«Todos sabemos que algumas coisas são impossíveis. Até que aparece alguém que não o sabe ... e as consegue fazer».
Albert Einstein
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
terça-feira, maio 22, 2007
segunda-feira, maio 21, 2007
MENINA INGLESA DESAPARECIDA EM PORTUGAL
quinta-feira, maio 17, 2007
DIA DA ESPIGA
Hoje foi o DIA DA ESPIGA . Para aí a 2ª quinta-feira de Maio, ou assim...
Quando já vivia em Lisboa há vários anos, descobri isto.
Era tradição as pessopas, alíás, as raparigas, irem para os campos fazerem estes raminhos.
Os raminhos têm uma papoila (talvez simbolize a beleza, espero!), uma espiga, que simboliza o pão, os malmequeres, ou brancos ou amarelos, ou quase secos ou quase frescos, creio que simbolizam, para aí, talvez, a beleza... digo eu...
E etc....
A gente compra o raminho e coloca-o na casa, de cabeça para baixo, como se vê na foto.
As fotografias referem-se a este assunto, claro...
Afinal parece que é assim:
Papoilas – o amor e vida
Malmequeres amarelos e brancos – o ouro e prata
Ramo de oliveira - simboliza a paz
Videira – o vinho e alegria
Alecrim – simboliza a saúde e a força .
O meu não tem videira nem alecrim. Vou reclamar!
Quando já vivia em Lisboa há vários anos, descobri isto.
Era tradição as pessopas, alíás, as raparigas, irem para os campos fazerem estes raminhos.
Os raminhos têm uma papoila (talvez simbolize a beleza, espero!), uma espiga, que simboliza o pão, os malmequeres, ou brancos ou amarelos, ou quase secos ou quase frescos, creio que simbolizam, para aí, talvez, a beleza... digo eu...
E etc....
A gente compra o raminho e coloca-o na casa, de cabeça para baixo, como se vê na foto.
As fotografias referem-se a este assunto, claro...
Afinal parece que é assim:
Papoilas – o amor e vida
Malmequeres amarelos e brancos – o ouro e prata
Ramo de oliveira - simboliza a paz
Videira – o vinho e alegria
Alecrim – simboliza a saúde e a força .
O meu não tem videira nem alecrim. Vou reclamar!
segunda-feira, maio 14, 2007
Musgo Espanhol - Spanish Moss
Descobri por acaso, num blogue americano, que existe uma praga vegetal chamada Spanish Moss, que se poderia traduzir, à letra, por Musgo Espanhol, embora possa ter outro nome.
É uma planta que nasce por cima das outras e não há meio de a eliminar, a não ser tirando-a de lá, à mão (nestes tempos modernos..). A alternativa é deixá-la ficar, o que parece ser o mais frequente, mas ela pode destruir a outra planta. É bonita, apesar de tudo.
Musgo Espanhol - nem nós nos lembraríamos de inventar semelhante nome para uma praga que não sai, nem à lei da bala. E que é bonita, vejam lá!
Imagino eu que este nome tenha a ver com o colonialismo, pois por aqui não há disso.
Também o dependuram em arames para fazer recantos e ele dá-se muito bem assim dependurado. Alimenta-se da humidade do ar.
Tressolho
Aparecem aqui muitas pessoas à procura da palavra tressolho, que só utilizei a despropósito num texto cómico, "O Estado da Nação".
Para esclarecimento dessas e outras pessoas, creio que são brasileiras, vou dizer o pouco que sei a respeito do assunto.
Há muito tempo que não vejo nem ouço falar do tressolho, que era uma inflamação num olho, creio que na pálpebra, que ficava vermelha e inchada. As pessoas levavam esse assunto mais a brincar do que a sério, como se fosse muito normal, embora tenha deixado de o ser.
As mezinhas para o curar eram muito simples e resultavam sempre. Uma delas era assim:esfregava-se num pano um anel de ouro até ficar quente e depois encostava-se no olho. se calhar dizia-se alguma frase de que não me lembro. Uma menina de 19 anos disse-me que aprendeu uma frase no infantário e é essa que uso no texto referido: "Tressolho, tressolho, passa para aquele olho". E aponta-se o olho. Essa menina é muito querida. Chama-se Carlota.
E mais não sei. Se vocês souberem alguma coisa, escrevam-na como comentário, está bem? se calhar o lado científico não interessa, porque há-de andar por aí, na net.
