quinta-feira, abril 02, 2009




Vim nada menos do que a Alcochete. Com a curiosidade que matou o gato, por causa do Freeport. Vinha decidida a gostar de Alcochete e a embirrar com o Freeport.
Agora, depois de ter comprado dois pares de sapatos e dois casacos, talvez ainda lá volte amanhã. Em verdade, gosto de dois centros comerciais: As Amoreiras, todas voltadas para o interior e todas urbanas e todas femininas e o Freeport, todo voltado para o exterior, todo ao ar livre e muito bem concebido esteticamente. Tem para todos os gostos, de todos os tamanhos e de todos os preços. Incluindo livros.
A senhora que me vendeu os dois casacos fez-me elogios que ninguém me fazia desde que engordei. Também é verdade que estou a emagrecer, pelo que o meu ego (que nunca foi pequeno), aumentou.
Chama-se Anabela e creio que a convenci a deixar de fumar.
Diz ela, por exemplo, que ainda não conhece Alcochete, pois vai todos os dias directamente do Barreiro até ao outlet. Pobre terra! Não era conhecida e continua a não ser... mas amanhã eu falo-vos dela.
Hoje estou instalada na Hotel Al Foz, o único que existe nesta vila. Não é grande coisa, mas já vi muito pior.
Bem, nada disto altera a minha opinião sobre a mina que este Freeport tem sido para algumas pessoas. Nem sobre outros assuntos. Continuo a pensar que o país está a saque.

segunda-feira, março 30, 2009

Mãe odeia filha

Achei curioso um caso que li no MSN, no Slate. É a carta de uma mulher para uma conselheira de maneiras e de moral chamada Prudence.
Conta que abandonou uma filha à nascença, para adopção e resolveu ir conhecê-la agora que a jovem tem 23 anos e a outra filha, que criou, 19. Não gostou nada dela, quanto mais a conhece menos gosta, acha indecente que ainda viva com os pais adoptivos (que diferença da América para cá!, aos 23 anos ser indecente viver com os pais), acha-a grosseira, malcriada e egoísta. E sente-se culpada por não gostar da sua própria filha.
A Prudence responde-lhe que deve ser de família porque a mãe também está a ser egoísta e pouco delicada. Está escrito em inglês
AQUI
Parece que já está provado há uns anos que o instinto maternal não existe, sendo prova disso que muitas mulheres não o têm, nem mesmo em relação aos próprios filhos. Quem o diz é Elisabeth Badinter, no livro Le Conflit, La Femme et La Mère, onde afirma:"L'environnement, les pressions sociales, l'itinéraire psychologique semblent toujours peser plus lourd que la faible voix de "notre mère Nature".
Para não falar daqueles pais e mães que tratam os filhos tão mal como as pessoas comuns não tratariam um inimigo. Mas espanta sempre, este tema.


domingo, março 29, 2009

Filme Gran Torino

Acabei de ver, no cinema, o filme Gran Torino. É fantástico!
Passa-se na América do Norte, a personagem principal (Clint Eastwood)é um antigo combatente do Vietnam racista e xenófobo, que cria laços de profunda amizade com um rapazito mongol, acabando por se identificar muito mais com aquela comunidade, que desprezava, do que com a sua.
A propósito, Gran Torino é a marca de um automóvel italiano antigo e com charme.
Não conto mais, pois termina de modo surpreendente.
Sinto-me sempre incomodada e aborrecida quando uma furtiva lágrima me acorre a um olho, ao ponto de ter de a limpar, como aconteceu desta vez, mas valeu a pena esse incómodo. Felizmente ninguém viu, portanto ninguém sabe.

quarta-feira, março 25, 2009

Lisboa com e sem névoa



Talvez agora vocês percebam por que é que eu escolhi esta terra para viver...
Tinha a escolher entre a minha própria pequena terra e todos os lugares do mundo. Como toda a gente... excepto talvez os nascidos em Lisboa que nunca quiseram sair daqui...
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Corrida na ponte 25 de Abril - 2009 - Parte 4




