quinta-feira, julho 11, 2024

A Minha Indonésia de Ana Gomes

 





Muito interessante esta série da Ana Gomes sobre a Indonésia, intitulado A minha Indonésia, na RTP 2. Bem pode dizê-lo, pois ficou conhecida pelo extraordinário trabalho diplomático que lá fez como embaixadora de Portugal. Conseguiu terminar com a invasão de Timor Leste e dar-lhe a independência, como nação de língua oficial portuguesa.. E ainda teve tempo para aprender a língua local e ficar a conhecer a terra e a sua história.

É incrível a quantidade de palavras portuguesas que usam e de tradições levadas pelos portugueses. Algumas da igreja católica. É agradável pensar que os portugueses tiveram tanta influência no mundo, deixaram tanta coisa no mundo… é um orgulho!

Sobre os benefícios da concorrência sobre os taxistas e sobre os políticos

 


Antes de haver os taxis TVDE (Uber e outros) muitos taxistas (não todos, havia alguns ótimos) faziam truques inconcebíveis, davam voltas à cidade para irem daqui ali, pagando nós todas as voltas, houve vários que me disseram que se recusavam a levar “pretos”, etc… Agora há menos taxistas desses e portam-se melhor por causa da concorrência, se os TVDE não fizerem o serviço em condições perdem o emprego.  

Está agora a acontecer o mesmo com os políticos do centrão neoliberal e neocon: só havia dois partidos quase iguais que se revezavam no poder (a direita do PS é diferente da esquerda do PSD?). Ambos faziam o que lhes mandava a Van der Leyen, através dela faziam o que lhes mandava o Biden, através de Biden faziam o que lhes mandavam as sinistras empresas de capital norte-americano, Black Rock, Monsanto e quejandas, capital anónimo e não sujeito a eleições.

Com o surto da extrema-direita na Europa e na América, agora até a extrema-esquerda ganha as eleições. É claro que eu preferia que fosse a extrema-esquerda a revolucionar tudo, mas a extrema-esquerda prefere medidas simbólicas que não custam dinheiro: eutanásia, casamento gay, etc.. completamente alheada (alienada) da realidade do cidadão comum, que corre o risco de ficar na miséria e talvez sem abrigo porque ganha pouco e tudo está muito caro, mas que, mesmo assim, não pretende suicidar-se nem mudar de sexo.

Uma minha amiga que está a ser vítima de grande injustiça por parte de uma instituição, escreveu para todos os grupos parlamentares da Assembleia da República e disse-me: adivinhe qual é que me respondeu logo e que me prometeu logo resolver o problema! Adivinhei imediatamente, claro! (Foram os taxistas da Uber.) Adivinhem vocês também! 

No caso das gémeas foi diferente… mas a minha amiga não é amiga do “meu filho, o Doutor Pedro”, ou lá como se chama… e não pede quatro milhões, apenas pede algo muito simples e que não custa dinheiro, mas que é muito importante para ela.

(Foto retirada da Internet).

terça-feira, julho 02, 2024

As rosas, as magnólias e as bombas


 



“Prefiro rosas, meu amor, à pátria,

E antes magnólias amo

Que a glória e a virtude.”

       Fernando Pessoa (Ricardo Reis)


Os homens da União Europeia em idade de combater, ao contrário dos homens russos, dos ucranianos com mentalidade russa e de outros povos desconhecidos, não têm nenhum instinto guerreiro nem virtudes bélicas. Não porque gostem mais de rosas e de magnólias do que da pátria, mas porque preferem estar num sofá agarrados ao telemóvel e à PlayStation em vez de andarem na Ucrânia a cavar trincheiras cheias de lama e de neve no inverno ou demasiado secas na torreira do verão. 

Os ucranianos que se identificam com os valores europeus contra os valores russos pensam exatamente da mesma maneira e é por isso que milhões deles atravessaram a fronteira da Ucrânia clandestinamente para viverem já na sua tão amada União Europeia, à custa dos subsídios para refugiados, pagos pelos nossos impostos. 

