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quarta-feira, maio 13, 2015

Acordo Ortográfico entra hoje em vigor. 13 de maio?


Uma professora de português, amiga da Nadinha, faz as afirmações que se seguem.

Sempre fui a favor do acordo ortográfico (NAO), mas é claro que sou contra a sua obrigatoriedade nos próximos exames nacionais. Motivo: sou corretora desses exames e, como todo os professores, tenho muito mais dificuldade do que os alunos em aplicá-lo. Não esquecer que o NAO simplifica a ortografia.


VER AQUI OU LER NA REVISTA VISÃO







Também fica aqui um esclarecimento. Por estranhas razões, tem sido dito que o brasileiros são contra o acordo e não o ratificaram. O que aconteceu, foi o seguinte:

- Houve, em Portugal e no Brasil, um período de adaptação ao NAO, que termina hoje em Portugal e a 1 de janeiro de 2016 no Brasil.
- O Brasil já usa o Acordo desde 2009, pelo que a sua utilização não é propriamente polémica.

O acordo Ortográfico vem na sequência da Reforma Ortográfica que Portugal fez em 1911. Nessa altura não houve qualquer acordo com o Brasil. Foi uma atitude Republicana, destinada a diminuir o analfabetismo em Portugal, simplificando a ortografia. 

Dizem que a França e a Inglaterra nunca fizeram um acordo ortográfico, logo, também não o deveríamos fazer.
E se, por uma vez, tivéssemos orgulho nacional e não nos colocássemos atrás desses países, mas sim à frente?

Das principais línguas europeias faladas no mundo, a língua portuguesa é a única em franca expansão, tendo cada vez mais falantes como língua oficial e como língua estrangeira.
A língua francesa está em declínio como língua internacional e só lhe faria bem uma reforma ortográfica como a que fizemos em 1911.

(E, já agora, porque não há-de a língua francesa acompanhar a mentalidade moderna e instituir o feminino de profissões tão simples como médico / médica e outras do género? O mesmo se diga para a língua inglesa, neste momento intocável. Mas os tempos mudam.)


domingo, dezembro 21, 2014

Língua Portuguesa






Muitos temem que a língua portuguesa deixe de existir por causa do acordo ortográfico.
Pena que a nossa língua seja tão resistente, ao ponto de aguentar o contacto com outras muitas línguas e civilizações, de aguentar o analfabetismo dessas civilizações incluindo a nossa, de aguentar a palermice ou talvez o oportunismo dos que assim a julgar à beira do abismo, só por causa do acordo ortográfico. E isto durante, pelo menos, 800 anos!

Ficam aqui algumas fotos com palavras muito engraçadas criadas como corruptelas dos nossos imigrantes chineses. Palavras muito engraçadas, que só vêm enriquecê-la, sem o menor receio de a destruírem.

Queridos, vocês não podem acreditar numa língua, originária de perto de um milhão de pessoas, que é hoje falada por 200 milhões, enriquecida por todos os contributos desses falantes de além e de aquém mar? 


Legendas das fotos: 



Ceborinha - toda a gente entende que é cebolinho, o único problema é o que está por cima não corresponder.

Rrabenete, ou mesmo RRabeneta - claro, rabanete. Pergunta: porquê os dois rrs?

Cebola beiqueno - cebola pequena. 


A resposta a esta pergunta deve ser gira.

sexta-feira, dezembro 20, 2013

Acordo / Desacordo Ortográfico : Mentiras, aldrabices e outras maluquices


Esteve agendada para hoje, 20 de dezembro de 2013, uma discussão na Assembleia da República Portuguesa sobre o acordo ortográfico, resultante de uma petição, no sentido de o anular. Foi adiada.

Os que propalam estas opiniões contra o acordo (AO) são useiros e vezeiros em transmitir informações falsas e absurdas.

A aldrabice mais comum, pois não tem outro nome, é afirmar que o AO ainda não está em vigor no Brasil e que os brasileiros não o querem. Está em vigor desde 2009, no Brasil e o que está agora em causa, vários anos depois, é o fim do prazo de transição (período durante o qual podem ser usadas a sduas ortografias sem que nenhuma seja considerada errada) e talvez um balanço sobre o que pode ser ainda mais simplificado.
De facto, estiveram cá dois linguistas brasileiros (foram recebidos também pelos deputados), um dos quais, Ernani Pimentel, propõe que se escreva xuva e ábito. Tem pouca ou nenhuma aceitação no Brasil.