Antes de chegar à linha da partida, passamos por alguns corredores tão estreitos que nem podemos quase mexer-nos, como se vê na segunda foto, com o Cristo-Rei ao fundo e de costas. Num desses momentos, tive curiosidade de saber de que eram esses balões que se vêem aí. Escolhi, para lhe perguntar, uma rapariga que tinha três amarrados à cabeça. O outro motivo da escolha é que a mocinha estava mesmo atrás de mim, encostada a mim, colada a mim, pela falta de espaço.
- Esses balões são de publicidade a quê?
- Não faço ideia. Não me dei ao trabalho de ler o que diz aí.
A conclusão, infelizmente, só pode ser que a moça tinha a cabeça mais vazia do que os três balões que tinha amarrados à dita cabeça. Logo a seguir, estava um inglês a puxar o fio de outro balão, a tentar perceber o que dizia e a tentar traduzir para inglês...
Enquanto houver gente assim nesta nossa pobre terra...
A propósito: era publicidade a uma companhia de caminhos de ferro, a Fertagus, que faz 10 anos.
Longe de mim amarrar três balões à cabeça sem saber o que dizem!
A terceira foto mostra as pessoas que já corriam ou caminhavam em Lisboa quando quase todo o mundo ainda ia na ponte.
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terça-feira, março 24, 2009

Corrida na ponte 25 de Abril - 2009 - Parte 3 A Meta, Finalmente



Nem pensem! Ao tempo de 1h e 41 minutos retirem 15 minutos, que foi o tempo que eu demorei a chegar à linha da partida, indo cedo e esperando bué!
E cá está ela, a medalha!
E sobretudo
É muito importante que o local da chegada seja muito belo!
Este é o verdadeiro luxo de Lisboa: comparada com qualquer outra cidade, portuguesa ou estrangeira, tem sempre este pano de fundo, mais belo e mais antigo que qualquer outra. Tantos lugares magníficos! Quase todas as capitais da Europa foram destruídas, bombardeadas e arrasadas, menos esta...
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segunda-feira, março 23, 2009

domingo, março 22, 2009

Corrida na ponte 25 de Abril - 2009




Aqui vão as prometidas imagens, mas amanhã há mais.
Esta é uma estrangeira a preparar-se para a corrida. Ou, pelo menos, vários portugueses se dirigiram a ela  falando em inglês... o que não a deixou abismada, pois já se habituou... talvez seja do cabelo...

quinta-feira, março 19, 2009

Ainda este Papa

Está nas notícias da actualidade a ideia de que este Papa resolveu comemorar o quinto centenário da cristianização de Angola com dez anos de atraso. Afinal, o anterior já tinha comemorado isso mesmo...
E depois, não é preciso ler nas entrelinhas, basta ler com atenção nas linhas.
O Papa pretende fazer uma espécie de Concordata (o nome não é este) negociada, claro, com o regime.
De facto, o governo prepara-se para aceitar uma constituição que permita a poligamia.
Agora já estão a perceber?
Mulheres! Que tal a poligamia? Nada que seja contra os nossos direitos, pois não? Não se discute a hipótese de uma mulher ter vários homens, que se chama poliandria. Não. Um homem ter várias mulheres. Sem preservativo.
Estas coisas não se declaram por serem politicamente incorrectas.

quarta-feira, março 18, 2009

Este Papa e o preservativo

Como vocês sabem, sempre gostei deste Papa. E até concordo com estas afirmações polémicas sobre o preservativo. Sem ser católica.
Que eu saiba, Bento XVI não diz em momento algum que as pessoas podem, ou devem, fazer amor com quem lhes apetecer, sempre que lhes apetecer e sem usar preservativo. Ou diz?

E vocês acreditam que se podem rebolar com todo o mundo e fazer tudo o que é possível fazer nestes casos, sem correr perigo nenhum, só por usarem preservativo?
Acho que este Papa alertou para aquilo que os cientistas, muito pedagogica e demagogicamente e portanto, pouco honestamente, afirmam: basta usar preservativo para não contrair a sida. E nas letras pequenas dizem também que as lésbicas correm o risco de a contrair por usarem o mesmo pente que usa outra que tem sida. Se ambas tiverem feridas na cabeça, por exemplo. E neste caso não é necessário preservativo para coisa alguma. Como o grupo das lésbicas é o de menor risco, também se diz que podem contrair a sida com um beijo na boca, se as duas tiverem feridas na boca. Os outros não. Pois não?
A castidade e a fidelidade não são apenas valores morais. Em África, em que a sida dizima quase toda a população dada a promiscuidade das relações, A castidade ou a fidelidade são a única forma de ficar vivo. O Papa também apela ao tratamento gratuito contra a sida. Mas, aparentemente, há muitos políticos que gostariam de ver África despovoada. Um vasto e rico continente sem africanos.

