Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
sexta-feira, fevereiro 02, 2018
Como se vestia uma verdadeira senhora no Século XVI?
Como se vestia uma verdadeira senhora no Século XVIII?
E no Século XIX, em 1930?
Era assim. Ver vídeos.
Enfim, naqueles tempos era mais fácil distinguir uma "Senhora" de qualquer outra criatura do género feminino.
quinta-feira, fevereiro 01, 2018
A lua, a lua... a lua
Há milhões de anos ofereceram- me este disco, ou cassette, ou algo assim, já nem há aparelhos para tocar nada disso. Fiquei deslumbrada e quase já tinha esquecido. Lembrei-me agora por causa da lua azul. "Sobre um pinheiro do Sul."
Hoje, a lua azul contempla-nos do alto do firmamento, ou talvez nos deixe contemplá-la.
Ou talvez seja apenas a nossa imaginação...
quarta-feira, janeiro 31, 2018
Se o partidozinho diz mata!, todos respondem em coro: Esfola, Filho!
Como Portugal já resolveu muito bem os casos muito graves de corrupção, milhões para submarinos (na Alemanha alguns foram condenados por corrupção relativamente aos submarinos vendidos a Portugal, em Portugal ninguém foi sequer acusado), milhões em sacos azuis, etc., agora já se começam a esmifrar os pequenos casos moralmente dúbios no sentido da purificação total: bilhetes do Benfica, 400 euros em livros...
O que é que se passa? Um amigo diz que vê aqui a mão de José Sócrates. Talvez. Como força de destruição que já quase havíamos esquecido.
Ou então é a direita que levou Portugal à miséria, acusando o partido que o tirou da miséria: económica, moral, etc. Mas realmente não foi o Partido Socialista que fez tudo isto e sim a coligação intitulada Geringonça.
E as pessoas de excelência, que não se podem comparar com criaturas como José Sócrates, Passos Coelho, cavaco e outros que tais.
O que é que se passa? Um amigo diz que vê aqui a mão de José Sócrates. Talvez. Como força de destruição que já quase havíamos esquecido.
Ou então é a direita que levou Portugal à miséria, acusando o partido que o tirou da miséria: económica, moral, etc. Mas realmente não foi o Partido Socialista que fez tudo isto e sim a coligação intitulada Geringonça.
E as pessoas de excelência, que não se podem comparar com criaturas como José Sócrates, Passos Coelho, cavaco e outros que tais.
Contudo, neste pobre país, a maioria concorda com o seu partidozinho. Se o partidozinho diz mata!, todos respondem em coro: Esfola!
domingo, janeiro 28, 2018
Fim de semana obrigatório com o pai
Estava ontem à minha frente no supermercado uma rapariga tão aborrecida que quase me irritou. Atrás de mim apareceu a mãe, igual a ela e igualmente enfadada. As duas muito bonitas e aparentemente abastadas.
A rapariga, muito contra a sua vontade, tinha de ir passar o fim de semana com o pai, que não tinha nada para lhe dar a comer, era a mãe que andava a fazer as compras para eles levarem. O pai aparece, mas desaparece quando se trata de pagar a conta, que a mãe paga. Volta aparecer no fim, volta-se para trás e diz muito alto: "Isto parece um ninho de ratos".
Cada uma destas atitudes despertava grandes exclamações de desagrado das duas. Coitadas!
Como deve ser difícil para alguns miúdos estarem com o pai ou com a mãe!
Cal - Ilhas
Acabo de ver, no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, um espetáculo de teatro cujos "atores" são pessoas que moram numa ilha do Porto (favela). Muito interessante. O espetáculo intitula-se "CAL".
Depois falaram: sentem-se muito felizes, muito seguros, muito acompanhados, dizem que aquilo é um "condomínio fechado". E há no Porto mais de mil ilhas.
Temos de aprender a viver assim, uns com os outros e não isolados como é a tendência contemporânea.
segunda-feira, janeiro 15, 2018
Não se pode morar [murar] nos olhos de um gato ?
Quando começamos a ler este livro, ficamos perplexos e divertidos, pois a narradora é uma santa de pau situada num navio em que viajam escravos negros, passageiros de primeira classe, cavalos, etc. A santa tem uma perspectiva irónica a respeito de toda a gente, obrigada que está a ouvir tudo o que lhe dizem e pedem.
