quinta-feira, novembro 16, 2017

Mistérios... de gente "importante"










Bem, vinha eu de uma consulta médica de rotina ali por Belém e vejo, frente ao Mosteiro dos Jerónimos, um aparato de cavalos e cavaleiros, carros funerários, caixas que poderiam ser caixões ou apenas caixas, turistas deliciados, como se vê na foto, por exemplo, chineses feitos fotógrafos do exotismo português.

O que é que se passa, pergunto à menina brasileira que vende limonadas, que me serve uma limonada com xarope de menta e gelo e mais não sei o quê e que diz me conhece de me ver na esplanada de Campo de Ourique onde trabalhou (será que Lisboa é uma aldeia?)

Cavalos e cavaleiros. Uns dizem que é o funeral de alguém importante. Quem morreu que seja "importante"? Julgo que ninguém.

Os caixotes mais me parecem de transportar obras de arte do que propriamente caixões... mas os caixões para cremação são uns caixotinhos muito básicos, sem enfeites, sem verniz...

Estrangeiros de várias línguas coincidem em dizer-me que houve uma missa muito importante porque tinha morrido alguém importante?
- Ai sim? Pergunto aos portugueses presentes em volta da menina das limonadas quem morreu que fosse importante.

Importantes são todos os que morreram, sempre para alguém... mas este ou estes, com honra de Jerónimos e de cavalos brancos e castanhos?

Creio que vamos ficar sem saber...

O meu Ipad novo em folha pifou de vez, vão dar-me mais um novo, está na garantia. Não pude tirar fotos boas deste evento, ou melhor, deste não acontecimento. Pois, aparentemente, não aconteceu nada.

A missa foi dita em português para os muitos estrangeiros que pululavam por ali e que só me souberam dizer que devia ser o funeral de alguém muito importante.

Restam duas hipóteses: exumação quase secreta de alguém muito importante? Transporte de obras de arte?


Será que exumaram algum cadáver para verificar o ADN? 

Talvez  D. Sebastião?

Outra hipótese: trata-se de dois ou três eventos em simultâneo, para delícia dos nossos visitantes estrangeiros...

terça-feira, novembro 07, 2017

Transformar a tristeza em indignação


Há muitos anos, aconteceu-me isto: eu estava tristíssima, creio que o motivo tinha a ver com a minha tese de mestrado sobre Natália Correia, extraordinária escritora e política que conheci bem, de quem fui amiga e que morreu durante a minha escrita da tese.


Um dia, uma outra amiga da Natália disse-me que, quando queremos obter um resposta a alguma dúvida existencial, antes de adormecer fazemos a pergunta a alguém que amamos e que já morreu. A resposta surge ao acordar.

Nesse dia, antes de adormecer coloquei a pergunta à Natália, recentemente falecida. Só para experimentar.

No dia seguinte, ao acordar, eu nem sequer me lembrava da pergunta, mas surgiram-me na ideia, com toda clareza, estas palavras: "Transformar a tristeza em indignação".

Sim, a Natália ter-me-ia dito isto, sim, era claramente a resposta à minha pergunta.

Sim, é claramente a resposta a muitas das nossas perguntas.

Quem respondeu? Provavelmente o meu subconsciente... Ou então, quem sabe???

Enfim... Foi um dos melhores conselhos que me "deram" na vida.

segunda-feira, novembro 06, 2017

O que vemos, quando olhamos?


Foto de 77

Esta foto contem toda uma filosofia: que estará o gato a ver com tanta atenção? A arquitetura do Porto? Alguma rua ou algum edifício em especial? Uma pomba ou um pardal que gostaria de caçar e comer? 
Um olhar para as construções humanas, totalmente desprovido de cultura. 
O que vemos, quando olhamos?

terça-feira, outubro 31, 2017

Anedota de Tancos. Continua... claro

Quando apareceu o material de guerra roubado dos paióis de Tancos, afinal havia um bónus, uma caixa de poderosos explosivos. Será que os assaltantes, só levarem as armas, pretendiam, na verdade fazer uma doação? É que o material roubado era sucata e o bónus é muito bom. 