Agora mais rescentemente foi-me dito que se deve imediatamente aplicar sobre o tresolho uma pomada antibiótica, própria para esse e outros efeitos.
Para esclarecimento dessas e outras pessoas, creio que são brasileiras, vou dizer o pouco que sei a respeito do assunto.
Há muito tempo que não vejo nem ouço falar do tressolho, que era uma inflamação num olho, creio que na pálpebra, que ficava vermelha e inchada. As pessoas levavam esse assunto mais a brincar do que a sério, como se fosse muito normal, embora tenha deixado de o ser.
As mezinhas para o curar eram muito simples e resultavam sempre. Uma delas era assim:esfregava-se num pano um anel de ouro até ficar quente e depois encostava-se no olho. se calhar dizia-se alguma frase de que não me lembro. Uma menina de 19 anos disse-me que aprendeu uma frase no infantário e é essa que uso no texto referido: "Tressolho, tressolho, passa para aquele olho". E aponta-se o olho. Essa menina é muito querida. Chama-se Carlota.
E mais não sei. Se vocês souberem alguma coisa, escrevam-na como comentário, está bem? se calhar o lado científico não interessa, porque há-de andar por aí, na net.
Agora mais rescentemente foi-me dito que se deve imediatamente aplicar sobre o tresolho uma pomada antibiótica, própria para esse e outros efeitos.
sábado, maio 12, 2007
quinta-feira, maio 10, 2007
Católico(a) eu??? Deus me livre de o ser!
Você é católico(a)?
Eu já fui. Não creio que volte a ser. E Você?
Creio que esta última pergunta é a que nos faz a todos este Papa de Roma. Sem paninhos quentes.
Como sabem os ledores deste blogue, eu gosto deste Papa. Sou suspeita de quê? De apreciar a autenticidade? Eu não gostava nada do outro...
Este Papa, em vez de ir a Fátima no 13 de Maio, como ia o outro agradecer não sei o quê, foi ao Brasil. Parece-lhes coincidência? Só se forem parvos! Coincidência?!
O tio Bento anda a excomungar os políticos católicos que são a favor do aborto. Notem que ele não excomunga os não-católicos!
Um verdadeiro católico pode ser a favor do aborto? E da promiscuidade? E um muçulmano pode beber álcool? E este Papa aprecia os bons vinhos, o que é próprio da Europa.
Será que não estamos a confundir religiosos com ateus?
Creio que um ex-amigo se zangou comigo recentemente por questões deste género. Se os meus amigos não evoluem, é um favor que me fazem em se auto-excluirem dos meus contactos.
A minha dúvida é apenas esta: todos estes católicos não-praticantes, não-cristãos, não-religiosos são ateus? Ou pelo contrário ficaram à espera daquela parte que é asssim: se se converterem à hora da morte vão ... não sei para onde... para o céu. O que é isso do céu? Eu acredito na reencarnação. Ou talvez não acredite em nada.
Penso que, antes disso, devemos tomar uma atitude. Ou sim ou sopas!
Aliás, não sou eu que penso . Fui levada a pensar assim por este Papa e não tinha sido ainda levada a pensar assim por ninguém.
A minha mãe era pouco católica e muito cristã. Achava que devíamos perdoar tudo. Perdoar, reparem.
Uma coisa é perdoar tudo, outra é fazer tudo o que nos apetece. Creio que é esta a diferença.
A outra constatação óbvia é esta:
Todos os que trocam o catolicismo por outra religião cristã andam à procura de regras mais restritas. E de maior fanatismo. Os Jeovás.... por exemplo.
Os que não são crentes não têm voto na matéria. Vocês acham mal que os budistas não comam carne? É fanatismo?
É apenas uma questão de fé.
Se calhar, ao publicar isto vou perder ledores e fregueses, mas eu nunca desejei ser lida por idiotas.
Ao escrever isto procurei problematizar a questão, por me parecer que temos tendência para ver tudo a preto e branco.
Eu já fui. Não creio que volte a ser. E Você?
Creio que esta última pergunta é a que nos faz a todos este Papa de Roma. Sem paninhos quentes.
Como sabem os ledores deste blogue, eu gosto deste Papa. Sou suspeita de quê? De apreciar a autenticidade? Eu não gostava nada do outro...
Este Papa, em vez de ir a Fátima no 13 de Maio, como ia o outro agradecer não sei o quê, foi ao Brasil. Parece-lhes coincidência? Só se forem parvos! Coincidência?!
O tio Bento anda a excomungar os políticos católicos que são a favor do aborto. Notem que ele não excomunga os não-católicos!