Após e durante um naufrágio, as relações dos sobreviventes mudam, radicalmente. Por exemplo, uma "senhora" pede à escrava preta e ama que lhe dê o seu filho para o salvar, morrendo a preta, mas esta não lho dá, desaparecendo os dois por entre as ondas.
Os sobreviventes também mudam de estatuto, pois os que sabem fazer superam os que não sabem fazer, sendo, porém, superados pelos que sabem gerir.
Os sobreviventes também mudam de estatuto, pois os que sabem fazer superam os que não sabem fazer, sendo, porém, superados pelos que sabem gerir.
É difícil de ler, a princípio, pelas muitas paráfrases de literatura antiga.
Muito bem escrito, bem apanhado, o final desilude pelo negativismo e pela falta de esperança, talvez na humanidade.
Se fossemos um rei medieval, iríamos exigir que todos sobrevivessem ao naufrágio, em vez de dois morrerem perto da liberdade, depois de muito terem contribuído para ela.
É um livro sobre a solidão existencial, a indiferença e a maldade.
Uma maldade que passa despercebida ao próprio sujeito, que se julga bom, pois decorre do poder. essa é a parte mais interessante da obra.
É também um livro sobre a culpa, sobre atitudes irremediáveis que não se podem desfazer.
O título não se entende muito bem, já que há vários cães importantes na intriga, anteriores ao estatuto de pets, mas não há nenhum gato individual. Não se pode morar nos olhos de um gato, ou não se pode murar nos olhos de um gato *?
A obra tem muitas intertextualidades, incluindo a "Alegoria da Caverna", de Platão. Mas isto teria panos para muitas mangas. Até mesmo para um mamãozeiro. :)
E o título tem muito que se lhe diga, demasiado ocupado e demasiado preocupado com a gramática.
* Murar: Espreitar (os ratos, para caçá-los).
Muito bem escrito, bem apanhado, o final desilude pelo negativismo e pela falta de esperança, talvez na humanidade.
Se fossemos um rei medieval, iríamos exigir que todos sobrevivessem ao naufrágio, em vez de dois morrerem perto da liberdade, depois de muito terem contribuído para ela.
É um livro sobre a solidão existencial, a indiferença e a maldade.
Uma maldade que passa despercebida ao próprio sujeito, que se julga bom, pois decorre do poder. essa é a parte mais interessante da obra.
É também um livro sobre a culpa, sobre atitudes irremediáveis que não se podem desfazer.
O título não se entende muito bem, já que há vários cães importantes na intriga, anteriores ao estatuto de pets, mas não há nenhum gato individual. Não se pode morar nos olhos de um gato, ou não se pode murar nos olhos de um gato *?
A obra tem muitas intertextualidades, incluindo a "Alegoria da Caverna", de Platão. Mas isto teria panos para muitas mangas. Até mesmo para um mamãozeiro. :)
E o título tem muito que se lhe diga, demasiado ocupado e demasiado preocupado com a gramática.
* Murar: Espreitar (os ratos, para caçá-los).
Me Too na Renascença: Judite e Holofernes, de Artemisia Gentileschi
Artemisia Gentileschi (1593 – 1656) pintora italiana da Renascença, foi violada por um outro pintor, seu mestre.
Tendo a obrigação de casar com ela, o violador não o fez. A opinião da mulher não contava, claro.
Artemisia, ao representar a cena de Judite e Holofernes, retrata-se si mesma como Judite e ao mestre como Holofernes... realmente parece que está a matar um porco, daí a relação com o movimento Me Too.
A sua obra representa cenas bíblicas, cheias de sensualidade e erotismo, como era próprio da época.
Como a sua Susana no Banho, aqui:
A própria pintora era muito bela, pelo que se reproduz nas suas obras, ora em autoretratos, ora como personagem. Ver aqui
sábado, janeiro 13, 2018
Me Too já no século XVII
Para acrescentar ao movimento Me Too, a obter apoio mundial, VER AQUI, nada como uma obra do Século XVII, uma pintura da artista italiana Elisabetta Sirani.
Representa a Timoclea de Tebas, atirando ao poço o soldado grego que a violou. Foi perdoada e posta em liberdade por Alexandre Magno, o qual admirou a sua valentia.
