sexta-feira, novembro 19, 2010

Queipiqueiqui de Laranja e Queipiqueiqui de Chocolate

No post anterior, contámos aqui uma história e demos uma receita de cupcake. 
VER AQUI  Queipiqueiqui
Agora vão aqui mais duas receitas, porque parece que resultou.


Queipiqueiqui de Laranja (ou de Limão)
1 ovo
3 colheres (sopa) de óleo (ou manteiga)
4 colheres (sopa) rasas de açúcar
4 colheres (sopa) de suco de laranja
5 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
1 colher (café) de fermento químico
Cobertura
2 colheres (sopa) açúcar de confeiteiro
3 colheres (chá) de suco de laranja
Coloque o ovo na caneca e bata com o garfo. Adicione o óleo, o açúcar e o suco de laranja e misture. Agregue a farinha, o fermento e misture até uniformizar. Leve por três minutos ao microondas em potência máxima.
Cobertura
Junte tudo e cubra o bolo.
Dica: Vale trocar o suco de laranja pelo de limão. Mas, para essa substituição, em vez de 4 colheres (sopa) do sumo da laranja, use 2 colheres (sopa) do limão, pois o sabor é mais acentuado. 


Queipiqueiqui de Chocolate (mais sofisticado do que o outro)
2 canecas com capacidade de 150 ml
1 gema
6 colheres (sopa) de leite condensado
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de leite
2 colheres (sopa) de chocolate em pó
5 colheres (sopa) de farinha de trigo peneirada
1 colher (café) de fermento químico
1 clara batida em neve
Cobertura
Leite condensado misturado com chocolate em pó a gosto
Em uma tigela ponha a gema, o leite condensado, a manteiga, o leite e o chocolate em pó. Bata com batedor de arame vigorosamente por três minutos. Acrescente a farinha de trigo e o fermento, e misture bem. Junte a clara em neve e incorpore à mistura, mexendo com delicadeza.
Distribua nas canecas e asse por 25 minutos, a 180 graus em forno preaquecido. Se preferir, asse-o em forno microondas. Nesse caso, apenas 3 minutos em potência máxima bastam. Retire do forno e, enquanto ainda estiver quente, faça alguns furos com um palito e despeje o leite condensado misturado com o chocolate. Decore como quiser.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Queipiqueiqui

Vi uma loja nova num centro comercial, uma espécie de stande que vende uns bolos agora na moda, chamados doces de caneca ou cupcakes. Como nunca tinha visto nada assim, perguntei à menina brasileira, vendedora infeliz e aborrecida que estava lá, sozinha e isolada:- O que é que esta loja vende?
- O que você está vendo - respondeu a rapariga, com um ar demasiado óbvio, como a chamar-me burra.
- E o que é isto?
- Queipiqueiqui.
- O quê?
- Queipiqueiqui
. Como??
- Queipiqueiqui.
- Ah, então e o que é Queipiqueiqui?
- É o que ocê tá vendo- respondeu, irritada e erguendo muito os ombros, a significar que me estava a achar e a chamar idiota.
Fui embora  aruminar o que seria aquilo e a "escanear" os escaninhos da memória auditiva, a ver se me ocorria algo. "Queiqui" em brasileiro pode ser... cupcake! AH!


E aqui vai, urbi et orbi, ou pelo menos para portugueses e brasileiros, uma receitas de Queipiqueiqui que a Dina me enviou agora. Depois digo outra mais sofisticada.


Bolo de caneca
e em apenas 3 minutos no microondas.
Ingredientes:
- 1 ovo pequeno
- 4 colheres (sopa) de leite
- 3 colheres (sopa) de óleo (pode ser manteiga)
- 2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
- 4 colheres (sopa) rasas de açúcar
- 4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
- 1 colher (café) rasa de fermento em pó

Modo de Preparo:
- Coloque o ovo na caneca e bata bem com um garfo.
- Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o 
chocolate e bata mais.
- Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até incorpar.
- Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.

Dicas
- A caneca deve ter capacidade de 300ml.
- A medida de colher é sempre rasa.
- Você pode servir este bolo com coberturas, caldas, castanhas e sorvete. E pode comer quente. 
 


A Ana mandou-me agora a calda. Aqui vai.Pode ter ou não ter calda.
Calda:

Ingredientes:
2 colheres (sopa) de leite
1 colher (chá) de manteiga
1 ou 2 colheres (sopa) rasas de açúcar
3 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó

Modo de Preparo:
Misture tudo e coloque por 30 segundos no microondas na potência máxima
Coloque no bolo ainda quente.

