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segunda-feira, setembro 28, 2020

As posses das ratazanas: questões filosóficas e legais


 (Foto da Comunicação Social)

Esta ratazana gigante foi condecorada com esta medalha de ouro britânica por ter detetado 67 artefactos, entre minas anti-pessoal e outros explosivos. Detecta-as pelo faro e faz gestos a chamar o homem, o treinador, ela e as suas colegas. Lol. Como são muito leves, o seu peso não faz detonar o explosivo. 

A ideia é muito engraçada, mas levanta uma questão, ou várias, não só filosóficas, mas também legais.

Se as ratazanas podem possuir objetos de valor, como uma medalha de ouro com valor material e simbólico, então, como preservar estes valores?

- Podem as ratazanas queixar-se de que foram roubadas?

- Podem as ratazanas queixar-se de que foram vítimas de excesso de confiança, se alguém ficar indevidamente com a medalha para si?

- Podem as ratazanas deixar estes objetos como herança? A quem?

Já existiu, na história, um julgamento civil contra ratos, em França, os quais ganharam o caso, graças ao extraordinário advogado que os defendia.

Mas ratazanas queixosas, ou herdeiros de ratazanas queixosos, creio que isso não está previsto... nem mesmo nos direitos dos animais...

VER AQUI


Em Autun, diversos roedores foram intimados a comparecer ao tribunal e até tiveram um advogado

domingo, dezembro 08, 2019

O advogado das ratazanas


Na Idade Média era comum pôr animais em tribunal, pedindo para eles sobretudo a pena de excomunhão. 
Já no início do séc. XVI, Barthélemy de Chasseneuz ficou famoso pela defesa que fez das ratazanas que infestavam os campos de uma localidade francesa, Autun.
Como as ratazanas não compareceram ao julgamento, o juiz pretendia julgá-las "in absentia e era quase certa condenação O advogado afirmou que lhes seria difícil apresentarem-se a julgamento, por não terem tido todas elas conhecimento da notificação, já que cada uma deveria apresentar-se individualmente . A notificação foi mais tarde lida em todos os púlpitos, mas , na sessão seguinte, também não apareceu nenhuma.
Barthélemy de Chasseneuz argumentou, então, que um réu não pode apresentar-se a  julgamento se, ao fazê-lo, correr perigo de vida. Como seria, aliás, o caso das ditas ratazanas, as quais se tornariam presa fácil dos gatos e dos cães da vizinhança. O juiz aceitou o argumento, o julgamento foi adiado outra vez. Pouco se sabe sobre o que aconteceu depois...

A praga acabou por desaparecer com o tempo, provavelmente ... 
Assim se livraram as ratazanas da excomunhão (era um tribunal eclesiástico), os camponeses também ficaram felizes e Barthélemy ficou famoso para sempre. 
Mais famoso agora do que nunca, já que estamos em tempos de defesa acérrima das animais.


Imagem: Terra em que tudo aconteceu, Autun, França.

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Papa Francisco, Eclesiastes e Marguerite Yourcenar

Papa Francisco diz que os cães também vão para o céu

A afirmação foi feita no Vaticano para consolar um rapaz que estava triste por o seu cão ter morrido


Ler, a propósito, O tempo, esse grande escultor, de Marguerite Yourcenar, capítulo: "Quem sabe se a alma dos bichos vai para baixo?". A autora invoca o capítulo da Bíblia "Eclesiastes".

"Papa Francisco durante sua pregação na praça São Pedro, confirmou que todos os animais vão para o céu. Tentando consolar um garoto com o coração partido pois seu cão de estimação tinha morrido, o pontífice fez uma confissão: " um dia, nós veremos nossos animais novamente na eternidade de Cristo. O paraíso está aberto para todas as criaturas de Deus." A fala do Papa foi aplaudida por diversos grupos de proteção animal presentes no momento. A fala do Papa contraria um dos dogmas da Igreja q dizia que os animais não iriam para o paraíso pois não teriam alma".


terça-feira, julho 16, 2013

Oh, que pena! Ganharam os touros, em Pamplona




Nas festas de San Firmin, em Espanha, com corridas de touros e touradas, este ano ganharam os touros.


Na notícia abaixo, clicar no link e ver fotos 70 e 71. LOL.

Espanha: corrida de touros em Pamplona deixa 23 feridos

sexta-feira, maio 25, 2012

Homens e bichos. Às vezes, tudo OK.