É neste contexto que Macron, que ama mais a glória e a virtude do que as rosas e as magnólias, desejando ficar na história como um segundo herói Napoleão Bonaparte, decidiu enviar os jovens franceses combater na guerra da Ucrânia. 

Contudo, estes últimos, não por gostarem de magnólias que nem sabem o que é, preferem surfar nas praias da Côte D’ Azur a apanhar com as bombas de Putin em cima da cabeça, preferência que a todos nós parece normal (porque somos europeus). Foi pena Macron não ter perguntado aos homens franceses o que preferiam, em vez de dizer logo que os ia mandar para a guerra: preferes as rosas, a pátria, as magnólias ou a virtude? 

Enfim, o resultado foi o que se viu. Le Pen, que dizem ser amiga de Putin, defendeu os hipotéticos combatentes e cavadores de trincheiras com unhas e dentes e ganhou as eleições. Provavelmente ainda irá derrubar Macron em breve, mas quem o mandou viver nas nuvens? 

Quanto à esquerda caviar, está mais preocupada em debater o sexo dos anjos do que em preocupar-se com pequenos pormenores, como por exemplo, uma iminente guerra mundial. 

Guerra mundial? Quem é que se preocupa com isso? Mandamos os rapazes cavar trincheiras na Ucrânia, é tão chique! Desenvolve os músculos! Só falta decidir se @s menin@s (os não binários que não são nem meninos nem meninas) também vão para a guerra com os meninos ou se ficam em casa como as meninas… 

Quanto aos comunistas, estes já não têm a vocação de defender os operários, que foram substituídos por robôs e, das duas, uma: ou defendem os direitos dos robôs ou não têm razão de existir .

segunda-feira, junho 10, 2024

Poema palestiniano

 


“Para escrever um poema que não seja político

É necessário ouvir os pássaros

Mas para ouvir os pássaros é preciso silenciar os aviões de guerra”

Poema palestiniano


Original

“In order for me to write poetry that's not political, 

I Must listen to the birds and in order to hear the birds the war planes must be silent.”

Marwah Makhoul. My heart is with Palestine. 1923

sábado, junho 08, 2024

Eleições europeias



Se tudo correr como até aqui, Sebastião Bugalho há-de vir a ser presidente da república. Sendo jovem, é naturalmente bonito e elegante, pelo menos mais bonito e mais elegante do que os seus comparsas políticos conhecidos., muito mais velhos e com barriguinha. Digamos que não é feio. 

É inteligente e culto, elitista, o que o leva a supor que todos os eleitores são parvos e atrasados mentais.  Não tem qualquer noção da realidade, o que não o distingue dos outros líderes europeus, sobretudo daqueles que atualmente lideram a Europa em direção ao abismo. 

Escolheu a decadente Úrsula Van der Leyen, neta de relevante nazi, para a sua campanha e parece que pouca gente se riu ao recordar que, falando com os manifestantes que acusavam esta mulher de ter as mãos sujas de sangue palestiniano, ela respondeu, enquanto via os manifestantes contra ela serem presos pela polícia: - Se vocês estivessem na Rússia, seriam presos em dois minutos. 

Os manifestantes portugueses também foram presos em dois minutos e ninguém percebe por que razão a criatura falou da Rússia, quando eles protestavam contra Israel. Será que em Portugal a polícia demorou mais alguns segundos do que na Rússia a prender os manifestantes? 


Estão a chamar ignorantes e parvos aos portugueses??? Sim, claro. 

Mas nem todos os portugueses são ignorantes e parvos, só a maioria. Como em todos os países.

quinta-feira, março 28, 2024

Democracia? A sério? Onde?

 


Os partidos políticos não têm nenhuma visão de futuro, se tivessem teriam evitado esta vaga da extrema-direita no mundo ocidental, desde o Chega até Trump. 

