- Olá! Há que tempos que a gente se não via, Mariana! Que é feito?
- Olá, há quanto tempo, Isabel. Olha, estou desempregada. E grávida!
- Que horror! Como é que foi isso?
- Ora bem, eu trabalhava num restaurante chinês. A ASAE foi lá, disse que estava tudo imundo e fechou aquilo. Viemos todos para a rua.
- E o teu marido?
- Também está desempregado. Ele passa sempre o Inverno na cama, só se levanta na Páscoa, mas às vezes fica de atestado psiquiátrico… Agora, às vezes ficamos o s dois na cama e a minha mãe cozinha, lava a roupa, é assim…
- E de que vivem, mulher de Deus?
- Do subsídio de desemprego dos dois, do rendimento mínimo garantido nosso e do nosso mais velho, comemos tudo do Banco Alimentar e agora parece que também me vão dar dinheiro por estar grávida.
- E foi por isso que tu engravidaste aos 48 anos?
- Sempre se ganha mais algum… Eu sou uma das 33 000 grávidas de Sócrates.
- Ai sim? Não entendo. Então este governo legaliza o aborto e paga às grávidas para terem filhos? Esquisito…
- Isso depende. À minha patroa chinesa, por exemplo, não lhe pagam, e a lei a ela até lhe fez muito jeito. Como os chineses só querem ter filhos rapazes, a minha patroa fez uma ecografia: como era uma menina, fez um aborto legal e pago pelo estado.
- Ai sim!? Então qualquer dia temos aqui em Portugal mais rapazes do que raparigas..
- Chineses.
- E a casa? Como é que a pagas?
- A casa está com a renda antiga, é a casa da minha mãe, pagamos só 26 euros e 70 cêntimos por cinco assoalhadas. E é ela que paga, que tem uma boa reforma.
- Reforma? A tua mãe nunca trabalhou, pois não?
- Não, ela trabalhar nunca trabalhou, mas tinha um tio velho que tinha uma boa reforma. Quando ele estava a morrer a minha mãe casou-se com ele à cabeceira da cama. Ele já estava mais para lá do que para cá e nem percebeu nada. E ela agora tem uma boa reforma.
Mas diz-me lá, ó Isabel: então os teus filhos? Tu tinhas uma rapariga que era barra a tudo, só tinha vintes…
- Continua a ser. Agora até conseguiu entrar para o curso de enfermagem. Vai ser enfermeira.
- Enfermeira? A minha irmã é enfermeira e não tem estudos nenhuns… ele há cada uma!
- A minha filha queria ser médica, mas para isso precisava de ter vinte a tudo. E ela nunca foi boa a ginástica.
- E os rapazes?
- Esses não estudam nada, também não têm a inteligência da irmã, têm más notas… enfim, entraram agora para a Universidade. Um vai ser Advogado e o outro Gestor de empresas.
- Ai sim?
- Então e os teus?
- O meu mais pequeno bateu na professora de matemática, ele nunca atinou com a matemática. Como castigo mandaram-no tirar um curso técnico e ele agora está a gostar muito. Também já bateu noutra professora, mas ela não se queixou. Se conseguir ser canalizador, tem emprego garantido e vai ganhar uma fortuna!
- Essa agora! E o mais velho?
Esse não dá para os estudos, está em casa. Imagina-me bem que o tipo me espatifou o meu carro!
- Ai sim? Mas ele não conseguia tirar a carta por causa do código, não era?
- Ele não tem carta porque não atina com o código, mas conduz muito bem. Só o problema é que tinha bebido uns copos a mais, foi no Natal, estás a ver? Deu-me cabo do carro e eu agora não tenho dinheiro para outro, vê tu! O que me tem valido é o Mercedes do meu marido e o da minha mãe…
- Mas ao menos o teu filho não se magoou nesse acidente, em que estava bêbado e sem carta?
- Ele felizmente não sofreu nada, só matou duas velhas.
