Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo.
Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
As empresas exigem resultados para promoverem os seus gestores aos lugares de topo.
O único resultado que exigimos aos nossos políticos para gerirem o nosso país é terem chegado ao topo de uma organização corrupta (partido). É serem os melhores de entre os piores.
As minas do Pejão, já encerradas há muito tempo, fizeram parte da vida quotidiana de todos os habitantes de Castelo de Paiva. Condenados à escuridão, apenas vagamente atenuada por um gasómetro, os mineiros nunca esqueciam Santa Bárbara, a sua padroeira. Nas imagens, vê-se uma pequena capela que existiu numa das entradas da mina e a sua principal figura, a Santa Bárbara, representada com a torre de três janelas. Segundo as ultimas informações, parece que esta imagem se encontra agora na capela da Póvoa.Outra figura venerada era a Nossa Senhora. É curioso que as figuras tutelares fossem femininas, apesar de ser interdita a mulheres a entrada nas minas. Por motivos de superstição. E também porque não se esperava que as mulheres tivessem a coragem necessária àquele modo de vida.
Depois de ter demonstrado, no post anterior, que os examinadores interpretaram mal, mesmo muito mal, o poema de sophia que colocaram no exame (se o tivessem percebido, viam logo que era demasiado difícil para o efeito) partilho aqui um texto de Antônio Guerreiro que, no essencial, diz o mesmo, embora analisando-o sob uma perspetiva diferente.
O autor também lamenta é estranha que a Associação de Professores (apenas refere uma das duas) não tenha notado nada disso.
Como é que o IAVE se mantém de pedra e cal, atravessando governos e partidos, apesar de estar demonstrado que é dominado pela pimbalhada?
p.s. : Isto não significa que os alunos não tenham sabido responder as perguntas bacocas que fizeram, nem dar as respostas bacocas que o IAVE propôs.
Numa data posterior à deste post, foi ainda levantado novo problema respeito deste exame: a nova Associação de Professores de Português afirma que os critérios do IAVE não chegaram a todos os corretores e noutros casos chegaram versões diferentes. De facto, em reunião no IAVE, são definidos novos critérios em função das dúvidas dos corretores, que lhes são logo enviados pelos coordenadores. Seja por distração ou por outro motivo, as instruções enviadas diferem entre si e também parece acontecer que não sejam enviadas.
Para além disto, o próprio ministro da Educação pôs em causa os resultados dos exames de matemática.
Mais uma vez o disparate, a falta de rigor, a falta de bom senso.
E a falta do mais elementar sentido crítico de quem o deveria ter, agora já não de uma, mas de duas associações de professores de português.
A prova tem uma unidade temática, começa e continua com textos relativos à música e termina com uma composição sobre as sensações, desde auditivas (musicais) às visuais e olfativas.
Isto é o que alguns professores, cristalizados num qualquer sistema otorrômbico, consideram como "muito giro".
O muito giro pode dizer várias coisas, mas quase sempre quer dizer falta de rigor e de sentido crítico, às vezes mesmo falta de qualquer sentido lógico...
A prova apresenta um poema de Sophia de Mello Breyner, já que corresponde a um qualquer aniversário da sua morte e isto é sempre assim previsível.
O poema (que abaixo se transcreve) intitula-se "Bach Segovia Guitarra", um título tão enigmático como outros da autora, para quem não conhecer o compositor Segóvia, que fez adaptações para guitarra de músicas clássicas, incluindo algumas de Bach. Ou seja, é um título enigmático para todos os alunos e para quase todos os professores. Esperamos que haja uma nota explicativa? Não há. Para quê a nota explicativa? De qualquer modo, pouca gente iria entender a relação do poema com o título.
A relação do poema com o título é a seguinte: Sophia considera que a adaptação da música de Bach, muito abstrata e espiritual, a voz de Deus, ou dos deuses, se transforma em algo de mais humano, na sonoridade muito simples e básica de um instrumento tão popular como a guitarra.
Ouvir esta música fá-la sentir (faz-nos sentir?) uma unidade, procurada porque às vezes perdida, entre o lado intelectual / espiritual e o aspeto carnal, sensitivo, mais físico, mais comum.
