Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
quarta-feira, agosto 22, 2007
Nhôr Deus
Este cântico tem uma música muito bonita:
Nhôr Dês, nu ta dana Nhô tudo o qui nos tene (refrão)
- Nôs miséria, nôs sofrimento; nôs amor nu ta n' trega Nhô, djunto cu ês oferta
- nôs tristeza, nôs pobreza; nôs fraqueza nu ta n' trega Nhô djunto cu ês oferta
etc...
Senhor Deus, nós te damos SEnhor, tudo o que nós temos
(Nossa miséria, etc,, nós te entregamos junto com as nossas ofertas)
+
Em geral falam bem português, mas falam crioulo uns cons os outros e às vezes falam com Nhôr Deus, que é suposto entender todas as línguas, dialectos e frases erróneas...
Cabo Verde: nô stress
terça-feira, agosto 21, 2007
Socorro! Tirem-me do Paraíso!
Como os ladrões lisboetas ainda não estão informatizados e muito menos lêem o Terra Imunda, vou ao ponto de confessar que me encontro em Cabo Verde.
Esta terra de Santa Maria, na Ilha do Sal, é um Paraíso para os turistas, que não para os autóctones, os quais já vivem razoavelmente à custa do turismo e da pesca, mas não o suficiente para viverem aqui, pois este espaço está ocupado por inúmeros hotéis de luxo e é tudo caro.
Sendo assim, só se vêem estrangeiros europeus, sobretudo portugueses e italianos e emigrantes senegaleses que andam atrás de nós a tentar vender artesanato senegalês, passando-se por caboverdianos.
Finjo que não os entendo e ouço-os dizer que não sou "nos patríciu". Ou seja: nós, portugueses, somos "nossos patrícios" dos caboverdianos, um "povo irmão" e lusófono, pelo que dizem. E já agora, também dos senegaleses. Enfim...
Como não tenho prática de estar na praia, que é a principal actividade daqui, logo no primeiro mergulho que dei, quase parti o nariz*. Estou com a pele vermelha e eriçada do sol, a doer, picada dos insectos que nem um crivo, com a boca inchada e o nariz negro...
Hoje de manhã fui andar de carrinha no deserto, passando a carrinha por cima das pedras, no que aqui chamam pedra-massagem, incluída no preço. Por fim, fomos tomar um banho obrigatório numa salina, onde se flutua na água e se fica cheio de sal até à alma.
Socorro! Tirem-me do Paraíso!
* Nota (escrita muito depois): Parti realmente o nariz, o que se nota nas fotos, mas foi bom porque andava a adiar uma operação que precisava de fazer e não se pôde adiar muito mais. Não quis ir ao hospital em Cabo Verde, por me parecer que não seria bem o ideal... fui aqui em Lisboa e fui operada com lazer... correu muito bem.
sábado, agosto 18, 2007
sexta-feira, agosto 17, 2007
S. Caetano
Ainda se mantêm algumas tradições no Norte, que se vão perdendo, como esta de fazer passadeiras de flores e ervas aromáticas e colocar ao lado balseiros coma as mesmas plantas, o que teria, no passado, para além da função estética, a de ocultar os maus odores.
E as colchas à janela. A senhora posou para a fotografia, pelo que a deixo, com a originalidade de ainda usar lenço.
Mas... quando pergunto às pessoas da pequeníssima terra chamada Serradelo quem foi São Caetano, respondem:
S. Caetano é um santo e é o padroeiro de Serradelo.
Perguntem-me o que é Serradelo.
Resposta: Serradelo é uma terra e o padroeiro dessa terra é S. Caetano.
terça-feira, agosto 14, 2007
E também era muito agradável
E também era muito agradável sentir na pele a delicadeza das asas
Quando abríamos os olhos já era quase escuridão
Mas ainda não era a escuridão.
Na época em que ainda havia borboletas
Acontecia muito elas descerem em bandos pelo espaço
Num ritmo idêntico ao do pôr do sol e à mesma hora
Era agradável ver a luz fazer brilhar as muitas cores de que eram feitas
Quando fechávamos os olhos sentíamos na pele a delicadeza das asas
Mas não era ainda a escuridão.