Tipo: por cada descoberta de armamento efetuado, oferecemos dois baldes de plástico. Carregados de balas, explosivos e outras frioleiras
Ou até mesmo carregados de docinhos e de bolachas do “ halloween” ou lá como se chama essa coisa americana…

Portugal é tão engraçado! Talvez seja por isso que todo o mundo quer vir para cá, agora.

* Tancos:  quartel importante de Portugal, que foi assaltado de maneira extremamente cómica por indivíduos desconhecidos (suspeita-se até dos próprios militares que lá trabalhavam), os quais restituíram tudo, mas ainda concederam um extra, um bónus de armas que nunca tinham sido roubadas.

Portugal é giro. Portugal é fixe. 

Dia de todos os santos

O dia de Todos os Santos é um dia leve, um dia feliz e muito bom, o dia em que aqueles que amamos e que nos amaram voltam a aflorar as nossas vidas.
Não estão numa coisa material e sinistra como um cemitério, bem ao contrário, estão vivos e abraçáveis dentro dos nossos corações.

É o dia dos santos imperfeitos: a nossa mãe a nossa tia, a nossa avó ou vizinha, com tantos defeitos que tinham. Quantas vezes esses defeitos ou pecados são a coisa mais desculpável e a mais divertida de que nos lembramos.
Não são santos, talvez. São apenas a coisa que mais se parece com Deus.

segunda-feira, outubro 30, 2017

Votem em Nadinha


Vou fundar um novo partido, chamado PDN.
O partido da Nadinha.

 O meu partido! Votem em mim.
Projeto partidário:
Proponho fazer tudo para meu benefício pessoal, sem esquecer o benefício pessoal dos meus apoiantes, claro! Faço o que os outros fazem, mas às claras, como diria o Padre António Vieira.
Votem em Nadinha (pseudónimo) ( A imitar o pseudónimo Sócrates).




Sangue real? Qual é o tipo ? Talvez ORH negativo, por ser o mais raro?

Poderá um rei ser considerado como uma instituição democrática, sendo escolhido por pertencer a uma elite de sangue, frequentemente de sangue conspurcado?

E qual será o tipo ? Talvez o ORH negativo? Por ser o mais raro?

Pode um sangue inquinado por trocas familiares ser superior aos outros sangues?

Estou a pensar em Espanha e na Catalunha, por exemplo.

Conto popular: perder o sono?

Cá está mais um conto popular, desta vez contado pela minha amiga Alcina d'Freitas. esta quinta é uma das muitas onde dizem que viveu Santo António em pequeno.


"Em Castelo de Paiva, na Quinta da Serrada, no Inverno, à noite, reuniamos ao serão em volta da lareira. Uns cantavam, outros tocavam, outros contavam anedotas e histórias e o meu Pai em jeito de exemplo e conselho, regularmente nos contava, dizendo: cuidado meus filhos não emprestem (nem dinheiro nem bens valiosos) porque conta-se que um certo dia o Sr. Manuel (nome fictício) a altas horas da noite não conseguia dormir. A esposa preocupada, perguntou-lhe o que tinha. Ao que o Sr. Manuel respondeu: Amanhã, é o fim do prazo para pagar ao Sr. Zeferino (nome fictício) e eu, ainda, não tenho dinheiro. A esposa com carinho, diz: não te preocupes, espera aí. Dirigindo-se à casa do vizinho do outro lado da rua, bateu à porta, o Sr. Zeferino, estremunhado, perguntou: minha senhora o que a traz aqui tão tarde? A esposa "zelosa", respondeu: Vim só para lhe dizer que a dívida do meu marido, ele não a vai pagar! Atravessa de novo a rua, volta para junto do seu marido preocupado e diz-lhe: "já podes dormir, agora quem não dorme é o vizinho""

sábado, outubro 28, 2017

Violência doméstica, na opinião de Eça de Queirós, falecido em 1900




Eça de Queiroz ironiza, daquela maneira tão subtil e tão cómica, contra um juiz que condenou a limpar as ruas da sua aldeola, (Gouveia), um homem que matou, partiu e escaqueirou em bocados a sua esposa. Pena pouco pesada? Veremos.