- Ah! E foi preso?
- Não, só lhe puseram a pulseira electrónica e está em casa, em prisão domiciliária.
- Não pode sai de casa?
- Poder não pode, mas isso não lhe faz diferença nenhuma porque esse meu filho sai ao pai. Está sempre metido na cama a ver a TV Cabo. No Inverno só se levanta para ir à casa de banho, no Verão já vai poder ir à praia em liberdade condicional, a avó empresta-lhe o carro. O outro meu filho sai a mim, é todo despachado. Mas tem cá um feitio…
- Bem, mas e tu, Isabel?
Eu estou bem, o meu marido está desempregado, era professor e deu duas bofetadas num aluno que o insultou, foi expulso. A prestação da casa, que só tem três assoalhadas, leva-me quase tudo o que eu ganho, mas a minha mãe também se casou com um tio dela, à hora da morte dele e também tem uma boa reforma. Também comemos do Banco Alimentar e também temos três Mercedes. E eu agora vou pedir a reforma antecipada por invalidez e vou trabalhar para uma boutique. Bem, Então adeus, e desejo-te que 2008 seja para ti melhor do que estes últimos anos.
- Ou pelo menos que seja igual, que já não é mau!
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
quinta-feira, janeiro 03, 2008
quarta-feira, janeiro 02, 2008
terça-feira, janeiro 01, 2008
Dia 1 de Janeiro de 2008
Alguém veio cá procurar o pôr-do-sol do dia 1 de Janeiro de 2007. É curioso que tenha procurado isso e mais ainda que tenha enconntrado algo desse género aqui. Agora o 1º dia de 2008 apresenta-se escuro, fusco e ainda por cima sem chuva, "mais sombrio que as noites". Faz-me lembrar um dos meus poemas preferidos, do meu poeta favorito, Baudelaire. Que aí vai.
Spleen : Quand le ciel bas et lourd pèse comme un couvercle
Quand le ciel bas et lourd pèse comme un couvercleSur l'esprit gémissant en proie aux longs ennuis,Et que de l'horizon embrassant tout le cercleIl nous verse un jour noir plus triste que les nuits ;Quand la terre est changée en un cachot humide,Où l'Espérance, comme une chauve-souris,S'en va battant les murs de son aile timideEt se cognant la tête à des plafonds pourris ;Quand la pluie étalant ses immenses traînéesD'une vaste prison imite les barreaux,Et qu'un peuple muet d'infâmes araignéesVient tendre ses filets au fond de nos cerveaux,Des cloches tout à coup sautent avec furieEt lancent vers le ciel un affreux hurlement,Ainsi que des esprits errants et sans patrieQui se mettent à geindre opiniâtrement.- Et de longs corbillards, sans tambours ni musique,Défilent lentement dans mon âme ;l'Espoir, Vaincu, pleure, et l'Angoisse atroce, despotique,Sur mon crâne incliné plante son drapeau noir.Baudelaire
Flanelinhas
"RIO - Praticamente todas as ruas de Icaraí foram invadidas por flanelinhas na tarde desta segunda-feira. Estão cobrando R$ 10 de cada motorista que estaciona para garantir vaga e, à noite, assistir à maior queima de fogos deste réveillon no estado, na Praia de Icaraí. Grupos de flanelinhas estã demarcando seus pontos de ação. "
Entenderam? Eu também não
É notícia do Globo Online de 31 /12 /2007
Esta portuguesa língua! Bem...
Entenderam? Eu também não
É notícia do Globo Online de 31 /12 /2007
Esta portuguesa língua! Bem...
Irá Cavaco encavacar ou escavacar Sócrates?
Com as amabilidades e as doçuras que são próprias destas épocas festivas, nós, os bloggers (blogueiros), ficamos um tanto encavacados em relação a falarmos da realidade concreta e prosaica, direi mesmo que nós nos sentimos vítimas de um trilema:
1- Unlema: Ó que bom, que começa um novo ano!
