sexta-feira, setembro 07, 2007

Janelas mutáveis

 

 

 
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Este é o nascer-do-sol, mas da mesma janela também se vê o pôr-do-sol.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Regresso a casa

É muito agradável regressar à cidade que amo e que escolhi para mim e a um trabalho que não me desagrada e que me diverte.

Imagino que o oposto disto deve ser horrendo, sobretudo agora que o governo tornou a reforma numa miragem…

Tenciono descobrir, redescobrir e reinventar os grandes mistérios que esta cidade esconde. E fotografá-la.
Perpassei nestas férias por várias cidades que me pareceram esconder grandes segredos...

Tempestade

E diz-me um rapaz a certa altura:
- Desculpe a pergunta: o navio hoje abana mais do que o normal, ou sou eu que estou bêbado?
- Resposta: o navio hoje oscila muito mais do que o normal e você está bêbado.


Este blog está com tantos fregueses e tão participativos que parece uma lareira electrónica. Resolvi dar uma de antipática para variar um pouco.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Ceuta: Henry The Navigator

 

 


Os portugueses que chegam a Ceuta, logo à entrada de quem vem do mar, perguntam assim:
- Este será mesmo o nosso Infante D. Henrique?

Há várias razões a justificar esta perplexidade, mas uma delas e não a menor é que o D. Henrique "The Navigator" e o tio Fernando Pessoa distinguem-se, não pela cara, mas pela roupa. E Camões por ter um olho tapado.

O que me parece uma vergonha para a imagética portuguesa...
Se eu fosse pintora, acho que os representava com a cara deles...
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Vaidade

Vocês acreditam?
A Lori, do blog americano Chattoyance, um dos meus favoritos, colocou-me também nos favoritos, não ao blog mas a mim, com estas palavras:
"Nádia's Blog (Mysterious photographer who reminds us Portugal is an ocean-singing land)"

Se alguém me traduzir isto, agradeço... eu não saberia traduzir, mas acho que entendi e morri de vaidade.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Em todo o lado há gente simpática

 

 

 


CEUTA: Barcos de pesca
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Estreito de Gibraltar

 


Estreito de Gibraltar com névoa, lado sul.
Uma das colunas de Hércules, sendo a outra o Rochedo de Gibraltar.
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Resposta a comentários

Respondendo à nova freguesa e nova comentadora deste blogue, Maria ou MCe, que me foi apresentada por Neptuno sobre as ondas, por duas vezes.

Pergunta ela por que regressamos sempre a terra.
R: regressamos até ver.
Pergunta também se o mar é pai ou mãe.
Resposta:

“Zeus é macho. Zeus é esposa imortal” in Hino Órfico (citado por Natália Correia como epígrafe do seu romance As Núpcias, cuja leitura recomendo vivamente)

Diria eu então que o mar é macho para as fêmeas e fêmea para os machos, ou vice-versa, de acordo com as preferências.

Souvenirs: Cabo Verde

 


Souvenirs de Cabo Verde
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domingo, setembro 02, 2007

Hello Again

Navegar é preciso, mas não é necessário

Você já alguma vez pensou na incrível qualidade que tem a sua cama de não se mexer nunca? E até mesmo o seu quarto e a casa onde mora, nunca oscilam para cima e para baixo, nem para a direita nem para a esquerda, melhor ainda, nunca oscilam ao mesmo tempo para cima e para baixo, e para a direita e para a esquerda.

Já pensou que debaixo da sua cama não nadam tubarões nem baleias nem mesmo espiam polvos nem lulas? Nem se estendem dez quilómetros de água?

-Não, Nadinha, nunca pensei nisso.

Bem, nesse caso, sou obrigada a concluir que você nunca navegou e nunca dormiu no alto-mar.
Tenho pena de si. Não sabe apreciar o que tem.

Eu, desde a última viagem por mar, acho a minha cama tão maravilhosa!
Estou a pensar leiloá-la.(Não devemos apegar-nos aos bens materiais).

domingo, agosto 26, 2007

Mar visto à noite

 
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E o mar, claro!

 

 

 

 
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Regresso da Pesca

 

 


O regresso da pesca é uma alegria e uma festa partilhada por todos: pescadores cabo-verdianos, pescadores amadores, turistas, fotógrafos de meia tigela...
Qualquer pessoa que tenha força e amor à arte tem o direito de exibir o peixe e de ser fotografado por todo o mundo.
Não há dinheiro à mistura com isto.
E é cada peixe!!!!!!!!!!
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Hotel Odjo D'Água: parece um navio

 

 

 
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Conselhos práticos

Falando com pessoas estrangeiras, sobretudo francesas, constato que nós não temos uma cultura de viagens, com troca de informações sobre o assunto, em parte porque só começámos a viajar por sistema há pouco tempo, em parte porque não andamos todos ao mesmo...

Vou dar aqui informaçõe~s práticas.

