sexta-feira, março 10, 2017

O mundo está atrasado

Antes do ano 2000, eu queixava-me frequentemente de que vivíamos, não apenas num pais atrasado, mas num mundo muito atrasado.
Nessa altura, eu gostava de frequentar bares noturnos e outros espaços noturnos sozinha, pois não me apetecia estar dependente de outras pessoas, das disponibilidades de outras pessoas e das opiniões e sensações de outras pessoas para fazer o que me apetecesse.
E a verdade é que, ir a um bar noturno ou ao teatro ou a outro evento noturno nada tem a ver com companhia. Já para não dizer que, mesmo de dia, era suposto ou é suposto irmos acompanhados a estes sítios.
E todos nós nos lembramos de como algumas vezes adoramos uma situação, um espetáculo, ou seja o que for, para ouvir o nosso acompanhante dizer que detestou, por isto ou por aquilo. (Isto é particularmente verdade para quem muda de terra e não tem nessa terra amigos antigos.) Ora, se não precisamos de companhia par ler um livro, para que precisaríamos dela para ver um espetáculo de teatro?
Quando me respondiam que nos outros países também era assim, não era suposto alguém ir sozinho a um sítio noturno, eu respondia que os outros países também estavam atrasados. Todos? Sim.
É suposto nós fazermos o que nos apetece e irmos onde queremos, independentemente de irmos ou não acompanhados por algum paspalho. Imagino quantas pessoas casaram com paspalhos, apenas para poderem fazer aquilo que queriam fazer. Sobretudo mulheres.
Desde a entrada no século XXI, não me queixo de nada. Parece-me que vivemos numa era mais civilizada.
Mas ocorre-me agora: quando me diziam que certas coisas nem eram normais aqui nem em lado nenhum, nem mesmo na América (USA) e eu respondia que era o mundo todo que estava atrasado, as pessoas ficavam abismadas.
- O quê? A América está atrasada?
- Não!…

sexta-feira, março 03, 2017

Restaurante Dom Pomodoro

As vezes encontro sítios onde me tratam muito bem, aqui e no estrangeiro. O restaurante Dom Pomodoro nas Docas era um deles. Abriam para mim todo o primeiro andar, no verão, e eu ficava lá sozinha na minha mesa preferida, mas isso implicava acender todas as luzes, ligar o ar condicionado e os empregados subirem umas escadas de madeira rangentes. Sozinha, não. Iam lá todos ver-me e dar-me beijinhos e Limoncello. Que saudades, ao comer este arremedo, bom, mas sem comparação. Não precisava sequer de pedir: até os empregados novos sabiam que queria Rigatoni Pasticiatti e vinho branco da casa. Só, porque comia tudo. Nem sequer era uma consumidora frequente e cara. São pessoas que apreciam a minha extravagância, como o gosto da solidão. Mas é claro que levei lá alguns convidados. Que se banzaram com o tratamento especial.

terça-feira, fevereiro 28, 2017

Já exportamos até mesmo geringonças!


A Geringonça até já tem tradução para muitas línguas e os políticos vêm cá estudar como funciona. 
Estão  ver? Estávamos na penúria e já exportamos até mesmo geringonças. 
Quero dizer, já exportamos até mesmo sistemas políticos.

Ver aqui abaixo:

"Geringonça" elogiada na Europa e EUA




Elizabeth Kübler-Ross

J



É muito mencionada agora no Facebook esta psiquiatra suíça a quem chamaram "Doutora Morte" por ter conduzido muitas investigações científicas sobre a passagem da morte.
Interessou-se sobretudo pelas experiências de quase-morte, em que as pessoas contam estranhas vivências, maioritariamente muitíssimo agradáveis. 
Concluiu para si e tentou demonstrar que existe uma vida depois da morte, muito melhor do que esta.
Este livro existe em português de Portugal, à venda na FNAC. É uma autobiografia escrita já no fim da sua vida, mas alegre, divertida, cheia de entusiasmo.



Elizabeth Kübler-Ross: La connotada científica que confirmó que sí existe el Más Allá




segunda-feira, fevereiro 27, 2017

História pouco natalícia, às vezes, mas nem sempre






Quando ouço contar histórias de Natal, lembro-me às vezes da outra parte da história, normalmente o princípio, aquela parte que simboliza o contrário do espírito natalício. 
Estas histórias de Natal são como a poesia, ou melhor, como os poetas, oscilando sempre entre o belo e o horrível, entre o terror e a redenção.