2- Dilema: Ó que chato, com este novo ano começam algumas coisas talvez más!
3- Trilema: Ó que bom e que chato e podemos ou não podemos criticar alguma coisa na passagem de ano, ou só podemos desejar boas-festas a todo o mundo?
Passemos à fase seguinte.
O país inteiro (quero dizer Portugal) está à espera que Cavaco (Silva), na mensagem de ano novo, encavaque ou até mesmo escavaque José S. de Sousa e o seu malfadado governo.
Será esperar demais?
Sendo a cicuta tão vulgar nesta terra (imunda), apesar disso duvido que Cavaco acicute (acicate) José de Sousa (deve ser meu parente, que também me chamo Sousa) (como todo o mundo aqui).
Sócrates (o verdadeiro) teve alguns problemas com a cicuta .
Portugal nem dorme perante esta expectativa... nem devem dormir os protagonistas, julgo eu...
Uma vez, na Grécia, perguntei ia um grego que lia um jornal escrito em caracteres para mim indecifráveis, se havia notícias de Portugal. Que não e para me confortar disse que o não haver notícias deveria querer dizer que estava tudo bem...
Tive vontade de perguntar, ou teria tido se fosse nacionalista: [(também não há notícias da América?)]... Esqueçam! Forget!
1- Unlema: Ó que bom, que começa um novo ano!
2- Dilema: Ó que chato, com este novo ano começam algumas coisas talvez más!
3- Trilema: Ó que bom e que chato e podemos ou não podemos criticar alguma coisa na passagem de ano, ou só podemos desejar boas-festas a todo o mundo?
Passemos à fase seguinte.
O país inteiro (quero dizer Portugal) está à espera que Cavaco (Silva), na mensagem de ano novo, encavaque ou até mesmo escavaque José S. de Sousa e o seu malfadado governo.
Será esperar demais?
Sendo a cicuta tão vulgar nesta terra (imunda), apesar disso duvido que Cavaco acicute (acicate) José de Sousa (deve ser meu parente, que também me chamo Sousa) (como todo o mundo aqui).
Sócrates (o verdadeiro) teve alguns problemas com a cicuta .
Portugal nem dorme perante esta expectativa... nem devem dormir os protagonistas, julgo eu...
Uma vez, na Grécia, perguntei ia um grego que lia um jornal escrito em caracteres para mim indecifráveis, se havia notícias de Portugal. Que não e para me confortar disse que o não haver notícias deveria querer dizer que estava tudo bem...
Tive vontade de perguntar, ou teria tido se fosse nacionalista: [(também não há notícias da América?)]... Esqueçam! Forget!
sábado, dezembro 29, 2007
Bom Ano 2008
Que este ano nos traga muitas viagens, pelo exterior da terra ou pelo interior da alma.
E que o mar nos traga boas notícias.
sexta-feira, dezembro 28, 2007
Benazir Bhuto
Como estive fora estes dias e não prestei atenção às notícias, só no táxi a caminho de casa ouvi falar da morte de Benazir Bhuto.
Quero homenagear esta mulher que lutou pela sua pátria contra os ditadores e os extremistas, tendo sido obrigada a exilar-se e escapado a outra tentativa de assassínio. Há hoje em dia poucas pessoas tão corajosas como ela, que deve ser um exemplo para todos nós.
É já de si inverosímil que tenha sido primeira-ministra num país muçulmano, sendo mulher. Mais impressionante que tenha visto morrer a sua família por motivos políticos e que isso não a tenha feito vacilar.
É a prova de que é sempre possível lutar contra a tirania. Talvez a sua morte sirva para aumentar a luta.
Ver no Expresso Online as últimas horas que viveu.
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/202730
Quero homenagear esta mulher que lutou pela sua pátria contra os ditadores e os extremistas, tendo sido obrigada a exilar-se e escapado a outra tentativa de assassínio. Há hoje em dia poucas pessoas tão corajosas como ela, que deve ser um exemplo para todos nós.