O chamado “Ocidente”, que estranhamente inclui o Japão, dá uma imensa importância à democracia e à prosperidade nos seus países, ainda que essa prosperidade seja feita à custa da miséria, do sofrimento e da morte de outros países. 

Grandes lucros com as armas, com o petróleo, com o ouro, à custa do aniquilamento de países inteiros: Ucrânia, Palestina, Síria, Líbia, Iraque, Afeganistão, etc. 

Quer isto dizer que partidos como o Chega vão resolver estes problemas? Claro que não. Partidos como o Chega demonstram apenas a decadência do chamado Ocidente (que estranhamente inclui o Japão). A falsidade da democracia dentro de portas feita à custa da miséria fora de portas. 

Os partidos democráticos ocidentais tão depressa se aliam a neo-nazis como Zelensky como a declarados assassinos de massa como Netanayiu, conforme os seus interesses de momento. Tão depressa são anti-racistas como logo a seguir demonstram um enorme racismo, não declarado.

Se nós demoramos a entender isto, os países não ocidentais já o entenderam há muito… para eles é óbvio, daí estarem a criar uma liga contra nós, os BRICS. 

 E agora?! Os partidos políticos não têm nenhuma visão de futuro, se tivessem teriam evitado esta vaga da extrema-direita no mundo ocidental, desde o Chega até Trump. 

O chamado “Ocidente”, que estranhamente inclui o Japão, dá uma imensa importância à democracia e à prosperidade nos seus países, ainda que essa prosperidade seja feita à custa da miséria, do sofrimento e da morte de outros países. 

Grandes lucros com as armas, com o petróleo, com o ouro, à custa do aniquilamento de países inteiros: Ucrânia, Palestina, Síria, Líbia, Iraque, Afeganistão, etc. 

Quer isto dizer que partidos como o Chega vão resolver estes problemas? Claro que não. Partidos como o Chega demonstram apenas a decadência do chamado Ocidente (que estranhamente inclui o Japão). A falsidade da democracia dentro de portas feita à custa da miséria fora de portas. 

Os partidos democráticos ocidentais tão depressa se aliam a neo-nazis como Zelensky como a declarados assassinos de massa como Netanayiu, conforme os seus interesses de momento.

Se nós demoramos a entender isto, os países não ocidentais já o entenderam há muito… para eles é óbvio, daí estarem a criar uma liga contra nós, os BRICS. 

 E agora?! Os partidos políticos não têm nenhuma visão de futuro, se tivessem teriam evitado esta vaga da extrema-direita no mundo ocidental, desde o Chega até Trump. 


sábado, março 09, 2024

Caravelas e criptomoedas e guerra da Ucrânia e Macron

 


A Europa controlou o mundo todo menos a China durante séculos. Os Estados Unidos foram atrás e controlaram o mundo, com a ajuda da Europa, durante talvez um século, o que parece muito mas não é.

Controlamos o mundo através da economia, é claro, mas sem dispensar a carne para canhão. A guerra. Durante séculos, soldados pobres, com a família a morrer à fome, hastearam bandeiras, as bandeiras dos ricos do mesmo país, que arrecadaram incontáveis extensões de território. 


Atualmente, a Europa e os estados unidos continuam a ter sonhos imperialistas, pensando que vão buscar o ouro aqui, o petróleo acolá, mas o mundo inteiro já percebeu que esse tempo acabou. 

Vocês conhecem algum rapaz português disposto a empunha4 uma bandeira, a de Portugal, a da Europa, a do Ocidente e a partir para a guerra, esperando vencer ou morrer com heroísmo? 

Não. Se vocês são como eu, só conhecem rapazes que querem ter o mais recente modelo de computador e de telemóvel e que, além de quererem ter todos os gadgets, também querem ter todo o tempo tempo para fazerem os seus jogos de vídeo, os seus prazeres interneticos solitários, na melhor das hipóteses para fazerem os seus investimentos em criptomoedas. Isto entra em confronto com os militares voluntários russos, que estão dispostos a morrer ou a enriquecerem a pobre família com as indemnizações referentes ao seu heroísmo. 