Mais receitas em (Clicar por cima)
Queipiqueiqui de Laranja e Queipiqueiqui de Chocolate

segunda-feira, novembro 15, 2010

Datas: 1808, 1822, 1888

As datas importantes da história do Brasil são, no mínimo, impressionantes e muitíssimo fáceis de fixar.
No intuito de chamar a atenção para esse facto, que talvez possa ter interpretação simbólica, Laurentino Gomes publicou dois livros cujos títulos são, precisamente, 1808 e 1822. Estamos à espera do 1888...
1808 - A corte portuguesa muda-se para o Brasil, dando início à sua autonomia, que o levará à independência.
1822 - Independência do Brasil (Grito do Ipiranga)
1808 - Libertação dos escravos (abolição da escravatura).
(Poderíamos acrescentar 1500 - Descobrimento do Brasil)(Aparentemente por engano)

A contrastar com a solenidade e simbolismo das datas, alguns pormenores muito prosaicos: quem deu o grito de "Independência ou Morte" do Brasil, chamado o "Grito do Ipiranga", grito da independência do Brasil em relação a Portugal, foi, nada mais nada menos que o rei de Portugal, D. Pedro IV (Primeiro Imperador do Brasil, que então era ainda príncipe real). Tudo se passou nas margens do Ipiranga, um pequeno rio sem importância nenhuma, porque o dito príncipe estava com diarreia e interrompeu a viagem para se aliviar ali. Onde recebeu umas cartas que o irritaram.

O Brasil parece uma estranha mistura de imaginação, mito, sonho e realidade demasiado prosaica.
O livro 1822 lê-se com muito prazer. O outro não li. Ainda.
(E a propósito: Fernando Pessoa também nasceu em 1888 - foi um ano de boa cepa.). 

sábado, novembro 13, 2010

Vídeo de Aung Suu Kyi Libertada

Vencemos!





Foram feitos neste blogue vários apelos para participarmos na luta pela libertação de Aung Suu Kyi. Juntamente com milhares ou milhões de pessoas em todo o mundo que lutaram pela mesma causa, podemos sentir que vencemos esta luta. Mais uma!
Podemos dar os parabéns a Aung San Suu Kyi ou deixar-lhe qualquer outra mensagem através do Facebook, 


Já imaginaram como será o sabor de uma liberdade tão intensamente sonhada? E tão sonhada por tantos?

sexta-feira, novembro 12, 2010

Canalizadores polacos e Primeiros-Ministros Brasileiros Precisam-se

Agora que o Lula da Silva está disponível, que tal vir para cá ser primeiro-ministro? Sempre se falou em corrupção, mas nunca se ouviu falar de tantos milhões e nunca nos tiraram o que ganhávamos. Solução? Sejamos criativos.
Quanto aos canalizadores, se temos um cano entupido, precisamos de meter uma cunha, ficar a dever favores e pagar mais do que a um médico especialista. Mas este não é, verdadeiramente, o problema. O problema é que os ditos canalizadores e quejandos marcam um dia e uma hora e depois não aparecem. A não ser os polacos.
Resultado: ou emigramos, ou mandamos vir de fora tudo o que precisamos.

terça-feira, novembro 09, 2010

Chupa-cabra e Sebo - Oh, esta portuguesa língua...

Chupa-cabra - expressão brasileira muito "curiosa", "bué curtida", senão vejamos.

A Polícia Federal investiga a autoria do crime de tentativa de furto qualificado praticado contra a Caixa Econômica Federal em Rio Branco, no Acre, consistente na instalação de equipamentos de captura de senhas e de dados magnéticos de cartões bancários, conhecidos como "chupa-cabra", em terminais de auto-atendimento.

Sebo - muito semelhante à nossa antiga palavra Sebenta. Sebenta, acho eu que significa sujíssima, mesmo nojenta, como eram os cadernos de apontamentos dos universitários no tempo da ditadura: quase passavam de pais para filhos. Queria dizer, julgo eu, muito usada...
Sebenta designava também umas publicações improvisadas com tudo o que tinha ensinado o professor. se o setôr dizia, era porque era verdade. Mesmo que a verdade se apresentasse de forma sebenta, digamos, nojenta. Verdade nojenta? E porque não?
Porque não. Direis vocês. Porque o que era sebento e imundo há muitos anos atrás, não era nojento. As pessoas não sentiam nojo por algo que era perfeitamente vulgar: sujo, imundo e a cheirar mal.


