Há um lindo jardim por baixo das minhas janelas. Nesse lindo jardim havia dois idosos simpáticos e felizes e quatro cães simpáticos e felizes. A casa e o jardim pertencem a um conde que os deixou viver lá até morrerem.
O senhor morreu há pouco tempo, a senhora foi viver para outro sítio, ficaram lá três cães esfomedos. Os vizinhos, incluindo eu, atiram-lhes da janela alguma comida, que chega lá esfrangalhada e dispersa, mas o cão maior consegue apanhar tudo. Agarra no maior bocado, segura-o e tenta apanhar os bocados dos outros. Observá-lo faz lembrar um estudo sociológico e confrangedor. Os outros parecem não ter fome nem faro, ficam assim, sem nada.
Não tenho feitio para tratar de três cães, nem para me preocupar com isso, mas também não aguento vê-los definhar assim.
Que faço? Aceitam-se sugestões.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
sábado, fevereiro 28, 2009
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Bordalo Pinheiro (ainda)
Esta é uma petição online para salvar a Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro. Foi a Maria que ma mandou. Já aqui falei dessa fábrica.
Clicar aqui e ver a seguir a este post
O governo tem salvo bancos que serviam para branqueamento de capitais, porque não salvar um património artístico tão importante.
Se clicar abaixo, verá os argumentos e os signatários. depois, é só assinar.
http://www.petitiononline.com/Bordalo/petition.html
Este comentário foi escrito muito depois: a Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro foi recuperada e dá lucro. Talvez estas reivindicações na net tenham contribuído para isso.
Clicar aqui e ver a seguir a este post
O governo tem salvo bancos que serviam para branqueamento de capitais, porque não salvar um património artístico tão importante.
Se clicar abaixo, verá os argumentos e os signatários. depois, é só assinar.
http://www.petitiononline.com/Bordalo/petition.html
Este comentário foi escrito muito depois: a Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro foi recuperada e dá lucro. Talvez estas reivindicações na net tenham contribuído para isso.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Terra Imunda
terça-feira, fevereiro 24, 2009
SPAM neste blog
Já tinha acontecido com os Escrevedoiros, agora aconteceu aqui: este blogue foi invadido por mensagens de publicidade. Como creio que elas são colocadas automaticamente, vou apenas fazer o que fiz da outra vez: introduzir a verificação de palavras. Toda a gente pode comentar, o comentário é publicado automaticamente, só em casos excepcionais o retiro, o autor também pode retirá-lo, mas tem de reconhecer algumas letras tortas e desalinhadas, coisa que uma máquina não fará.
Se o problema não se resolver, então terei que ler o comentário antes de o publicar, o que não queria.
Beijinhos e desculpem o incómodo. Vou tentar apagar a publicidade, que me parece má...
Se o problema não se resolver, então terei que ler o comentário antes de o publicar, o que não queria.
Beijinhos e desculpem o incómodo. Vou tentar apagar a publicidade, que me parece má...
domingo, fevereiro 22, 2009
Meter água no Carnaval
O Carnaval é um daqueles momentos em que tudo é diferente, mas quem não tem sentido de humor, não entende.
Nunca gostei muito do Carnaval, mas agora começo a achar graça à actuação dos políticos...
Cavaco Silva perdeu umas eleições imprtantes porque não deu um feriado de Carnaval. Pareceu-lhe irrelevante. Eram eleições idênticas às que o actual governo vai disputar.
Porque quem está no poder não gosta de brincadeiras. Só gostam se forem eles a brincar, como têm brincado imenso com o nosso dinheiro.
Agora, divertiram-me duas notícias. É daquelas que me deixam muito bem disposta, como a dos ovos da ministra.
- Foi proibida uma brincadeira com o Magalhães.
- Uma criatura da política obrigou os professores do ensino básico de uma terra a fazerem um desfile de Carnaval, como referi no post anterior.
Afinal, apesar de todas as máscaras, é no Carnaval que se vêem as caras.
Nunca gostei muito do Carnaval, mas agora começo a achar graça à actuação dos políticos...
Cavaco Silva perdeu umas eleições imprtantes porque não deu um feriado de Carnaval. Pareceu-lhe irrelevante. Eram eleições idênticas às que o actual governo vai disputar.
Porque quem está no poder não gosta de brincadeiras. Só gostam se forem eles a brincar, como têm brincado imenso com o nosso dinheiro.
Agora, divertiram-me duas notícias. É daquelas que me deixam muito bem disposta, como a dos ovos da ministra.
- Foi proibida uma brincadeira com o Magalhães.
