quarta-feira, abril 01, 2020

Dilemas da esquerda

Uma coisa que não tem graça nenhuma, enfim, tem alguma graça, não, não tem nenhuma! Enfim, este meu dilema vai continuar...
É esta: entre as grandes vítimas deste enclausuramento, estão os carteiristas e demais ladrões. Roubar carteiras a quem, se não há ninguém nas ruas? Assaltar casas como, se as casas estão cheias de gente?
Restam-lhes, coitados, os serviços sociais e as obras de caridade. Esperemos que não roubem os fundos dessas instituições.
Ser de esquerda tem as suas idiossincrasias, mas também tem estas incoerências…

Ó Cóvide Dezanove!

Se o vírus fosse português, toda a gente, primeiro o Herman José e depois toda agente, fazia pouco do nome dele:

- Ó Cóvide Ronaldo!
- Ó Cóvida Venessa!

Acabava por emigrar pararam terra mais tolerante e simpática. Que culpa tenho eu do nome que me puseram? - Diria.

quinta-feira, março 26, 2020

Matar o Bicho

                                                              

As autoridades aconselham a gargarejar com água morna e sal para matar o bicho e recomendam outras coisas igualmente desagradáveis. A única vez que tentei fazer tal coisa, engasguei-me e expeli um chuveiro de água e sal para todo o espelho da casa de banho. Vocês conseguem? 
Pelo contrário, há uma maneira antiga e muito moderna de matar o bicho: matá-lo com álcool.
Não desespere ao pensar que deve fazer isso com álcool etílico. Até porque não existe tal coisa à venda, neste momento.
Os enólogos portugueses aconselham um copinho de vinho tinto, que, além de álcool, contém poli-nao-sei-o-quê, talvez polifenóis, ou algo assim, totalmente fatais para o bicho.
Se quiser ser mais radical, um pouquinho de nada de Gin puro (o Gin foi inventado como medicamento) ou um whisky puro. 
Não exagere. Uma garrafa inteira, bebida toda de uma vez, mata demasiados bichos, incluindo os bichos bons! 
E às vezes, até mata o bicho principal, ou seja, você.

Você não acreditou? Então, clique neste link e leia.


O novo coronavírus morre no vinho? Enólogos espanhóis respondem

segunda-feira, março 23, 2020

Quantas bolas... de gelado



Havia, no Centro Comercial Amoreiras, uma minúscula gelataria, só com duas mesas coladas uma à outra.
Num fm de tarde de domingo, sentaram-se, ao meu lado, uma mulher obesa com quatro bolas de gelado e cone comestível, com um homem magro, tomando um café expresso.
De repente, ele começou a falar, a criticar, a acusar, a lamentar e quase a chorar. 
Tinha casado com uma mulher magra e elegante. Se não podes resistir a um gelado, não podias ao menos comer só dias bolas de gelado como esta senhora aqui ao lado que nem é gorda? Cada vez estas mais gorda! Cada vez comes mais. É só comidas que engordam, quatro bolas de gelado!!!
A senhora não falava, não respondia, absorta no ato de lamber as quatro bolas, talvez já sem sabor.
Quantas mais conversas desoladas e insípidas, quantas mais bolas lambidas desconsoladamente... 
Que será feito destas duas pessoas, talvez agora, com a quarentena obrigatória por causa do Coronavírus, isoladas e confinadas uma à outra, ela cada vez mais obesa, ele cada vez mais desesperado, cada vez mais magro, muito mais sós do que se estivessem mesmo sós, talvez vivendo numa cave sem janelas e sem sol... 
A solidão pode ser feliz.

sábado, março 21, 2020

Dia da Poesia e início da primavera - Homenagem a Baudelaire




Este tem sido um dos meus poemas preferidos, "Elévation", mas espero que deixe de o ser. Baudelaire leva o seu espírito para fora do mundo, pairando por cima das esferas...
Mas talvez seja melhor deixarmos que o nosso espírito fique neste mundo. Talvez, ou talvez não...