Enfim, a carne para canhão heróica que está na base de todas as conquistas, nós não a temos e ainda bem. Mas há muito quem a tenha. 

Por isso, caro Macron, que já foste corrido dos países africanos em que eras mais do que rei (os reis eram súbditos dos países “ocidentais”) esquece a ideia heróica de dominar o mundo, de derrotar a Rússia, de ir buscar o petróleo de graça onde ele existe. 

Vive e deixa viver os europeus, agarrados aos gadgets e muito felizes. Esquece a guerra. 

Quanto aos ucranianos, ou pensam como nós, porque querem ser europeus, ou se identificam com os russos. Porque querem ser russos. 


sexta-feira, março 08, 2024

O que é isso do Bitcoin? Vale a pena comprar?

 


A ideia do criador da Bitcoin, em 2010, a seguir ao crash de 2008,  criador que ninguém sabe quem é (pseudónimo Sakamoto), mas que se supõe que tenha morrido entretanto, era democratizar o dinheiro, ou seja, tornar ricos os que podiam investir 10 ou 20 dólares, mas isso parecia ser fictício. 

Quando a Bitcoin surgiu em 2010, cada dólar valia uns dois (dois e tal) tokens (unidades monetárias) de Bitcoin, que custava 0,39 de dólar. Neste momento, cada token custa perto de 69 000 dólares (sempre a mudar, segundo a segundo). Então, quem comprou um dólar, vamos dizer, 2 token, tem hoje 139 mil dólares, se comprou 10 dólares tem agora mais de um milhão de dólares. Isto era se não tivesse vendido, mas claro que toda a gente vendeu. 

Se tu ainda não percebeste isto, então ainda não percebeste grande coisa do mundo em que vivemos e da economia atual. Confesso que eu também só agora entendi, porque toda a gente ouviu falar de Bitcoin, mas ninguém ligou nenhuma… 

Como é contra o sistema, foi sempre menosprezado pelo sistema, exceto agora, pois já não é possível ignorar, não só a Bitcoin, mas as criptomoedas, sobretudo quando o dólar tem um valor totalmente fictício… de facto, 80 por cento dos dólares atualmente em circulação foram impressos nos últimos três anos, sem nenhuma base real. 

(Isto não é uma daquelas correntes em brasileiro, sou eu, Nadinha que estou a dizer para os meus amigos.  Se vieres a ganhar muito dinheiro com esta informação, agradece.)

Uma criptomoeda que está agora a dar muito dinheiro é a Shiba Inu. Tem o nome de uma raça japonesa de cão, mas está ligada à Inteligência Artificial. Está ainda baratíssima, com um dólar compram-se milhares de unidades. A maneira mais simples de comprar criptomoedas para  nós, portugueses, é abrir uma conta grátis no site espanhol E Toro. 

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Regresso a casa

 







E finalmente regressarei a casa. Não sei se gostei do Rio de Janeiro, talvez não. A paisagem natural é deslumbrante, a miséria está por toda a parte, os sinais de riqueza também, as grades douradas que separam as casas e os pequenos pátios dos ricos dos sem-abrigo que dormem do lado de fora parecem simbólicas, grades douradas que tanto prendem os ricos como os pobres. Na praia juntam-se todos, é tão grande, Copacabana, que mesmo aos domingos, como ontem, não estava muito cheia. Água não muito fria, mas esteve sempre, todos estes dias, com ondas muito fortes e bandeira vermelha, que tem escrito “perigo máximo”.  