É já de si inverosímil que tenha sido primeira-ministra num país muçulmano, sendo mulher. Mais impressionante que tenha visto morrer a sua família por motivos políticos e que isso não a tenha feito vacilar.
É a prova de que é sempre possível lutar contra a tirania. Talvez a sua morte sirva para aumentar a luta.
Ver no Expresso Online as últimas horas que viveu.
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/202730
quinta-feira, dezembro 27, 2007
Roots
Às vezes é necessário encontrar as raízes.
Não direi que seja necessário escavacá-las,
mas também não é fácil
Não direi que seja necessário escavacá-las,
mas também não é fácil
sexta-feira, dezembro 21, 2007
Feliz Natal
Activismo online É Natal!
Por exemplo, é possível, através deste site, pagar, por 20 dólares (menos de 20 euros), um ano de estudo para duas meninas no Afeganistão. Pode parecer impossível, mas é verdade e é muito importante para a vida delas (para quem conhece a história recente do Afeganistão...)
Clicar aqui
Se dermos 40 dólares podemos mesmo pagar o salário de uma professora (de raparigas) durante um ano.
É Natal! Mas não no Afeganistão, onde não há Natal! Não há Natal porque são muçulmanos, mas há frio e neve e pouca ajuda por serem muçulmanos.
Mais modestamente, podemos apenas clicar neste e noutros sites do género, também acessíveis nesta página e já estaremos a dar alguma coisa através dos "sponsors".
Por exemplo, é possível, através deste site, pagar, por 20 dólares (menos de 20 euros), um ano de estudo para duas meninas no Afeganistão. Pode parecer impossível, mas é verdade e é muito importante para a vida delas (para quem conhece a história recente do Afeganistão...)
Clicar aqui
Se dermos 40 dólares podemos mesmo pagar o salário de uma professora (de raparigas) durante um ano.
É Natal! Mas não no Afeganistão, onde não há Natal! Não há Natal porque são muçulmanos, mas há frio e neve e pouca ajuda por serem muçulmanos.
Mais modestamente, podemos apenas clicar neste e noutros sites do género, também acessíveis nesta página e já estaremos a dar alguma coisa através dos "sponsors".
Novos Pedintes
Outra nova maneira de pedir, esta bem mais sofisticada, é a seguinte: na entrada secundária de um centro comercial que frequento, posta-se um indivíduo com bom aspecto. Abre a porta com toda a etiqueta a quem vai a sair ou a entrar e tem na mão um belo exemplar de chapéu de coco. Não pede nada, apenas abre a porta, o que às vezes faz jeito. Se colocamos dinheiro no chapéu, agradece polidamente, se apenas agradecemos, agradece também.
Quando este senhor não está lá, às vezes aparece um imigrante, que em vez do chapéu de coco tem um copo de plástico que chocalha constantemente, enquanto se lamenta alto e bom som. Fraca imitação do primeiro, não creio que ganhe a décima parte.
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Provérbios sobre o tempo
"Ande o frio por onde andar
No Natal há-de chegar"
Dizem que o clima mudou, mas os provérbios populares antigos que se lhe referem batem sempre certo... só agora chegou o frio, mas também ainda não começou o Inverno.
Há este: "Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho" querendo dizer que pode estar frio em Maio, embora normalmente esteja já muito calor.
"Em Abril águas mil" - querendo dizer que chove muito em Abril, quando é suposto só chover muito no Inverno.
Para ver mais, clicar no link abaixo. Aparecem vários posts a seguir a este.
No Natal há-de chegar"
Dizem que o clima mudou, mas os provérbios populares antigos que se lhe referem batem sempre certo... só agora chegou o frio, mas também ainda não começou o Inverno.
Há este: "Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho" querendo dizer que pode estar frio em Maio, embora normalmente esteja já muito calor.
"Em Abril águas mil" - querendo dizer que chove muito em Abril, quando é suposto só chover muito no Inverno.