(Autoria própria)
Quando abríamos os olhos já era quase escuridão
Mas ainda não era a escuridão.
Na época em que ainda havia borboletas
Acontecia muito elas descerem em bandos pelo espaço
Num ritmo idêntico ao do pôr do sol e à mesma hora
Era agradável ver a luz fazer brilhar as muitas cores de que eram feitas
Quando fechávamos os olhos sentíamos na pele a delicadeza das asas
Mas não era ainda a escuridão.
(Autoria própria)
segunda-feira, agosto 13, 2007
Portuguesa Língua
Há muito tempo já que não ouvia um diálogo num português tão curioso e macarrónico como este entre dois namoradinhos, no Norte:
- Tu abristezio - disse a noivinha.
- O quê?! Inquiriu o mocinho
- Deixastezio aberto!
- Eu?
- Sim
- Fechássezio!
Este modo de conjugação pronominal parece perpassar por todos os tempos e por todos os modos...
Esta portuguesa língua...
- Tu abristezio - disse a noivinha.
- O quê?! Inquiriu o mocinho
- Deixastezio aberto!
- Eu?
- Sim
- Fechássezio!
Este modo de conjugação pronominal parece perpassar por todos os tempos e por todos os modos...
Esta portuguesa língua...
sexta-feira, agosto 10, 2007
quinta-feira, agosto 09, 2007
Baudelaire e Lisboa
Como não nasci em Lisboa, ela é para mim a cidade da minha alma, pelo menos até ver, pois não sou vocacionada para as eternidades.
Como homenagem à minha cidade anímica, aqui vai um excerto de um poema em prosa de Baudelaire e o link para quem quer ver o resto.
«Dis-moi, mon âme, pauvre âme refroidie, que penserais-tu d'aller habiter Lisbonne? Il doit y faire chaud, et tu t'y ragaillardirais comme un lézard. Cette ville est au bord de l'eau; on dit qu'elle est bâtie en marbre, et que le peuple y a une telle haine du végétal, qu'il arrache tous les arbres. Voilà un paysage selon ton goût; un paysage fait avec la lumière et le minéral, et le liquide pour les réfléchir!»
Mon âme ne répond pas."
Baudelaire "Any where out of the world
(N'importe où hors du monde)" in Le Spleen De Paris
Para ver mais, clicar aqui.
Como homenagem à minha cidade anímica, aqui vai um excerto de um poema em prosa de Baudelaire e o link para quem quer ver o resto.
«Dis-moi, mon âme, pauvre âme refroidie, que penserais-tu d'aller habiter Lisbonne? Il doit y faire chaud, et tu t'y ragaillardirais comme un lézard. Cette ville est au bord de l'eau; on dit qu'elle est bâtie en marbre, et que le peuple y a une telle haine du végétal, qu'il arrache tous les arbres. Voilà un paysage selon ton goût; un paysage fait avec la lumière et le minéral, et le liquide pour les réfléchir!»
Mon âme ne répond pas."
Baudelaire "Any where out of the world
(N'importe où hors du monde)" in Le Spleen De Paris
Para ver mais, clicar aqui.
terça-feira, agosto 07, 2007
Cicuta II
Nunca me interessei muito por ervitas, mas agora, não sei porquê, interessei-me pela cicuta.
Acabo de descobrir que ela é muito abundante em Portugal e que está agora em flor. Qualquer pessoa que viva ao ar livre a conhece de vista.
Cresce nas bordas, onde na Primavera há malmequeres. Tirei muitas fotografias, mas não posso agora postá-las. Ver uma foto em Maio de 2007.
Acabo de descobrir que ela é muito abundante em Portugal e que está agora em flor. Qualquer pessoa que viva ao ar livre a conhece de vista.
Cresce nas bordas, onde na Primavera há malmequeres. Tirei muitas fotografias, mas não posso agora postá-las. Ver uma foto em Maio de 2007.
sexta-feira, agosto 03, 2007
A senhora, se calhar...