Perigo máximo também para quem tem de viver nesta pobre cidade, sempre com atenção a todos os pertences para não lhos roubarem, sempre à beira do abismo em termos económicos e sociais. A rapariga que aluga cadeiras na praia diz que não precisa de roubar porque trabalha e ganha 10 reais por dia, disseram-me depois, só nos dias comb sol. 10 reais dá para dois bilhetes de autocarro, é pouco, dois euros. Num restaurante chique no único Centro Comercial parecido com os nossos, apresentaram-me a conta com mais 11 reais de gorjeta… mas o centro é demasiado chique, só tem “brownerias” e coisas assim, quase nada de jeito para comer… lojas das mesmas marcas que em Lisboa, mas tudo mais caro.

A viagem por mar foi magnífica, a estadia no Rio, não, tem demasiada realidade para poder ser a realização de um sonho. É possível amar ou detestar o Rio. É mais fácil amar terras mais pequenas como Maceió ou Búzios.

Como é Natal, as igrejas pedem donativos para os pobres. Vejo na Catedral ofertas de roupas, carteiras e chinelos muito velhos e estragados, há também a vender chinelos velhíssimos. Como trago a mala demasiado carregada, deixo algumas coisas na igreja de Nossa Senhora de Copacabana. Chego durante a homilia da grande missa de domingo. Não é preciso entrar na igreja para ouvir a missa, cá fora há cadeiras de plástico e o som é ótimo. 

O padre, negro, recomenda a alegria: não devemos ter vergonha nem medo da alegria, a alegria cura, quanto mais rezamos mais alegria sentimos. Sim, alegria é o que se vê muito por aqui e o padre parece mais um mestre New Age pela linguagem e pelas mensagens que transmite.

Aqui, mais do que em qualquer outro lugar, sente-se o pulsar da vida. Na alegria, na tristeza, no bem, no mal, nas escolhas certas ou erradas, no destino. Está tudo à vista, como se tudo fosse a ilustração de um enorme livro sobre a existência humana.

Rio de Janeiro

 





Algumas pessoas perguntaram-me por mensagem privada como é andar no Rio de Janeiro, se andava sozinha, se podia ir onde queria… respondi que só responderia a estas perguntas quando chegasse, porque tenho uma irmã que não gosta de viajar e que está sempre muito preocupada quando viajo. 

Então, vou agora contar tudo desde o princípio. Como já tinha dito, um médico alemão viajante “solo” ficou sem a carteira e sem 250 euros nas Canárias. É muito bem humorado, ria-se da situação, mas achou que, se foi assaltado nas Canárias seria assassinado no Rio de Janeiro e decidiu continuar no navio até Buenos Aires, até porque outros “solos” também foram e ainda por lá andam. Creio que nem saiu no Rio. 

Na primeira paragem no Brasil, Recife, não houve história, tal como nas duas ilhas de Cabo Verde. 

Em Salvador da Bahia, aconteceu o seguinte, que eu saiba: uma vietnamita a viver na América que viajava “solo”, contou-me que estava a tirar fotografias e levaram-lhe o telemóvel, muito bom. Foi à polícia e já lá estavam mais dois passageiros do navio a reportar dois casos. Ouvi depois um americano tipo cow-boy, “ranger do Texas” como eles dizem, a contar que viu um tipo tirar a carteira a um passageiro que nem conhecia e deu-lhe um murro no nariz, o rapaz caiu ao chão a deitar sangue, o cow-boy inclinou-se para lhe bater mais, mas veio um por trás e arrancou-lhe o fio de ouro. E eu que só queria ajudar, lamentava-se… ficaram os dois sem burro e sem albarda. Mais tarde disseram que uns brasileiros também se pegaram à pancada com os assaltantes e foram hospitalizados. É muito, mas os passageiros eram mais de dois mil e não aconteceu nada aos outros, nem a mim que andei por ali sozinha, subi e desci no elevador, estive numa esplanada e no mercado, etc. 

Em Maceió, uma alemã “solo” não saiu por ouvir dizer que era muito perigoso, mas não havia perigo nenhum nem aconteceu nada e o mesmo em Búzios. 