Leiam isto: lol

"Talvez mesmo o juiz - por lhe parecer insuficiente degredo perpétuo - rompesse no excesso arbitraria de entregar aquele facínora ao suplício imenso de limpar as ruas da sua vila. Bem pode ser que aquele marido esteja cumprindo uma sentença pavorosa, e que o devamos lastimar mais que os infelizes que S.M. Alexandre II da Rússia (que Deus guarde e muitos anos conserve em prosperidade e gloria) manda trabalhar, ao estalo do chicote, nas minas de Orilieff! A imundice da província tem mistérios.
Limpar as ruas de Gouveia será talvez a pena que de futuro adoptem, em substituição da pena morte, os códigos da Europa."


A continuação está aqui:

https://iurisdictio-lexmalacitana.blogspot.pt/2010/03/violencia-de-genero-y-penas-ejemplares.html

Manifestação contra a sentença que absolveu a violência doméstica










Manif contra a sentença que absolveu a violência doméstica e contra a "justiça" que o permite. 



Este cartaz da Alexandra fazia rir, em vez de indignar, mas, diz ela, "Ridendo castigat morus"  A outra sou eu, a Nadinha. 



"Ridendo castigat morus" parece catalão, mas é latim, quer dizer que a rir se castigam os costumes, enfim, demasiado erudito para que  alguém o entenda: A imagem representa o Flintstones a arrastar uma mulher pelos cabelos, ostentando uma moca, o que não é nada erudito.



Mas a sentença do juiz Moura é da idade da Pedra.


Antigamente as manifestações eram lideradas por partidos ou sindicatos. Na melhor das hipóteses, eram organizadas pelos movimentos dos cidadãos. Integrei um desses, mas logo percebi que os movimentos seja do que for andam atrás do oportunismo partidário dos líderes. Por exemplo: este movimento de esquerda, que era contra o PS, logo se uniu ao PS. 


Estranho?

Não.


Se calhar este movimento pareceu despercebido nos telejornais, porque havia outras notícias importantes: 


1. A independência da Catalunha.
2. A greve geral.
3. Algum acontecimento importante dos reality shows, por exemplo, algo assim: o Zé espancou a Maria, em direto.




quinta-feira, outubro 26, 2017

Blogue Terra e Mundo

Este Blogue, anteriormente intitulado Terra Imunda, mudou hoje de nome, para este: Terra e Mundo.

Com este sentido:

"Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo".

Por este motivo:

Este blogue já tem muitos anos de existência, vai mudando e hoje muda de nome. Mas apenas muda uma "letra", se os dissermos em voz alta: de Terra Imunda para Terra e Mundo.

Sem perder a ideia inicial, de crítica à sociedade, à política, ao poder, este título perde a ideia da ligação ao mar, comparada com a qual a terra seria imunda, conceito também encontrado na Bíblia, enfatizando o sentido moral da última palavra.

Com este novo título, pretendemos enfatizar o provincianismo que, paradoxalmente, é cada vez mais vulgar na nossa sociedade.

Parece que, nestes anos mais recentes, não estamos evoluir e sim a tornarmo-nos mais paroquiais. É o que se vê com as Américas de Trump ou de Temer, é o que se vê neste momento em Portugal com um juiz que absolve a violência doméstica citando a Bíblia e o Alcorão.

Daí a minha afirmação:

"Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Omphalos"


O blogue poderia chamar-se apenas Omphalon, Umbigo do Mundo, se não fosse desejável a semelhança com o título anterior. 
(Como se mantém o URL, nada mudou em termos de Blogosfera nem de nada, no fundo, apenas o título).

Agradeço a persitência de alguns, poucos, leitores, que se mantêm aqui desde o ano 2000.

Ironia trágica, ou "afinal havia outra": uma Nana (de Zola) à portuguesinha

Isto tem alguma graça. 
Mais exatamente, isto sugere uma enorme ironia trágica, se pensarmos que esta criatura (José Sócrates) (talvez nome verdadeiro) definiu o nosso futuro, por exemplo, fazendo cortes de salários, aumentando em 6 anos a idade da reforma, trazendo a austeridade para o país e impondo a sinistra ministra (da educação).
Mas afinal havia outra: enquanto nós éramos todos enganados por esta criatura, a criatura era também, alegadamente, enganada por um ser alegadamente do sexo feminino, que, ao mesmo tempo que extraía dinheiro ao primeiro ministro, também extraía dinheiro a um pedreiro. Pedreiro ou trolha e primeiro ministro, ambos mostravam uma grande piedade por esta mulher.