Então, os brasileiros chamam sebo aos alfarrabistas. Os livros velhos têm tanta gordura: das mãos, dos pés, de tudo, têm sebo. São sebentos!
VER SEBO NA WIKI

segunda-feira, novembro 08, 2010

Alguém me sabe dizer o que fizeram à galinha que foi ao jogo de futebol Porto- Benfica? Doaram-na a um jardim zoológico? Comeram-na de fricassé?

Toda a gente muito preocupada com a segurança... ela podia picar em alguém... e a segurança da pobre galinha?

domingo, novembro 07, 2010

Cuidado com as Contas de Telemóvel

Acabo de descobrir que andava a pagar 4 euros por semana de telemóvel, 16 por mês, por ter aderido, sem saber que aderi, a uma treta qualquer de concursos. Nem sei o quê.
Parecia-me que andava a pagar demais, mas como não recebia a conta, não dava para verificar.
Digo isto para vocês verem se não vos acontece o mesmo.

sábado, novembro 06, 2010

Berlusconni, Sarkozy e Sócrates

Estamos bem servidos.


As crianças e os jovens sentem-se atraídos por profissões que, em termos relativos, mas variáveis de época para época, dêem, prestígio, dinheiro e fama.
Conhecem alguma criança ou algum jovem que queira ser político?

quinta-feira, novembro 04, 2010

Retrato de Portugal por Eça de Queirós

  "- Pois eu tenho estudado muito o nosso amigo Gonçalo Mondes. E sabem vocês, sabe o senhor Padre Soeiro quem ele me lembra?
     - Quem?

    - Talvez se riam. Mas eu sustento a semelhança. Aquele todo de Gonçalo, a franqueza, a doçura, a bondade, a imensa bondade, que notou o senhor Padre Soeiro... Os fogachos e entusiasmos, que acabam logo em fumo, e juntamente muita persistência, muito aferro quando se fila à sua idéia. A generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios, sentimentos de muita honra, uns escrúpulos quase pueris, não verdade?... A imaginação que o leva sempre a exagerar até à mentira, e ao mesmo tempo um espírito prático, sempre atento à realidade útil. A viveza, a facilidade em compreender, em apanhar... A esperança constante nalgum milagre, no velho milagre de Ourique, que sanará todas as dificuldades... A vaidade, o gosto de se arrebicar, de luzir, e uma simplicidade tão grande, que dá na rua o braço a um mendigo... Um fundo de melancolia, apesar de tão palrador, tão sociável. A desconfiança terrível de si mesmo que o acobarda, o encolhe, até que um dia se decide, e aparece um herói, que tudo arrasa... Até aquela antigüidade de raça, aqui pegada à sua velha torre, há mil anos... Até agora aquele arranque para a África... Assim todo completo, com o bem, com o mal, sabem vocês quem ele me lembra?
    -  Quem?...
    -  Portugal."

                                                                 in A Ilustre Casa de Ramires, Eça de Queirós

terça-feira, novembro 02, 2010

Viajar... sozinho, talvez seja a melhor maneira de estar fora


Esta senhora é exactamente o que parece. E também o que não se imagina.
Parece uma minúscula inglesa, parece típica, foi e talvez pareça, enfermeira na Segunda Guerra Mundial...
Não parece ter noventa e tal anos, 95 ou 96, talvez não pareça que viaja sozinha, tendo vindo de Inglaterra a Lisboa apanhar o navio Funchal e regressando ao seu país.
Sozinha é uma maneira de dizer... acarinhada por toda a gente, desde viajantes a tripulantes, pois é muito querida e muito alegre.
E inspira-nos.
Algumas pessoas, talvez muitas, estão-se nas tintas para o que é normal ou deixa de ser... normal é quase sempre sinónimo de vulgar.
Não é vulgar chegar a esta idade e poder viajar sozinha, mas muita gente não acha normal viajar sozinho em nenhuma idade.

E chegar a esta idade com uma enorme doçura...

Conheci-a num encontro promovido pelo navio, de pessoas que viajavam sozinhas, ou seja, "singles".
Fui ver o que havia, não esperando grande coisa, mas na promessa de haver um drink grátis, quando as bebidas são todas caras, incluindo a água, ao contrário da alimentação, que é toda grátis. E havia tempestade, tudo baloiçava, o melhor era estar confortavelmente sentado.

O que encontrei ali foi: um ambiente hiper-deprimente de mulheres divorciadas, um único homem viúvo e deprimido, e esta mulher e outra de oitenta e tal anos, muitíssimo bem dispostas, que despertaram toda a minha admiração. 