Quanto ao Rio, um americano “solo”, o que anda a dar a volta ao mundo e que gosta muito desta cidade, disse que podíamos andar à vontade, em transportes públicos, metro e tudo, exceto à noite. 

Andei por lá sozinha cerca de uma semana, fui a todos os sítios, andei de autocarro público, não tive medo nem corri perigo. Na carteira pequena levava dinheiro, o IPad ou o telemóvel ou os dois, o cartão multibanco e o cartão Revolut. Deixava no cofre o passaporte (a coisa que mais receio que me roubem) e os outros cartões, mas faço isso em todo o lado. Quando ia para a praia levava uma saquinha minúscula de pano só com o cartão de abrir a porta do quarto e pouco dinheiro, sendo que me aconselharam a deitar-me por cima dela, mas isso já me parecia demais. No último dia decidi ir dar um mergulho, levei a saquinha com o cartão e 15 reais (menos de 3 euros) e a toalha do hotel. Em menos de nada a saquinha desapareceu, como num passe de mágica do circo. Comuniquei no hotel e deram-me outro cartão que anulava aquele. Não teve importância, mas deu-me muito a sensação de que “nada nos pertence”. 

Enfim, se alguma pessoa, homem ou mulher pensar que gostaria de ir ao Rio, eu não lhe diria que não vá por ter medo. Só tem sempre que andar com muita atenção e com a carteira para a frente, ou mesmo a mochila na frente e não nas costas. Furtos e roubos de esticão, se estivermos distraídos, é o que fazem,como acontece muito aos turistas em Lisboa, mais nada.

Jardim Botânico do Rio de Janeiro










Também no Jardim Botânico, um pequeno apiário de abelhas brasileiras nativas e sem ferrão. Umas são do tamanho das abelhas comuns, as outras são ta9 pequeninas que parecem mosquitos. Podemos circular no meio delas sem receio de sermos picados.

Copacabana

 





Os brasileiros são de uma simpatia espantosa. Reparei que a minha amiga de Maceió falava com os outros como se fossem primos dela, ou amigos. Meteu na cabeça que queria levar o carro até ao navio, o que era totalmente proibido: pediu aos seguranças que a deixassem passar, como não deixaram, convenceu-os a deixarem-na, no regresso, levar-me até ao navio. Disseram logo que sim e, mal viram o carro, tiraram as barreiras, com um ar muito feliz, com os braços no ar. 

Parecem crianças. Comprei um cartão de telefone e Internet em Salvador mas não consegui configurá-lo. Em Búzios, uma rapariga da farmácia (onde vendem os cartões) disse, com toda a segurança, que eu não poderia ter cartão se não tivesse um NIF brasileiro, a que chamam cadastro. Estava eu a digerir esta informação, um rapaz que ia a passar com uma prancha de surf disse logo: “-Eu ajudo você!, repetindo esta frase várias vezes. Configurou o cartão com o cadastro dele, com a data de nascimento dele, estávamos nós assim e aparecem os meus novos amigos estrangeiros, banzados, tanto ouvimos dizer que os brasileiros roubam telemóveis e estava ele com o meu telefone na mão, ambos muito satisfeitos; mais espantados ficaram quando lhes contei o que ele estava a fazer. 

Enfim, ao chegar ao Rio já pude chamar um Uber, que é um modo fácil, barato e seguro de viajar em toda a parte. Estava eu a desembarcar com uma americana, aparece um taxista a querer levar-nos por mais cem reais do que os da Uber, dizendo no entanto que a Uber era muito mais cara, porque ele é seguro e bom, os da Uber até usam pulseira eletrónica, são péssimos, garantia ele, estava quase a convencer-me quando a minha amiga disse que não gostava do homem e que queria ir de Uber… o motorista que nos levou era ótimo, simpático, o carro dava para as nossas duas enormes bagagens (roupa para o frio ao chegar a casa, para calor, para a noite no navio, calçado para isto tudo)…

Jardim Botânico - Rio de Janeiro

 







Hoje vesti-me toda enroupada, carreguei-me de repelente de insetos mesmo por dentro da roupa e lá vou eu de Uber para o importante Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Percebi logo que tive razão, pois a menina que picava os bilhetes deu um berro, esfregou uma perna e desatou a resmungar contra os bichos que picam… tenho-me safado bem, com o repelente que comprei nas Canárias, depois de ter sido dolorosamente picada nas Canárias. 