Aqui vai mais um diálogo. Há muitos neste blogue, basta clicar na tag abaixo.

Era uma senhora que tinha estes brincos da foto. Juntou-se uma rapariga e deu a seguinte conversa, a três, com mais duas pessoas a assistir e a dizerem que sim com a cabeça, porque a dona dos brincos era mulher de personalidade.

História pouco natalícia, às vezes, mas nem sempre


- Os seus brincos são lindíssimos. Posso ver?
- Oh, são tão antigos! Se não me tivessem roubado 3 Kgs de jóias!!!
- Então e não sabe que aqui em lisboa não pode andar carregada com 3 kgs de jóias?
- Sei, claro, eu sei, mas isto foi na terra. O meu marido era do Minho e as pessoas do Minho adoram joias. E eu só as usava lá, claro. Desapareceram da carrinha, no quintal da casa... estas... as outras eram muito melhores...
- Eu estava a dizer a esta senhora que os brincos dela são muito originais, não acha? Posso tirar uma fotografia? É que são umas circunferências que mudam de posição conforme a senhora muda a posição da cabeça...
- Sim, de facto... Ah! A senhora não me está a conhecer? E a senhora também?
- Não...
- Eu sou aquela que tomou conta da sua vizinha doente, aquela a que cortaram a perna.
- Ah! O primeiro prato da comida da minha casa era sempre para ela. Com o melhor! Mas ela nunca teve que dissesse assim: comprei-lhe estas cuecas como prenda de Natal. Nada. Nunca me deu nada.
- Porque é que a senhora queria umas cuecas como prenda de Natal? 
- Não, isto sou eu a dizer. Nada, nem mesmo umas cuecas. 
- Mas então, se a sua vizinha nunca lhe deu nada, porque é que lhe dava sempre o primeiro prato de tudo?
- Eu? Então eu via que ela não tinha nada, ninguém lhe levava nada e eu não havia de lhe dar de comer? Do melhor que tivesse? Porra! Mandava-lhe sempre o primeiro prato, do melhor que tivesse. Porra! Era o que faltava!

- Era eu que tomava conta dela, nos últimos tempos. Mas a irmã...
- A irmã roubou-lhe tudo. Nem um lençol lavado lhe deixou. E deu-lhe uma coça.
- Isso da coça não sei se não teve razão! Que ela acordava-me de cinco em cinco minutos porque queria fazer xixi...
- Sim, ela não era fácil. Nada fácil. Eu telefonei ao sobrinho, mas ele não quis saber.
- A irmã mandou-me embora e ficou à cabeceira da cama dela.
- Claro. E deixou um frasco com um líquido na mesinha de cabeceira. Eu disse logo: levem esse líquido à polícia. Mas disseram. Polícia? Não, não.
- Foi ela que herdou tudo...
- E o sobrinho. Por isso é que eu queria levar o frasco à polícia.
- Mas o sobrinho nem apareceu nunca.
- Os seus brincos. Posso tirar uma fotografia?





Grande Sertão Veredas e demais leituras obrigatórias no ensino






Primeira página do romance Grande Sertão Veredas, um livro emblemático do Brasil.  

Tenho conhecido jovens portugueses que não passam da primeira página dos Maias, mas eu mesma nunca passei da terceira página deste livro. Continuo a tentar.

É claro que o livro é estudado nas escolas do Brasil. 

Sorte a nossa, pois, pelas mais recentes notícias, basta saber dois ou três palavrões para entender as nossas obras de leitura obrigatória.

Chamam a isto "liberdade de expressão". E onde fica a liberdade de ler ou não ler? Por exemplo, de não ler expressões ordinárias? De não ser obrigado pelos professores a ler expressões ordinárias? (Referimo-nos ao livro O Nosso Reino, De Valter Hugo mãe, que foi recomendado para os alunos do 8º ano e que foi considerado leitura obrigatória para esse nível.)

A minha dificuldade começa logo pela primeira palavra, que nunca ouvi ou li: Nonada. Parece que quer dizer não nada, não é nada, etc... Ser´termo erudito inventado pelo autor? Termo popular, corruptela usada pelo personagem? Talvez nem uma nem outra?


