Em Portugal, a avaliação dos professores e a dos alunos são uma (duas) farsas. Ainda me lembro de quando eu andava a estudar e a avaliação se fazia com ofertas de presuntos e perus. E garrafões de vinho, sobretudo nos exames de fim de ciclo. Agora mudou... já nada se paga em géneros.
E ainda estamos a anos-luz da honestidade avaliativa. A começar pelos critérios ambivalentes do Ministério da educação.
É suposto haver muito sucesso escolar (leia-se boas notas dos alunos) e há. Há notas fabulosas nas disciplinas não sujeitas a exame, é mesmo frequente não haver uma única negativa. E haver notas elevadíssimas, que não são sujeitas a comparação com nada. Exceto a comparação com as disciplinas que têm exame nacional.
É um caso diferente: se os professores reprovarem muitos alunos, os poucos que vão a exame terão notas boas. O ranking será bom. E o Ministério, bem como os jornais que fazem rankings, ignoram o enorme insucesso escolar dessas escolas que têm sucesso nos rankings. Porquê? Porque se consideram alunos externos aqueles que estão matriculados a tudo, menos Às disciplinas de exame.
Não são nada externos, são internos. Mas não contam para o ranking.
E querem avaliar os professores em função desta completa trapalhada?
A OCDE parece não achar bem a avaliação dos professores. Para quando uma análise com um mínimo de rigor? COMO DIZ AQUI
Estamos todos muito fartos de farsas e de arranjinhos!
Agora já não são os perus, os cabritos e os garrafões de vinho que dão direito a boas notas, nas disciplinas sem exame: é o medo.
O medo que guarda a vinha!