Para esclarecer esse e outros pontos, fica aqui a declaração do diretor executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa aos deputados portugueses, publicada no site de referência

Ciberdúvidas da Língua Portuguesa





quarta-feira, julho 31, 2013

Porque é que Camões não usava as consoantes mudas que caíram com o AO?

Realmente, a oposição ao acordo ortográfico parece ser mais psicológica do que lógica.

Pessoas inteligentes e cultas não têm medo nem vergonha de dizerem e escreverem as maiores bacoradas, como se estivessem apenas a contar anedotas.

Este post do blogue Em Português Grande demonstra isso claramente.

Mostra, também, que Camões não usava as consoantes mudas que caíram com o AO, nem mesmo (por sistema) muitas que caíram em 1911, com uma polémica maior do que a atual.

É o caso de "«ninfas», «profeta», «cristalino», «fantasia», «Olimpo», etc., palavras que na posterior fase cultista passaram a escrever-se «nymphas», «propheta», «crystallino», «phantasia», «Olympo» “ .

Porquê? Porque foram introduzidas posteriormente, como preciosismos barrocos.



terça-feira, junho 11, 2013

Ainda o apcordo ortopgraphico

Tenho lido textos de detratores do acordo ortográfico, na intenção de tentar compreender os seus argumentos, racionalizando a questão, que, afinal, não tem nada de racional.

Constato que os argumentos são quase sempre feitos ad absurdum (falácias) e de tal modo que são, eles próprios,  absurdos. Chego a lamentar que pessoas com boas ideias noutros domínios apresentem atitudes baseadas somente na emoção: não lhes apetece mudar neste aspeto, como não gostariam de ser obrigados a mudar em nada. E PRONTUS!!!

Neste blogue, o argumento contra apresentado em comentários, tem sido só o de me chamarem ignorante por ser a favor do acordo. Trata-se do argumento ad hominem, mais um argumento errado, por ser uma falácia.

E em geral, os argumentadores esquecem... apenas tudo.

Esquecem este "pormenor",por exemplo. Em 1911 tivemos uma reforma ortográfica que não foi um acordo. Com motivos republicanos, ou, digamos, democráticos, os nossos antepassados tentaram tornar a língua portuguesa uma entidade menos esotérica para os milhões que não sabiam escrever, mas gostariam de aprender, e para os que escreviam mal (talvez todos), por não serem capazes de distinguir o i do y - você distingue? Ou o f do ph - você distingue?

Prompto! Que é o antepassado do pronto, ou talvez do prontos! Direi mesmo: PROMPTUS!

A ortografia do português aproximou-se da escrita fonética: dentro do possível, escrevemos como dizemos. Esta maneira de escrever nada teve a ver com o Brasil, mas foi adotada pelo Brasil, claro.

A polémica que se gerou nessa época deixa na sombra a pobre e descabida polémica que foi erigida em monumento nacional em relação a este acordo. Ambas as polémicas se distinguem pelo risível. Ou pelo ridículo.

Assim, o principal argumento dos portugueses é que este acordo se trata de uma cedência dos portugueses para com os brasileiros, sendo que a principal queixa dos brasileiros é que se trata de uma cedência dos brasileiros para com os portugueses. Estes últimos têm mais razão, sem terem razão, dado que os brasileiros não foram perdidos nem achados na reforma de 1911.

Irmão, sabeis vós o que é um acordo?

Para não me voltarem a acusar-me de ignorante, aqueles que não sabem de nada disto, vou linkar aqui uma autoridade na matéria... ou o filho de uma autoridade na matéria, em várias matérias!

Pois seja, esta coisa das autoridades, em Portugal, é algo que passa de pais para filhos.

É hereditário, genético e altamente contagioso.

Apenas acrescento que andamos  a tentar chegar a  um acordo com o Brasil, pelo menos desde 1945, mas nenhum dos países tem cumprido grande coisa.
Também acrescento que quase todos os exemplos que tenho visto contra o acordo, vêm do facto de os seus autores desconhecerem totalmente o referido acordo.

VER AQUI NO JORNAL SOL, a autoridade na matéria (pai e filho):


Não concordo inteiramente com este texto, mas só peço às partes "interessadas" que não invoquem Camões.

Ontem, dia de Camões, constatou-se mais uma vez que o nosso pobre épico viveu e morreu na miséria. Parece que até andou o seu escravo Jau a pedir esmola para os dois. 

