quarta-feira, dezembro 19, 2007

Tão Querido, Querido

Paulo Querido, que tem um blogue sobre blogues (aliás é um webzine) onde aprendi muito do pouco que sei, colocou num post os melhores(?) títulos de 3 dias, assim mesmo, com ponto de interrogação, o que talvez queira dizer que afinal não são nada os melhores. Inclui o do meu penúltimo post, 33000 grávidas.
De qualquer modo, esse blogue já está há muito tempo nos meus favoritos, aqui do lado direito.
Clicar em
Os melhores (?) títulos da blogosfera
Não cheguei a entender se era um elogio ou uma crítica, mas assim mesmo agradeço o destaque que nos trouxe muitos visitantes e fregueses.
Tão querido!
O título deste post também não me parece nada mau.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Libertação da Birmânia e de Aung San Suu Kyi

Neste site podemos fazer alguma coisa pela libertação da Birmânia, desde dar dinheiro, até assinar petições, etc.
Pedir a libertação da Aung San Suu Kyi que, para além de tudo o mais, é muito bela. Com um ar tão fágil...

http://www.burmacampaign.org.uk/

segunda-feira, dezembro 17, 2007

As 33 000 grávidas de Sócrates

Sócrates está ainda melhor (pior?) que a Santa Úrsula, de que falo no blogue Escrevedoiros e que costumava viajar por mar com 11 000 virgens. Talvez tenha havido um engano nos números, naquele tempo, viajar por mar com tanta gente... enfim, mas era santa...
Agora o nosso Primeiro Ministro surpreende-nos a todos ao gabar-se de que produziu 33 000 grávidas!
E ainda diziam que...
(Cala-te boca).
- Ah, o quê? Estão aqui a dizer-me que são os incentivos do governo à natalidade!? Então é assim: antigamente as mulheres pariam porque lhes apetecia, agora só podem parir por decreto...

sábado, dezembro 15, 2007

Lisboa: céu e terra

Céu de Lisboa
Terra Imunda coberta das folhas do Outono
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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Byblos

Imaginem! Abriu hoje nas Amoreiras a maior e a mais moderna livraria do país. Adivinhem onde passei uma santa tarde!
Podemos ler lá, mesmo sem comprar o livro, podemos almoçar e jantar, junto dos livros de receitas de cozinha... é fantástica!
Fica em frente às Amoreiras, do lado direito, aí a cem metros.
Uau! Nem todas as notícias são más. Esta é boa!

Tem todos os livros, incluindo edições de autor que não existiam à venda em lado nenhum.
Ver em
http://www.byblos.pt/

Os Novos Pedintes

Tenho escrito aqui alguns textos sobre Os Novos Pedintes. Se escrevo num tom irónico, não é por ignorar que "os novos pobres" são uma nova e lamentável realidade social, mas por me parecer que estes pedintes só poderiam sobreviver numa sociedade abastada, tolerante e generosa, embora não consideremos normalmente assim aquela em que vivemos. É também por pensar que muitos deles resultam da insustentável preguiça, que também é o fruto da sociedade em que vivemos. De facto, no passado já houve "novos pobres" que tinham sido nobres, burgueses, etc...


Acho graça aos mil e um estratagemas de que se servem as pessoas para pedir, como já aqui referi alguns.


Noutro dia, ao chegar a casa, uma senhora de muita idade chama-me de uma janela. O edifício tem um ar algo imponente, de ter sido, talvez no passado, uma casa rica e talvez mesmo agora.


- Por favor, menina, ajude-me!
- Claro, com certeza. Diga.
- Eu deixei cair um euro e preciso muito dele porque a minha vizinha foi-me comprar uma coisa e agora, quando ela vier, tenho de lhe pagar. Eu sei que um euro é pouco dinheiro, mas para mim é muito importante. Eu não posso ir lá dentro buscar dinheiro, porque não posso caminhar...
A meio desta fala, a senhora começou a chorar. Comecei a procurar entre as pedras da calçada à portuguesa, perto do caixote do lixo, junto do asfalto...
- Ora veja ali!
- Ora veja atrás do caixote do lixo!
Farta de procurar e sem me apetecer continuar com aquilo, tirei um euro da carteira, fingi que o apanhava do chão e disse:
- Ah, cá está o seu euro! Encontrei!
Incrédula e divertida já, diz-ma a criatura:
- Mas tem a certeza de que encontrou esse euro aí?
- Tenho.
- A sério? Ah ah ah! Parece impossível. Esse euro estava aí?