A senhora, se calhar, nunca andou à porrada e se calhar até pensa que tem medo de andar à porrada.
Mas eu já andei muito à porrada. E a senhora, se andar à porrada é muito capaz de não ter medo nenhum.
Isso a senhora só sabe depois de andar à perrada. Ele dá cá uns nervos que a gente, a gente vai tudo à nossa frente.
Eu fui criada no Casal e a gente no Casal aprende muita coisa. Mas agora o Casal já não existe. Foi abaixo! Agora são só as casas modernas...
- Sabe a senhora? Isto são lutas de rua. Estas pessoas aprendem estas coisas nas lutas de rua. Começam logo quando são crianças, imagine!
- Eu já há muitos anos que não ando à porrada, mas... (sorriso extasiado)
- Confesse que tem saudades!
- Eu confesso que tenho saudades!
- Sabe, esta gente é assim. são as lutas de rua... aprendem tudo nas lutas de rua...
- Algumas mulheres são lixadas!
- Eu já andei à perrada com cinco!
- É verdade , é... é muito capaz de ser verdade!
- Eu andei à perrada com aquela gorda, chamavam-lhe a rainha do Casal. Toda a gente tinha medo dela. Foi ela e mais quatro!
Eu fui-me a ela e a mais quatro. E esfarrapei-a toda. Até lhe pus as ________ [os seios] à mostra. E depois o meu vizinho disse-me assim:
- Olha que tu és lixada! Esfarrapastes a Rainha do Casal toda. E até lhe pusestes as ________ à mostra e tudo!
- Não, sabe a senhora, algumas mulheres à perrada são lixadas! Piores do que nós, os homens. A senhora nunca andou à perrada, pois não? É que isso nota-se. Vê-se logo.
- Eu, o meu marido deu-me tanta porrada! Que eu tinha medo dele, eu tinha medo, terror, respeito, entende a senhora?
E um dia, logo pela manhã, o meu marido disse-me assim:- Olha que eu dou-te um murro! Ainda estava eu deitada na cama e ele disse-me assim: Olha que eu dou-te um murro! Ouvistes?
E eu, que já estava farta de apanhar perrada, eu disse-lhe assim:
- Então anda cá dar-me o murro!
E ele veio para mim e eu dei-lhe tanta porrada, tanta, tanta, tanta, que ele queria sair pela janela, por aquela janela ali, vê a senhora, que é onde eu moro, que é para onde eu fui morar quando saí do Casal.
Imagine a Senhora que ele até teve que ir Morgue.
- Morgue? Morreu?!
- Não, o que ela quer dizer é que o marido teve que ir ao Instituto de Medicina Legal para analisar os ferimentos. É assim que se faz, quando há agressão física, entende?
- Entende a Senhora, ele fez queixa de mim à guarda e queria-me meter na cadeia. Mas eu não fui.
- Ele há mulheres que são lixadas!
- Por exemplo, eu que lutei no boxe, eu digo-lhe a si: - Ele há mulheres que são lixadas! Por exemplo, alguns homens, se virem três, um contra três, acobardam-se. Mas algumas mulheres não, se virem três mulheres não se acobardam!
- São lixadas!
- E eu fui sozinha contra cinco, que era a rainha do Casal, mais a mãe e as duas irmãs e mais a filha! E não tive medo, saiba a senhora. Deu-me uns nervos!!!!!
- Então e depois, o seu marido nunca mais lhe bateu?
- Ele às vezes batia-me, que os homens quando têm amantes batem nas mulheres. Quer-se dezer, alguns têm amantes e batem nas mulheres. Que alguns têm amantes e não batem nas mulheres. É conforme a maneira de ser. Está a ver a senhora?
- Pois, eu, por exemplo, como fui do boxe, eu se der um murro num, mato um. Eu sou muito calmo. Quando há algum problema eu sou o mais calmo. Olhe aqui. Apalpe aqui a senhora este músculo: vê? Isto é pedra. Se me derem aqui um murro não dói nada. Ora dê-me aqui um murro! A sério! Dê! Com força! Com mais força! Eu aguento, não dói nada! Mas há mulheres que são lixadas!