Quando eu voltar ao sal ficarei no hotel Odjo d'Água que é pequenino, lindíssimo, não muito caro. O restaurante desse hotel também deve ser o melhor do Sal.
Os resorts que lá existem não são grande coisa...
Tinham-me dito que só os hotéis de 5 estrelas reúnem condições de higiene e sanidade, mas é mentira. A falta de higiene não é comparável à que existe noutros países do 3º mundo.
Disseram-me muito que não bebesse água da torneira nem bebidas com gelo, mas eu bebi e tudo bem.

Quanto à Ilha de São Vicente, aparentemente a mais interessante, os melhores sítios para ficar são o resort Foya Branca e o Hotel Mindelo . Para comer, os restaurantes destes dois e o Restaurante Tradicion Morabeza e o restaurante Fornalha para o almoço.

Aconteceu-me uma coisa curiosa: tal como no Brasil não consegui comer feijoada À brasileira, também não consegui comer uma cachupa em condições. São considerados pratos parolos (em brasileiro caipiras) e não existem nos sítios para europeus.
Perguntei a todo o mundo o que fazer e indicaram-me, em Santa Maria no Sal, a pastelaria Dá Dó ao pé da padaria (aquilo é tudo perto). Comi por 2 Euros e cinquenta uma cachupa guisada, que é o que comem ao pequeno almoço.
É feita com os restos da cachupa, guisados.
Juro que era bom, melhor do que a maior parte das coisas que como no Oásis Novo Horizonte e Belorizonte, cuja comida não vale nada e não têm nada de especialmente recomendável.

Cabo Verde

Estou em Lisboa a desfazer a mala da viagem a cabo Verde e a fazer a mala para ir em direcção aos mares: Atlântico e Mediterrâneo. Não é que eu seja rica, mas há prioridades na vida...

No aeroporo, como o voo se atrasou, encontrei um amigo que sabe tudo quanto há para saber sobre Cabo Verde e me disse tudo quanto sabia.

De facto, no Sal não há miséria, mas há muita na Ribeira Grande, há até uma instituição portuguesa de solidariedade a formar-se, que vai fazer lá um orfanato.

Cabo Verde candidatou-se com o apoio de Portugal e outros países a região ultra-periférica da Europa, esperando um estatuto semelhante ao da Madeira e dos Açores, podendo receber muitos subsídios e muitos investimentos da União Europeia.

Por outro lado, e é isto que é fantástico, Cabo Verde desenvolve-se com a coolaboração e cooperação de muitos países, mas sem passar pelos erros que todos nós cometemos: não é uma sociedade de consumo (o que se verá claramente nas fotografias das pescas que vou postar) não tem nenhuma espécie de poluição...

Enfim...

Eu lá não tinha os meios informáticos de que disponho em Lisboa, mas hei-de continuar com estes temas. Talvez quando regressar de vez.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Cabo Verde


Fui no ano passado passar férias ao Brasil, agora vim a Cabo Verde.
Gosto muito de falar outras línguas e sei fazer isso, pelo que estas viagens me parecem menos interessantes nesse aspecto.
Mas, quando tenho sono e preguiça, ou quando quero falar de algo difícil de explicar, poder falar português é outra loiça.
Os nossos antepassados foram simpáticos ao terem-nos legado isto.
E nós ainda dizemos mal dos portugueses...
Vocês não acham?

quarta-feira, agosto 22, 2007

Lota

Terra Imunda

Lota

Nhôr Dês

Nhôr Deus



Este cântico tem uma música muito bonita:


Nhôr Dês, nu ta dana Nhô tudo o qui nos tene (refrão)


- Nôs miséria, nôs sofrimento; nôs amor nu ta n' trega Nhô, djunto cu ês oferta


- nôs tristeza, nôs pobreza; nôs fraqueza nu ta n' trega Nhô djunto cu ês oferta


etc...
Senhor Deus, nós te damos SEnhor, tudo o que nós temos
(Nossa miséria, etc,, nós te entregamos junto com as nossas ofertas)
+
Em geral falam bem português, mas falam crioulo uns cons os outros e às vezes falam com Nhôr Deus, que é suposto entender todas as línguas, dialectos e frases erróneas...

Cabo Verde



O barco chama-se Bomtchivé = Que bom te ver...

Cabo Verde: nô stress




Esta é uma frase que se ouve e se lê em toda aparte.
É uma gente muito alta, quase toda muito bonita, calma e simpática.
Refiro-me aos "nos patriciu" caboverdianos, claro.

terça-feira, agosto 21, 2007

Socorro! Tirem-me do Paraíso!





Como os ladrões lisboetas ainda não estão informatizados e muito menos lêem o Terra Imunda, vou ao ponto de confessar que me encontro em Cabo Verde.
Esta terra de Santa Maria, na Ilha do Sal, é um Paraíso para os turistas, que não para os autóctones, os quais já vivem razoavelmente à custa do turismo e da pesca, mas não o suficiente para viverem aqui, pois este espaço está ocupado por inúmeros hotéis de luxo e é tudo caro.