Um verdadeiro católico pode ser a favor do aborto? E da promiscuidade? E um muçulmano pode beber álcool? E este Papa aprecia os bons vinhos, o que é próprio da Europa.
Será que não estamos a confundir religiosos com ateus?
Creio que um ex-amigo se zangou comigo recentemente por questões deste género. Se os meus amigos não evoluem, é um favor que me fazem em se auto-excluirem dos meus contactos.
A minha dúvida é apenas esta: todos estes católicos não-praticantes, não-cristãos, não-religiosos são ateus? Ou pelo contrário ficaram à espera daquela parte que é asssim: se se converterem à hora da morte vão ... não sei para onde... para o céu. O que é isso do céu? Eu acredito na reencarnação. Ou talvez não acredite em nada.
Penso que, antes disso, devemos tomar uma atitude. Ou sim ou sopas!
Aliás, não sou eu que penso . Fui levada a pensar assim por este Papa e não tinha sido ainda levada a pensar assim por ninguém.
A minha mãe era pouco católica e muito cristã. Achava que devíamos perdoar tudo. Perdoar, reparem.
Uma coisa é perdoar tudo, outra é fazer tudo o que nos apetece. Creio que é esta a diferença.
A outra constatação óbvia é esta:
Todos os que trocam o catolicismo por outra religião cristã andam à procura de regras mais restritas. E de maior fanatismo. Os Jeovás.... por exemplo.
Os que não são crentes não têm voto na matéria. Vocês acham mal que os budistas não comam carne? É fanatismo?
É apenas uma questão de fé.
Se calhar, ao publicar isto vou perder ledores e fregueses, mas eu nunca desejei ser lida por idiotas.
Ao escrever isto procurei problematizar a questão, por me parecer que temos tendência para ver tudo a preto e branco.
segunda-feira, maio 07, 2007
Sarko e Ségo
O discurso da vitória do Sarko e o discurso da derrota da Ségo foram um modelo de retórica política, erudita, elegante e fluente, quase natural.
Por contraste, somos levados a pensar que, em Portugal, o 25 de Abril ocasionou uma ruptura a todos os níveis políticos e não só. Do mesmo modo que não temos hoje uma polícia de nível internacional credível, capaz de dialogar com o FBI, com espionagem e contra-espionagem, só temos o SIS, também não temos um discurso político com nível, nem muito credível.
A nossa retórica política é demasiado pragmática ou demasiado revolucionária, ou as duas coisas, o que é pior. Entre nós, o poítiquês só pode ser comparado com o professorês, enfim, discursos corporativos: as corporações trocaram as respectivas fardas pelas linguagens corporativas: mas a farda despe-se e a alma não.
No seu discursoo da derrota, Madame Ségo não se lamentou, apenas mostrou pena dos que foram derrotados porque votaram nela: claro, ela teve uma grande vitória e portanto, isto nem parece retórica: parece e é a verdade.
No seu discurso da vitória, o tio Sarko exprimiu um grande orgulho de ser francês: não o orgulho crispado e arrogante daqueles que não têm orgulho nenhum neles mesmos, mas o orgulho sincero de alguém que foi eleito o presidente da república de... França, claro. Vocês não teriam orgulho se estivessem no lugar dele?
Nem parece retórica: parece e é verdade:e é retórica política no seu melhor.
Por contraste, somos levados a pensar que, em Portugal, o 25 de Abril ocasionou uma ruptura a todos os níveis políticos e não só. Do mesmo modo que não temos hoje uma polícia de nível internacional credível, capaz de dialogar com o FBI, com espionagem e contra-espionagem, só temos o SIS, também não temos um discurso político com nível, nem muito credível.
A nossa retórica política é demasiado pragmática ou demasiado revolucionária, ou as duas coisas, o que é pior. Entre nós, o poítiquês só pode ser comparado com o professorês, enfim, discursos corporativos: as corporações trocaram as respectivas fardas pelas linguagens corporativas: mas a farda despe-se e a alma não.
No seu discursoo da derrota, Madame Ségo não se lamentou, apenas mostrou pena dos que foram derrotados porque votaram nela: claro, ela teve uma grande vitória e portanto, isto nem parece retórica: parece e é a verdade.
No seu discurso da vitória, o tio Sarko exprimiu um grande orgulho de ser francês: não o orgulho crispado e arrogante daqueles que não têm orgulho nenhum neles mesmos, mas o orgulho sincero de alguém que foi eleito o presidente da república de... França, claro. Vocês não teriam orgulho se estivessem no lugar dele?