Não foi a primeira vez que fiz figura de parva e espero bem que não tenha sido a última, pois gostaria de viver ainda mais uns anos largos.

Sendo assim, lá fui para casa a pensar:


- Bem, este truque resultou. Aposto que a velhota vai voltar a tentá-lo com outras pessoas que passem por aqui. Vejo-a lá às vezes, mas para já, tenho passado ao largo.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Para não esquecermos a beleza do mundo



Enviaram-me por email fotografias da obra deste autor, que não conhecia. Constatei que, se fosse pintora, queria ser assim.


É surpreendente a ideia de grandiosidade do mundo, da pequenez do homem, ou vice-versa, da pequenez do planeta (o planeta não é o mundo) e da grandiosidade do homem...
O que só se pode entender entendendo a dimensão espiritual da sua obra.
De Vladimir Kush.


Ver mais no blogue Escrevedoiros

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Direitos Humanos

Diz o nosso amigo Zé Lérias, num comentário: "Faz hoje 59 anos que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos do Homem." Sugere-me, depois, que eu faça um post sobre o assunto.
Assim, sem pensar? Então aí vai.

Lamentemos que, aparentemente, os direitos do Homem não sejam integralmente respeitados em nenhum país do mundo! Em Portugal há tortura policial, nos Estados Unidos há pena de morte, etc.

Comprometamo-nos a respeitá-los, começando pelo nosso interior:
Quantas vezes não ouvi críticas ou comentários sarcásticos a respeito dos negros, dos ciganos, etc... quantos taxistas me disseram que não transportam gente de côr?

Essas pessoas falavam assim, não porque assumissem o que diziam, mas porque esperavam a minha cumplicidade.
Talvez eu me tenha calado. E talvez, ao calar-me, tenha sido cúmplice da opressão de pessoas, que acontece apenas por preconceito, como se a maldade não fosse para aqui chamada.

Talvez o nosso gosto pelo consenso e pela nossa tranquilidade nos faça ser cúmplices, não por maldade mas por comodismo, ou pior, por cobardia...

E, no entanto, são estas conquistas que fazem evoluir o mundo.
Que fazem com que eu prefira mil vezes viver neste tempo do que em qualquer outro, exceptuando o futuro.

Obrigada pela ideia, Zé Lérias

domingo, dezembro 09, 2007

Educação?!

Embora pareça demasiado óbvio para toda a gente, parece que o governo não percebe que as suas recentes medidas estão a dar cabo do ensino, o que nem parecia possível há uns tempos atrás, pois ele já está de rastos há muito tempo.

Tenho visto em vários blogues os comentários mais sarcásticos ao facto de os alunos deixarem de reprovar por faltas e saliento um no blogue 4ª República. Clicar para ver.

Aparece agora a carta aberta de um professor ao Presidente da República. Como se fala muito no assunto, que surge na 1ª página do Expresso, pode ser que resulte e que o PR faça alguma coisa!

Ver aqui a carta

Mas as anedotas não se ficam por aqui: no Estatuto da Carreira Docente, recentemente aprovado pelo PS, preconiza-se que, se um professor der más notas aos alunos, ele mesmo também terá uma má classificação, por isso mesmo. Mas se der boas notas e os seus alunos tiverem más notas nos exames (há poucas disciplinas que têm exame), então ele também tem má nota. E se os alunos tiverem boas notas nas outras disciplinas (aquelas em que não têm exame e os professores podem dar as notas que bem entenderem), e más naquelas em que têm exame, então.... deve considerar-se a diferença entre umas notas e as outras, como se não houvesse diferença nenhuma da parte de quem as dá.
As pessoas que inventam estas leis saberão ler? Legislam sobre educação sem terem um pingo de inteligência, bom senso, senso comum... etc.

sábado, dezembro 08, 2007

Apelo da Amnista Internacional

A Amnista Internacional pede que enviemos esta carta para a direcção indicada. Ao lerem, verão do que se trata. É só imprimir e colocar o selo.