#MeToo
sábado, janeiro 06, 2018
A Coluna de Fogo
Esta é a terceira sequência dos calhamaços que começaram com Os Pilares da Terra. É melhor ler nas férias, porque são todos muitíssimo absorventes, mas este tem o interesse de retratar as lutas entre católicos e protestantes em França e na Inglaterra dos Tudors.
O primeiro, Os Pilares da Terra, centra-se na construção das grandes catedrais góticas, com muita informação sobre os aspetos arquitectónicos, para além de focar diferentes aspetos da época, como a produção e tintura de tecidos.
Em todos estes livros, a ação decorre numa cidade inglesa inventada, Kinsgsbridge. As personagens centrais são inventadas, as personagens reais interagem com elas, dando-nos um panorama da Europa dessa época. Dessas 3 épocas.
O primeiro, Os Pilares da Terra, centra-se na construção das grandes catedrais góticas, com muita informação sobre os aspetos arquitectónicos, para além de focar diferentes aspetos da época, como a produção e tintura de tecidos.
Em todos estes livros, a ação decorre numa cidade inglesa inventada, Kinsgsbridge. As personagens centrais são inventadas, as personagens reais interagem com elas, dando-nos um panorama da Europa dessa época. Dessas 3 épocas.
terça-feira, janeiro 02, 2018
O Paciente Português ( não confundir com o Paciente Inglês)
Todos nós, portugueses, sabemos que, se temos uma consulta médica marcada para as duas da tarde, a dita consulta só se realiza as seis ou sete da tarde. É claro que não nos passa pela cabeça perguntar a razão de tão inusitada demora, porque sabemos que não há nenhuma : é tradição dos médicos atrasaram-se.
No outro extremo da "classe social", passamos por situação idêntica: perguntamos a um empreiteiro quanto tempo poderá levar a fazer uma obra na nossa casa. Dois dias no máximo passam logo para duas semanas no mínimo, depois de feito o contrato (verbal! Ui!).
Não passa pela nossa pobre cabeça perguntar a razão de tal demora: é tradição dos empreiteiros, ou trolhas ou canalizadores. Tal como não atenderem o telemóvel quando tentamos resolver o "nosso" problema, ou aumentarem para o dobro a quantia do orçamento, se não houve tempo para fazer tudo por escrito, ou mesmo se houve tempo.
Conclusão provisória: é tradição comerem-nos as papas na cabeça e é tradição nós deixarmos. De portugueses para portugueses. A bem da naçom!
Entretanto, contam-me que enfermeiros espanhóis a trabalhar aqui, ou outros a actuarem em Espanha com doentes portugueses, dizem que os doentes portugueses são muito obedientes e submissos: se os mandam tomar banho, vão logo, sem lhes passar pela cabeça dizerem que não lhes apetece, ou que não vão tomar banho nenhum porque estão doentes. Ou algo assim.
Enfim, somos mesmo pacientes.
segunda-feira, janeiro 01, 2018
Acabar e começar o ano
Como é possível que os programas de televisão sejam cada vez mais foleiros?
Não haverá limites para a estupidez?
segunda-feira, dezembro 25, 2017
Terra queimada
árvores queimadas por todo lado lado, emprestando uma inusitada beleza aos montes, que antes pecavam pela monotonia do constante verde.
Como há uma predominância de eucaliptos, talvez na Páscoa já esteja de novo quase tudo reverdecido.
Fotos tiradas no Monte de São Domingos, Castelo de Paiva.
Fotos tiradas no Monte de São Domingos, Castelo de Paiva.
domingo, dezembro 17, 2017
Passarinho da Moda: Poupa, poupa? Poupai, poupai!!!
Este pássaro, poupa, deveria estar na moda por causa da poupa do Trump. Mas é tão discreto...
Também deveria estar na moda por causa da austeridade: Poupa, poupa!!! Poupai!
Poupaide!
sábado, dezembro 02, 2017
Feira da Ladra de Lisboa
Sabe, eu hoje vendi muita coisinha na Feira da Ladra e agora já me vou embora, ainda levo estes sacos todos e o carrinho... Vou apanhar o 12, depois o 36 e depois ainda apanho a carreira para Santa Iria de Azóia. Vendi muitos sininhos de Natal, 6 a 50 cêntimos. Vendi-os todos.
Quanto é que se paga para montar a venda na Feira? Sei lá! Eu nunca paguei nada! A minha mãe é que pagava, mas naquele tempo era mais barato e vendia-se mais...