Nem parece retórica: parece e é verdade:e é retórica política no seu melhor.
quarta-feira, maio 02, 2007
Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Quero ir para casa!
-Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Oh, ainda falta tanto tempo!!!!!!
Este é o grito mudo que se ouve por toda a parte nesta cidade, se escutarmos com atenção.
Nunca compreendi porquê e por isso tenho investigado este enigma: porque é que toda a gente quer ir para casa?! E depressa? Que mistério é este? Não há nesta cidade lugares melhores? Mais variados, mais interessantes, mais artísticos? Lugares onde se pode conviver com os outros? Ou pelo menos vê-los?!
Aqui vai o resultado das minhas pesquisas.
Jovem de rua: Lá o haver, há. Mas é que eu, nesses lugares, não posso estar deitado!
Nadinha: Ah! Pois.
Homem adulto de rua/ Mulher adulta de rua: O haver há, e eue até gosto de ir a outros sítios, mas é que nesses sítios eu não posso ir ao frigorífico e comer, sempre que me apetecer! De graça, percebe?
Nadinha: Ah! Pois. Está bem...
Hoje no ginásio ouvi por acaso um diálogo que me esclareceu:
-Ó tia, o meu chinelo está virado ao contrário! Não te importas de o virar para cima e de o pôr mais para aqui, ao pé do meu pé? (voz arrastada e monocórdica, como a de alguém que já nada tem a esperar da vida).
- Vira tu! Oha que tu tens cada uma! (voz igualmente arrastada e monocórdica, ambas gordinhas).
- E eu é que tenho que fazer sempre tudo?!
Nadinha: Ai que preguiça! (Fiz mal. O investigador não deve influenciar o objecto de estudo.)
E a rapariga começou a contar, lamentosa, na sua voz de cansaço existencial, a mim e à tia:
- Estava eu ontem muito sossegada a ver televisão e o meu irmão diz-me assim:
- Ó mana, põe a televisão mais baixo, se fazes favor.
- E aí eu disse:
- Pelo amor de Deus, mano! O comando está aos teus pés!
- Eu sei, mana, mas está mais perto da tua mão do que da minha. Por favor!
- E eu é que tenho que fazer tudo?! Tu estás há horas deitado no sofá, e o comando está no teu sofá!
- Mas tu também estás há horas deitada no sofá e o comando está mais perto de ti. Basta estenderes um braço! Anda lá!
- Pelo amor de Deus! Eu é que tenho que fazer tudo? Ó tia, não acha que eu tive razão?
Também me perguntou a mim, mas eu estva com a boca tão aberta de espanto, que nem consegui responder e perguntar quanto mais tempo ficaram a ouvir televisão em altos berros e a discutir.
Acho que agora já percebi porque é que todo o mundo quer ir para casa.
-Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Oh, ainda falta tanto tempo!!!!!!
Este é o grito mudo que se ouve por toda a parte nesta cidade, se escutarmos com atenção.
Nunca compreendi porquê e por isso tenho investigado este enigma: porque é que toda a gente quer ir para casa?! E depressa? Que mistério é este? Não há nesta cidade lugares melhores? Mais variados, mais interessantes, mais artísticos? Lugares onde se pode conviver com os outros? Ou pelo menos vê-los?!
Aqui vai o resultado das minhas pesquisas.
Jovem de rua: Lá o haver, há. Mas é que eu, nesses lugares, não posso estar deitado!
Nadinha: Ah! Pois.
Homem adulto de rua/ Mulher adulta de rua: O haver há, e eue até gosto de ir a outros sítios, mas é que nesses sítios eu não posso ir ao frigorífico e comer, sempre que me apetecer! De graça, percebe?
Nadinha: Ah! Pois. Está bem...
Hoje no ginásio ouvi por acaso um diálogo que me esclareceu:
-Ó tia, o meu chinelo está virado ao contrário! Não te importas de o virar para cima e de o pôr mais para aqui, ao pé do meu pé? (voz arrastada e monocórdica, como a de alguém que já nada tem a esperar da vida).
- Vira tu! Oha que tu tens cada uma! (voz igualmente arrastada e monocórdica, ambas gordinhas).
- E eu é que tenho que fazer sempre tudo?!
Nadinha: Ai que preguiça! (Fiz mal. O investigador não deve influenciar o objecto de estudo.)