Não invoquem o nome de Camões em vão! Please! OK?

Vem isto a propósito de

Portugal/Brasil: Dilma e Passos reafirmam Acordo Ortográfico em 2015


E  a propósito de o Jornal Público, que não adotou o acordo, se recusar a dar esta notícia. Liberdade de informação? Liberdade de quê???




sexta-feira, junho 07, 2013

Salvem a páctria do apcordo orctocgráphico!

Encontramos isto no Facebook:




Parabéns pelo magnífico texto: a ata não acta nem desacta, eu não me pêlo pêlo pêlo....
Será possível evitar estas ambiguidades? Quererá isto dizer alguma coisa? A salvação da Pátria está nestas frases? Cato o gato cacto o gacto? Salvem  a páctria do apcordo orctocgráphico!

Num comentário a um post anterior em que refiro o acordo, alguém colocou uma frase como estas, que fazia um trocadilho entre as palavras "póla" e "pôla", que passaram, ambas, a escreve-se "pola". Difícil de evitar, num texto, a confusão entre as duas, não acham? Sobretudo para quem não conhece nenhuma, como é o caso de toda a gente, pois são regionalismos caídos em desuso..

Póla: surra, coça, pancadaria
 Pôla: um ramo inútil na raiz de uma árvore

Por exemplo: "Ele deu-lhe uma pola e depois deu-lhe uma pola." - Alguém consegue evitar esta ambiguidade? O que é que ele lhe deu primeiro? A póla ou a pôla? Ou só lhe deu duas pólas? Ou só lhe deu duas pôlas?

segunda-feira, maio 27, 2013

Outra vez o acordo - Que disparate!

Juiz proíbe o acordo ortográfico no tribunal, com argumentos que revelam um completo desconhecimento deste mesmo acordo.

Assim, afirma que "[...]nos tribunais, pelo menos neste, os factos não são fatos, as actas não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais e não algo malcheiroso e a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem em contrário".

Pretende, assim, criticar o facto de a palavra "cágado" ter perdido o acento, o que não é verdade e de "facto" ter perdido o c, o que também não é verdade. Em Portugal continua a escrever-se a consoante que se pronuncia, como é o caso desta.


A notícia do Expresso não refere nenhum desses argumentos.

segunda-feira, junho 25, 2012

Acordo ortográfico: Ó seus pactectas! Para que querem vocês o c?

(Correção do título - também pode ser assim: Ó seus pateptas! Para que queriam vocês o p?)


Pouco tempo passado sobre a entrada em vigor do acordo ortográfico, surpreendemo-nos com o não acontecimento que foi  a adesão rápida, sem dor e sem história ao que, para alguns, parecia vir a ser o fim do mundo e o fim da língua portuguesa.
Já quase não me lembro que objeto tinha c e pergunto-me para que servia tal coisa, a não ser para confundir, baralhar e levar o pobre escrevente a dar erros. A razão é conhecida, no entanto: o c servia para abrir o e. Então e na palavra veto, para só dar um exemplo, não era necessário o c para abrir o e?
E pateta, que nunca se escreveu com c? 

Ó seus patectas! Digam lá para que queriam vocês o c!

Recentemente, ao limpar o teclado do computador, estraguei a letra c. Ainda usei o teclado durante bastante tempo, em parte pela experiência invulgar: pouca falta me fazia essa letra, escrevendo de acordo com o Acordo Ortográfico (AO), sobretudo se compararmos com a falta que teria feito antes do AO. Era também engraçado ver as palavras que apareciam quando lhes faltava um c, ou mesmo dois. 

Também ao ler textos escritos por estudantes se nota que há muito menos erros por este motivo, exceto quando decidem colocar um c onde ele nunca existiu.

É muito mais fácil e descomplicado escrever assim. 

P.S.: No Terra Imunda, há já muito tempo que se usa o AO, ao ponto de terem pedido para colocar um link para ele no blogue Em Português Grande, que também aqui foi colocado nos favoritos.

A razão da imediata adesão, foi ter a Nadinha lido há muito tempo e recentemente relido as polémicas que se fizeram ouvir aquando da reforma ortográfica de 1911, hoje absolutamente ridículas. Ou melhor, engraçadas. Digamos, risíveis.

domingo, fevereiro 12, 2012

“phosphoro” e “exhausto”

Ainda a propósito do acordo ortográfico, aqui fica a opinião de um entendido na matéria.