A que está ao pé de mim, se não vende, estraga tudo e deita fora tudo. Leve para casa, digo eu, eu é que sei, diz ela, não levo, que dá muito trabalho carregar isto tudo. Dê a um pobre, digo eu, isto é para vender, não é para dar, diz ela. A roupa que não vende, corta-a aos bocados com uma tesoura.
Copos de casamento, copos bons, canecas, hoje não vendeu nada, pegou num martelo e partiu tudo em bocados pequenos. Eu até tive medo que me acertasse com um vidro aqui. Ou aqui! Mas ela parte tudo. E corta a roupa com uma tesoura. Não dá nada a ninguém. Diz que é pra vender, não é para dar.
Quanto é que se paga para montar a venda na Feira? Sei lá! Eu nunca paguei nada! A minha mãe é que pagava, mas naquele tempo era mais barato e vendia-se mais...
A que está ao pé de mim, se não vende, estraga tudo e deita fora tudo. Leve para casa, digo eu, eu é que sei, diz ela, não levo, que dá muito trabalho carregar isto tudo. Dê a um pobre, digo eu, isto é para vender, não é para dar, diz ela. A roupa que não vende, corta-a aos bocados com uma tesoura.
Copos de casamento, copos bons, canecas, hoje não vendeu nada, pegou num martelo e partiu tudo em bocados pequenos. Eu até tive medo que me acertasse com um vidro aqui. Ou aqui! Mas ela parte tudo. E corta a roupa com uma tesoura. Não dá nada a ninguém. Diz que é pra vender, não é para dar.
Foto: reclame da Caixa Multibanco, à venda.
terça-feira, novembro 28, 2017
O Gigante Enterrado, ou de como o amor vive ou morre pela memória
Este livro, O Gigante Enterrado, de Kazua Ishiguro, último Nobel da literatura, é um agradável surpresa.
Tendo já lido um livro deste autor, constata-se que escreve em estilos diferentes.
Neste caso, a obra está arquitetada de maneira invulgar, toda num diálogo quase poético entre dois velhos que se amam, vivendo numa terra que perdeu a memória, por efeito de uma personagem mítica, o Gigante Enterrado, que é necessário matar para que todos recuperem a memória.
Os dois velhos que muito se amam sonham recordar os momentos muito se felizes que passaram juntos, mas, sem memória, pouco se distinguem de dois desconhecidos que tivessem começado a amar-se agora.
Mas talvez a memória lhes pudesse trazer a recordação de conflitos insuperáveis, para não falar de lhes dizer o que aconteceu ao filho de ambos, que procuram, tencionando passar o resto dos seus dias com ele, mas realmente sem saberem se está vivo ou morto, já que não se lembram...
Um livro sobre a memória, sobre a culpa, sobre como o amor vive ou morre de memórias...
Mas sobretudo um livro diferente do mainstream. Enfim, não muito...
domingo, novembro 26, 2017
Manifestação Pelo fim da violência contra as mulheres. Lisboa 2017
Lisboa 2017
Manifestação contra a violência doméstica. Violência contra as mulheres.
Atrás seguiam polícias fardados, participando na manifestação.
quinta-feira, novembro 23, 2017
Chuva!!! Chuva!!! Chuva!!!
Chove! Grande novidade aqui em Lisboa, hoje, pois não tem chovido. E que agradável que é esta humidade na pele! Como quando se vagueia pelo alto-mar.
No início da minha "carreira" de professora, mudei do Porto para Portimão, porque me apeteceu espairecer e porque tinha de mudar. Podia ter ficado no Norte, mas...
Um dia, estava eu a dar aulas numa turma muito bem comportada, no Liceu António Aleixo, quando, de repente os alunos se levantaram todos ao mesmo tempo, a gritar e a olhar pela janela.
Foi um dos momento da vida em que senti maior perplexidade, pois, olhando pela janela, eu não vi nada, mas eles pareciam ver algo de muito extraordinário!
Sim, ida do Porto, ver chuva, para mim, era o mesmo que não ver nada.
Para os meus alunos algarvios, era algo que não acontecia há meses ou anos.
Não me lembro se consegui aguentá-los dentro da sala até ao fim da aula, pois talvez a aula estivesse no fim. Sei que foram todos lá para fora, apanhar a chuva no pêlo. Felizes!