Quando fizemos um brinde, esta senhora, empoleirada no braço da minha poltrona, tocou no meu copo e disse-me, em voz baixa:

- Taste this moment.

Alheada da tristeza que os outros contavam, num português que não entendia, quantos "moments" terá esta mulher saboreado, feliz, fora do mundo?
Viajar sozinho talvez seja a melhor maneira de estar fora.

(P.S.: Coloquei aqui alguns posts sob o tema Vivíssimas. Clicar em baixo nessa palavra. Surpreendente.)

segunda-feira, novembro 01, 2010

PORTUGAL: quem o viu e quem o vê



Este título tão popular esconde o conteúdo tão literário deste post. São textos de autores portugueses dos séculos XIX e XX, que retratam a situação portuguesa exactamente como ela é hoje. Sempre por culpa de politicos corruptos (e incompetentes).

Ouçamos Eça de Queirós, prosador do Sec. XIX.
"Nós estamos num estado comparável sómente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá ...vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par , a Grécia e Portugal". (In As Farpas)
Ou Guerra Junqueiro, poeta do Século XIX
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, 1896
Ouçamos um poeta do Sec. XX - (século passado), José Régio, escrito em 1969
 Soneto quase inédito        
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão, 

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.  

Imagem retirada de publicidade a Portugal como destino de jogadores de Golfe. De facto, como os frondosos campos de couves e de cebolas foram transformados em campos de golfe, temos de importar as couves e as cebolas...

domingo, outubro 31, 2010

Feliz Halloween / Dia dos finados

Já pensaram nisto? Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados e depois o dia de Todos os Santos, indo ao cemitério pôr flores... (pergunto-me quantas pessoas ainda farão isso... na capital, na província...)
Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados, tal como em todos os países de religião predominantemente católica, nos USA divertem-se com... quase a mesma coisa: fantasmas, medos, superstições, dia das bruxas.
Nada mais natural. Esconjuram a angústia da morte e o medo dos fantasmas, festejam e dão presentes uns aos outros. E até dizem:
Feliz Halloween


Como estamos na aldeia global, que quase inaugurámos, nós os portugueses, a crer em alguns historiadores e filósofos, ligamos a net no Google e aparece-nos logo uma macacada muito divertida sobre o assunto. Contrastando com o nossa triste comemoração.

sábado, outubro 30, 2010

O leite com chocolate quase fazia cair a Ré Pública

Alguma vez vos passou pela cabeça que a criatura*, depois de muito discutir, ou talvez seja melhor dizer, como dizem uns jovens que conheço, depois de muito "refilar, ia acabar por assinar o Orçamento de Estado, mudando apenas o imposto sobre o leite com chocolate?


Na nossa sociedade, as crianças têm muito poder. Se  o José Pinto aumentasse o imposto sobre as Barbies e os Nenucos, ou lá o que é, caía o governo, o Presidente, (os quais já deviam ter caído da tripeça há anos) e a  Ré Pública. A qual está quase a cair (da tripeça)/ (bipeça).




O quê? Ai eles cederam em mais algumas coisas, foi? Não entendi essa parte. Só percebi que vou ganhar muito menos e que vou pagar muito mais por tudo, excepto pelo leite com chocolate. Mas, como nunca bebo leite com chocolate, não vou notar diferença nenhuma para melhor.


* Criatura: refiro-me ao líder da dita "oposição".

sexta-feira, outubro 29, 2010

Homenagem a Caravaggio



Cavadenti, Caravaggio - 1607/1610, Florença, Palazzo Pitti (Clicar por cima para ampliar)

Quando, em Agosto, passei por Florença, no diário de bordo que aqui publiquei, prometi colocar mais tarde obras de arte que vi, sobretudo no museu Palazzo Pitti.


Já agora, o principal defeito dos cruzeiros é não termos tempo para ver a terra e a  sua variedade. (Não, acho que me enganei, queria dizer), digo, a principal qualidade dos cruzeiros é não termos tempo para ver a terra imunda, com as suas variedades de mal, de imperfeição e de lixo. Nem de beleza, (claro!).

Agora que se aproxima o Inverno, vou fazer como  a formiga, quando antes fui cigarra e partilhar o que guardei para o tempo da chuva. Aqui e nos Escrevedoiros.