“Acordo Ortográfico: para além de Portugal *
1. Começo por três afirmações preliminares.
Primeiro: uma declaração de desinteresses. Não tenho interesses económicos, dependências políticas ou outras, quando me dedico a analisar a questão do Acordo Ortográfico; (…)
Segundo: uma declaração de interesse. Debato o Acordo Ortográfico porque me interessa a Língua Portuguesa e preocupa-me o seu destino, também à escala internacional.
Terceiro: uma declaração de índole ético-cultural, dividida em três frentes. Uma, que é a do respeito que igualmente me merecem todos os países onde o Português é língua oficial; outra, que é da honestidade intelectual que preside às minhas reflexões sobre este tema; uma outra ainda, que a da afirmação, relativamente a este tema, de convicções fortes, mais do que de certezas dogmáticas ou aspirações a ser dono da verdade.
(…)
A consagração de um acordo ortográfico entre os países de língua oficial portuguesa é, neste contexto, uma decisão estratégica de capital importância.
(…)
Chegado a este ponto, lembrarei algumas coisas simples, mas nem sempre presentes nesta discussão.
Primeira coisa simples: um acordo é, por natureza, um acto positivo, envolvendo um sentido de entendimento que importa enaltecer e não menosprezar.
Segundo: um acordo não é uma dogmática unificação de procedimentos, é um encontro de vontades, fundado no reconhecimento da dignidade das partes, sem preconceitos, complexos ou reservas mentais.
Terceiro: um acordo, por ser um entendimento, implica disposição para o diálogo e para abertura, não o fechamento em comportamentos autistas.
Quarto: um acordo implica também o pragmatismo que leva a que se concorde no que é possível concordar, sem prejuízo de diferenças que não põem em causa o essencial da concordância.
Por fim: se um acordo incide na ortografia, então reconheça-se que ele visa aquele domínio linguístico que é mais convencional e susceptível de reajustamentos rapidamente incorporados pelo uso e sobretudo pelas crianças, que são os falantes do futuro. Não tenham receio os educadores: o que está em causa neste acordo ortográfico é aproximar a grafia da articulação fonológica (aproximar, não identificar) ou, noutros termos, o modo como escrevemos do modo como falamos.
Já o perguntei e repito-o agora: há alguma ofensa cultural, se passo a escrever “elétrico” em vez de “eléctrico”? Houve desrespeito pelo idioma de Alexandre Herculano, pelos legisladores do Liberalismo ou pelos cidadãos letrados seus contemporâneos, quando passámos a escrever-se “fósforo” ou “exausto”, em vez de “phosphoro” ou “exhausto”? (…)”
(continua)

* Excertos da Comunicação lida na Audição Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, promovida pela Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da Republica, em Lisboa, no dia 7 de Abril de 2008.
Carlos Reis (Angra do Heroísmo, 28 /09/1950)
Ensaísta, colaborador de jornais e revistas, professor universitário, especialista em literatura portuguesa.

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Contra os que são contra o acordo ortográfico

Há um texto muito interessante, de Rui Tavares, a criticar a atitude de Vasco Graça Moura de ter proibido o uso do acordo ortográfico no Centro Cultural de Belém. 
De facto, se se pretende manter as consoantes mudas, então é necessário ir buscar muitas delas à fase da língua anterior à reforma de 1911.
Vejam

