a três, com mais duas pessoas a assistir e a dizerem que sim com a cabeça, porque a dona dos brincos era mulher de personalidade.
História pouco natalícia, às vezes, mas nem sempre
Aqui vai mais um diálogo. Há muitos neste blogue, basta clicar na tag abaixo.
Era uma senhora que tinha estes brincos da foto. Juntou-se uma rapariga e deu a seguinte conversa, a três, com mais duas pessoas a assistir e a dizerem que sim com a cabeça, porque a dona dos brincos era mulher de personalidade.
História pouco natalícia, às vezes, mas nem sempre
- Os seus brincos são lindíssimos. Posso ver?
- Oh, são tão antigos! Se não me tivessem roubado 3 Kgs de
jóias!!!
- Então e não sabe que aqui em lisboa não pode andar
carregada com 3 kgs de jóias?
- Sei, claro, eu sei, mas isto foi na terra. O meu marido
era do Minho e as pessoas do Minho adoram joias. E eu só as usava lá, claro.
Desapareceram da carrinha, no quintal da casa... estas... as outras eram muito
melhores...
- Eu estava a dizer a esta senhora que os brincos dela são
muito originais, não acha? Posso tirar uma fotografia? É que são umas
circunferências que mudam de posição conforme a senhora muda a posição da
cabeça...
- Sim, de facto... Ah! A senhora não me está a conhecer? E a
senhora também?
- Não...
- Eu sou aquela que tomou conta da sua vizinha doente,
aquela a que cortaram a perna.
- Ah! O primeiro prato da comida da minha casa era sempre
para ela. Com o melhor! Mas ela nunca teve que dissesse assim: comprei-lhe
estas cuecas como prenda de Natal. Nada. Nunca me deu nada.
- Porque é que a senhora queria umas cuecas como prenda de Natal?
- Não, isto sou eu a dizer. Nada, nem mesmo umas cuecas.
- Mas então, se a sua vizinha nunca lhe deu nada, porque é
que lhe dava sempre o primeiro prato de tudo?
- Eu? Então eu via que ela não tinha nada, ninguém lhe
levava nada e eu não havia de lhe dar de comer? Do melhor que tivesse? Porra!
Mandava-lhe sempre o primeiro prato, do melhor que tivesse. Porra! Era o que
faltava!
- Era eu que tomava conta dela, nos últimos tempos. Mas a
irmã...
- A irmã roubou-lhe tudo. Nem um lençol lavado lhe deixou. E
deu-lhe uma coça.
- Isso da coça não sei se não teve razão! Que ela
acordava-me de cinco em cinco minutos porque queria fazer xixi...
- Sim, ela não era fácil. Nada fácil. Eu telefonei ao
sobrinho, mas ele não quis saber.
- A irmã mandou-me embora e ficou à cabeceira da cama dela.
- Claro. E deixou um frasco com um líquido na mesinha de
cabeceira. Eu disse logo: levem esse líquido à polícia. Mas disseram. Polícia?
Não, não.
- Foi ela que herdou tudo...
- E o sobrinho. Por isso é que eu queria levar o frasco à polícia.
- Mas o sobrinho nem apareceu nunca.
- Os seus brincos. Posso tirar uma fotografia?
Grande Sertão Veredas e demais leituras obrigatórias no ensino
Tenho conhecido jovens portugueses que não passam da primeira página dos Maias, mas eu mesma nunca passei da terceira página deste livro. Continuo a tentar.
É claro que o livro é estudado nas escolas do Brasil.
Sorte a nossa, pois, pelas mais recentes notícias, basta saber dois ou três palavrões para entender as nossas obras de leitura obrigatória.
Chamam a isto "liberdade de expressão". E onde fica a liberdade de ler ou não ler? Por exemplo, de não ler expressões ordinárias? De não ser obrigado pelos professores a ler expressões ordinárias? (Referimo-nos ao livro O Nosso Reino, De Valter Hugo mãe, que foi recomendado para os alunos do 8º ano e que foi considerado leitura obrigatória para esse nível.)
A minha dificuldade começa logo pela primeira palavra, que nunca ouvi ou li: Nonada. Parece que quer dizer não nada, não é nada, etc... Ser´termo erudito inventado pelo autor? Termo popular, corruptela usada pelo personagem? Talvez nem uma nem outra?
Foi-me indicado este site para ajuda na leitura, que pedi no Facebook:
http://www.pactoaudiovisual.com.br/mestres_final/guimaraes/texto1.htm
Citamos aqui :
"" Em tese, trata-se de um argumento bastante simples: homem relembra a vida e, ao recontá-la, refaz o percurso de suas andanças, tristezas e felicidades. No vídeo a crítica literária nos diz: "Resumir Grande Sertão: Veredas é muito difícil. Trata-se de um grande, longo, denso monólogo de Riobaldo, um jagunço, que ao narrar sua história, já é um ex-jagunço, no meio da história da jagunçagem (...) O problema, contudo, encontra-se no modo pelo qual se constrói a narrativa, repleta de ações paralelas e casos inusitados, sobre os quais o engenho e arte de Guimarães Rosa deram vida e significado.”"
Outra citação:
"Professor Willi Bolle nos diz: "Grande Sertão: dois universos paralelos (...) é uma montagem em contraste. Com isso o autor se refere a dois universos de linguagem, dois mundos de fala. De um lado, o grande discurso, a grande eloqüência, a norma culta, do outro lado, as veredas, a fala humilde das pessoas que moram no sertão. As veredas são os cursos de água e, por extensão, as clareiras onde se estabelecem mais facilmente as moradias”. Ao mesmo tempo, a evocação de um conjunto de significados tão característico do ambiente do sertão impõe à obra um forte traço particular, do qual Guimarães Rosa não pretende escapar. Por isso, a fortuna crítica de Grande Sertão insiste em marcar o movimento ambivalente da narrativa, sempre oscilante entre o regional e o universal."
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