Partilho-o, primeiro em tradução, depois no original.


Elevação

Por cima dos paúis, das montanhas agrestes,
Dos rudes alcantis, das nuvens e do mar,
Muito acima do sol, muito acima do ar,
Para além do confim dos páramos celestes,


Paira o espírito meu com toda a agilidade,
Como um bom nadador, que na água sente gozo,
As penas a agitar, gazil, voluptuoso,
Através das regiões da etérea imensidade.


Eleva o vôo teu longe das montureiras,
Vai-te purificar no éter superior,
E bebe, como um puro e sagrado licor,
A alvinitente luz das límpidas clareiras!


Neste bisonho dai' de mágoas horrorosas,
Em que o fastio e a dor perseguem o mortal,
Feliz de quem puder, numa ascensão ideal,
Atingir as mansões ridentes, luminosas!


De quem, pela manhã, andorinha veloz,
Aos domínios do céu o pensamento erguer,
— Que paire sobre a vida, e saiba compreender
A linguagem da flor e das coisas sem voz!


Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães



Elévation

Au-dessus des étangs, au-dessus des vallées,
Des montagnes, des bois, des nuages, des mers,
Par delà le soleil, par delà les éthers,
Par delà les confins des sphères étoilées,

Mon esprit, tu te meus avec agilité,
Et, comme un bon nageur qui se pâme dans l'onde,
Tu sillonnes gaiement l'immensité profonde
Avec une indicible et mâle volupté.

Envole-toi bien loin de ces miasmes morbides;
Va te purifier dans l'air supérieur,
Et bois, comme une pure et divine liqueur,
Le feu clair qui remplit les espaces limpides.

Derrière les ennuis et les vastes chagrins

Qui chargent de leur poids l'existence brumeuse,
Heureux celui qui peut d'une aile vigoureuse
S'élancer vers les champs lumineux et sereins; 

Celui dont les pensers, comme des alouettes,
Vers les cieux le matin prennent un libre essor,
- Qui plane sur la vie, et comprend sans effort
Le langage des fleurs et des choses muettes!


Charles Baudelaire


(Imagem retirada ad Internet)

segunda-feira, março 16, 2020

Esconjuro contra o Coronavírus


Ó nuvenzinha do ar chove, chove, chove,
Para afogar o bicho do Covid 19.

Santinhos do céu e mais a Santa Luzia, 
Livrai-nos desta porcaria desta pandemia.

Para matar o bicho nem precisamos de arsénico, 
Basta-nos esta modernice do papel higiénico

sexta-feira, março 06, 2020

Theremin



Este instrumento musical toca-se só com a energia das mãos, sem encostar as mãos e o som parece uma voz feminina. 
Chama-se Theremin.

domingo, fevereiro 09, 2020

Racismo e anti-racismo



Quando vivi no Algarve, tive uma amiga muito bonita, muito querida, normalmente inteligente, mas que não tinha a quarta classe, a escolaridade obrigatória na época, teria só a segunda ou terceira. Sentia-se muito inferiorizada perante os amigos e amigas que até tinham o nono ano e que estavam sempre a mostrar que eram muito cultos, falando de coisas de que ela não sabia falar, mas não se sentia mal comigo, à época professora do Liceu António Aleixo. Conversávamos muito na praia pequena ao lado da praia da Rocha, para onde íamos às vezes, ou nos bares circundantes.
Não tinha a quarta classe, porquê? 
Quando vivia em África, muito pequenina, a professora e os colegas batiam-lhe por ser branca. Quando, pouco depois, veio para Portimão, na descolonização, a professora e os colegas batiam-lhe por ser preta. Era mulata.
Perante os atuais antirracistas militantes, que são de esquerda como eu, com quem tenho discutido estes assuntos, a menina só foi vítima de racismo em Portimão. Em Moçambique, ou Angola, não me lembro, era apenas uma perigosa colonialista imperialista.