Foi-me indicado este site para ajuda na leitura, que pedi no Facebook:

http://www.pactoaudiovisual.com.br/mestres_final/guimaraes/texto1.htm

Citamos aqui :

"" Em tese, trata-se de um argumento bastante simples: homem relembra a vida e, ao recontá-la, refaz o percurso de suas andanças, tristezas e felicidades. No vídeo a crítica literária nos diz: "Resumir Grande Sertão: Veredas é muito difícil. Trata-se de um grande, longo, denso monólogo de Riobaldo, um jagunço, que ao narrar sua história, já é um ex-jagunço, no meio da história da jagunçagem (...) O problema, contudo, encontra-se no modo pelo qual se constrói a narrativa, repleta de ações paralelas e casos inusitados, sobre os quais o engenho e arte de Guimarães Rosa deram vida e significado.”"


Outra citação: 

"Professor Willi Bolle nos diz: "Grande Sertão: dois universos paralelos (...) é uma montagem em contraste. Com isso o autor se refere a dois universos de linguagem, dois mundos de fala. De um lado, o grande discurso, a grande eloqüência, a norma culta, do outro lado, as veredas, a fala humilde das pessoas que moram no sertão. As veredas são os cursos de água e, por extensão, as clareiras onde se estabelecem mais facilmente as moradias”. Ao mesmo tempo, a evocação de um conjunto de significados tão característico do ambiente do sertão impõe à obra um forte traço particular, do qual Guimarães Rosa não pretende escapar. Por isso, a fortuna crítica de Grande Sertão insiste em marcar o movimento ambivalente da narrativa, sempre oscilante entre o regional e o universal."

sábado, fevereiro 25, 2017

Indisciplina nas escolas, cinema português e os cães de fila do regime

Hoje em dia, muitos professores do ensino público consideram que o alunos do ensino básico se portam mal, porque são adolescentes com as hormonal aos saltos. 

Os pais também pensam assim, permitindo que os estudantes façam tudo o que lhes apetece.

Quer isto dizer, se bem entendi, que no nosso tempo não éramos adolescentes com as hormonas aos saltos e que existem muitas turmas, sobretudo as dos colégios, mas também algumas ou até muitas no ensino público, em que os alunos da mesma idade não são adolescentes nem têm as hormonal aos saltos.

Claro que não. Que as hormonas vão saltar para os recreios, as 24 de julhos ou para outro sítio qualquer, que não as aulas.

E isto faz-me lembrar o filme português, se não me engano, Canção de Lisboa.

O tipo gordo, vigarista e ignorante, consegue a muito custo acabar o curso de medicina, e logo decide entrar nos eixos: deixar de cantar o fado, deixar de fazer vida noturna, deixar de beber e, enfim, tornar-se um cão de fila do regime.

Pouco importa se esse médico não sabe nada e se por esse motivo vai matar ou deixar morrer a maioria dos doentes. Importante mesmo é corresponder à imagem do Senhor Doutor, agora que chegou a senhor doutor..

O que surpreende é que nada mudou, desde o início do século XX.

É o que os pais e os professores desejam para os jovens: que gastem todas as capacidades de contestação e de irritação nas aulas enquanto são adolescentes e que se tornem cães de fila do regime, como eles, mal acabem sua formação.

terça-feira, fevereiro 21, 2017

Ser português ou aguentar alguns portugueses?

Não tenho vaidade nem orgulho nem vergonha de ser portuguesa. Mas quando se fala da corrupção... 

Apetece-me fugir para um país civilizado.


Já não aguento mais pagar para tanta ladroagem!!!

Amigos do Facebook


Engraçado, o Facebook. Tenho amigos que cortaram relações comigo, no mundo real, ou eu com eles, não percebi bem, mas que continuam meus amigos aqui, no Facebook.

Ou talvez seja ao contrário: éramos só amigos do Facebook e continuamos a ser, só que não nos cumprimentamos na rua.

Outros são meus amigo fora daqui, mas cortámos relações no Facebook. 
Às vezes até nos mantemos amigos no Instagram, sem falar no velhinho e quase extinto Hi5, pois não e possível apagar ninguém no Hi5. LOL.
E cá vamos. Cantando e rindo!

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Avaliação à Sócrates Pinto de Sousa




 A Função pública está semi-morta desde que o Sócrates inventou  a avaliação feita pelos pares. Eu avalio aquela pessoa que me faz concorrência, até porque tem muito mais qualificações que eu e melhores resultados em tudo.

Mas nada disto foi posto em causa, apesar da prisão de Évora.
Se se vier aprovar que este primeiro ministro defendeu sobretudo os seus interesses, não será de rever muitas das leis que produziu?

domingo, fevereiro 19, 2017



As eleições para a Presidencia de França, pelo nome dos candidatos, parecem eleições no Egito antigo: Amon, Filon, Macron, só falta dizer Amon- Rã, etc.

Ele há cousas!!!