"Salvé, Vasco Graça Moura, insigne auctor que desafiaste o dictame do Governo e reintroduziste a escripta antiga no teu Feudo Cultural de Belém! Povo português, imitai o exemplo deste Aristides Sousa Mendes das consoantes mudas, como lhe chamou o escriptor e traductor Jorge Palinhos. Salvai as sanctas letrinhas ameaçadas pela sanha accordatária.
Mas ficai alerta, portugueses! As consoantes mudas são muitas mais do que julgais! O "c" de actual e o "p" de óptimo são apenas os últimos sobreviventes de um extermínio secular que lhes moveram os medonhos modernizadores da escripta. Há que salvar agora estas pobres victimas, até à septima geração.
Acolhei-as pois a todas, portugueses, recolhei-as agora em vossos escriptos como a inocentes ameaçados por Herodes. Se há uma consoante muda a salvar em factura, há outra em sanctidade, e esta ainda mais sancta do que aquela. O Espírito Sancto tem uma. Maria Magdalena tem outra. E Jesus Cristo? Ora! O fructo do vosso ventre, Maria, já tinha consoante muda mesmo antes de nascer. Não sabíeis? Assim Ele se conformou, e nós nos inconformaremos.
Há quem diga que o accordo ortográfico é um tractado internacional que foi já transcripto para as nossas directivas internas. Dizem que o assumpto morreu.
Balelas! Nada nem ninguém nos obrigará a cumprir obrigações internacionais. Vasco Graça Moura mostra o caminho, e eu  –  peccador que fui  – vejo agora a luz. Depois da summa missão de salvar as consoantes mudas que resistem, e ressusciptar as que foram suppliciadas no passado, há que supplementar este grande desígnio com outras acções.
O conductor da ambulância que leva doentes oncológicos a serem tractados, pode desobedecer ao corte de subsídios de transporte fazendo o serviço gratuitamente. O quê, a austeridade, a troika? Balelas! O memorando não passa de um simples accordo internacional que o Governo quer implementar. Se Graça Moura faz lei, de graça poderão também entrar os passageiros nos transportes públicos. E se o seu chefe for um republicano e patriota daqueles que não se contentam com andar com a bandeira num pinda lapela? Pois decrete que o fim dos feriados não vale lá na repartição. E o paginador do Diário da República pode rasurar as nomeações partidárias e alguns zeros dos salários de administrador, para dar espaço às consoantes mudas. O Governo entenderá.
Néscio António Mega Ferreira que, apesar da sua gestão impeccável, foi demitido. Nada lhe succederia se, em vez de padecer de "falta de sintonia política", tivesse antes violado um accordo internacional que o Governo decidira fazer entrar em vigor meras semanas antes.
Insensato Pedro Rosa Mendes, que foi censurado por contrariar o Governo de Angola. Se contrariasse a CPLP inteira, ainda tinha crónica, e applauso da imprensa!
Longe vai Diogo Infante, demitido por não ter dinheiro para fazer teatro no Teatro Nacional. Mas João Motta, que o substituiu, pode agora imitar a Nova Estrela de Belém. Mande as restricções às malvas, gaste o que tiver a gastar, desde que mande os actores pronunciar as consoantes que agora já não são mudas mas mártires, e que nunca mais se calarão, e que orgulhosamente transformaremos em oclusivas, fricativas ou até explosivas, se nos der na bolha, numa aKção aFFirmativa e peremPtória!
Está assim lançado um movimento que fará os gregos corar de vergonha e os alemães tremerem das pernas. Vamos dar voz às consoantes sem voz! E depois, quem sabe, aos portugueses sem voz, sem trabalho e sem futuro."

* In jornal "Público" de 6 de Fevereiro de 2012 :: 06/02/2012 Rui Tavares



domingo, janeiro 15, 2012

Acordo ortográfico


Para que conste: sou a favor do acordo ortográfico. A atual ortografia pareceu um escândalo em 1911, agora parece não poder ser alterada... a ortografia é uma mera convenção e, como tal, pode ser alterada.



Não devemos ficar agarrados a uma regra só porque é regra, ou que é tradição. Também é tradição as mulheres ficarem em casa e não meterem prego nem estopa em coisa nenhuma.


Fernando Pessoa, que era completamente contra o acordo ortográfico, não percebia como se poderia escrever lírio, quando, em lyrio ou cysne, o y imitava o lírio e o pescoço do cisne. Pois.


O francês, como nunca teve um acordo ou uma reforma ortográfica, está a ficar obsoleto, até para os mesmos franceses. Que preferem o inglês, como toda a gente, para falar de certas coisas.

terça-feira, novembro 08, 2011

Acordo ortográfico: Conversor Ortográfico Lince e corrector automático Microsoft

Se você tem textos em português antigo, o mesmo que dizer, em português actual, que em breve se tornará antigo, pode convertê-los rapidamente em português moderno.
Basta importar da net o


Conversor Ortográfico Lince (clicar por cima).


Depois, é colocar lá o textos "antigos". O conversor altera a ortografia do texto todo, sem alterar a formatação.


Se pretende fazer correcção ortográfica com o novo acordo, é importar da net e do Microsoft a actualização.


Por exemplo, AQUI


P.S.: Se isto foi útil para vocês, escrevam assim, aqui: "Obrigado/a Nadinha!"
P.S.2: Constato que muita gente veio aqui, levou e nem disse "Obrigado/a Nadinha!" Nem "Água Vai!".