Para ver mais, clicar no link abaixo. Aparecem vários posts a seguir a este.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Míseros Arquitectos
O primeiro ministro Sócrates deu uma entrevista ao jornal francês "Libération" (Libé) em que, para responder ao comentário que lhe fazem na "Europa" de ser provinciano, afirma ser um "self made man" visto que o pai, arquitecto, conseguiu escapar da miséria. Só ficou um pouco "encavacado" quando lhe perguntaram pelo caso do diploma.
É estranho! Na geração dos pais de José Sócrates dificilmente um arquitecto conseguia escapar da miséria... acabavam todos a pedir...
Não acham? Tadinho do filho!
É estranho! Na geração dos pais de José Sócrates dificilmente um arquitecto conseguia escapar da miséria... acabavam todos a pedir...
Não acham? Tadinho do filho!
Tão Querido, Querido
Paulo Querido, que tem um blogue sobre blogues (aliás é um webzine) onde aprendi muito do pouco que sei, colocou num post os melhores(?) títulos de 3 dias, assim mesmo, com ponto de interrogação, o que talvez queira dizer que afinal não são nada os melhores. Inclui o do meu penúltimo post, 33000 grávidas.
De qualquer modo, esse blogue já está há muito tempo nos meus favoritos, aqui do lado direito.
Clicar em
Os melhores (?) títulos da blogosfera
Não cheguei a entender se era um elogio ou uma crítica, mas assim mesmo agradeço o destaque que nos trouxe muitos visitantes e fregueses.
Tão querido!
O título deste post também não me parece nada mau.
De qualquer modo, esse blogue já está há muito tempo nos meus favoritos, aqui do lado direito.
Clicar em
Os melhores (?) títulos da blogosfera
Não cheguei a entender se era um elogio ou uma crítica, mas assim mesmo agradeço o destaque que nos trouxe muitos visitantes e fregueses.
Tão querido!
O título deste post também não me parece nada mau.
terça-feira, dezembro 18, 2007
Libertação da Birmânia e de Aung San Suu Kyi
Neste site podemos fazer alguma coisa pela libertação da Birmânia, desde dar dinheiro, até assinar petições, etc.
Pedir a libertação da Aung San Suu Kyi que, para além de tudo o mais, é muito bela. Com um ar tão fágil...
http://www.burmacampaign.org.uk/
Pedir a libertação da Aung San Suu Kyi que, para além de tudo o mais, é muito bela. Com um ar tão fágil...
http://www.burmacampaign.org.uk/
segunda-feira, dezembro 17, 2007
As 33 000 grávidas de Sócrates
Sócrates está ainda melhor (pior?) que a Santa Úrsula, de que falo no blogue Escrevedoiros e que costumava viajar por mar com 11 000 virgens. Talvez tenha havido um engano nos números, naquele tempo, viajar por mar com tanta gente... enfim, mas era santa...
Agora o nosso Primeiro Ministro surpreende-nos a todos ao gabar-se de que produziu 33 000 grávidas!
E ainda diziam que...
(Cala-te boca).
- Ah, o quê? Estão aqui a dizer-me que são os incentivos do governo à natalidade!? Então é assim: antigamente as mulheres pariam porque lhes apetecia, agora só podem parir por decreto...
Agora o nosso Primeiro Ministro surpreende-nos a todos ao gabar-se de que produziu 33 000 grávidas!
E ainda diziam que...
(Cala-te boca).
- Ah, o quê? Estão aqui a dizer-me que são os incentivos do governo à natalidade!? Então é assim: antigamente as mulheres pariam porque lhes apetecia, agora só podem parir por decreto...
sábado, dezembro 15, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Byblos
Imaginem! Abriu hoje nas Amoreiras a maior e a mais moderna livraria do país. Adivinhem onde passei uma santa tarde!
Podemos ler lá, mesmo sem comprar o livro, podemos almoçar e jantar, junto dos livros de receitas de cozinha... é fantástica!