Esta discussão faz sentido atualmente, com as Joacines e os Mamadus da vida... 
Discutir tudo com a inteligência, com a razão e com a lógica, é necessário.

(Como não havia ainda redes sociais nessa época, perdi o contacto com esta amiga, que foi viver para os Estados Unidos, casada com um americano. Tudo está bem quando acaba em bem!).


Foto: Praia de areia preta, Ilha de Stromboli, Itália. Foto do blogue.

segunda-feira, janeiro 27, 2020

Para quando uma "marselfie" do Marcelo com o Rui Pinto em liberdade?






Heróis do mar: Rui Pinto, ou o que finge tirar um bébé do caixote do lixo, recebendo logo um apartamento em Cascais, enquanto os verdadeiro salvadores, não heróis, claro, continuam a dormir na rua.


Como explicar que o "nosso" Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dê medalhas e elogios e selfies ao grande "herói" que fingiu resgatar o bebé do caixote do lixo, mas deixe estar na cadeia o Rui Pinto? Será que tem telhados de vidro?

E cá vamos, cantando e rindo, com as Joacines a fazerem-nos pensar e discutir questiúnculas, como  a  importância política da gaguez ou a saia dos assessores. 

Mais uma vez os nossos políticos nos envergonham perante o mundo.

VER E CLICAR AQUI

terça-feira, janeiro 21, 2020

Ironia das ironias, tudo é ironia







Será que os portugueses são assim tão estúpidos? Ou será que os políticos portugueses não são capazes de entender a mudança que ocorre em Portugal e no mundo?
Quando digo políticos portugueses, tanto me refiro ao Marcelo como à Joacine.
Ou aos políticos que sempre lidaram bem com a Isabel dos Santos e o pai, mas que ainda se entendem melhor (ou pior, melhor ou pior é igual) com o atual governo de Angola.
Vocês não acham que esta gente ainda vive no século XX? E que esta gente pensa que nós ainda vivemos no século XIX?


Imagens retiradas da imprensa:
VER



Angola propõe-se a reduzir pobreza extrema a três milhões de pessoas até 2022

sábado, janeiro 18, 2020

A beleza da manhã em Lisboa






A caminho do trabalho, a pé, contemplando a beleza da manhã citadina, o céu como uma tela desenhada pelos jatos, talvez prenunciando múltiplas viagens pelas nuvens. Nefelibatas.

domingo, janeiro 05, 2020

Hoje é o dia em que os Reis Magos chegam ao presépio.









Hoje é o dia em que os Reis Magos chegam ao presépio. 
Mas também existe o antes e o depois. pelo menos na sua representação na arte. O antes é a dormição, em que tiveram o sonho. Na arte medieval, são representados  dormir juntos, maneira prática de representar o sonho comum de todos.
Dormição é também um termo usado para designar a morte que não é morte, como a de Nossa Senhora, ou a de São Francisco de Assis. 
Por outro lado, existe também o depois, ou seja, como regressaram? Aparentemente, também regressaram juntos,a julgar por outro iluminura, esta de 1200.
Interessantes são as representações em iluminuras...


Imagens retiradas da Internet:Imagem 1 _ Iluminura MedievalImagem 2 - Livro de Horas Igreja Católica Liturgia e Ritual, Adoração dos Reis Magos, séc. XV [Biblioteca Nacional de Portugal]Imagem 3 - O sonho dos Três Reis Magos, Mestre Aster Gislebertus, Catedral de Saint Lazare, Autun, FrançaImagem 5: Iluminura Medieval, 1200

sexta-feira, janeiro 03, 2020

Metáfora do País: herói salvador fictício, verdadeiros salvadores na rua e na miséria





Foi criado o cargo de Coordenador Nacional para os Sem-abrigo.
Quem deveria assumir este cargo era aquele que ganhou duas casas e quase ganhava um medalha do presidente Marcelo: o "herói" que (alegadamente) salvou o bébé do lixo. 