A prova de português, nos últimos anos, tem duas perguntas de interpretação incompreensíveis e irrespondíveis, que no caso são as duas perguntas sobre este poema. Uma delas fala da humanização da música. Mas qual música? E porquê humanização? A outra faz uma pergunta cuja resposta é a procura da unidade, temática comum no universo de Sophia, mas que não foi estudada.
Aqui vai o poema e também uma música de Bach adaptada e executada por Segovia.
"BACH SEGÓVIA GUITARRA" "A música do ser Povoa este deserto Com sua guitarra Ou com harpas de areia
Palavras silabadas Vêm uma a uma Na voz da guitarra A música do ser Interior ao silêncio Cria seu próprio tempo Que me dá morada
Palavras silabadas Unidas uma a uma Às paredes da casa
Por companheira tenho A voz da guitarra
E no silêncio ouvinte O canto me reúne De muito longe venho Pelo canto chamada
E agora de mim Não me separa nada Quando oiço cantar A música do ser Nostalgia ordenada Num silêncio de areia Que não foi pisada"
Este livro, que se vende barato em vários sítios, romanceia o episódio real de um messias judeu que entusiasmou multidões, tendo estado em Portugal com D. João III.
Pretendia conquistar Jerusalém para cristãos e judeus, contra o Samorim, que a tinha em poder de muçulmanos.
Esta expressão significa mulheres com coragem, com força, mulheres como se fossem homens.
Talvez tenha sido inventada a propósito da mulher da primeira imagem deste post, A Baronesa da Silva, patrocinadora da revolução liberal, cujo retrato se encontra no Museu Grão Vasco, em Viseu. Mulher viajada e aventureira, como se vê aqui.
Estamos à espera de saber o que aconteceu com a cidade de Palmira e sobretudo com as ruínas da cidade de Palmira após ter sido esta conquistada pelo auto-designado Estado Islâmico.
Parece estranho, mas não é. Se a cidade foi tomada por eles, é claro que não haverá jornalistas e as imagens serão as que eles mesmos hão-de colocar, ilustrando a destruição.
O mundo vai lamentar, muitos vão criticar a ONU e os Estados Unidos, a Europa, como sempre, ficará fora das críticas, pois, apesar de ficar muito perto da Síria, não interfere em armas nem em estratégia, não é costume criticar quem não faz nada, só se critica quem faz alguma coisa...
E para criticarmos os críticos, ainda poderemos acrescentar alguma coisa: preocupados com as ruínas? As ruínas valem mais do que as pessoas? Então e as pessoas?
Os indefectíveis dos animais ainda poderiam acrescentar: o quê? Coitadinhos dos animais....
Já sabemos que os islâmicos odeiam o porco, mas talvez muita gente não saiba que também odeiam os cães.
Mas quem se atreve a falar em voz muito alta contra os Fundamentalistas?
O próprio Saramago só se atrevia a criticar os Católicos. Mas essa luta contra os católicos é já obsoleta.
Enfim, remetemos para um blogue que apresenta saudosas imagens de Palmira, o blogue
No dia 14, quinta feira passada, escrevi neste blogue que a sociedade portuguesa está a ser avassalada por uma onda de grosseria e de violência. Talvez os leitores deste blogue não me tenham entendido.
Isso foi antes dos incidentes da festa da Benfica, que acabou em garrafas de vidro atiradas pelo ar, no meio de uma multidão. Isto, em Lisboa, fora o que aconteceu em Guimarães.
As opiniões quanto á atuação da polícia dividem-se. Há duas opiniões: a dos benfiquistas e as dos outros. Um pai com duas crianças insulta um polícia? Qual é o clube do polícia? Um pai leva duas crianças para um local altamente violento, ele mesmo fomenta a violência à frente delas... Insulta a polícia...
A mesma polícia que espancou manifestantes pacíficos em frente à Assembleia da República.
Contra o costume, liguei a televisão no telejornal Às 8 horas e seis minutos. Filme de terror, com maus gosto nas vozes, nas imagens, etc.
Desliguei imediatamente, claro. O que é mais grave? Alguns jovens agredirem ou matarem outros, ou esta banalização constante do pior da nossa sociedade? Esta grosseria inominável que se chama telejornal? Feito para atrair as audiências, estimulando o que temos de pior dentro de nós.