Curiosamente, o líquido castanho que o professor Bambo vendeu por 35 mil euros para a consulente limpar com ele algumas partes do corpo, não fez com que lhe pagassem a dívida de 500 000. O tribunal absolveu o professor Bambo.

Claro, se um médico nos receita um medicamento que não nos faz bem, não vamos logo meta-lo em tribunal, pois não?

Às vezes não resulta...



VER AQUI:


Bem-vindo ao mundo encantado do bruxedo


sexta-feira, fevereiro 17, 2017



LOL. faz-me lembrar de várias pessoas. E de vários gatos. Uma pandilha de gataria que nem chega a ter nome. Fenómeno muito atual no Portugal da Troika.



LOL. faz-me lembrar de várias pessoas. E de vários gatos. Uma pandilha de gataria que nem chega a ter nome. Fenómeno muito atual no Portugal da Troika.

Todos os portugueses que não estão reformados (aposentados) gostariam de estar

Os portugueses a partir dos 40 anos, em vez de sonharem com a realização profissional, com promoções e etc., só pensam na reforma. Em parte por José Sócrates ter subido de forma astronómica a idade da reforma.
De tanto verem pais, avós e tios só pensarem na reforma, os estudantes acham cansativo carregar livros, cadernos e até mesmo lápis e canetas. Esses ainda não sonham com a reforma: já estão a gozar uma reforma antecipada.


O Governo não deveria fazer alguma coisa para mudar a atitude dos portugueses perante o trabalho?

quinta-feira, fevereiro 16, 2017

Dar tudo aos filhos? Tudo?



 Quando os pais tentam dar aos filhos tudo o que podem, devem lembrar-se que, em termos materiais, o máximo será sempre um mínimo: há sempre quem tenha um enorme palácio, dois ou três aviões, etc...
Mas noutros aspetos, um mínimo é sempre um máximo: dar-lhes inteligência, alegria, capacidade de se comoverem com a beleza ou com a tristeza dos outros...
E tanto mais! 

segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Algumas pessoas têm uma maneira tão complicada de gostar, que a pior coisa que nos podem fazer é gostarem de nós.

domingo, fevereiro 12, 2017

Quando comecei a dar aulas, há bués, havia uma fórmula importantíssima. Além da nota, que era 1 2 3 4 5 , tínhamos de definir 4 parâmetros para cada aluno, com reduzido, médio, etc.
Na primeira reunião em que participei, quando me pediram os parâmetros, eu nunca tinha ouvido falar em tal coisa e gerou-se um impasse. Uma alma caridosa disse-me então, em voz baixa: quando dás 3 os parâmetros são tudo M. Quando dás 1 é tudo R. Quando dás 5 é tudo E. Se for outra nota dás 2 de cada, à sorte, por exemplo, 4 é 2 Ms e dois Es. Não percebi nada, mas fiz assim e continuei a fazer assim até um qualquer ministro acabar abruptamente com os parâmetros.
Muitas pessoas ficaram desapontadas por acabar tal coisa, pois às vezes havia discussões intermináveis sobre o assunto. Não podes dar tudo E e 4, posso posso. Não podes.
Quanto mim, limitei-me a transmitir esta fórmula os novatos, porque nunca havia qualquer diferindo, usando-a.
É assim o ensino, que não mudou nada, entretanto.


Há apenas uma regra que não muda: para ensinar, é preciso saber. Mas essa regra foi esquecida em detrimento de fórmulas como essa que mencionei.

sábado, fevereiro 11, 2017

Burros? Burros sois vós!




Burros? Burros são vocês! Ou da maneira antiga: 

Burros sois vós!



https://www.facebook.com/paradase.vallescrivia/videos/753774824785012/

Livro: Imperatriz da Lua Brilhante

Existem vários livros, um da Pearl Buck, sobre as duas imperatrizes da China. 


Esta, Imperatriz Wu, é a única que governou por si mesma, no século VI , promoveu o Budismo.
A outra (Sec. XIX-XX) acabou com os pés atados , as torturas horrendas e a escravidão.

A historia deste livro é de tal modo mirabolante, que esquecemos ser verdadeira. 

Há também uma obra em 4 volumes de José Frèches sobre esta imperatriz Wu. Intitula-se a Imperatriz da Seda.

Promoveu a seda e difundiu o Budismo, a Imperatriz Wu. Fez tudo sito pelos seus méritos próprios. E improváveis.




Burros



Burros? Burros são vocês! Ou da maneira antiga: Burros sos vós!