O quadro é de Caravaggio, pintor que teve uma imensa exposição em Itália, abarcando vários museus, por ser o seu centenário. E mesmo mais do que uma em diferentes espaços de Florença.
A exposição que vi e que está no Palazzo Pitti, chama-se Caravaggio e Caravaggieschi, ou seja, os que pintavam como Caravaggio. (Lê-se Caravagiesqui). 
Poucas obras tinha do autor, sendo uma delas esta: Cavadenti. A tradução melhor para isto seria como em brasileiro, Tira Dentes. Quanto ao resto, a imagem fala por si.


Parece antiquada? Em Marrocos, na praça central de Marrakesh, que deve ser muito moderna para o local, vêem-se tendas em que se tiram dentes por este método. Também se vêem, espalhadas pelo chão, dentaduras modernas. Podemos experimentar uma e outra e voltar a colocá-las no chão de terra. Dá para imaginar:
- Estás com os dentes a cair e a doer? Vai a Marrakesh. Na praça central, tiram-tos e põem-te uma dentadura moderna.


Uma fotografia faria melhor? Os homens que estavam a ver não eram mesmo nada "metrossexuais". LOL.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Bácoras

A Nadinha tem uma amiga que é professora e que lhe contou isto.
N' Os Lusíadas, há um episódio chamado "A Praia das lágrimas" em que é narrada a despedida, no Restelo, dos marinheiros que vão na viagem de Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia. É um episódio muito comovente, em que as mulheres e as mães lamentam a sua solidão e os perigos que eles vão passar. Uma mãe diz ao filho que não vá, porque vai ser comido pelos peixes "dos pexes mantimento".
Num teste sobre este assunto, do 9º ano, em que se pedia para interpretar esta passagem, um aluno afirma que a mãe tenta convencer o filho a não ir, dizendo-lhe que só vai comer peixe durante meses.




Que horror! Quem é que gosta de peixe? Na verdade, comiam coisas horríveis, biscoitos duros e podres, mas nada de peixe.
Já agora, vale sempre a pena ler o nosso Camões (Tio Luís).




«Qual vai dizendo: —«Ó filho, a quem eu tinha 
pera refrigério e doce amparo 
Desta cansada já velhice minha, 
Que em choro acabará, penoso e amaro 
Porque me deixas, mísera e mesquinha? 
Porque de mi te vás, ó filho caro, 
A fazer o funéreo enterramento 
Onde sejas de pexes mantimento?». 

Qual em cabelo: —«Ó doce e amado esposo, 
Sem quem não quis Amor que viver possa, 
Porque is aventurar ao mar iroso 
Essa vida que é minha e não é vossa? 
Como, por um caminho duvidoso, 
Vos esquece a afeição tão doce nossa? 
Nosso amor, nosso vão contentamento, 
Quereis que com as velas leve o vento?» 

sábado, outubro 23, 2010

Extasiarmo-nos com a beleza do mundo

Há tempos iniciei o que pretende ser um percurso espiritual. E de repente, descobri que não estava no princípio do caminho, mas talvez a meio de qualquer coisa: tanto os místicos cristãos, que praticam a meditação em silêncio, como os místicos orientais e outros, consideram que o mais importante é extasiarmo-nos com a beleza do mundo. 
Sim, extasiarmo-nos com a beleza do mundo, como eu sempre fiz, desde que me lembro. 


A maluca genial da minha médica naturista diz mesmo que vivemos no Paraíso. É tudo tão belo! O mar, a terra, diz ela.
E essa atitude de êxtase deverá conduzir-nos à alegria, à felicidade e finalmente à saúde física e mental. 


Fica, no entanto, um problema: extasiarmo-nos com a beleza do mundo, está bem, mas como fazer para não ficar completamente alheado e não deixar passar sem protesto estas políticas e estes políticos oportunistas, que empobrecem todo o mundo?
Como resposta a esta pergunta, criei este blogue, que contrasta completamente com o Escrevedoiros, onde me dou ao luxo de não criticar nada nem ninguém, de me encantar com tudo o que é belo ou bom.


E esta minha dúvida talvez não tenha razão de ser: a maior parte das pessoas que conheço conforma-se com tudo, não contesta nem protesta e também não se extasia com a beleza do mundo. Não é alegre nem feliz...


Procurar alguma coisa, seja lá o que for, é bom. 
Encontraremos o que existir

sexta-feira, outubro 22, 2010

Rankings das Escolas

O Ranking das Escolas aparece todos os anos a asseverar verdades de fé. Esta escola é a melhor, esta é péssima, etc.
Já foi muito falado que umas têm alunos de bom nível socio-económico-cultural e com explicadores a
tudo,  outras pelo contrário... 
Não vou repetir o óbvio.