- Uma criatura da política obrigou os professores do ensino básico de uma terra a fazerem um desfile de Carnaval, como referi no post anterior.
Afinal, apesar de todas as máscaras, é no Carnaval que se vêem as caras.
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
O amor é mais forte que o medo!
Enquanto ALGUNS professores portugueses tiverem esta criatividade e esta confiança cega de que os alunos os amam (a alguns, que não a todos, claro!),
Enquanto estes mesmos se estiverem nas tintas para as ameaças de um poder autocrático...
Enquanto estes mesmos se guiarem pelo amor e ignorarem o medo...
Então existe esperança para este país.
Os professores do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura desfilaram hoje, ao lado dos alunos que festejavam o Carnaval. Mas vestidos de negro, amordaçados e com as mãos presas por correntes,
P.S. : Você seria capaz de desfilar, amarrado e amordaçado, ao lado de centenas de crianças e jovens? Imagine-se nessa situação e terá pesadelos.
Enquanto estes mesmos se estiverem nas tintas para as ameaças de um poder autocrático...
Enquanto estes mesmos se guiarem pelo amor e ignorarem o medo...
Então existe esperança para este país.
Os professores do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura desfilaram hoje, ao lado dos alunos que festejavam o Carnaval. Mas vestidos de negro, amordaçados e com as mãos presas por correntes,
P.S. : Você seria capaz de desfilar, amarrado e amordaçado, ao lado de centenas de crianças e jovens? Imagine-se nessa situação e terá pesadelos.
terça-feira, fevereiro 17, 2009
Cáfila
"É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos Céus" - palavras da Bíblia.
Mas isso se calhar era dantes... E se uma cáfila, ou mesmo uma caravana de camelos, carregados, passasse pelo buraco de uma agulha?
Pintura de Vladimir Kush, intitulada, "Eye of Needle" Buraco da Agulha.
sábado, fevereiro 14, 2009
Não insultem o Robin dos Bosques!
Miraculosamente, os bancos BPN e BPP foram salvos quando não havia nada que os salvasse, por servirem interesses escusos, incluindo branqueamento de dinheiro, o que tem feito correr rios de tinta.
Mas agora o mistério começa a desvanecer-se.
Em vésperas de o aeroporto de Lisboa mudar inesperadamente de localização, o BPN comprou grandes propriedades nesse local, miraculosamente.
Seria transmissão de pensamento? Alguns pensam que as grandes figuras trabalham muito com cartomantes e outros que tais. Isto é a prova provada de que os do BPN são auxiliados por mediuns e videntes.
Mas agora o mistério começa a desvanecer-se.
Em vésperas de o aeroporto de Lisboa mudar inesperadamente de localização, o BPN comprou grandes propriedades nesse local, miraculosamente.
Seria transmissão de pensamento? Alguns pensam que as grandes figuras trabalham muito com cartomantes e outros que tais. Isto é a prova provada de que os do BPN são auxiliados por mediuns e videntes.
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
As Famílias
Li este parágrafo, que achei interessante, a propósito do novo filme "O Casamento de Rachel", que deve ser uma estreia. Gostei das ideias aqui expressas e publicadas na Revista Ípsilon de hoje.
Jenny Lumet, a argumentista de "O Casamento de Rachel", disse numa entrevista que "as famílias são organismos vivos que se mexem o tempo todo como tubarões", frase que está quase à altura do que Tolstoi escreveu no início de "Anna Karenina": "Todas as famílias felizes são iguais; só as famílias infelizes são infelizes à sua maneira". Ao telefone com o Ípsilon a partir de Nova Iorque, Lumet tenta justificar-se, para que a sua observação não soe "mórbida" - "O que eu queria dizer é que uma família estagnada não é necessariamente uma família feliz..." - mas é tarde demais para varrer a insinuação da sua frase lapidar: onde houver uma família, haverá sangue.
Jenny Lumet, a argumentista de "O Casamento de Rachel", disse numa entrevista que "as famílias são organismos vivos que se mexem o tempo todo como tubarões", frase que está quase à altura do que Tolstoi escreveu no início de "Anna Karenina": "Todas as famílias felizes são iguais; só as famílias infelizes são infelizes à sua maneira". Ao telefone com o Ípsilon a partir de Nova Iorque, Lumet tenta justificar-se, para que a sua observação não soe "mórbida" - "O que eu queria dizer é que uma família estagnada não é necessariamente uma família feliz..." - mas é tarde demais para varrer a insinuação da sua frase lapidar: onde houver uma família, haverá sangue.