Fica em frente às Amoreiras, do lado direito, aí a cem metros.
Uau! Nem todas as notícias são más. Esta é boa!
Tem todos os livros, incluindo edições de autor que não existiam à venda em lado nenhum.
Ver em
http://www.byblos.pt/
Podemos ler lá, mesmo sem comprar o livro, podemos almoçar e jantar, junto dos livros de receitas de cozinha... é fantástica!
Fica em frente às Amoreiras, do lado direito, aí a cem metros.
Uau! Nem todas as notícias são más. Esta é boa!
Tem todos os livros, incluindo edições de autor que não existiam à venda em lado nenhum.
Ver em
http://www.byblos.pt/
Os Novos Pedintes
Tenho escrito aqui alguns textos sobre Os Novos Pedintes. Se escrevo num tom irónico, não é por ignorar que "os novos pobres" são uma nova e lamentável realidade social, mas por me parecer que estes pedintes só poderiam sobreviver numa sociedade abastada, tolerante e generosa, embora não consideremos normalmente assim aquela em que vivemos. É também por pensar que muitos deles resultam da insustentável preguiça, que também é o fruto da sociedade em que vivemos. De facto, no passado já houve "novos pobres" que tinham sido nobres, burgueses, etc...
Acho graça aos mil e um estratagemas de que se servem as pessoas para pedir, como já aqui referi alguns.
Noutro dia, ao chegar a casa, uma senhora de muita idade chama-me de uma janela. O edifício tem um ar algo imponente, de ter sido, talvez no passado, uma casa rica e talvez mesmo agora.
- Por favor, menina, ajude-me!
- Claro, com certeza. Diga.
- Eu deixei cair um euro e preciso muito dele porque a minha vizinha foi-me comprar uma coisa e agora, quando ela vier, tenho de lhe pagar. Eu sei que um euro é pouco dinheiro, mas para mim é muito importante. Eu não posso ir lá dentro buscar dinheiro, porque não posso caminhar...
A meio desta fala, a senhora começou a chorar. Comecei a procurar entre as pedras da calçada à portuguesa, perto do caixote do lixo, junto do asfalto...
- Ora veja ali!
- Ora veja atrás do caixote do lixo!
Farta de procurar e sem me apetecer continuar com aquilo, tirei um euro da carteira, fingi que o apanhava do chão e disse:
- Ah, cá está o seu euro! Encontrei!
Incrédula e divertida já, diz-ma a criatura:
- Mas tem a certeza de que encontrou esse euro aí?
- Tenho.
- A sério? Ah ah ah! Parece impossível. Esse euro estava aí?
Não foi a primeira vez que fiz figura de parva e espero bem que não tenha sido a última, pois gostaria de viver ainda mais uns anos largos.
Sendo assim, lá fui para casa a pensar:
- Bem, este truque resultou. Aposto que a velhota vai voltar a tentá-lo com outras pessoas que passem por aqui. Vejo-a lá às vezes, mas para já, tenho passado ao largo.
Acho graça aos mil e um estratagemas de que se servem as pessoas para pedir, como já aqui referi alguns.
Noutro dia, ao chegar a casa, uma senhora de muita idade chama-me de uma janela. O edifício tem um ar algo imponente, de ter sido, talvez no passado, uma casa rica e talvez mesmo agora.
- Por favor, menina, ajude-me!
- Claro, com certeza. Diga.
- Eu deixei cair um euro e preciso muito dele porque a minha vizinha foi-me comprar uma coisa e agora, quando ela vier, tenho de lhe pagar. Eu sei que um euro é pouco dinheiro, mas para mim é muito importante. Eu não posso ir lá dentro buscar dinheiro, porque não posso caminhar...
A meio desta fala, a senhora começou a chorar. Comecei a procurar entre as pedras da calçada à portuguesa, perto do caixote do lixo, junto do asfalto...