Esses críticos do Papa, eu queria vê-los a desafiar os fundamentalistas islâmicos. O Papa deve ter opiniões partilhadas pelos ateus?
Alguém nos o proíbe de sermos ateus? Tem medo da Inquisição? Acorde. Ou você é católico, ou não é. Este Papa não é hipócrita, mas todo o mundo gosta de moralistas hipócritas.

sexta-feira, março 13, 2009

Vejam que boa notícia!

Popularidade de Sócrates abaixo de zero desde caso Independente
A imagem do líder do PS entrou em terreno negativo a partir de Maio de 2007. E está cada vez mais negativa. A descida começou com o caso da sua licenciatura"
(Ver jornal Público, 1ª página, dia 12 de Março de 2009. )

Mas quem diria? Os jornais não têm todos afirmado o contrário?

terça-feira, março 10, 2009

Mas falemos de coisas sérias


Com a insatisfação que é própria do artista, eu sinto-me muito infeliz com estas fotografias, muito embora elas apanhem duas raças de gaivotas: umas cinzentas e umas azuis...
Soube que apareceram aqui umas brancas, vindas dos círculos polares. Vi uma, mas não tinha máquina fotográfica "à mão de semear".
Muito mais interessantes do que essa coisa indevidamente chamada Sócrates. Podia ser uma treta como muitas outras, mas escusava de usar o nome dum dos maiores homens da história, uma pessoa que sempre se opôs ao poder. Este nome de guerra é uma espécie de prostituição fingindo a virtude.

domingo, março 08, 2009

Comer, orar, amar

Acabo de ler este livro "Comer, orar, amar" da americana Elisabeth Gilbert.
Lê-se com agrado, é uma experiênia interessante que nos faz refletir sobre mil coisas.
Conta a história da própria autora, em busca da espiritualidade em Itália, na Índia e em Bali, na Indonésia, para superar o desgosto de um divórcio.
O livro não é nada de extraordinário, mas é a odisseia de uma alma inquieta em busca da serenidade e da perfeição.
Inscreve-se nas filosofias e modos de vida "new age" e é muito conhecido por ter sido publicitado no programa da Oprah. Isto é chato, ser um programa de televisão americanos a promover escritores americanos para todo o mundo, mas pelo menos e por isso mesmo existe edição de bolso.

sábado, março 07, 2009

Nacional Nepotismo: o festival de asneiras do magalhães

Deixei de comprar o Expresso desde o Verão, porque ele me parecia o órgão oficial de propaganda do governo. Como, provavelmente, muitos fizeram o mesmo, o jornal mudou, ao que me parece e tem hoje dois artigos giríssimos: ainda não li tudo.
Refiro-me à entrevista com Manuel Alegre e à notícia sobre os erros graves e muitos de português que aparecem neste computador "educativo".

"Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as intruções de um puzzle - assim: "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste".
Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador Magalhães, conforme descobriu o deputado José Paulo Carvalho, depois de navegar na área lúdica do computador.
"

Parece que a culpa disto foi atribuída pelo ministério da educação à Direcção Geral abreviada para DGDIC. Esta mesma DGDIC brindou-nos com as TLEBS, que originaram um monumental abaixo-assinado que incluía professores, pais, linguistas, escritores, etc. Por esse motivo foram suspensas. Mas alguém me explica o que quer dizer suspensas? Deixaram de existir? Continuam a existir? Que gramática devem os professores ensinar aos alunos? Nenhuma destas perguntas tem resposta.
Para se desculparem, os responsáveis dizem que são poucos elementos a trabalhar. Que fariam, então, se fossem muitos?! Todos desta qualidade?
Outro órgão do brilhante ministério sai-se cá para fora com exames que são a vergonha do país, umas vezes cheios de erros, outras demasiado fáceis, outras vezes muito ambíguos e confusos. As notas dos exames dependem, assim, do enunciado dos exames e não daquilo que deviam depender: da boa ou má preparação dos alunos.
O ministério da educação não devia existir, ou então deveria ser remodelado de alto a baixo, mandando-se para a reforma todos os funcionários, ou, de preferência, para o desemprego, pois é o nepotismo nacional que perpetua estes erros.
A ministra da educação já nem é referida a propósito destes assuntos: para a proteger.

quinta-feira, março 05, 2009

Noticiários Nacionais


Dizem-nos o que parece ser uma evidência para os entendidos na matéria: o povo português gosta de ver notícias e é por isso que os telejornais portugueses duram tanto tempo e têm tantos apelos a veja depois, veja depois...