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
Robin dos Bosques? Qual deles?
Dizem os jornais, na secção de Economia, que está na moda a política do tipo Robin dos Bosques, praticada pelo actual governo.
Deixem-me ver se eu entendi...
O Robin dos Bosques era aquele que roubava aos pobres para dar aos ricos?
Quando o actual governo aumenta as taxas moderadoras dos hospitais e dá rios de milhões de Euros aos bancos especializdos para ricos e para vigarices...
Mais valia chamar-lhe estratégia Zé do Telhado.
O Zé do Telhado era aquele que roubava aos pobres para dar aos ricos? Então qual era?
Não haverá nenhum ladrão conhecido, entre os que roubaram aos pobres para dar aos ricos? Ou para ficarem com tudo? Estranho, não é?
Mas vejamos o que diz Mário Soares no Público online de hoje
“As pessoas tiram as conclusões das coisas. Como podem as pessoas aguentar que o Estado vá salvar um banco onde se sabe que há roubalheiras absolutas e fique tudo na mesma depois do Estado lá meter o dinheiro dos contribuintes. Não é possível”, disse, Mário Soares, alertando para as possíveis consequências.
Deixem-me ver se eu entendi...
O Robin dos Bosques era aquele que roubava aos pobres para dar aos ricos?
Quando o actual governo aumenta as taxas moderadoras dos hospitais e dá rios de milhões de Euros aos bancos especializdos para ricos e para vigarices...
Mais valia chamar-lhe estratégia Zé do Telhado.
O Zé do Telhado era aquele que roubava aos pobres para dar aos ricos? Então qual era?
Não haverá nenhum ladrão conhecido, entre os que roubaram aos pobres para dar aos ricos? Ou para ficarem com tudo? Estranho, não é?
Mas vejamos o que diz Mário Soares no Público online de hoje
“As pessoas tiram as conclusões das coisas. Como podem as pessoas aguentar que o Estado vá salvar um banco onde se sabe que há roubalheiras absolutas e fique tudo na mesma depois do Estado lá meter o dinheiro dos contribuintes. Não é possível”, disse, Mário Soares, alertando para as possíveis consequências.
terça-feira, fevereiro 10, 2009
Bando de Malfeitores e Iminências Pardas
Existe no planeta um único ministro da educação que trata os professores como um bando de malfeitores, exigindo, logo a seguir, que os estudantes respeitem este bando de malfeitores e a sua vítima, ou seja, a ministra da educação.
E já agora, também os seus apaniguados, como o Carlos Reis, que afirma, em entrevista ao Público, que
"São precisos professores que gostem de ler".
Acham?!!! Acham que os professores não gostam de ler?
Este Carlos Reis é uma daquelas iminências pardas com que Portugal se destaca em ser ignorado no mundo inteiro, no respeitante a estudos literários e muitas outras áreas.
Quando eu defendi a tese de mestrado, o idiota do meu arguente disse-me, em tom acusatório, que faltava na minha bibliografia referir a Bíblia! A Bíblia! A Bíblia dos estudos literários.
Por acaso não se referia a um livro de sua própria autoria, referia-se a um livro de uma iminência parda portuguesa que eu tinha lido muitos anos atrás e que, portanto, não referi.
Respondi-lhe que (era suposto eu saber argumentar, eventualmente usando argumentação agressiva)
Que para referir esse livro e todos os que li, deveria iniciar a bibliografia com o livro de leitura da 1ª Classe, seguido do da segunda, etc.
Disse depois que o Sr. Silva, (era esse o último nome) que escreveu a Bíblia, talvez fosse parente de outros senhores silvas, muito importantes na sociedade portuguesa, mas não deveria ser parente do verdeiro autor da verdadeira Bíblia, a não ser forçando muito a origem social dos senhores silvas e quejandos.
Afirmei em seguida que não tinha referido a Bíblia Católica por não saber ao certo qual era o autor. E que esperava não ser vítima de um auto-de-fé por não citar a Bíblia, dado que estávamos (ainda) no Século XX.
Resultado: ia chumbando. Só não me chumbaram porque a tese estava bem feita e não conseguiram. E porque a argumentação divertiu o público erudito, embora tenha irritado muito o arguente, um palerma.
Este senhor Carlos Reis também escreveu uma bíblia ou mesmo duas. E agora manda bitaites sobre tudo o que lhe apetece. Enquanto o deixarem...
Enquanto houver em Portugal autores de pequenas Bíblias, que são os pequenos livros sagrados de pequenas seitas! Escritos por pequeníssimas iminências pardas...