- Ora veja ali!
- Ora veja atrás do caixote do lixo!
Farta de procurar e sem me apetecer continuar com aquilo, tirei um euro da carteira, fingi que o apanhava do chão e disse:
- Ah, cá está o seu euro! Encontrei!
Incrédula e divertida já, diz-ma a criatura:
- Mas tem a certeza de que encontrou esse euro aí?
- Tenho.
- A sério? Ah ah ah! Parece impossível. Esse euro estava aí?
Não foi a primeira vez que fiz figura de parva e espero bem que não tenha sido a última, pois gostaria de viver ainda mais uns anos largos.
Sendo assim, lá fui para casa a pensar:
- Bem, este truque resultou. Aposto que a velhota vai voltar a tentá-lo com outras pessoas que passem por aqui. Vejo-a lá às vezes, mas para já, tenho passado ao largo.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Para não esquecermos a beleza do mundo
Enviaram-me por email fotografias da obra deste autor, que não conhecia. Constatei que, se fosse pintora, queria ser assim.
É surpreendente a ideia de grandiosidade do mundo, da pequenez do homem, ou vice-versa, da pequenez do planeta (o planeta não é o mundo) e da grandiosidade do homem...
O que só se pode entender entendendo a dimensão espiritual da sua obra.
De Vladimir Kush.
Ver mais no blogue Escrevedoiros
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Direitos Humanos
Diz o nosso amigo Zé Lérias, num comentário: "Faz hoje 59 anos que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos do Homem." Sugere-me, depois, que eu faça um post sobre o assunto.
Assim, sem pensar? Então aí vai.
Lamentemos que, aparentemente, os direitos do Homem não sejam integralmente respeitados em nenhum país do mundo! Em Portugal há tortura policial, nos Estados Unidos há pena de morte, etc.
Comprometamo-nos a respeitá-los, começando pelo nosso interior:
Quantas vezes não ouvi críticas ou comentários sarcásticos a respeito dos negros, dos ciganos, etc... quantos taxistas me disseram que não transportam gente de côr?
Essas pessoas falavam assim, não porque assumissem o que diziam, mas porque esperavam a minha cumplicidade.
Talvez eu me tenha calado. E talvez, ao calar-me, tenha sido cúmplice da opressão de pessoas, que acontece apenas por preconceito, como se a maldade não fosse para aqui chamada.
Talvez o nosso gosto pelo consenso e pela nossa tranquilidade nos faça ser cúmplices, não por maldade mas por comodismo, ou pior, por cobardia...
E, no entanto, são estas conquistas que fazem evoluir o mundo.
Que fazem com que eu prefira mil vezes viver neste tempo do que em qualquer outro, exceptuando o futuro.
Obrigada pela ideia, Zé Lérias
Assim, sem pensar? Então aí vai.
Lamentemos que, aparentemente, os direitos do Homem não sejam integralmente respeitados em nenhum país do mundo! Em Portugal há tortura policial, nos Estados Unidos há pena de morte, etc.
Comprometamo-nos a respeitá-los, começando pelo nosso interior:
Quantas vezes não ouvi críticas ou comentários sarcásticos a respeito dos negros, dos ciganos, etc... quantos taxistas me disseram que não transportam gente de côr?
Essas pessoas falavam assim, não porque assumissem o que diziam, mas porque esperavam a minha cumplicidade.
Talvez eu me tenha calado. E talvez, ao calar-me, tenha sido cúmplice da opressão de pessoas, que acontece apenas por preconceito, como se a maldade não fosse para aqui chamada.
Talvez o nosso gosto pelo consenso e pela nossa tranquilidade nos faça ser cúmplices, não por maldade mas por comodismo, ou pior, por cobardia...
E, no entanto, são estas conquistas que fazem evoluir o mundo.
Que fazem com que eu prefira mil vezes viver neste tempo do que em qualquer outro, exceptuando o futuro.
Obrigada pela ideia, Zé Lérias
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