Acordo ortográfico

Existe na net um bom guia do acordo ortográfico.

Uma linguista, amiga da Nadinha, diz que está muito bom.

A tendência vai no sentido de acabar com, ou pelo menos reduzir, os acentos e os hífenes. Só o saber isto, já ajuda a entender o resto. E acabar de vez com as consoantes que não se pronunciam: há as que se pronunciam aqui e não no Brasil e vice-versa.
A regra, um pouco estrambólica é: se em Portugal se pronuncia, os portugueses são obrigados a escrever, mesmo que não seja obrigatório no Brasil, mesmo se for proibido para os brasileiros. 
Ninguém é perfeito, e os acordos também não o são...
Exemplo: a palavra facto em Portugal, fato no Brasil.

Curiosidade engraçada: a palavra Egito passa escrever-se assim e, por esse motivo, não pode ser pronunciada Egipto. Esta pronúncia era um pouco afetada, talvez pronúncia de tia. 

Ao obrigar todo o mundo a dizer assim, faz uma alteração fonética da língua portuguesa.

Aparentemente, e ao contrário do que se afirma nos princípios gerais e metodológicos, também se fazem alterações na morfologia e na semântica. Assim, se Maio e Primavera se escrevem agora com letra minúscula, imitando o francês, também é verdade que se está a estabelecer uma diferença de grau dentro dos nomes (antigos substantivos) próprios: passa a haver pelo menos dois tipos de nomes próprios: os que se escrevem com letra maiúscula e os outros. 
Esta distinção é baseada em que critérios? Só pode ser em critérios semânticos...


(P.S.: Se isto foi útil para vocês, escrevam assim, aqui: "Obrigado/a Nadinha!")
Vieram cá muitas pessoas ver isto e não escreveram "Obrigado/a Nadinha!", nem "Água Vai". 

quinta-feira, outubro 04, 2007

TLEBS: Elas aí tornam!!!!!!!!!

Filhos:

Lembram-se das Tlebs? Depois daquelas broncas e daqueles abaixo-assinados todos, o Ministério da Educação suspendeu-as, mas nunca foi muito claro nem explícito a esse respeito.

E elas cá estão de novo. Ainda não tive tempo para ler tudo com atenção, mas só o tamanho do documento já me assusta. É apenas uma lista de termos: imeeeeeensaaaaaaaa!

Ver aqui

E que coincidência com o acordo ortográfico de que ninguém ouviu falar... e que também aparece agora, vindo de nenhures...
Deveria também haver um acordo com os outros países lusófonos sobre os conceitos gramaticais, não acham? Alegadamente, uma das razões do acordo ortográfico é o ensino de português a estrangeiros, que será agora diferente se for feito por professores portugueses ou brasileiros.
Então, um professor brasileiro usa uma gramática e um português usa outra completamente diferente...

Não acham? Será isto uma coincidência de incompetências??? Ou é outra vez a nossa tão falada incapacidade de coordenar nada com coisa nenhuma?

terça-feira, outubro 02, 2007

Acordo Ortográfico (NOVO)

Filhos

Vocês já ouviram falar do acordo ortográfico que entra em vigor em 2008?
Porque é que ninguém ouviu falar disto?
Com medo que dê uma bronca igual à das TLEBS? (Aqui referidas várias vezes em tempo oportuno e com muito orgulho)...
Mas, se ninguém sabe que há um acordo, como vamos cumpri-lo? Talvez como cumprimos o da década de 40, creio que 48... não cumprindo, não havendo acordo nenhum, nunca...

Aqui vai uma amostra do que vai entrar em vigor em 2008:

•• Alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de “k”, “w” e “y”.
•• O acento deixará de ser usado para diferenciar “pára” (verbo) de “para” (preposição).
•• Haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos “ei” e “oi” de palavras paroxítonas, como “assembléia”, “idéia”, “heróica” e “jibóia”.
•• Em Portugal, desaparecem da língua escrita o “c” e o “p” nas palavras onde ele não é pronunciado, como em “acção”, “acto”, “adopção” e “baptismo”.

Ver mais, por exemplo, em

http://falabonito.wordpress.com/2007/04/12/acordo-ortografico-entra-em-vigor-em-2008/

Ou CLICAR AQUI
Desconfio que vai correr muita tinta... lá para 2008!