E mesmo assim,
Presidentes dos Conselhos Executivos reiteram pedido de suspensão da avaliação de professores
E já agora, também os seus apaniguados, como o Carlos Reis, que afirma, em entrevista ao Público, que
"São precisos professores que gostem de ler".
Acham?!!! Acham que os professores não gostam de ler?
Este Carlos Reis é uma daquelas iminências pardas com que Portugal se destaca em ser ignorado no mundo inteiro, no respeitante a estudos literários e muitas outras áreas.
Quando eu defendi a tese de mestrado, o idiota do meu arguente disse-me, em tom acusatório, que faltava na minha bibliografia referir a Bíblia! A Bíblia! A Bíblia dos estudos literários.
Por acaso não se referia a um livro de sua própria autoria, referia-se a um livro de uma iminência parda portuguesa que eu tinha lido muitos anos atrás e que, portanto, não referi.
Respondi-lhe que (era suposto eu saber argumentar, eventualmente usando argumentação agressiva)
Que para referir esse livro e todos os que li, deveria iniciar a bibliografia com o livro de leitura da 1ª Classe, seguido do da segunda, etc.
Disse depois que o Sr. Silva, (era esse o último nome) que escreveu a Bíblia, talvez fosse parente de outros senhores silvas, muito importantes na sociedade portuguesa, mas não deveria ser parente do verdeiro autor da verdadeira Bíblia, a não ser forçando muito a origem social dos senhores silvas e quejandos.
Afirmei em seguida que não tinha referido a Bíblia Católica por não saber ao certo qual era o autor. E que esperava não ser vítima de um auto-de-fé por não citar a Bíblia, dado que estávamos (ainda) no Século XX.
Resultado: ia chumbando. Só não me chumbaram porque a tese estava bem feita e não conseguiram. E porque a argumentação divertiu o público erudito, embora tenha irritado muito o arguente, um palerma.
Este senhor Carlos Reis também escreveu uma bíblia ou mesmo duas. E agora manda bitaites sobre tudo o que lhe apetece. Enquanto o deixarem...
Enquanto houver em Portugal autores de pequenas Bíblias, que são os pequenos livros sagrados de pequenas seitas! Escritos por pequeníssimas iminências pardas...
E mesmo assim,
Presidentes dos Conselhos Executivos reiteram pedido de suspensão da avaliação de professores
domingo, fevereiro 08, 2009
sábado, fevereiro 07, 2009
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Enveja
Num dos meus últimos posts, eu perguntei qual era a última palavra de "Os Lusíadas", tendo afirmado que essa palavra só pode ser muito importante no contexto.
Senão, vejamos.
Camões escreve um livro grande (em tamanho), sempre com estrofes de oito versos, cada verso com 10 sílabas métricas. Cada estrofe está dividida em termos de ideia. Os quatro primeiros versos dizem uma coisa, os quatro restantes dizema outra. Mas isto não é tudo.
O esquema rimático de cada estrofe ou estância é sempre o mesmo: ABABCBDD.
Mais ainda: cada verso é acentuado na 6ª e 10ª sílabas (ritmo heróico), a não ser quando o poeta fala de amores, usando, então, o ritmo sáfico (acentuação nas 4ª, 8ª e 10º sílabas).
Complicado? Então vejamos: a última palavra de todo o livro é (como disse em comentário a Inteb, que faz anos domingo (parabéns Inteb)):
a última palavra de todo o livro é "enveja"
A resposta fácil e simples é: Camões não reparou nisso. Acham? Reparou em tudo e não reparou na última frase que escreveu, a mais importante de todas as frases de um livro?
Não me parece.
Antes parece que num país em que os que têm talento são marginalizados como Camões e os que não valem nada e são vigaristas bacocos e altamente valorizados, até porque têm cargos de poder, é natural que a inveja seja o principal sentimento social.
Os grandes escritores têm inveja dos escritores comerciais porque são estes que estão na onda e que ganham dinheiro, os escritores comerciais têm inveja dos bons porque sabem que são medíocres e que nunca serão como eles, os políticos e demais mercantes sabem que são medíocres e morrem de inveja daqueles que "por obras valerosas se vão da lei da morte libertando", etc.
Oiçamos o grande tio Luís (de Camões), num dos últimos versos da sua obra, profundamente decepcionado com Portugal e com os portugueses:
"Não mais,Musa,não mais,que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor que mais se acende o engenho
Não no dá a Pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza"
Será que Camões se referia ao momento presente?
"Austera, apagada e vil tristeza?"