Para quem gosta de animais... eu, por exemplo, gosto. Não me parece que devamos preocupar-nos mais com os bichos do que com os nossos semelhantes humanos. Muito menos me parece que o gostar de bichos possa ser um pretexto para não nos importarmos com os nossos semelhantes humanos. 

 Parece-me que já estamos todos fartos desse humanismo animalesco. 

Mas ainda há coisas lindas no mundo, na relação entre gente comum e animais. Como esta, em que gente comum salvou um cardume de golfinhos. 

Os homens e as mulheres deste vídeo começaram por ter medo, bichos tão enormes... e acabaram por revelar uma grande delicadeza, tão grande delicadeza, conciliada com o medo, o que é mais raro. 

O medo impele-nos, às vezes, a sermos bruscos e descontrolados.
O amor pelos animais e por nós mesmos impele-nos, às vezes, à crueldade. À indiferença. Ao disparate.

sexta-feira, maio 18, 2012

Eu sei um ninho!!! Eu sei tantos ninhos!!!


Watch live video from Swallows Nest on Justin.tv

*** Ver nota

- Eu sei um ninho!!!

Esta era uma frase que resumia tudo. Eu sei onde está um ninho. Queres ver???
No blogue Escrevedoiros, conto uma minha pequena aventura infantil ao entrar em contacto com um ninho de carriça, passarinho pequenininho. VER AQUI.

Mas vivemos nos novos tempos. Agora, basta ligar a net e vemos logo um ninho em direto. Talvez na Alemanha da Merkel, na Jugoslávia, em sobral do Monte Agraço, em Castanheira de Pêra, enfim, onde houver uma webcam e um ligação à Internet. 

E aqui estão vários exemplos. Como links, por todo o mundo. Tem de todas as espécies, ou quase, em volta do planeta.

AQUI


- Eu sei muitos ninhos!!!




*** Esta andorinha ainda está chocar os ovos. Ainda hão-de vier a nascer à nossa vista e a voar pelo mundo.




Transcrevo aqui o texto que escrevi





Estava eu com o corpo todo suspenso.
As mãos arranhadas. Os joelhos esfolados.
Podia cair.

Os dedos das mãos metidos no buraco do muro, entre duas pedras.
Os dedos dos pés metidos no buraco do muro, entre duas pedras.
O corpo em precário equilíbrio, quase a cair.

Mas em mim só existiam os olhos: só via!
Um segundo antes de cair vi:
Três passarinhos minúsculos com os bicos abertos, cantavam.

Já antes tinha caído, é claro, mas ainda só tinha visto os ovos... do ninho

Douro litoral: socalcos: muros feitos de bocados de pedras: crianças felizes descobrem ninhos.

sábado, maio 05, 2012

Amar o próximo, ou amar os gatos?



Embora isto seja verdade*, não é menos verdade o inverso. Que algumas pessoas não sabem ser boas para ninguém. Adoram animais... mas eu não gostaria de ser adorada por elas, se fosse um animal.  E muito menos se fosse um ser humano. Não é esse, afinal, o drama de muita gente?
Frequentemente, a paixão / mania por animais esconde a hostilidade para com o semelhante humano. Ideia contida na frase: "Quanto mais conheço os homens, mais gosto de cães." 

O amor não pode ser uma negação nem um refúgio, o amor é inclusivo. O amor não é sentimento de posse.

Gostar, só por si, não é virtude nem dom... pode ser carência. Amamos porque somos incompletos.

(Dando um exemplo: pessoas que não têm condições, nem vida para terem animais, têm vários. E o mesmo se aplica para pais e filhos...)

Pessoalmente, adoro gatos, mas não gostaria de estar presa à casa e a Lisboa por ter um ser vivo dependente de mim. Mas se o gato morresse à fome, não tinha importância nenhuma, claro... no problem.

Insustentável leveza...

Nota * Referimo-nos à frase de Schopenhauer, na foto "a compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom ser humano".