- Que eu agora, sabe a senhora, com este marido, este marido que eu tenho agora, eu às vezes dou-lhe perrada!
- Ai sim?! Você a ele?
- Pois. São os nervos. E ele só me diz assim: ele agarra-me e diz-me assim:
- Está queta! És meluca!?
- Há mulheres que são lexadas!
- Eu uma vez peguei numa faca assim deste tamanho e fui para ele... E ele dizia:
- Está queta!! És meluca!?
Que é muito perigoso, sabe a Senhora? É um perigo, pegar a gente assim numa faca deste tamanho, mas a gente...´São os nervos...
- Há algumas mulheres que são lexadas! Saiba a Senhora!
- Ora ponha aqui a mão na minha barriga! eu nem tenho barriga, vê? Dê-me um murro aqui na minha barriga! Com força! Com mais força! Eu, como sou do boxe, eu a mim não me dói nada!
- Está a ver a senhora?
(Este diálogo passou-se num café, não longe do extinto Casal Ventoso, referido como "Casal".
São intervenientes no diálogo: a Nadinha, que quase não fala porque é uma pessoa discreta e observadora, uma senhora que gosta de andar à porrada, o senhor dono do café e um senhor que foi pugilista e que até ganhou medalhas de pugilismo. Tentar adivinhar de quem são as falas.)
Mas eu já andei muito à porrada. E a senhora, se andar à porrada é muito capaz de não ter medo nenhum.
Isso a senhora só sabe depois de andar à perrada. Ele dá cá uns nervos que a gente, a gente vai tudo à nossa frente.
Eu fui criada no Casal e a gente no Casal aprende muita coisa. Mas agora o Casal já não existe. Foi abaixo! Agora são só as casas modernas...
- Sabe a senhora? Isto são lutas de rua. Estas pessoas aprendem estas coisas nas lutas de rua. Começam logo quando são crianças, imagine!
- Eu já há muitos anos que não ando à porrada, mas... (sorriso extasiado)
- Confesse que tem saudades!
- Eu confesso que tenho saudades!
- Sabe, esta gente é assim. são as lutas de rua... aprendem tudo nas lutas de rua...
- Algumas mulheres são lixadas!
- Eu já andei à perrada com cinco!
- É verdade , é... é muito capaz de ser verdade!
- Eu andei à perrada com aquela gorda, chamavam-lhe a rainha do Casal. Toda a gente tinha medo dela. Foi ela e mais quatro!
Eu fui-me a ela e a mais quatro. E esfarrapei-a toda. Até lhe pus as ________ [os seios] à mostra. E depois o meu vizinho disse-me assim:
- Olha que tu és lixada! Esfarrapastes a Rainha do Casal toda. E até lhe pusestes as ________ à mostra e tudo!
- Não, sabe a senhora, algumas mulheres à perrada são lixadas! Piores do que nós, os homens. A senhora nunca andou à perrada, pois não? É que isso nota-se. Vê-se logo.
- Eu, o meu marido deu-me tanta porrada! Que eu tinha medo dele, eu tinha medo, terror, respeito, entende a senhora?
E um dia, logo pela manhã, o meu marido disse-me assim:- Olha que eu dou-te um murro! Ainda estava eu deitada na cama e ele disse-me assim: Olha que eu dou-te um murro! Ouvistes?
E eu, que já estava farta de apanhar perrada, eu disse-lhe assim:
- Então anda cá dar-me o murro!
E ele veio para mim e eu dei-lhe tanta porrada, tanta, tanta, tanta, que ele queria sair pela janela, por aquela janela ali, vê a senhora, que é onde eu moro, que é para onde eu fui morar quando saí do Casal.
Imagine a Senhora que ele até teve que ir Morgue.
- Morgue? Morreu?!
- Não, o que ela quer dizer é que o marido teve que ir ao Instituto de Medicina Legal para analisar os ferimentos. É assim que se faz, quando há agressão física, entende?
