Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
terça-feira, janeiro 29, 2019
As críticas dos ateus, dos agnósticos e ... do Papa Francisco!
Antigamente criticávamos os beatos fingidos, mais exatamente "beatas fingidas", como dizíamos, porque eram mais as mulheres com esta caraterística. Mas essas pessoas eram e são os fariseus da Bíblia. E agora o Papa diz:
"Sugeriria aos leigos: não diga que é católico se não dá testemunho. Em vez disso, você pode dizer: venho de uma educação católica, mas sou morno, sou mundano, peço desculpa, não me olhem como exemplo."
Sim, não olhemos como exemplo a pessoa muito devota e que não faz nada de bom...
Enfim, os ateu s, agnósticos e católicos não praticantes não diriam mais, nem diriam pior. Ficaram totalmente sem argumentos...
segunda-feira, janeiro 28, 2019
O Santo Padre já tem uma "marselfie"
Marselfie é o nome das fotografias, selfies, em que entra o nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mais conhecido como "o Marcelo".
Há quem diga que toda a gente quer uma marselfie , outros dizem que já toda a gente tem uma marselfie, outros ainda, asseveram que toda a gente foge para não ter uma já tem uma marselfie.
Não sabemos quem tem razão, apenas sabemos que o Papa Francisco já tem uma marselfie, e arrisca-se a ter muitas mais, quando for o Encontro de Jovens, em Lisboa, 2022.
Como nenhum deles tem já 18 anos, vamos esperar que estejam de perfeita saúde nessa altura.
Ah, a propósito, a notícia aliada a esta foto é a seguinte:
Clicar aqui: Papa vai estar em Portugal em 2022 nas Jornadas da Juventude. Marcelo já comentou
segunda-feira, janeiro 14, 2019
segunda-feira, janeiro 07, 2019
Tempo de Reis Magos e tempo de Sophia
Comemorando o tempo dos Reis Magos e a sua chegada a Belém, vale a pena ler excertos do conto de Sophia de Mello Breyner, que este ano faria 100 anos.
Em homenagem a ela também.
A imagem do post é "Adoração dos Magos" pintura de Domingos Sequeira, pintura recentemente adquirida pelo Museu Nacional de Arte Antiga e recentemente restaurada.
São três excertos do conto "Os três reis do Oriente". Também se encontra na net o conto completo (mas não devia).
"Primeiro pareceu a Gaspar que a estrela era uma palavra, uma palavra de repente dita na muda atenção do céu.
Mas depois o seu olhar habituou-se ao novo brilho e ele viu que era uma estrela, uma nova estrela, semelhante às outras, mas um pouco mais próxima e mais clara e que, muito devagar, deslizava para o Ocidente.
E foi para seguir essa estrela que Gaspar abandonou o seu palácio.
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Nessa noite, depois da Lua ter desaparecido atrás das montanhas, Melchior subiu ao terraço e viu que havia no céu, a Oriente, uma nova estrela.
A cidade dormia, escura e silenciosa, enrolada em ruelas e confusas escadas. Na grande avenida dos templos já ninguém caminhava. Só de longe em longe se ouvia, vindo das muralhas, o grito de ronda dos soldados.
E sobre o mundo do sono, sobre a sombra intrincada dos sonhos onde os homens se perdiam tacteando, como num labirinto espesso, húmido e movediço, a estrela acendia, jovem, trémula e deslumbrada, a sua alegria.
E Melchior deixou o seu palácio nessa noite.
[........................................................]
Naquela noite, o rei Baltasar, depois de a Lua ter desaparecido atrás das montanhas, subiu ao cimo dos seus terraços e disse:
— Senhor, eu vi. Vi a carne do sofrimento, o rosto da humilhação, o olhar da paciência. E como pode aquele que viu estas coisas não te ver? E como poderei suportar o que vi se não te vir?
A estrela ergueu-se muito devagar sobre o Céu, a Oriente. O seu movimento era quase imperceptível. Parecia estar muito perto da terra. Deslizava em silêncio, sem que nem uma folha se agitasse. Vinha desde sempre. Mostrava a alegria, a alegria una, sem falha, o vestido sem costura da alegria, a substância imortal da alegria.
E Baltasar reconheceu-a logo, porque ela não podia ser de outra maneira."
Clicando na ligação, ao fundo do post, Dia de Reis é possível ver outros posts sobre o tema, incluindo as "Dormições" dos Reis Magos.
sexta-feira, janeiro 04, 2019
Chá e amor
Livro muito bonito, expressa aquela sutbtileza dos japoneses, em que as taças de chá, antigas de 400 anos, simbolizam a beleza, a delicadeza e a fragilidade da vida e do relacionamento entre as pessoas.
