Maria Jão Pires, consagradíssima pianista, ameaça renunciar à nacionalidade portuguesa por se sentir incompreendida em Portugal. Duvido que o chegue a fazer, mas...
José Saramago, consagradíssimo escritor, que nunca seria internacionalmente reconhecido se não o tivesse sido primeiro no país e se não tivesse a promovê-lo o poderoso lobby do PC, ideologia que ignorou quando recebeu aquele dinheiro todo, também fez a mesma ameaça pelo mesmo motivo e acabou por ir viver para Espanha, alegadamente por não se sentir bem aqui. Notem que é possível alguém ir viver para outro país por se sentir muito bem nessa terra, não se sentindo propriamente mal nas outras.
Miguel Sousa Tavares, "consagratíssimo" jornalista e escritor, diz que tenciona ir viver para o Brasil, por estar zangado com Portugal.
José Saramago acha que João Pires pode mudar de ideias (porque será que pensa assim?) e diz que tanto lhe faz que Sousa Tavares vá para o Brasil ou para Marte.
Agora reparem: se estes "consagratíssimos" estão tão revoltados com Portugal, imaginem como se poderão sentir aqueles artistas e escritores que são ignorados ou desvalorizados.
Entre os quais se incluiu, por exemplo, Fernando Pessoa. Que nunca foi, nem quis ir, para lado nenhum.
A mim tanto me faz que estes três vão para Marte ou para a China, mas parece evidente a conclusão de que escolhemos mal os que consagramos e que se somem daqui assim que se apanham com os louros.
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