Viva a Chuva!!!
Autora: Nadinha
segunda-feira, novembro 20, 2017
Vale tudo e mesmo tirar olhos, para termos muitos olhos novos. E grana, claro...
E neste novo e interessante hotel do Porto, Torel Avantgarde, até podemos pisar a bandeira nacional, ou mesmo, não podemos evitar de fazer tal coisa.
Coisa pouca para muitos, jubilosa para uns quantos, atitude de lesa-pátria para outros… nunca muitos...
Boa estratégia de marketing.
Perguntamo-nos por que razão ouvimos falar tanto deste hotel?
Vale tudo, incluindo tirar olhos.
Para fazer transplantes e para termos muitos olhos novos, ou seja, por uma boa razão.
domingo, novembro 19, 2017
Tudo isto existe / Tudo isto é triste / Tudo isto é fado!
Acaba de ser publicado um livro que ensina a "domesticar" as empregadas domésticas.
Com Trump e seguidores, nada espanta já!
O livro intitula-se Domesticália.
VER AQUI:
Enfim:
Tudo isto existe / Tudo isto é triste / Tudo isto é fado!
Com Trump e seguidores, nada espanta já!
O livro intitula-se Domesticália.
VER AQUI:
Enfim:
Tudo isto existe / Tudo isto é triste / Tudo isto é fado!
Professores considerados hiper atletas até à sua aposentação
Quem o fez, está hoje a ser julgado por vários crimes. Mas as atitudes políticas que tomou parecem ser julgadas como se o seu autor estivesse acima de qualquer dúvida legal!
Vejamos o caso do professores.
Professores do ensino secundário que hoje têm 62 anos aguardam ainda 4 anos e 8 meses pela reforma, embora os seus colegas da mesma idade do ensino primário já estejam reformados há vários anos. Porque não estudaram tanto tempo, porque a várias legislações se confundiram, etc.
Mas vejamos outro aspeto da questão: se a maioria dos atuais professores se vai reformar entre os 66 e os 70 anos, é importante verificar o que será exigido a estas pessoas mais velhas (ainda hoje há professores que se reforma aos 70, seja por amor à camisola, seja porque iriam ter uma reforma de miséria se se aposentassem antes disso).
Não esquecer que a legislação discrimina os professores em termos de doença, tema para outros assuntos.
O que se exige a um professor que hoje tenha 66 anos é que fique 3, 4 ou 5 horas sem poder ir à casa de banho, pois isto é perfeitamente consensual e nem gera discussão: no exame de Geometria Descritiva, por exemplo, deverá ficar 4 hora as a vigiar o exame, mais meia hora antes e meia hora depois. Ou quando tem dois testes seguidos de 90 minutos, 180 mais 10 ou 20 ou mesmo 30 minutos, dos intervalos.
Exige-se a um professor com mais de 60 anos o que dificilmente se exigiria um atleta, pois os atletas têm especiais condições para tratar do aspeto físico e os professores não têm nada disso.
Todos os dias esse professor deverá falar tão alto e esforçar tanto a garganta como uma diva de ópera. Mas durante mais tempo: 4 ou 5 horas por dia. Como os alunos cada vez são mais barulhentos, já que as turma têm cada vez mais alunos, o esforço é cada vez maior. Deverá, igualmente, falar com entusiasmo e convicção, embora, segundo muitas opiniões, não deva "mostrar os dentes aos alunos" [vulgo sorrir], porque é perigoso.
Para além de tudo o mais, o professor deverá apresentar uma extraordinária memória, grande capacidade de atenção, que deverá demonstrar mesmo em condições de "guerra", como quando é insultado com palavrões, situação hoje muito comum. Deverá igualmente demonstra um tranquilidade, uma calma e uma paciência de Job, qualidades (ou talvez defeitos) que não se adquirem e antes se perdem com a idade.
E o que é que acontece a quem falta por ter ficado sem voz, ou sem memória, ou sem paciência? Se ficar assim por três dias, ficará três dia sem salário, se continuar assim, ganhará cerca de 40 % do salário durante o resto do mês.
Sócrates e a sua apaniguada Maria de Lurdes, a "Sinistra Ministra" poderão ser invocados como argumento de autoridade para que se possa massacrar os professores mais velhos?
Alternativa: diminuir a idade da reforma dos professores. Ou mesmo de todos os trabalhadores...
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