Escreva à Governadora do Estado do Pará pedindo que seja garantida segurança ao Frei Henri de Rosiers.
Para tal, pode utilizar a carta-tipo e enviar para:
Exma. Sra. Governadora do
Estado do Pará
Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
Palácio dos Despachos,
Rodovia Augusto Montenegro, s/nº, Km 9-
Icoaraci 66.823-010 – Belém/PA
Brasil
Exma. Sra. Governadora
Gostaria de chamar a sua atenção para o caso de Frei Henri de Rosiers, advogado e conhecido
activista de direitos humanos, tem dedicado a sua vida à causa dos sem-terra através da Organização Não Governamental, “Comissão Pastoral da Terra”, com a qual colabora prestando serviços de apoio juridico. Desde 2005 tem vindo a receber ameaças de morte, facto que o leva a necessiatar de protecção policial a tempo inteiro.
No entanto, recentemente e de acordo com informações da polícia militar de Xinguará, foram
contratadas três pessoas para eliminar Frei Henri, como é conhecido, tendo este passado a correr maior risco de vida.
Gostaria de apelar a V. Excelência para que assegure que o Frei Henri de Rosiers continue a receber a protecçao policial de que necessita, e que intervenha junto da autoridades, para que estas realizem uma investigação exaustiva e imparcial às ameaça ao Frei Henri de Rosiers, que os resultados desta investigação sejam tornados públicos e que os responsáveis sejam levados à justiça.
Peço também a V. Exa que investigue os padrões de violações dos direitos humanos que estão a
acontecer a sul do estado do Pará, incluindo a existência de assassinos contratados e de milícias
locais. Apelo para que intervenha para que estas sejam desarmadas e os responsáveis levados à
justiça, assim como aqueles que contratam os seus serviços.
Ao longo dos anos as autoridades do Estado do Pará não têm conseguido lidar com a violência e
impunidade, bem como com a impunidade neste Estado, o que potencia os ataques aos defensores de Direitos Humanos. Assim, gostaria de apelar às autoridades federais que façam todos os esforços para cumprir o seu dever de garantir que estes têm o direito de levar a cabo as suas actividades sem temerem a violência.
Atentamente

Lugares da Terra

Como já vos disse, só fui uma vez ao Brasil. Não teria ficado decepcionada se a imagem do Brasil que aqui chega não fosse completamente irreal, até porque já sabia que era muito irreal. Tudo aquilo que nós reivindicamos para nós não existe no Brasil nem em parte nenhuma da terra, excepto os países mais desenvolvidos, em que temos a mania de não nos incluirmos. A nossa miséria seria a fortuna da maioria da população desses continentes em que pouca gente come todos os dias.
Mas muitos europeus bacocos, os mais ignorantes ou os mais egoístas, vão para resorts no Brasil ou na Índia e queixam-se de que as piscinas não são grandes o suficiente ou que o marisco não está bom. Como não saem do resort, acham tudo uma maravilha! Um dos paradoxos do nosso tempo é este excesso de estupidez.

Li com muito interesse os jornais do Brasil e todos os dias acesso às principais notícias do Globo Online, através do Google. Tudo parece chegar-nos de outro planeta e mesmo sem ser belo.
Por exemplo, se aqui nos debatemos com o excesso de calorias, a obesidade, a sobrealimentação, o principal problema registado nos hospitais brasileiros é a subnutrição dos doentes que lá aparecem, o que torna difícil qualquer outro tratamento ou cura.

Escrevo isto aqui por me parecer que não é evidente e que deveria ser. Aconselho todo o mundo a informar-se melhor, em vez de se lamentar de que este país é péssimo, está péssimo, está na cauda da Europa e dos outros bichos de cauda.
Enfim, em vez de só olharmos para o nosso umbigo, como fazemos sempre.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Málaga (Salerosa)



Creio que ainda não vos falei de Málaga
É um lugar com gente
É um dos muitos lugares da terra onde apetece ficar para sempre
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quinta-feira, dezembro 06, 2007

Vivemos todos muito longe de casa

Um dos meus tios costumava dizer estas frases:
- Eu qualquer dia vou-me embora.
- Pois eu qualquer dia tenho de me ir embora.

Acho interessantíssima esta ideia: ir-se embora quer dizer morrer e também é ir para casa, logo, morrer é ir para casa.

Agora, esta semana, o meu tio foi para casa.

Faz muita falta, em termos de emoçao, àqueles que vivem nas casas por onde perpassou provisoriamente e que ficavam na beira dos caminhos.

Vivemos todos tão longe de casa!

segunda-feira, dezembro 03, 2007

"Outono Delgado"


Há sempre uma luz... se olharmos com atenção... se virmos bem... talvez haja sempre uma luz...
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sábado, dezembro 01, 2007

Dia um de Dezembro - " Feriado de quê?"

