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sexta-feira, agosto 31, 2018

sábado, agosto 25, 2018

Veneza e vidro de Murano





Os trabalhos em vidro de Murano são muito belos e muito caros, por serem uma especialidade da ilha de Murano, na laguna de Veneza.

Mas Veneza está cheia de vidro de Murano chinês, muitíssimo mais barato
Cavalo em vidro de Murano, tamanho natural, jogo de xadrez e Carnaval.


quarta-feira, agosto 22, 2018

Veneza










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Veneza é constituída por 118 ilhas ligadas entre si pelas pontes. Antigamente viviam separadas e fechavam as passagens à noite.
Cada praça tinha uma destas cisternas para guardar água da chuva, com um languindo para os gatos beberem, pois os gatos tinham a importante função de comerem a rataria, ao contrário dos atuais, que têm medo dos ratos.
Havia muitas epidemias transmitidas pela água, como se vê no filme Morte em Veneza, que também mostra estas cisternas.

terça-feira, agosto 21, 2018

Santo António de Pádua












Enorme Basílica de Santo António de... Pádua. Muito maior do que a igrejinha capela de Lisboa.
O interior é muito belo mas não se podem tirar fotos, embora alguns até filmem. 
Começou a ser construída um ano após a morte do Santo, que foi canonizado em tempo recorde pela popularidade de que gozava. Abrange o estilo gótico, bizantino, renascentista, pois foi sendo construída ao longo do tempo. É um dos principais lugares de peregrinação de Itália, com 6 milhões de visitantes por ano.
E fornecem um postal, em várias línguas para escrevermos ao Santo Antônio e colocarmos numa caixa. Em Itália há muitas coisas desse género.
O culto de Santo António, em toda a parte, confunde religião, fé, com superstição, assim: 

Quem quiser um noivo ou noiva, só tem de comprar uma imagem do santo e dependurá-la de cabeça para baixo até encontrar o que pretende. Não explicaram se também se aplica a gays e lésbicas, ou se é só para hetero.
Falando a sério, os rituais junto do túmulo são muito comoventes. 



A guia italiana, Valéria, diz que ficou admirada quando viu a pequeníssima igreja de Santo António de Lisboa. Uma igreja tão pequena para um santo que tem seis milhões de peregrinos por ano, em Itália? Realmente, não dá nada a imagem da dimensão do culto de Santo António no mundo.


Mas ela diz que Itália vive da propaganda e dos santos, que adora.

segunda-feira, agosto 20, 2018

Assis, Itália













Sinto uma grande admiração por Francisco de Assis, que,nem vez de sair da igreja católica como muitos fizeram no seu tempo, conseguiu revolucioná-la, o que permitiu que subsista até hoje. É bom ou mau? É impressionante, seja bom ou mau. E o Papa Francisco tenta seguir-lhe o exemplo, sabendo que lhe está muitas léguas atrás. Igualmente santa Clara de Assis, a sua "namorada", noiva espiritual, foi revolucionária no seu tempo,ma Idade Média.
Um símbolo de São Francisco é a letra hebraica Tau, a última do alfabeto, que parece uma cruz. Pois o santo considerava-se o último dos últimos, e a sua obra era dedicada aos pobres, escravos, marginalizados, "os últimos dos últimos".

É claro que este símbolo tem também outros sentidos.


domingo, agosto 05, 2018

Lisboa e suas fases urbanísticas.







Quando vim morar para Lisboa, há bués, pode custar a crer, mas a baixa da cidade, ou seja, o centro de Lisboa era intransitável à noite, perigosíssimo.

Quase só havia prédios degradados, habitados por velhinhos e as ruas estavam infestadas de ladrões, de carteiristas, de traficantes. 

Antes de vir viver para cá e de passagem, estando eu instalada no Hotel do Chiado, no Chiado, fui a uma farmácia aberta à noite para comprar algo, creio que gotas para os ouvidos. O farmacêutico informou-me que eu estava a arriscar muito, aquele zona era péssima, corria sérios riscos... seria o Rossio, ou o Martim Moniz ou algo assim. 

Como nunca fui medrosa, ou já não era nessa época, considerei um exagero, tal aviso. 

A certa altura, andei à procura de casa para morar e encontrei uma que me pareceu razoável,  na Avenida da Liberdade. Era uma casa mobilada e partilhada, com espaços comuns. Como há agora para estudantes estrangeiros, mas não era o caso.

A senhora que ma mostrou incidiu muito na informação de que os colchões tinham proteção de plástico. 

Como eu vivia noutro planeta, e apesar de a senhora me parecer um pouco grosseira, disse-lhe que não via vantagem nenhuma em tal coisa. Proteção de plástico?! para quê? Respondeu: 

- Você é uma menina muito ingénua e muito bem educada, não é pessoa para viver aqui, mantenha-se a milhas da Avenida da Liberdade, é o conselho que lhe dou. Isto não é para si.

Alguns anos depois, a Avenida da Liberdade era uma das zonas mais caras e mais chiques de Lisboa. 

Neste momento, Lisboa ainda se encontra com casas degradadas, prédios inteiros devolutos, como se vê nas fotos que tirei, caminhando dois ou três minutos numa zona central. 

Especulação imobiliária? Gentrificação? 
Outra fase. 

(CONTINUA)

terça-feira, junho 19, 2018

Gente feia, caminete feia, tudo feio







O meu pai, que era muito bonito, como se vê na foto, publicada aqui no seu aniversário (19 de junho) que seria, muitos anos após a sua morte, andou a passear pelo país, com os amigos, de forma sistemática, durante meses ou anos, em breves excursões. Décadas de 30 / 40 do século XX.