Uma Nana (de Zola) à portuguesinha, sem a grandeza das cocottes decadentistas nem das gueixas orientais, apenas com uma vulgaridade chula e fadista.

A não perder este artigo:

A mulher que conseguiu enganar Sócrates



domingo, outubro 22, 2017

Inspiração para segunda feira

"O aborrecimento é uma doença de que o trabalho é o remédio; o prazer não passa de um paliativo.
Duque de Levis.

sábado, outubro 21, 2017

Tancos: a guerra do Solnado

O texto que chamamos "A guerra do Solnado"é, na verdade, o texto "A Guerra de 1908", um sketch do espanhol Miguel Gila, interpretado pelo ator Raul Solnado. É o caso mais conhecido de apropriação de texto dramático original, muito frequente em Portugal.  *

Este texto ( que pode ser ouvido no Youtube) fez Portugal chorar com riso, de mente voltada para a guerra colonial. 

Vem a propósito do roubo de material bélico de Tancos. Quando todos receávamos que o material de guerra fosse vendido a terroristas islâmicos para atentados terroristas por essa Europa fora, ou em Portugal, descobrimos agora que o roubaram para vender o ferro e o cobre para a sucata. LOL LOl Lol

O anticlímax dá sempre vontade de rir e este é uma anedota.

Quem roubou? os militares, claro! Só eles é que sabem onde estão estas coisas! Só eles têm as chaves...

VER AQUI : 

Além de Tancos, Santa Margarida. Peças furtadas de carro de combate encontradas na sucata

* (Razão pela qual ninguém escreve teatro em Portugal, nem nunca escreveu).



quarta-feira, outubro 11, 2017

Madona e Lisboa

Não sou fã da Madona, mas gosto que a Madona goste de nós. 

Receita: chocos guisados com cenoura e ervilhas


Almocei hoje e alambazei-me com uma receita que me deram. Pela expressão facial de quem ma deu, ao dar-ma, vi logo que era bom. Um ar que fica entre o prazer e a dor. 
Faz-se um refogado normal, depois põe se por cima um choco grande, cenouras aos cubos e ervilhas. Tapa-se e fica assim. Depois vai-se acrescentando água, mas uns 15 minutos, no total, é quanto demora a guisar.
Muito, muito bom. 

sábado, outubro 07, 2017

Redescobrir ou só descobrir A Farsa de Raul Brandão

Numa biblioteca  que agora tenho acesso, com muitos livros antigos, descubra primeira edição de A Farsa de Raul Brandão.

Nunca tinha lido este livro, que é grandioso, no modo como traduz a mesquinhez da alma humana.

A personagem principal, a Candidinha vive da caridade, não como pedinte mas como alguém de certo estatuto a quem as pessoas da sua condição pequeno burguesa dão o essencial, troco da sua humilhação.

Todo o livro é sobre o ódio e a inveja, numa personagem que só tem semelhante na criada Juliana de o Primo Basílio de Eça de Queirós.


Esmiuçar a maldade dos pobres e humilhados deve ser, no mínimo, cansativo para o autor (autores) e é, no mínimo, revoltante para quem lê.

Será talvez por isso que esta obra não é conhecida, rejeitada, talvez após o 25 de abril.

Muitíssimo bem escrita e analisando os meandros do desejo, da frustração, mas também do sonho.

Por contraste, aparece também uma personagem muito pobre e muito materna, com uma grande bondade. Uma criada de servir, a Joana.





quinta-feira, outubro 05, 2017

Exposição de arte moderna, de Sónia Falcone, dialogando com espaço antigo do Palácio da Ajuda






Com grande surpresa, encontramos uma exposição de arte moderna, da italiana  Sônia Falcone, com instalações que não só valorizam como iluminam as salas régias do palácio da Ajuda.
Na verdade, mesmo não gostando de estar num palácio real, por alergia à monarquia e mais ainda à monarquia nos seus últimos tempos, somos atraídos por imagens modernas, algumas de vídeo, que acrescentam movimento, sentido e significado aos velhos locais, já muito expurgados do seu simbolismo desadequado e arcaico.