Livro Chá e amor, do escritor japonês Kawabata.
segunda-feira, dezembro 31, 2018
2019 - no portal do tempo que corre
Existem fragmentos de tempo que se torna, simbólicos, bem como existem fragmentos de espaço que se tornam simbólicos no tempo.
Uma esquina vulgar de qualquer aldeia, no continente europeu, americano ou mesmo outro, tem rena-se, por momentos durante a Páscoa, a pequena parte de Jerusalém em que, a caminho do Calvário, Jesus caiu.
Hoje à meia noite, avançamos todos simbolicamente. Passa um ano. Estamos no século XXI, no ano 19.
Este blogue, que nesse momento completa 18 anos, sem falta de assunto, deseja a todos os seus leitores um feliz 2019.
Uma vida feliz.
Deseja-vos uma inserção no tempo que vos traga alegria, abundância e felicidade.
Pois tudo isto é também simbólico, antes de ser real.
Beijos,
Nadinha...
sábado, dezembro 08, 2018
Aqui tem!
De repente, às vezes aparecem expressões novas e mesmo até mudanças nas fórmulas de tratamento, introduzidas pela via comercial. São normalmente péssimas aquisições para a língua portuguesa.
Pela primeira vez gosto de uma, recentemente aparecida, mas já totalmente generalizada. Dizem assim, quando nos entregam algo que compramos:
- Aqui tem.
Adoro!!! A sério. Há um ano ninguém diria tal coisa, agora todos dizem.
Pela primeira vez gosto de uma, recentemente aparecida, mas já totalmente generalizada. Dizem assim, quando nos entregam algo que compramos:
- Aqui tem.
Adoro!!! A sério. Há um ano ninguém diria tal coisa, agora todos dizem.
terça-feira, dezembro 04, 2018
Bora lá exportar juízes? Para ajudar os outros países?
Timor Leste pede a Portugal que lhe envie juízes para ajudarem a consolidar a justiça no novo país.
Sugiro que lhes enviemos o Ivo Rosa.
Temos bués por onde ajudar os outros neste aspeto!
segunda-feira, dezembro 03, 2018
Veneza: cor e movimento ao pôr-do-sol
Não há cidade tão fotogênica como Veneza, em que a cor e a luz parecem bailar constantemente. Nem há cidade tão cinematográfica. Movimento constante de barcos a deslizar pelo água, aves marinhas e até cigarras como fundo. Bem como a bela língua italiana, claro!
Autora do vídeo: Nadinha
domingo, dezembro 02, 2018
Paris, Centro do Mundo
E se estivéssemos lá a ver? Como seria Paris? Como se vestiam as damas? Como eram os transporte públicos? Como era o bailado?
Este vídeo é feito com imagens da época, tendo sido corrigida a velocidade do filme e acrescentado o som.
Como seria este país, centro do mundo ocidental?
segunda-feira, novembro 26, 2018
Justiça Portuguesa, ou seja, Portugal: "Era uma casa tão engraçada, não tinha teto, não tinha nada"...
O Vara, o Sócrates, O Ricardo... não roubaram 6 Euros.
O arguido vai ter ainda de devolver os seis euros à vítima e de lhe pagar uma indemnização de 250 euros por danos não patrimoniais.
Tribunal de Braga pune com ano e meio de prisão efectiva roubo de seis euros
18:16 por Lusa
O arguido vai ter ainda de devolver os seis euros à vítima e de lhe pagar uma indemnização de 250 euros por danos não patrimoniais.
Peruggia
quinta-feira, novembro 15, 2018
Livros a vender sem vendedor em Veneza
Estes livros, flores (feitas de materiais reciclados, como caixas de ovos), discos, etc., custam 2 Euros cada e estão expostos na rua, em Veneza.
Como é hora de almoço, coloca-se o dinheiro ali. 4 Aéreos na caixinha e estou servida por um tempo. Os italianos têm muitíssimas histórias do género dos Contos da Montanha, do Torga. Muitas de cada região italiana, o ano passado levei muitas da Calábria, estas são do Nordeste, Venetto, região de Veneza. Não as há traduzidas para português, mas algumas são muito interessante.
segunda-feira, novembro 12, 2018
Salazar e o supérfluo
Fui comprar um medicamento que tem um nome parecido com Salazar e a menina disse-me logo:
- Não, não pense em Salazar, pense em solar, ou algo assim, não pode começar um tratamento a pensar em coisas tão negativas! Enquanto assim falava, tapava com a mão a parte do nome que fazia lembrar Salazar.
- Mas então o Salazar não foi recentemente eleito como o melhor português?
Ficamos então a refletir. De facto, no tempo de Salazar, ninguém gastava dinheiro em coisas supérfluas.
Por exemplo, agora anda toda a gente a querer comprar uns sapatos Louboutin, só porque têm sola vermelha, naquele tempo o povão andava descalço, ter uns tamancos já era um luxo.