(Foto de Facebook.com / humor inteligente)

segunda-feira, abril 30, 2012

Abacaxis maduros e galinhas velhas

Ao fazer compras num qualquer supermercado, constatam-se dois efeitos secundários da crise e, claro, da falta de previsão das compras.
Há uns meses seria impossível comprar abacaxi maduro, comia-se verde ou deixava-se amadurecer em casa. Como existe menos gente a comprar, estão agora maduríssimos, quase a apodrecer em toda a parte. A propósito, não se devem colocar no frigorífico, porque o frio estraga-os. 
Também com os frangos aconteceu o mesmo: amadureceram pelo mesmo motivo e, em vez dum frango* tenrinho, compra-se agora uma galinha velha, sendo que a longevidade das galinhas aumentou.
E o seu conforto também vai aumentar, senão vejamos: foi recentemente noticiado que ia haver um abate de 3 milhões de galinhas (aqui não se fala em frangos) portuguesas porque os aviários não tinham gaiolas suficientemente grandes. Perante o espanto de abater as galinhas para melhorar as suas condições de vida, é considerada a hipótese de não as matarem, mas vão ter direito a melhores condições de espaço.
Ao contrário dos portugueses. Que cada vez têm menos espaço e menos condições.



"Frango escrito assim, no masculino, embora seja franga, claro."


Post Scriptum (não confundir com PS): Em países do Oriente, quando se procede ao abate de tantos animais, é feita uma cerimónia religiosa. Aqui estes animais são tratados como lixo, enquanto outros o são como príncipes.

sábado, julho 23, 2011

Falar com os animais

Fui ao supermercado do Corte Inglês, muito prosaicamente comprar uma mão-cheia de camarões prontos a comer, seguindo o conselho que me foi dado em tempos por uma amiga sensata.

Tinha eu ido a esse Centro Comercial para experimentar umas sandálias MBT. Já ouviram falar no calçado MBT? Se não ouviram, vejam na net. Custam entre 200 e 300 Euros, mas mandadas vir da net só custam 88.
Estava distraidamente à espera de ser atendida, quando vejo um homem, aparentemente estrangeiro, a olhar, profundamente comovido, para uma sapateira, habitante de um dos aquários que para ali estavam, sendo todos eles muito superpovoados. 

O homem dava toques no vidro, como quem faz festas a um gatinho e, ilusão decerto, parecia-me ver a sapateira a corresponder a estas festinhas, ou com o olhar, granítico e cascudo, ou mexendo, talvez, uma patinha.

Fiquei um pouco a observar discretamente. Apeteceu-me perguntar ao senhor (seria espanhol? Há muitos espanhóis no Corte Inglês) se gostava daquela sapateira e se estava a comunicar com ela.

Mas não me pareceu possível: o senhor estava quase em estado de choque, tão emocionado como se estivesse a despedir-se de um condenado à morte. E condenado a ser comido.

Preferi afastar-me a imaginar e a recordar. Sim, quando uma vez estive quase a comprar uma lagosta para  a deitar ao mar, na praia da Rocha. Porque ela andava a ensaiar um bailado macabro por cima do móvel onde estava o aquário de que tinha conseguido escapar. Na sala onde só nos encontrávamos nós as duas. Mas não me pareceu que ela comunicasse comigo. Nem em tinha dinheiro, nessa época, para  a comer e muito menos para a libertar numa praia cheia de gente. Não estava de férias no Algarve, estava a trabalhar no Algarve. 

E o homem? Coitado, será que comprou a sapateira para a deitar ao mar? Não me pareceu, antes parecia dar-lhe afecto, ânimo e coragem para enfrentar o destino...

Fez-me lembrar aquela psicóloga que falava com os animais, de que vos falei em tempos. VER AQUI.

Ele há gente!!!

sexta-feira, agosto 27, 2010

Só lhe falta falar... italiano: Porto Santo Stefano



Mas percebe português perfeitamente, visto que entendeu tudo o que eu lhe disse. Quando me esqueci dele, veio ter comido e bateu-me com a patinha na perna para me chamar...


Fiquei com vontade de conhecer a dona: pelo gato se vê o dono, acho eu...
Estava preso por um enorme fio, macio, dúctil e muito bonito.
(Isto era uma livraria papelaria com coisas muito bonitas)
Posted by Picasa

segunda-feira, março 01, 2010

Amarula: "um grão na asa"

É muito engraçado. Veja até ao fim, mesmo que não perceba inglês.
A avestruz, dir-se-ia que tem "um grão na asa" :)
E ainda dizem que devemos comer coisas naturais! Ele há cada coisa natural!

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Isto é mais giro



Levei hoje a máquina fotográfica, na intenção de fotografar uns bandos de papagaios que andam agora em Lisboa. Não os vi, mas vi e fotografei melhor: um esquilo, também aquisição recente da cidade de Lisboa.
Dá para ampliar muito.