- Entende a Senhora, ele fez queixa de mim à guarda e queria-me meter na cadeia. Mas eu não fui.
- Ele há mulheres que são lixadas!
- Por exemplo, eu que lutei no boxe, eu digo-lhe a si: - Ele há mulheres que são lixadas! Por exemplo, alguns homens, se virem três, um contra três, acobardam-se. Mas algumas mulheres não, se virem três mulheres não se acobardam!
- São lixadas!
- E eu fui sozinha contra cinco, que era a rainha do Casal, mais a mãe e as duas irmãs e mais a filha! E não tive medo, saiba a senhora. Deu-me uns nervos!!!!!
- Então e depois, o seu marido nunca mais lhe bateu?
- Ele às vezes batia-me, que os homens quando têm amantes batem nas mulheres. Quer-se dezer, alguns têm amantes e batem nas mulheres. Que alguns têm amantes e não batem nas mulheres. É conforme a maneira de ser. Está a ver a senhora?
- Pois, eu, por exemplo, como fui do boxe, eu se der um murro num, mato um. Eu sou muito calmo. Quando há algum problema eu sou o mais calmo. Olhe aqui. Apalpe aqui a senhora este músculo: vê? Isto é pedra. Se me derem aqui um murro não dói nada. Ora dê-me aqui um murro! A sério! Dê! Com força! Com mais força! Eu aguento, não dói nada! Mas há mulheres que são lixadas!
- Que eu agora, sabe a senhora, com este marido, este marido que eu tenho agora, eu às vezes dou-lhe perrada!
- Ai sim?! Você a ele?
- Pois. São os nervos. E ele só me diz assim: ele agarra-me e diz-me assim:
- Está queta! És meluca!?
- Há mulheres que são lexadas!
- Eu uma vez peguei numa faca assim deste tamanho e fui para ele... E ele dizia:
- Está queta!! És meluca!?
Que é muito perigoso, sabe a Senhora? É um perigo, pegar a gente assim numa faca deste tamanho, mas a gente...´São os nervos...
- Há algumas mulheres que são lexadas! Saiba a Senhora!
- Ora ponha aqui a mão na minha barriga! eu nem tenho barriga, vê? Dê-me um murro aqui na minha barriga! Com força! Com mais força! Eu, como sou do boxe, eu a mim não me dói nada!
- Está a ver a senhora?
(Este diálogo passou-se num café, não longe do extinto Casal Ventoso, referido como "Casal".
São intervenientes no diálogo: a Nadinha, que quase não fala porque é uma pessoa discreta e observadora, uma senhora que gosta de andar à porrada, o senhor dono do café e um senhor que foi pugilista e que até ganhou medalhas de pugilismo. Tentar adivinhar de quem são as falas.)
quinta-feira, agosto 02, 2007
Livros de Auto-ajuda
Tenho lido opiniões muito consensuais sobre um livro de Auto-ajuda muito polémico, intitulado O Segredo ou Secret. É acusado de só dizer verdades evidentes, ou, pelo contrário, de ser inverosímil, mas sempre acusado com veemência.
Ainda não o li, mas gostava de dar a minha opinião sobre este tipo de livro.
Como vos contei recentemente, deixei de fumar (fumando mutíssimo) com a ajuda de um livro. E sem pensos de nicotina, nem rebuçados, nem mais nada.
Esse livro também só diz verdades evidentes, mas eu nunca as tinha ouvido nem lido: diz, por exemplo, que é muito fácil eu não fazer aquilo que não quero fazer. Neste caso não há nada de místico, é tudo muito racional.
Penso que, com a globalização do conhecimento, assistimos à divulgação e interacção de sabedorias regionais ou antigas, ou até pessoais, o que também se nota muito ao nível das medicinas alternativas.
Estas coisas chocam com o choque do novo, da novidade absoluta.