Neste momento existem, nas escolas secundárias portuguesas, professores que têm o Mestrado e o Doutoramento, professores que têm o Bacharelato e jovens professores que fizeram uma licenciatura de três anos numa ESE (Escola Superior de Educação)* das Berças. Conheci professores da Ese que se viram gregos para fazer o mestrado, que compravam trabalhos para apresentar e nalguns casos, nem comprando trabalhos conseguiram. Os alunos destes são agora professores e avaliam os alunos daqueles que fizeram os Mestrados e os Doutoramentos. 
Consideremos, por exemplo, o caso da disciplina de Português: os exames de 12 º ano são de tal modo fáceis, que é quase impossível errar alguma resposta. Há, então, uns critérios que tornam impossível considerar uma resposta certa na totalidade. Ou seja, todos os alunos respondem certo no essencial, e depende da subjectividade do professor dar vinte valores ou cinco.


Estou a pensar num caso em  que uma pergunta do exame pedia figuras de estilo. Os critérios do ministério davam como exemplo 4 figuras, dizendo que havia outras. Mas alguns professores só aceitaram aquelas 4. Qualquer outra era considerada errada, embora houvesse cerca de 20, ou seja, mais 16 certas.
Sendo muito subjectivos, este e outros exames, acontece o seguinte: os alunos de uma professora de uma escola, são avaliados por uma professora de uma outra escola. Por exemplo, os alunos de uma professora que tem o doutoramento, são avaliados por uma professora que tem o bacharelato antigo e não conseguiu fazer a licenciatura, ou pelos professores que fizeram um cursinho na ESE (Escola Superior de Educação)* das Berças. E que talvez considerem errado aquilo de que nunca ouviram falar.
E vice-versa, claro. E é isto o ranking das escolas.


Por outro lado, estes professores que têm Mestrados e Doutoramentos e que estão em minoria na idade dos quarentas e cinquentas, são frequentemente marginalizados, já que estão em minoria. E até lhes são atribuídas notas más, nesta nova avaliação dos professores, depois de terem conseguido notas boas em provas incomparavelmente mais difíceis. E assim vai o ensino em Portugal.

*Estas Escolas Superiores de Educação (ESES) eram antigamente as que formavam professores primários. De repente, os professores dessas escolas passaram a dar licenciaturas. Foram obrigados a fazer mestrados, apresentando resultados imediatos, sob pena de perderem o emprego... e foi o que se viu... desde comprarem trabalhos e teses... e por aí fora...
São as novas oportunidades, particularmente interessantes para novos oportunistas.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Globinho do mundo - visitas a este blogue

Faz agora um mês que coloquei este globinho do mundo neste blogue. E houve, neste entretanto, cerca de 1000 visitas. De vários pontos do globo: Portugal, seguido do Brasil, resto da Europa, Chile e Argentina, uma presença constante de Califórnia, Estados Unidos, esporádicas referências à Ásia, algumas a ilhas, que parecem navios no mar, mas também houve ligações de navios.
É claro que muitas pessoas não encontraram aquilo que procuravam, mas muitas outras sim. O que se pode ver no Sitemeter, ao fundo da página. Este contador, Revolver Maps, embora seja menos específico, encontra mais visitantes e consegue localizá-los no mundo, sendo nisso melhor do que o Sitemeter. Mas o  Sitemeter especifica tudo.
Um dos posts deste blogue mais procurados é sobre a frase "Navegar é preciso, viver não é preciso" que uns julgam ser de Camões, outro de Pessoa, sem ser de um nem do outro. Contribuí, de facto, para esclarecer este assunto, até porque apresento diferentes aspectos do mesmo, fundamentando-os.
São muito procurados, de Portugal e do Brasil, os contos populares, particularmente o do ancinho e os do homem e da mulher preguiçosa, que publiquei separadamente e longe uns dos outros.
Conheço outros contos populares que ainda não me dei ao trabalho de escrever, sendo desconhecidos...


Agradeço a todos os que me procuraram. Alguns por razões de crítica política, mas os meus blogues não são políticos... espero que um dia apareça um político tão bom que eu nunca o critique... ou mesmo o elogie... antes disso, parece-me do mais elementar dever cívico e pátrio e humano e humanitário denunciar esta corja que nos explora e, pior ainda, que nos corrompe.
Mas agradeço a todos e quero dizer que este blogue não seria como é se não tivesse o vosso contributo, às vezes só por ver o que vocês procuram.
Beijinhos para todos.