As pessoas que costumam trabalhar ao sábado, afirmavam hoje para quem as quisesse ouvir, com um ar entre o indignado e o de quem se sente incompreendido:
- Hoje é feriado!
- Feriado de quê?
- Ai eu isso não sei, não mo pergunte, mas que hoje é feriado, é.
- Feriado? Mas hoje é sábado...
- É sábado, mas é feriado!
- Feriado porquê?
- Não sei [nem quero saber]. Só lhe sei dizer que hoje é feriado.


Conclusão: Dia um de Dezembro é um feriado muito importante para o povo português.
Essencialmente diz muito à memória colectiva. A propósito: é feriado de quê?


Desculpem a ironia. E aí vai a resposta: é o dia da Restauração da Independência, em 1640, com D. João IV.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Escola EB1 de Lourizela

Sinto uma espécie de nostalgia e uma certa vontade de rir ao ver a homepage desta Escola EB1 de Lourizela.

Creio, se bem me lembro, que estudei numa escola maior do que esta, na minha última encarnação. Mas deve haver uma intrépida professora que não nos deixa ignorar esta escolinha da Lourizela... com um certo encanto arcaico

(Quando escrevi isto, ainda havia poucas escolas na Internet)

terça-feira, novembro 27, 2007

E Esta?!

Onde a cultura se despreza, há-de haver palavras e expressões que o demonstrem.

Descobri isto num site brasileiro. É o significado destas palavras:

CAGA-SEBO. Livraria. CAGA-SEBISTA. Vendedor de livros usados; dono de sebo. SEBO. Livraria onde se compram e vendem livros usados. SEBISTA. Que ou aquele que compra e vende livros usados ; proprietário de sebo.

Sebo, neste caso tem a mesma origem da palavra "Sebenta" - coisa suja, imunda.

Sonata de Outono

Só ontem fui ver a peça de teatro Sonata umaOutono, baseada no filme homónimo de Ingmar Bergman. Como a actriz principal era a Fernanda Lapa, uma das minhas actrizes preferidas, eu já sabia que ia gostar muito, mesmo se a encenadora não fosse também a Fernanda Lapa. E isto é para não referir que as primeiras exibições, incluindo a estreia, nunca são as melhores.

É claro que gostei da peça. É sobre uma mulher, pianista, que descura o papel de mãe e de esposa para se dedicar à arte para a qual é dotada.
É sobre a arte, essa tirana que não permite que alguém possa conformar-se à rotina, ao dia-a-dia convencional e a uma vidinha boa.
É sobre a condição feminina, sobre a mulher que não pode amar incondicional e imoderadamente.

É sobre a arte, essa maravilhosa tirana que não deixa repousar aqueles que a amam, condenando-os à inquietação, à solidão, à tristeza, talvez à culpa, mas também à insubmissão, à felicidade buscada sem trégua, mesmo à custa do desejo de viver, à ressurreição.

É sobre a beleza, essa maravilhosa tirana que não permite que alguns a amem moderadamente.
É sobre a arte, essa que não pode nem deve ser partilhada, não pode ser dividida, não pode ser amada moderadamente por aqueles que são escolhidos para a servir.
É sobre as mulheres, que só devem amar de forma moderada e doméstica.

domingo, novembro 25, 2007

Por que razão não nascem mais crianças ?

Perante uma assembleia de idosos, Cavaco Silva discursava ontem em Gouveia, muito inspirado.
- Por que razão não nascem mais crianças em Portugal?
- Por que razão não nascem mais crianças em Gouveia?

Talvez porque os octogenários ainda não podem ter bebés... por enquanto. Pode ser que a clonagem resolva o assunto.

sábado, novembro 24, 2007

Curiosidade

Na telenovela a que me referi no post anterior entra uma actriz que já vi em várias: é de côr, tem já uma certa idade e costuma fazer de cozinheira e de mãe-se-santo, ou curandeira e agora também faz. O que já outras vezes despertou a minha curiosidade e que agora se confirma, é que essa actriz usa sempre os mesmos brincos: uns brincos de ouro com uma pedra rectangular vermelha, talvez um rubi. incrível para uma actriz, não acham?

Em tempos conheci de passagem uma brasileira que usava também uns brincos (no caso eram de diamantes), que tinham retirado do cadáver da avó (portuguesa) para lhe porem nas orelhas, sendo ela uma criança muito pequena. Comentei que seria um costuma brasileiro, mas responderam-me que, pelo contrário, era um costume português. Será?
Agora que os costumes e as tradições estão todos a desaparecer, uns por umas razões e outros por outras, já nem nos lembramos deles.