Porquê herói? Correu algum perigo?
Descobriu-se depois que não teve nada a ver com o bébé, mas nessa altura já morava na sua casa de Cascais, enquanto os verdadeiros salvadores continuavam na rua, sem-abrigo e sem medalhas.
Claro, onde iriam meter as medalhas, se nem casa têm??? para que precisariam de medalhas?
Isto é uma perfeita metáfora do país em que vivemos: não importa ser, importa parecer.
Mas, como diz José Gil, No seu maravilhoso livro sobre os mitos portugueses *, somos peritos em fabricar não-acontecimentos. Este caso, ou melhor, o esclarecimento deste caso,  foi um não-acontecimento. 

Não aconteceu. Ouviram???

* Livro: Portugal Hoje: o medo de existir.
Imagem: mapa do Google.

quinta-feira, janeiro 02, 2020

Bento XVI - Papa revolucionário



Gosto muito deste Papa, que nasceu no mesmo di aqui eu (16 de abril). E que deu lugar ao Papa Francisco, uma jóia do nosso tempo.
Gosto dele por esta afirmação, ente outras:


«O homem tem mais medo do poder da opinião pública do que da luz distante e indefesa da verdade. Ele curva-se ao poder da opinião, tornando-se seu aliado, um de seus portadores. Torna-se escravo da aparência. Nas suas acções ele já não se orienta de acordo com a realidade, mas de acordo com as reacções dos outros.

Deste modo, chegamos ao domínio de opinião, ao domínio do falso. E assim, toda a vida de uma sociedade - decisões políticas e pessoais - baseiam-se na ditadura do falso.»

Joseph Ratzinger / Papa Bento XVI
Roma, Quarta-Feira de Cinzas de 1989
VL

domingo, dezembro 22, 2019

As ovelhinhas do presépio



No tempo em que eu andava na segunda classe da escola primária (e também na terceira e quarta), tive uma professora muito religiosa, muito antiquada e que na altura parecia muito velha, por contraste com a rapariga que me deu a primeira classe e da qual eu também não gostava nada. Muito mimada em casa, odiava a escola e ainda hoje me arrepio ao recordar tudo isto. Mal sabe que iria passar toda a vida, ou pelo menos até agora, num ambiente de professores e alunos, tornado, felizmente, mais fraterno.

No Natal desse segundo ano, as professoras, lideradas pela minha, fizeram um enorme presépio no átrio da escola, em que havia uma ovelhinha para cada menina, cada uma de nós. Na nossa sala, havia também uma grande cruz em papel quadriculado, com várias linhas para cada uma, dependendo da parte mais larga ou mais estreita da cruz. Nas linhas deveríamos inscrever um sacrifício, um cruz em vermelho, ou uma abstenção, um cruz em verde. As nossas velhinhas, colocadas ao fundo do monte, dariam um pequeno passo por cada abstenção e um grande salto por cada sacrifício. Giríssimo, como diriam agora os pedagogos!

Muito antes do último dia de aulas, já as minhas linhas estavam a  abarrotar de cruzes vermelhas e a  minha ovelhinha estava quase enfiada em cima da manjedoura. Tudo medido ao milímetro, para não me chatearem depois.

No último dia, foi realizada uma pequena cerimónia e as professoras chamaram-me ao cimo da escadaria para me perguntarem que sacrifícios, tantos e tão grandes, tinha eu feito, para servir de exemplo às minhas pouco sacrificiais colegas (de quem eu também não gostava, claro). E sendo eu também a melhor aluna, etc...

Respondi, muito naturalmente, que era para mim um grande sacrifício levantar-me todos os dias da cama e ir para as aulas e que, todo os dias, a minha velhinha dava um grande salto, com tamanho sacrifício. Mal me ouviram dizer isto, as minhas colegas foram logo  procurar as respetivas ovelhas, que ainda se encontravam no sopé do musgo, para as enfiarem dentro do estábulo, ou à volta se já não cabiam dentro, embora as professoras tentassem evitar, sem conseguirem encontrar argumentos, nem atitudes válidas... afinal, eu era a melhor aluna. E também era a aluna que fazia mais sacrifícios e abstinências... 