A maior parte dos jovens nunca faria tal coisa, nem é obrigada a ouvir isto constantemente.
Mas, enquanto tiverem audiências, vai ser sempre assim.
Foi ontem inaugurada uma grande exposição da obra de Josefa de Óbidos, ou Josefa de Ayala, que inclui obras de outros artistas com quem se relacionou, incluindo o seu pai, Baltazar Gomes Figueira.
Mostra também alguns pormenores da arte de pintar dessa época, por exemplo, a reutilização de imagens nas naturezas mortas.
Impressionam as cenas da vida quotidiana do menino Jesus, como a do Menino Jesus com espinho, de Zurbaran, ou Menino Jesus com o pai, de Josefa de Óbidos, a primeira foto deste post.
De grande esplendor as imagens escultóricas de Santa Catarina e do altar de São João Evangelista.
Muito se tem escrito sobre esta pintora portuguesa barroca, mas muito mais haverá a dizer, pois esta exposição / homenagem abrirá caminho a novas investigações.
Para informação mais detalhada, clicar nos links abaixo.
Uma professora de português, amiga da Nadinha, faz as afirmações que se seguem.
Sempre fui a favor do acordo ortográfico (NAO), mas é claro que sou contra a sua obrigatoriedade nos próximos exames nacionais. Motivo: sou corretora desses exames e, como todo os professores, tenho muito mais dificuldade do que os alunos em aplicá-lo. Não esquecer que o NAO simplifica a ortografia.
Também fica aqui um esclarecimento. Por estranhas razões, tem sido dito que o brasileiros são contra o acordo e não o ratificaram. O que aconteceu, foi o seguinte:
- Houve, em Portugal e no Brasil, um período de adaptação ao NAO, que termina hoje em Portugal e a 1 de janeiro de 2016 no Brasil.
- O Brasil já usa o Acordo desde 2009, pelo que a sua utilização não é propriamente polémica.
O acordo Ortográfico vem na sequência da Reforma Ortográfica que Portugal fez em 1911. Nessa altura não houve qualquer acordo com o Brasil. Foi uma atitude Republicana, destinada a diminuir o analfabetismo em Portugal, simplificando a ortografia.
Dizem que a França e a Inglaterra nunca fizeram um acordo ortográfico, logo, também não o deveríamos fazer.
E se, por uma vez, tivéssemos orgulho nacional e não nos colocássemos atrás desses países, mas sim à frente?
Das principais línguas europeias faladas no mundo, a língua portuguesa é a única em franca expansão, tendo cada vez mais falantes como língua oficial e como língua estrangeira.
A língua francesa está em declínio como língua internacional e só lhe faria bem uma reforma ortográfica como a que fizemos em 1911.
(E, já agora, porque não há-de a língua francesa acompanhar a mentalidade moderna e instituir o feminino de profissões tão simples como médico / médica e outras do género? O mesmo se diga para a língua inglesa, neste momento intocável. Mas os tempos mudam.)
Muito bela, esta Igreja da Graça, com a particularidade de incluir o túmulo de Pedro Álvares Cabral. Como devoção, e prova de humildade, tal como D. Manuel, decidiu que ficaria completamente no chão, onde seria pisado pelos passos dos crentes. Este conceito, a seu tempo moderno, pertencia ao movimento
Com esta frase, "Vou, nada menos, que a Santarém", Garrett inicia o seu livro Viagens na Minha Terra. Título muito apropriado para este post do blogue. Como o blogue fala de muitas viagens a locais distantes, destacamos as "Viagens na Minha Terra", por exemplo, até Santarém.
Bela terra. Nos último asnos tem havido, em Portugal e no mundo um investimento na estética, na limpeza, na higiene e no restauro. O resultado é que, hoje em dia, é tudo mil vezes mais bonito do que era há 20 anos, por exemplo.
Fui ontem a Santarém. A cidade está hoje muito mais bela do que nunca. Este primeiro post mostra algumas fotos, outras haverá.
Fotos: Convento de São Francisco em Santarém. Destruído e reconstruído, com um rosácea completamente inventada e construída a partir do zero, no Sec. XXI, é de surpreender a preparação do interior da igreja apara o banquete de uma empresa.
E as andorinhas, que sempre no surpreendem, nos claustros. Ampliar a últim adoto.