E a rapariga começou a contar, lamentosa, na sua voz de cansaço existencial, a mim e à tia:
- Estava eu ontem muito sossegada a ver televisão e o meu irmão diz-me assim:
- Ó mana, põe a televisão mais baixo, se fazes favor.
- E aí eu disse:
- Pelo amor de Deus, mano! O comando está aos teus pés!
- Eu sei, mana, mas está mais perto da tua mão do que da minha. Por favor!
- E eu é que tenho que fazer tudo?! Tu estás há horas deitado no sofá, e o comando está no teu sofá!
- Mas tu também estás há horas deitada no sofá e o comando está mais perto de ti. Basta estenderes um braço! Anda lá!
- Pelo amor de Deus! Eu é que tenho que fazer tudo? Ó tia, não acha que eu tive razão?
Também me perguntou a mim, mas eu estva com a boca tão aberta de espanto, que nem consegui responder e perguntar quanto mais tempo ficaram a ouvir televisão em altos berros e a discutir.
Acho que agora já percebi porque é que todo o mundo quer ir para casa.
domingo, abril 29, 2007
Em Abril águas mil
Curiosamente, chove torrencialmente em Lisboa, neste momento.
Nos últimos dias dum mês de Abril particularmente solar, que é o mês em que eu vi a luz do dia (eu e o Papa de Roma), dá-me prazer ouvir cair as grossas gotas no meu nadinha de telhado e estender as mãos para fora da janela, retirando-as cheias de água.
É um prazer estar vivo...
Este momento recorda-me um episódio da minha infância, mil vezes mais livre do que se a tivesse vivido entre quatro paredes, quero dizer, numa cidade.
O meu pai tinha uma gabardina velha que nunca usava e que estava para lá, a um canto.
Quando chovia torrencialmente, eu convencia os meus dois primos a irmos buscá-la, a deitarmo-la por cima da nossa cabeça e a irmos lá para fora correr. Lembro-me também de que nessa época chovia muito, naquele lugar.
Quando chegavam a casa deles, molhados até à alma, os meus primos apanhavam uma surra.
Eu não.
A Infância era o Jardim das Delícias!
Nos últimos dias dum mês de Abril particularmente solar, que é o mês em que eu vi a luz do dia (eu e o Papa de Roma), dá-me prazer ouvir cair as grossas gotas no meu nadinha de telhado e estender as mãos para fora da janela, retirando-as cheias de água.
É um prazer estar vivo...
Este momento recorda-me um episódio da minha infância, mil vezes mais livre do que se a tivesse vivido entre quatro paredes, quero dizer, numa cidade.
O meu pai tinha uma gabardina velha que nunca usava e que estava para lá, a um canto.
Quando chovia torrencialmente, eu convencia os meus dois primos a irmos buscá-la, a deitarmo-la por cima da nossa cabeça e a irmos lá para fora correr. Lembro-me também de que nessa época chovia muito, naquele lugar.
Quando chegavam a casa deles, molhados até à alma, os meus primos apanhavam uma surra.
Eu não.
A Infância era o Jardim das Delícias!
sábado, abril 28, 2007
quarta-feira, abril 25, 2007
Esperem...
Porque será que, apesar dos pesares, o Hipócrates (enganei-me) nunca fica encavacado?
Talvou seja porque o Cavaco ainda nunca o encavacou.
Ou talvez porque o próprio Cavaco está encavacadíssimo...
Então e a Presidência da CEE?
(Esta também paga direitos de autor(que não existem na net)). É por isso que eu, nos blogues, nunca escrevo nada de jeito...
Esperem...
Talvou seja porque o Cavaco ainda nunca o encavacou.
Ou talvez porque o próprio Cavaco está encavacadíssimo...
Então e a Presidência da CEE?
(Esta também paga direitos de autor(que não existem na net)). É por isso que eu, nos blogues, nunca escrevo nada de jeito...
Esperem...
segunda-feira, abril 23, 2007
Que será?
Ando um pouco preocupada com um erro que tenho cometido repetida e sistematicamente nos últimos dias. Será sintoma de doença?Será sintoma de saúde?
De cada vez que quero referir-me ao grave filósofo Sócrates, engano-me e troco-lhe o nome por:
Hipócrates.
Bem, esta paga direitos de autor, se a ouvirem por aí
De cada vez que quero referir-me ao grave filósofo Sócrates, engano-me e troco-lhe o nome por:
Hipócrates.