Sendo assim, só se vêem estrangeiros europeus, sobretudo portugueses e italianos e emigrantes senegaleses que andam atrás de nós a tentar vender artesanato senegalês, passando-se por caboverdianos.
Finjo que não os entendo e ouço-os dizer que não sou "nos patríciu". Ou seja: nós, portugueses, somos "nossos patrícios" dos caboverdianos, um "povo irmão" e lusófono, pelo que dizem. E já agora, também dos senegaleses. Enfim...

Como não tenho prática de estar na praia, que é a principal actividade daqui, logo no primeiro mergulho que dei, quase parti o nariz*. Estou com a pele vermelha e eriçada do sol, a doer, picada dos insectos que nem um crivo, com a boca inchada e o nariz negro...
Hoje de manhã fui andar de carrinha no deserto, passando a carrinha por cima das pedras, no que aqui chamam pedra-massagem, incluída no preço. Por fim, fomos tomar um banho obrigatório numa salina, onde se flutua na água e se fica cheio de sal até à alma.

Socorro! Tirem-me do Paraíso!

* Nota (escrita muito depois): Parti realmente o nariz, o que se nota nas fotos, mas foi bom porque andava a adiar uma operação que precisava de fazer e não se pôde adiar muito mais. Não quis ir ao hospital em Cabo Verde, por me parecer que não seria bem o ideal... fui aqui em Lisboa e fui operada com lazer... correu muito bem.

sexta-feira, agosto 17, 2007

São Caetano

       
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S. Caetano

       

Ainda se mantêm algumas tradições no Norte, que se vão perdendo, como esta de fazer passadeiras de flores e ervas aromáticas e colocar ao lado balseiros coma as mesmas plantas, o que teria, no passado, para além da função estética, a de ocultar os maus odores.
E as colchas à janela. A senhora posou para a fotografia, pelo que a deixo, com a originalidade de ainda usar lenço.

Mas... quando pergunto às pessoas da pequeníssima terra chamada Serradelo quem foi São Caetano, respondem:
S. Caetano é um santo e é o padroeiro de Serradelo.
Perguntem-me o que é Serradelo.
Resposta: Serradelo é uma terra e o padroeiro dessa terra é S. Caetano.
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terça-feira, agosto 14, 2007

E também era muito agradável

E também era muito agradável sentir na pele a delicadeza das asas

Quando abríamos os olhos já era quase escuridão
Mas ainda não era a escuridão.

Na época em que ainda havia borboletas
Acontecia muito elas descerem em bandos pelo espaço
Num ritmo idêntico ao do pôr do sol e à mesma hora
Era agradável ver a luz fazer brilhar as muitas cores de que eram feitas


Quando fechávamos os olhos sentíamos na pele a delicadeza das asas
Mas não era ainda a escuridão.


(Autoria própria)

segunda-feira, agosto 13, 2007

Portuguesa Língua

Há muito tempo já que não ouvia um diálogo num português tão curioso e macarrónico como este entre dois namoradinhos, no Norte:
- Tu abristezio - disse a noivinha.
- O quê?! Inquiriu o mocinho
- Deixastezio aberto!
- Eu?
- Sim
- Fechássezio!

Este modo de conjugação pronominal parece perpassar por todos os tempos e por todos os modos...
Esta portuguesa língua...

sexta-feira, agosto 10, 2007

quinta-feira, agosto 09, 2007

Baudelaire e Lisboa

Como não nasci em Lisboa, ela é para mim a cidade da minha alma, pelo menos até ver, pois não sou vocacionada para as eternidades.
Como homenagem à minha cidade anímica, aqui vai um excerto de um poema em prosa de Baudelaire e o link para quem quer ver o resto.


«Dis-moi, mon âme, pauvre âme refroidie, que penserais-tu d'aller habiter Lisbonne? Il doit y faire chaud, et tu t'y ragaillardirais comme un lézard. Cette ville est au bord de l'eau; on dit qu'elle est bâtie en marbre, et que le peuple y a une telle haine du végétal, qu'il arrache tous les arbres. Voilà un paysage selon ton goût; un paysage fait avec la lumière et le minéral, et le liquide pour les réfléchir!»

Mon âme ne répond pas."



Baudelaire "Any where out of the world
(N'importe où hors du monde)" in Le Spleen De Paris

Para ver mais, clicar aqui.

terça-feira, agosto 07, 2007

Cicuta II

Nunca me interessei muito por ervitas, mas agora, não sei porquê, interessei-me pela cicuta.
Acabo de descobrir que ela é muito abundante em Portugal e que está agora em flor. Qualquer pessoa que viva ao ar livre a conhece de vista.

Cresce nas bordas, onde na Primavera há malmequeres. Tirei muitas fotografias, mas não posso agora postá-las. Ver uma foto em Maio de 2007.