Esta tristeza do Freeport é apagada e vil, acho eu... e a da Universidade Independente, que, alegadamente, ocultava crimes de branqueamento e outros, é apagada e vil, acho eu. E a do BPP, que, alegadamente, também ocultava crimes de branqueamento e outros, é "é apagada e vil", acho eu.
E a criatura que vem sempre a própósito destas apagadas e vis tristezas:
Será Dom Sebastião?
Vou colocar este post a comentar esta notícia do jornal Público
Sócrates sairá com imagem reforçada depois de esclarecido o caso Freeport, acreditam militantes
Senão, vejamos.
Camões escreve um livro grande (em tamanho), sempre com estrofes de oito versos, cada verso com 10 sílabas métricas. Cada estrofe está dividida em termos de ideia. Os quatro primeiros versos dizem uma coisa, os quatro restantes dizema outra. Mas isto não é tudo.
O esquema rimático de cada estrofe ou estância é sempre o mesmo: ABABCBDD.
Mais ainda: cada verso é acentuado na 6ª e 10ª sílabas (ritmo heróico), a não ser quando o poeta fala de amores, usando, então, o ritmo sáfico (acentuação nas 4ª, 8ª e 10º sílabas).
Complicado? Então vejamos: a última palavra de todo o livro é (como disse em comentário a Inteb, que faz anos domingo (parabéns Inteb)):
a última palavra de todo o livro é "enveja"
A resposta fácil e simples é: Camões não reparou nisso. Acham? Reparou em tudo e não reparou na última frase que escreveu, a mais importante de todas as frases de um livro?
Não me parece.
Antes parece que num país em que os que têm talento são marginalizados como Camões e os que não valem nada e são vigaristas bacocos e altamente valorizados, até porque têm cargos de poder, é natural que a inveja seja o principal sentimento social.
Os grandes escritores têm inveja dos escritores comerciais porque são estes que estão na onda e que ganham dinheiro, os escritores comerciais têm inveja dos bons porque sabem que são medíocres e que nunca serão como eles, os políticos e demais mercantes sabem que são medíocres e morrem de inveja daqueles que "por obras valerosas se vão da lei da morte libertando", etc.
Oiçamos o grande tio Luís (de Camões), num dos últimos versos da sua obra, profundamente decepcionado com Portugal e com os portugueses:
"Não mais,Musa,não mais,que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor que mais se acende o engenho
Não no dá a Pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza"
Será que Camões se referia ao momento presente?
"Austera, apagada e vil tristeza?"
Esta tristeza do Freeport é apagada e vil, acho eu... e a da Universidade Independente, que, alegadamente, ocultava crimes de branqueamento e outros, é apagada e vil, acho eu. E a do BPP, que, alegadamente, também ocultava crimes de branqueamento e outros, é "é apagada e vil", acho eu.
E a criatura que vem sempre a própósito destas apagadas e vis tristezas:
Será Dom Sebastião?
Vou colocar este post a comentar esta notícia do jornal Público
Sócrates sairá com imagem reforçada depois de esclarecido o caso Freeport, acreditam militantes
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Anedotário
Aos professores que se aposentam antecipadamente para não aturarem esta ministra, a mesma ministra faz uma proposta muito querida.
Se quiserem, podem continuar a trabalhar, desde que o façam obrigatoriamente três horas por semana, no mínimo, de forma gratuita, apresentando um relatório e fazendo concorrência aos novos contratados.
Aqueles professores (quase todos) que tencionavam continuar a trabalhar, de forma voluntária, gratuita e sobretudo clandestina, juram que nunca mais lá põem os pés.
Assim vai este país, com anedotas em vez de notícias...
A propósito: em resposta à pergunta que faço num comentário, alguém descobriu qual é a última palavra de "Os Lusíadas"? Só pode ser importante. As primeiras e últimas palavras de um livro nunca são deixadas ao acaso...
Se quiserem, podem continuar a trabalhar, desde que o façam obrigatoriamente três horas por semana, no mínimo, de forma gratuita, apresentando um relatório e fazendo concorrência aos novos contratados.
Aqueles professores (quase todos) que tencionavam continuar a trabalhar, de forma voluntária, gratuita e sobretudo clandestina, juram que nunca mais lá põem os pés.
Assim vai este país, com anedotas em vez de notícias...
A propósito: em resposta à pergunta que faço num comentário, alguém descobriu qual é a última palavra de "Os Lusíadas"? Só pode ser importante. As primeiras e últimas palavras de um livro nunca são deixadas ao acaso...
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