A direita nunca teve grande ideologia, a menos que seja inconfessável, a esquerda não é capaz de se adaptar à realidade contemporânea. Nem de criticar coisa nenhuma,a não ser "a direita".
Vem isto a propósito da recente decisão de Marine Le Pen de acabar com as refeições próprias para muçulmanos (Hallal) que têm as escolas francesas.
De facto, em França, existem idiossincrasias estranhas, a respeito da religião e do laicismo: ninguém pode entrar numa escola com uma cruz a o pescoço, porque isso é uma afirmação de cristianismo, nem com um lenço na cabeça, neste caso as raparigas, por ser afirmação de religião muçulmana, mas as refeições escolares respeitam as diferentes religiões.
A atual atitude de Marine Le Pen, de acabar com essas exigências alimentares, se, por um lado, parece ser uma inequívoca afirmação de direita e de rejeição do outro e do estranho e das minorias, própria da extrema direita, por outro levanta questões pertinentes, que a esquerda também deveria questionar.
De facto, se formos ao Irão, não temos de usar aquelas vestes pretas e lenços na cabeça (no caso das mulheres)? Podemos beber álcool? Podemos ser gays, ou somos condenados à morte por isso?
Se temos de nos adaptar a outras civilizações, por que não hão-de as outras civilizações fazer o mesmo?
Recentemente, no Iraque e por via da religião muçulmana, pretende-se permitir o casamento forçado de meninas a partir dos 9 anos. Vamos também respeitar isto?
Porque há-de este debate radicalizar-se à direita?
LER
Les municipalités Front national n’accepteront "aucune exigence religieuse dans les menus" scolaires.
Iraque discute lei que permite casamento com crianças de 9 anos