Um exemplo vivo, ali, a discursar ao cimo das escadas. Muito contrariada.

sábado, dezembro 21, 2019

Solstício de Inverno




Brindemos ao solstício. Que sejamos capazes de merecer o inverno, tal como julgamos merecer o verão. 
Que sejamos capazes de sentir os prazeres do recolhimento, ou dentro das casas por onde passamos, ou dentro dos nossos corações.

sábado, dezembro 14, 2019

Inseto Flower Mantis, ou a beleza da mentira











Inseto muito belo, com camuflagem de flores, Flower Mantis, espécie de louva-a-deus. 
Finge que é uma flor, para apanhar outros insetos e comê-los, chamar-lhes um figo!
Bela, hipócrita e má! Ou será belo, hipócrita e mau? Parece que isto fica melhor no feminino...
Os louva-a-deus até comem pássaros, aranhas, cobras, gafanhotos e lagartos.

Mas estes inscrevem-se na inominável beleza do mundo.

(Fotos da Internet).

Ser professora / professor

Não me tornei professora por vocação nem por convicção. Quando os alunos me perguntam, digo a verdade, é claro.
Acho mesmo que nunca teria escolhido esta profissão, pois sou vocacionada para a solidão. O excesso de comunicação que ela implica, com alunos, professores, pais, sempre foi para mim um incómodo. Sempre me impediu de comunicar nas horas vagas, em que prefiro o silêncio.
Agora, neste momento em que os professores são ostracizados, hostilizados, é só agora que me sinto identificada com esta profissão. Como é bom ser ou ter sido a professora preferida de um ou de milhares de alunos! Como é bom ter feito a diferença para um ou para milhares de alunos entre a seca de estar nas aulas ou o acordar alegre por ir ter uma aula com aquela professora! 
Como é bom fazer este trabalho de forma rotineira, sem nem sequer pensar nisso, como se fosse apenas, todos os dias, assinar um ponto e imprimir uns formulários... não é!
Porque pensar em tudo isto é demasiado emocionante, demasiado empolgante para ser rotineiro, mas às vezes, muitas vezes, precisamos da rotina... 
Sobretudo quando, para além desta obrigação, ainda fazemos algo mais. 

Noto que esta profissão existirá, apesar dos políticos e das políticas que desaparecerão para sempre.

domingo, dezembro 08, 2019

O advogado das ratazanas


Na Idade Média era comum pôr animais em tribunal, pedindo para eles sobretudo a pena de excomunhão. 
Já no início do séc. XVI, Barthélemy de Chasseneuz ficou famoso pela defesa que fez das ratazanas que infestavam os campos de uma localidade francesa, Autun.
Como as ratazanas não compareceram ao julgamento, o juiz pretendia julgá-las "in absentia e era quase certa condenação O advogado afirmou que lhes seria difícil apresentarem-se a julgamento, por não terem tido todas elas conhecimento da notificação, já que cada uma deveria apresentar-se individualmente . A notificação foi mais tarde lida em todos os púlpitos, mas , na sessão seguinte, também não apareceu nenhuma.
Barthélemy de Chasseneuz argumentou, então, que um réu não pode apresentar-se a  julgamento se, ao fazê-lo, correr perigo de vida. Como seria, aliás, o caso das ditas ratazanas, as quais se tornariam presa fácil dos gatos e dos cães da vizinhança. O juiz aceitou o argumento, o julgamento foi adiado outra vez. Pouco se sabe sobre o que aconteceu depois...

A praga acabou por desaparecer com o tempo, provavelmente ... 
Assim se livraram as ratazanas da excomunhão (era um tribunal eclesiástico), os camponeses também ficaram felizes e Barthélemy ficou famoso para sempre. 
Mais famoso agora do que nunca, já que estamos em tempos de defesa acérrima das animais.


Imagem: Terra em que tudo aconteceu, Autun, França.