É o caso do jardim de Inverno, em que umas belas mas obsoletas gaiolas de pássaros, feitas a pensar, não nos pássaros mas em quem os vê, são "iluminadas" por uma projeção de borboletas.
Estas borboletas são, no texto, associadas com a alma.

Mais irónica e não menos surpreendente é a instalação que a autora já fez em vários locais do mundo, com as especiarias e outros produtos em pó.
Sem qualquer legenda, que não é necessária, começamos a sentir o cheiro ainda antes de entrarmos na grande sala. Algumas pessoas começam a perguntar: não te cheira a caril? Mas esta pergunta só revela a ignorância olfativa dos europeus, que chama caril a tudo o que for estranho.
Esta instalação chama-nos a tenção para  diversidade do mundo, no seu magnífico colorido, acrescentando realidade concreta e cheiro À arte propriamente dita.
Essa diversidade colorida e bela já detinha evidenciado numa anterior instalação com bastões de vidro colorido pelas técnicas do vidro de Murano.

A não perder. Poucas vezes uma autora contemporânea nos interpela desta forma, criando-noto prazer de contemplar a arte e mostrando-nos que arte não é só o que nós imaginamos.
também pode ser, por exemplo, um diálogo. Teatral.

Exposição Campos de Vida " Fields of Life".

sexta-feira, setembro 29, 2017

India, um ocidente a ocidente?: Ministério da Felicidade Suprema






Estou a ler, agora que já tenho tempo para ler, o livro O Ministério da Felicidade Suprema, da autora indiana Arundhati Roy.
É o segundo livro que leio desta autora, o primeiro foi O deus das pequenas coisas.
De certa forma, é a segunda desilusão que tenho com os romances desta autora, eu que tanto gosto da Índia, que até já lá fui e tenciono voltar. 
Porquê desilusão? Porque para mim, como para muita gente, a Índia será o lugar da diferença, um sítio muito alternativo, ou, como diria Fernando Pessoa, "Um oriente a oriente do oriente"

Mas esta Índia, longe de ser oriental no sentido místico e misteriosa, é, bem ao contrário, um ocidente  no oriente, ou seja, é uma Índia poluída pela economia do ocidente, estragada, arruinada, para além de ter os seus próprios defeitos, que já tinha.

Já li outros livros de outros autores indianos sobre  este país, mas todos se queixam do mesmo: não é a Índia autêntica, é a Índia mais estragada pela América do que foi pelos ingleses.
É, de certa forma, uma Índia descabida e ridícula. 

A personagem principal, uma meretriz hermafrodita, construiu a sua habitação num cemitério, os cemitérios indianos são muçulmanos, pois os hindus são cremados. Com o tempo, foi alargando habitação até fazer uma casa de hóspedes e mais tarde também uma espécie de agência funerária.

Esta meretriz hermafrodita é, para a autora, o próprio símbolo da Índia.

Agradeço a Arundhati Roy esta visão do mundo, em que o oriente não passa de uma fraca excrescência do ocidente.

E nem falemos dos direitos das mulheres, ou dos direitos seja de quem for...

Este país tem também os seus próprios males, as terríveis lutas religiosas, os intocáveis, que normalmente não saem da terra, por falta de capacidade económica, mas, se emigrarem, continuam ser intocáveis para os outros indianos, enfim, mundos que existem também nas nossas cidades e que ignoramos.

Mas o que salva tudo é o amor. Sempre, em todo o lado e também nos romances da autora. Neste caso o amor maternal, pois a personagem hermafrodita, mulher por opção, mas com um estatuto especial na cultura indiana, sente que foi destinada para ser mãe.

Apesar de tudo o que foi dito acima, não podemos esquecer que estes são os autores que ganham prémios ingleses. Isto, claro, vale o que vale. 





domingo, setembro 24, 2017

Relatório sobre Tancos, inventado pelo expresso a tempo das eleições

Então o jornal Expresso agora inventa relatórios sobre Tancos que não existem, para influenciar as eleições? Isto é que é jornalismo, para um jornal tão caro?


Quem são estes idiotas, incluindo a autora destas linhas, que ainda compram jornais, quando seria mais sensato e equitativo investir em revistas do coração. 
Ou ver televisão, ou algo assim.


Ou deixar de gastar dinheiro com jornais, revistas, livros...

Que parolagem, como dizia o meu avô!!!