Dizem-nos o que parece ser uma evidência para os entendidos na matéria e para todos nós: casos como o do Freeport e muitos outros nunca chegarão a ser desvendados, se estiverem todos inocentes ninguém acredita, porque se forem todos culpados ninguém é condenado a coisa nenhuma.

Há uma excepção recente: um homem foi considerado culpado de actos de corrupção milionários e foi, portanto, condenado a pagar cinco mil euros. E os entendidos no assunto até dizem que é muito bom porque, pelo menos, foi condenado, coisa raríssima nestes casos.

Conclusão lógica da associação destes factores:O povo português adora ver notícias, embora não acredite em nada do que é noticiado! Alguém me explica isto?

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terça-feira, março 03, 2009

Ser escritor agora

O que pode acontecer hoje em dia a um escritor?
A resposta a esta pergunta nunca foi óbvia em nenhuma época e parece ser ainda menos óbvia hoje em dia. Senão, vejamos três exemplos, baseado-nos apenas em autores "best-sellers", 2 americanos e uma francesa, sem falar daqueles que nunca foram nada que se pareça com isso, como é o caso de Fernando Pessoa.
Vem hoje esta notícia no Público, referindo-se a David Forster Wallace, que teve um incrível sucesso com o seu livro "Infinite Jest". (Aparentemente, sentiu-se mal com isso. )

"No dia 12 de Setembro de 2008, enforcou-se na sua casa, saltando de um banco em cima do qual tinha colocado um exemplar de Infinite Jest. Na secretária ao lado, segundo o relato de Karen Green, tinha deixado um "bilhete" para justificar o suicídio, com... 300 páginas."

Aconteceu algo de semelhante com a escritora francesa Isabelle Marie, que se enforcou em cima da mala do pai após o grande sucesso da sua obra "La Bonne" ("A Criada").

Mas não é tudo.
John Kennedy Toole, escritor americano, suicidou-se porque ninguém queria publicar o seu livro "Uma conspiração de estúpidos". Onze anos após a sua morte, a sua mãe, que nunca desistiu, encontrou um editor que fez deste livro um dos mais vendidos do mundo.

Quem quer ser escritor?
Ouvi dizer que nem se ganha nada mal a trabalhar como canalizador...

domingo, março 01, 2009

Cães - continuação do post anterior

Aos domingos de manhã alguém vai deitar comida aos cães, muita comida numa grande gamela.
Mas eles comem-na toda no domingo.
Mal abro a minha janela, eles reconhecem o som e vêm logo a correr. Às vezes nem é preciso abrir, vêem-me, como se estivessem sempre à minha espera, e vêm. Raramente é preciso assobiar.

Faz-me isto lembrar algo que me comoveu: li no jornal que o Mickey Rourke, quando já era muito famoso, meteu-se nas drogas e no álcool. Um dia esteve para se suicidar, mas não o fez porque viu nos olhos do cão que o bicho gostava dele. Salvou-se e curou-se, apesar de sentir que ninguém gostava dele, a não ser um cão. E depois de ter tudo o que milhões desejam.
É uma história bonita e triste.
Acham que três cães podem comer só uma vez por semana?
Isto é apenas uma faceta visível da crise. As pessoas pensam que ajudam cães e gatos guiando-se por um impulso, mas esquecem os momentos de crise.

sábado, fevereiro 28, 2009

Terra Imunda!

Há um lindo jardim por baixo das minhas janelas. Nesse lindo jardim havia dois idosos simpáticos e felizes e quatro cães simpáticos e felizes. A casa e o jardim pertencem a um conde que os deixou viver lá até morrerem.
O senhor morreu há pouco tempo, a senhora foi viver para outro sítio, ficaram lá três cães esfomedos. Os vizinhos, incluindo eu, atiram-lhes da janela alguma comida, que chega lá esfrangalhada e dispersa, mas o cão maior consegue apanhar tudo. Agarra no maior bocado, segura-o e tenta apanhar os bocados dos outros. Observá-lo faz lembrar um estudo sociológico e confrangedor. Os outros parecem não ter fome nem faro, ficam assim, sem nada.
Não tenho feitio para tratar de três cães, nem para me preocupar com isso, mas também não aguento vê-los definhar assim.
Que faço? Aceitam-se sugestões.