Ilha das Garças
Íbis
Perto de Salvaterra de Magos, na margem do Tejo, existe uma pequena aldeia chamada Escaroupim ou Escaropim.
Olhando dessa terra para o rio, vemos uma ilha que parece completamente povoada de flores brancas. Olhando com mais atenção, as flores levantam-se e atravessam os ares. Pois não são flores. São aves.
É a Ilha das Garças. A colónia onde fazem ninho.
Dizem-me depois que estas centenas de garças pouca coisa são, pois ao pôr-do-sol há milhares. Dizem-me também que esta viagem será diferente ao pôr-do-sol, mais colorida e também será diferente em finais de julho e agosto, com cores provenientes das flores que desabrocham nessa altura.
Como fazer a viagem? Creio que há duas maneiras, neste post falarei da empresa recém criada Rio a Dentro. Dir-se-ia que o nome lhe vem por analogia com o filme Mar Adentro, mas é apenas uma coincidência. É que, para além das aves, também vemos a vida intensa, deslumbrante e ao mesmo tempo discreta do rio: as árvores, muitos salgueiros estendendo as suas barbas verdes para a água, alguns cortados de forma geométrica, sendo horizontais por baixo. Pergunto porquê.
O Rui, do Rio adentro, explica que são os cavalos que comem as folhas e os ramos até onde lhes chega o pescoço. E continua a explicar a enorme diferença, ao que parece, entre uma garça papa-ratos, raríssima, e uma vulgar garça não sei de quê. Ou mesmo uma garça vermelha, que só se vê no Egito. Noutras viagens tem uma clientela atentíssima, mas nós só gostamos de ver pássaros, pouco nos importa essas diferenças, próprias de biólogos e ornitólogos. Então muda o discurso, que um dia há-de ser poético de tanto o variar.
Também há bandos de Íbis, são aquelas aves pretas da imagem. Mas há também uma preta que é um milhafre, pássaro mau que come as garças e as crias e também uóutro pássaro mau, o colhereiro. Todos estão nestas fotografias, procurem e vão encontrar :)
Este senhor e o irmão formaram esta empresa, que já tem dois ou três barcos e que faz excursões para ver aves todos os dias, ou para ver o Tejo, aos fins de semana. Talvez muitas pessoas não conheçam o termo e a atividade Birdwatching. Consiste em fazer viagens para observar pássaros.
E aqui, nesta parte do rio Tejo e nas margens, há tantos pássaros que só o som do seu canto é ensurdecedor. Até apetece às vezes desligar ou baixar o som :)
Bem, para fazer estes percursos, é ir a Salvaterra de Magos e deslocar-se até à aldeia de Escaroupim, não sem antes ter marcado a visita através deste site.
Como eu não tinha transporte próprio, o senhor foi-me buscar e levar de carro a Salvaterra de Magos, sem levar mais dinheiro por isso e entretendo-me ainda com uma conversa agradabilíssima. É gente que trabalha com uma missão e com um ideal. E que nos permite conhecer um mundo deslumbrante, até há pouco inacessível a nossos sentidos.
Continua...
Onde ficar? Isso é o tema dos próximos posts.