Bem, esta paga direitos de autor, se a ouvirem por aí
quinta-feira, abril 19, 2007
O homem preguiçoso: Conto popular
Era uma vez um homem que não gostava de trabalhar.
Um dia, o homem chegou à conclusão de que não valia a pena viver, se para comer e beber era necessário tanto esforço como trabalhar toda a vida, muitas horas por dia. Sendo assim, decidiu ser enterrado.
Ia o enterro a passar, com o caixão ainda aberto e o morto ainda vivo, portanto, a respirar... e toda a gente compungida, a chorar... enfim.
Nisto, passou o homem rico e perguntou:
- O que é isto?!
Lá lhe explicaram e ele disse:
- Parem o enterro!
Pararam o enterro e o homem rico prometeu que ia sustentar o pobre do homem, sem que ele precisasse trabalhar.
- Parem o enterro, que eu dou de comer ao morto durante toda a vida! o homem não precisa de ser enterrado, porque eu dou-lhe o pão!
Nisto, o defunto senta-se no caixão, deita a cabeça de fora e pergunta ao homem rico:
- E esse pão que me dá lá, vem mastigadinho já?
Surpreendido, o homem rico diz:
- Não, isso não! Dou-lhe o pão durante toda a vida, mas não o mastigo, isso não. Era o que faltava!
Enfadado, o defunto faz um gesto com a mão, volta a recostar-se no caixão e diz:
- Siga o enterro!
Se vocês também souberem contos populares desconhecidos como estes, podem contá-los aqui.
Estes são do Norte de Portugal, da região do Douro Litoral, também designada por Entre Douro e Minho. Estes posts têm muita procura, sobretudo no Brasil, enfim, estes conto desconhecidos, do meu avô, já são conhecidos através deste blog.
(Ver "A Mulher Preguiçosa" neste blogue) Clicar AQUI
(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.
Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)
terça-feira, abril 17, 2007
A mulher preguiçosa Conto popular
Um pobre homem tinha uma mulher muito preguiçosa.
Um dia, o homem disse à mulher que fizesse sempre as necessidades num cesto grande, num “gigo”, e ela assim fez.
Ao fim dum mês, o homem chamou os vizinhos todos das redondezas e mostrou-lhes, numa mão, um novelinho muito pequenino de lã de ovelha, que a mulher tinha dobado. Com a outra mão, mostrou-lhes o gigo cheio de… (vocês sabem o quê) e disse-lhes:
- Trabalho de um ano, cagança de um mês. Aqui está o trabalho que a minha mulher fez.
Moral da história: as mulheres devem trabalhar. Desculpem a má palavra, mas não ficava bem se a alterasse, porque é um conto popular do Norte. Do mesmo sítio de onde veio O Ancinho, de que todos os leitores deste blogue gostaram.
Outra moral da história: nós, mesmo quando não produzimos nada material (a esmagadora maioria), produzimos mesmo assim muita....(vocês sabem o quê).
Ver também neste blogue "O Homem preguiçoso"
P.S.: Num comentário posteriormente apagado pelo autor, perguntam-me se sou eu a autora do conto. Claro que não, já disse que é um conto popular português - apenas o redigi à minha maneira.
(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.
Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)
segunda-feira, abril 16, 2007
domingo, abril 15, 2007
Os Pormenores
Parece que eu confundi uma ciatação, era "o Diabo está nos pormenores" e eu escrevi: Deus está nos pormenores. Mas agora vejo que não. A frase original é mesmo "Deus está nos pormenores".
Quando olho para a natureza campestre, penso sempre que, se eu a tivesse inventado, nunca me lembraria de tantos pormenores. E depois surge-me a dúvida, ancorada num certo conhecimento da ciência. Talvez Deus só tenha inventado meia dúzia de pássaros e meia dúzia de flores, e depois eles inventaram-se a eles mesmos, nas suas infinitas variedades.
Talvez, a princípio, fossem todos cinzentos...
Reparem que os malmequeres estão todos a olhar para a estrada.
Quando olho para a natureza campestre, penso sempre que, se eu a tivesse inventado, nunca me lembraria de tantos pormenores. E depois surge-me a dúvida, ancorada num certo conhecimento da ciência. Talvez Deus só tenha inventado meia dúzia de pássaros e meia dúzia de flores, e depois eles inventaram-se a eles mesmos, nas suas infinitas variedades.
Talvez, a princípio, fossem todos cinzentos...
Reparem que os malmequeres estão todos a olhar para a estrada.
Subscrever:
Mensagens (Atom)