O povão era quase vegetariano, se exceptuarmos umas pestanitas de bacalhau, umas sardinhitas salgadas e um porquito salgado para uma família durante um ano inteiro. E os legumes eram batatas e coibes.
Não se gastava dinheiro em produtos supérfluos para emagrecer, porque o povo passava fome e era magro como um carapau, nem nos ginásios de musculação, pois uma enxada na mão desenvolvia os músculos todos.
Enfim, era um regime muito ecológico, se formos a ver bem.
sábado, novembro 10, 2018
O Pai dos Cristos II
Esta imagem, que se encontra no Museu Nacional de Arte Antiga, numa parte menos conhecida, a capela do Convento das Albertas, já foi considerada muito milagrosa, objeto de culto em toda a Lisboa.
Além disso, apresenta uma técnica muito especial para imitar as gotas de sangue e também a imitar rubis. Parece ser uma técnica inventada pelo seu escultor, Manuel Dias, "O Pai dos Cristos", e mantida em segredo.
O Pai dos Cristos
Magnífica pequena exposição no Museu nacional de arte Antiga, sobre escultura de Manuel Dias, escultor santeiro do Barroco Português.
A exposição, não só mostra esculturas que lhe são atribuídas, como revela os mais recentes conhecimentos, resultado de investigação de equipa da casa, sobre este escultor, o seu atelier e as suas técnicas.
Uma delas é a imitação de gotas de sangue, sobretudo nas imagens de Cristo, que parece ser uma invenção portuguesa, desse artista, por isso mesmo chamado o "Pai dos Cristos".
Ver imagens
A exposição, não só mostra esculturas que lhe são atribuídas, como revela os mais recentes conhecimentos, resultado de investigação de equipa da casa, sobre este escultor, o seu atelier e as suas técnicas.
Uma delas é a imitação de gotas de sangue, sobretudo nas imagens de Cristo, que parece ser uma invenção portuguesa, desse artista, por isso mesmo chamado o "Pai dos Cristos".
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sexta-feira, novembro 09, 2018
sexta-feira, novembro 02, 2018
Dia de Todos os Santos
- O que é que a setôra fez, ontem, no feriado?
- Por que é que pergunta?
- De que é que se mascarou?
- E vocês?
- Eu mascarei-me de bruxa!
- E eu de fada!
- Quem é que foi ao cemitério?
- Ao cemitério?!!! Fazer o quê? Que horror!!!
Conclusão: ontem, dia um de novembro, foi o feriado do Haloween.
- Por que é que pergunta?
- De que é que se mascarou?
- E vocês?
- Eu mascarei-me de bruxa!
- E eu de fada!
- Quem é que foi ao cemitério?
- Ao cemitério?!!! Fazer o quê? Que horror!!!
Conclusão: ontem, dia um de novembro, foi o feriado do Haloween.
segunda-feira, outubro 29, 2018
Navegando por Veneza
Veneza, a cidade mais cinematográfica que existe, pois toda ela é movimento suave, beleza e luz!
E até tem som próprio: neste vídeo, as cigarras, as gaivotas e a muito bela língua italiana.
Que mais podemos querer?
(Vídeo da Nadinha, autora deste blogue.)
quarta-feira, outubro 24, 2018
Brandos costumes portugueses
Já contei isto aqui, mas vou contar outra vez.
Quando me mudei para Campo de Ourique, há uns 17 anos, um dia ia a caminhar na rua, muito tranquila e satisfeita, como gosto de fazer e noto que um enorme polícia, do tamanho de um armário de arquivos, daqueles grandes, altos e largos, se dirige a mim. Enquanto caminho, vou pensando: - eu não fiz nada, o que é que este polícia me quer? Tinha vendido há pouco tempo o único automóvel que possuí, por manifesta falta de vocação automobilística , como o tipo continuava a aproximar-se na minha direção, só pude concluir que tinha errado qualquer detalhe dessa venda. Fingi que não o via, mas de repente o tipo pára, mais próximo de mim do que o aceitável. Páro também e olho para ele.
Abre os enormes braços para me abraçar e diz:
- Olá Setôra! (Para os brasileiros e quejandos, isto quer dizer: - Olá professora!").
Ficámos a conversar, tinha sido meu aluno, estava feliz por me ter entre as pessoas que deveria proteger, mas foi confessando que gostava mais de trabalhar nos subúrbios.
- Ó setôra, é que eu adoro bater nos pretos. Até aprendi crioulo para perceber o que eles dizem uns para os outros. Gosto muito deles, eles sabem disso, a sério, setôra, adoro os pretos... eu até falo a língua deles! etc...
Ninguém nunca fala destas mentalidade nem destas práticas. O não falar de nada que seja discutível ou embaraçoso é fruto dos nossos brandos costumes.
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