Não se lembram de como muitas pessoas ficaram chocadíssimas com os telemóveis? E não é verdade que essas pessoas já têm um ou dois? Este episódio é muito recente. Foi muito polémico porque punha em causa verdades evidentes:
Não se deve andar na rua sozinho e a falar, ou sozinho e a rir, os pobres não devem ter aparelhos supérfluos, etc. Até os meus amigos mais jovens se lembram disto e é algo que não devemos esquecer, pois é um comportamento recorrente em relação à modernidade.
Em questões de evidências, damos muito mais importância à opinião da nossa tia ou da nossa vizinha (Ó tia Inácia, eu não me refiro a si!, é só um exemplo).
Enfim, damos muito mais importância à opinião da nossa tia ou da nossa vizinha, por ser igual à nossa. Mas, por isso mesmo, não nos traz nada de novo...
A modernidade parecia ir só no sentido da técnica, do racionalismo puro, mas já desde os fins do século XIX que se desenha uma tendência mística, cada vez mais evidente e que não é incompatível com nada.
Ainda não o li, mas gostava de dar a minha opinião sobre este tipo de livro.
Como vos contei recentemente, deixei de fumar (fumando mutíssimo) com a ajuda de um livro. E sem pensos de nicotina, nem rebuçados, nem mais nada.
Esse livro também só diz verdades evidentes, mas eu nunca as tinha ouvido nem lido: diz, por exemplo, que é muito fácil eu não fazer aquilo que não quero fazer. Neste caso não há nada de místico, é tudo muito racional.
Penso que, com a globalização do conhecimento, assistimos à divulgação e interacção de sabedorias regionais ou antigas, ou até pessoais, o que também se nota muito ao nível das medicinas alternativas.
Estas coisas chocam com o choque do novo, da novidade absoluta.
Não se lembram de como muitas pessoas ficaram chocadíssimas com os telemóveis? E não é verdade que essas pessoas já têm um ou dois? Este episódio é muito recente. Foi muito polémico porque punha em causa verdades evidentes:
Não se deve andar na rua sozinho e a falar, ou sozinho e a rir, os pobres não devem ter aparelhos supérfluos, etc. Até os meus amigos mais jovens se lembram disto e é algo que não devemos esquecer, pois é um comportamento recorrente em relação à modernidade.
Em questões de evidências, damos muito mais importância à opinião da nossa tia ou da nossa vizinha (Ó tia Inácia, eu não me refiro a si!, é só um exemplo).
Enfim, damos muito mais importância à opinião da nossa tia ou da nossa vizinha, por ser igual à nossa. Mas, por isso mesmo, não nos traz nada de novo...
A modernidade parecia ir só no sentido da técnica, do racionalismo puro, mas já desde os fins do século XIX que se desenha uma tendência mística, cada vez mais evidente e que não é incompatível com nada.
terça-feira, julho 31, 2007
Novos Blogs Favoritos
Andava há tempos para fazer isto: acrescentar alguns blogues aos meus favoritos, retirando outros, por razões várias.
Cada um dos novos substitui um dos velhos.
Cada um dos novos substitui um dos velhos.
Amizade Virtual
Dedicado à minha amiga virtual Ave Canora Nocturna que quebrou recentemente uma asa
Tendemos a idealizar os ausentes.
Os que estão próximos irritam-nos pela mesquinhez do quotidiano e pelas conversas inúteis.
A amizade virtual é tão leve como uma pena
E tão bela como um pássaro.
Já agora, dedico estas palavras a todos os meus amigos virtuais.
E também àqueles que passaram de reais a virtuais.
Tendemos a idealizar os ausentes.
Os que estão próximos irritam-nos pela mesquinhez do quotidiano e pelas conversas inúteis.
A amizade virtual é tão leve como uma pena
E tão bela como um pássaro.
Já agora, dedico estas palavras a todos os meus amigos virtuais.
E também àqueles que passaram de reais a virtuais.
domingo, julho 29, 2007
Cidadã da Roma Antiga
Cidadã da Roma Antiga vestida à moda da época, no momento de ser fotografada por cidadã portuguesa do Sec. XXI, vestida à moda da época, estando as duas a serem fotografadas por por cidadã portuguesa do Sec. XXI.
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