O Jardim começou a ser feito pelo nosso rei D. João VI, bem como uma fábrica de pólvora, tudo junto. Participou, claro, das imensas disputas, descobertas e experiências que levaram as árvores e plantas de um continente para outros. Uma história que agora é muito narrada em romances por exigir conhecimento, astúcia, coragem, capacidade de risco, ao levarem mudas de plantas no lombo de burros pelas montanhas av8ma e abaixo, em navios transatlânticos com falta de água doce, etc… 

Enfim, foi o próprio rei que plantou a primeira palmeira imperial do Brasil e de grande parte do mundo, mas mandou que queimassem as sementes. Esta ordem levou o roubo e contrabando das sementes a alturas homéricas, toda a gente rica queria ter uma; mais tarde a Palma Mater foi fulminada por um raio e substituída pela Palma Filia, na foto, depois de ter sido “mãe” de milhões de árvores. 

Exemplares de mogno e de pau Brasil, nas fotos e da plantinha de que mais gostei, a bromélia, que cresce e dá flor em cima de qualquer árvore. Aquelas florinhas nos troncos… 

Foi uma manhã bem passada, duas horas a caminhar num tempo tórrido, com um ótimo guia, um rapaz culto e apaixonado pela botânica.

Baía de Guanabara - Rio de Janeiro e fim da viagem por mar

 


Ao entrar na baía de Guanabara, no





Rio de Janeiro ao nascer do sol, a paisagem feérica não deve ser muito diferente da que votam os nossos antepassados, emigrantes ou descobridores. Montanhas com estranhas e belas formas, transformando-se constantemente com a luz. Depois aproxima-se a realidade com a luz clara que nos permite ver as casas e as coisas. 

Os poucos que acordaram e que vieram para o convés estão a viver um seu momento, estão comovidos, não falam. Um bando de pássaros sobrevoa a baia e o navio, mas receio que sejam abutres. Seria pouco auspicioso, mas são “Rabiforcados-magnificos”, diz a Google Lens.

Tempo de Búzios

 






Em búzios o tempo está fraco, ontem esteve frio, porque passa por aqui uma corrente de ar quente do Equador e outra gelada da Antártida.Não 

Búzios - Brasil

 










E finalmente desembarcamos em Búzios. Linda terra, muito sossegada, boa para praia, para compras  e para tirar fotos, porque é fotogénica.

Percorro-a a pé com os meus novos amigos, pessoas de todo o mundo que viajam sozinhas, quase com saudades mas sabendo que encontrarei outros, pois “quem faz um cesto faz um cento”. 

Não é comum encontrar pessoas que viajam sozinhas, há mesmo quem ache isso muito estranho, mas é com estes que me identifico.

Desta vez desembarcamos nas baleeiras porque não já porto que chegue para aquele calhamaço de navio… é a primeira vez que vejo urubus, ou abutres, também vimos outro albatroz pequeno.

Chove.

"Meu Pai Oxalá"

Estavam a posar para uma foto e continuaram a posar para nós. São os de “meu pai Oxalá”. Ou Jesus Cristo.







Imagens de Iemanjá e oferendas




Imagens de Iemanjá e oferendas

Minha mãe Janaína ou Iemanjá



 


Minha mãe Janaína: cor azul.

Partindo

 




Bye bye Maceió e Eliane.
Bye bye candomblé.