Ao chegarem a uma povoação, uma criatura acercou-se do autocarro e exclamou:

- Gente feia, "caminete" feia, tudo feio!

Esta é uma das muitas histórias com que a minha família se riu durante décadas, considerando, neste caso, a grosseria cometida contra nós, como sendo cómica.

A grosseria a que o filósofo Fernando Gil chama "burgesismo" ( de burgesso), como algo de risível. E de grosseiro.

Mas a auto-ironia existe e fica bem. Uma coisa é rirem-se de nós, outra coisa é rirmo-nos nós de nós mesmos.

Como fez o meu pai e todos os amigos, contando esta história a toda agente, rememorando-a muitas vezes nos longos serões à lareira, no Inverno. Nos longos serões ao fresco das árvores e das sombras, no verão.

Muitas vezes me apeteceu dizer, em situações inomináveis, ambíguas, confusas, hipócritas, mas aparentemente muito civilizadas:

- Gente feia, "caminete" feia, tudo feio.

Mas creio que não cheguei dizer. Terei dito?!

domingo, maio 20, 2018

Lugares reservados



- A senhora não se pode sentar aí porque a minha irmã está aqui sentada!
- A senhora está enganada. Não está nenhuma pessoa aqui sentada e portanto, vou-me sentar.
- Faz muito bem!
- Também acho.
Sentei-me, descansei e saí, sem aparecer a mulher que estava "ali sentada", no dizer da irmã, e que também estava numa fila interminável para pedir brindes.

Esta mania portuguesinha dos lugares marcados é incrível, sobretudo é incrível haver quem os respeite, ao contrário do seu interesse e de toda a lógica ou de todos direito. Será medo?

Neste caso, havia milhares de mulheres estafadas, meia dúzia de sítios para sentar, mas estavam reservados. Que pena!

(Isto decorre no final de mais uma corrida de atletismo para mulheres, com milhares de participantes.)

quinta-feira, março 29, 2018

Olhe, eu tenho um livro, mas é um livro de receitas de cozinha...


-

- Olhe, explique-me como é que eu faço para levar um livro destes.
- Traga um dos seus e leve um destes
- Pode ser um qualquer?
- Sim.
- Sabe, eu tenho um livro.
- Ai tem?
- Tenho, tenho. Mas é um livro de receitas de cozinha.
- Ai sim?
- Sim, sim. Acha que serve para eu trazer?
- Serve.
- E eu posso trazer um livro de receitas de cozinha e levar um desses?
- Pode. Muita gente gosta de livros de culinária. Mas também pode não trazer nenhum. Leva um destes e depois devolve.
- E se eu levar livros e não trouxer nenhum?
- Pode levar vários livros e não trazer nenhum. Mas se todo fizerem assim, isto deixa de ter livros.
- Ah1 e quem é que controla isto?
- Ninguém controla.
- Então adeus. Eu vou pensar!


Oh, quem me dera ter em casa apenas um livro. E que fosse um livro de receitas de cozinha.

Bem, de cada vez que vou a esta cabine e vou muitas vezes, encontro sempre livros novos interessantes. Inesperados e invulgares.

domingo, março 11, 2018

Côco é bom, mas, bem...



Na lojinha de nepaleses onde o comprei, garantiram-me que era mesmo muito fácil abrir este coco, a delicada senhora nepalesa e o reformado veterano português da Guiné que costuma estar lá, sentado na cadeira de alto espaldar reservada aos clientes que queiram conversar. Era dar-lhe com uma grande faca, como esta que já ia para o lixo. Com uma machadinha, que não tenho. Bater com ele numa esquina, etc. Já estraguei várias coisas, já quase espatifei vários azulejos, já quebrei várias esquinas, mas o côco continua assim 🙂 Oh!
- Era só apanhar uma pedra do chão e bater-lhe com ela. Quando estávamos na Guiné - diz o veterano.
- Bater-lhe com a pedra, pois, mas... em cima de quê?
- No chão.
- No chão de quê?



Depois de fazer um golpe na mão, de praticamente ter escaqueirado vários azulejos, de ter estragado a pintura de várias esquinas da casa e de ter amolgado mesmo o alumínio da banca, eis o côco, partido e aberto.
Ficou caríssimo!!!
Mas como é que se come isto? À dentada?

terça-feira, fevereiro 13, 2018

Jejum da Quaresma? Gorduras de Carnaval!


Antes do jejum da Quaresma, nada como enchermos-nos de gordura de porco, focinho, orelheira, enchidos. Fui a um restaurantezinho ao pé de casa que não vem nos roteiros das tasquinhas (como o Imperial, a 50 metros, que vem no Time Out), mas que é muitíssimo melhor e com quantidade para sobrar muito.

O Sr. Manel e a esposa, logo que tiveram uma filha, fecharam o restaurante para o jantar e para o fim de semana. A filha já é grandita, é inteligentíssima, mas quem quiser que lá vá comer ao almoço durante a semana. O Sr. Manel tem pronuncia das Beiraze, mas parece que é do Minho.

Hoje, dia de Carnaval, fui lá perguntar se tinham cozido à portuguesa.

- Cozido à portuguesa é à quinta feira, "vezinha" - responde o Sr. Manel.
- Sr. Manel, dia de Carnaval é dia de cozido à portuguesa!
- Vezinha, dia de Carnaval é dia de feijoada à portuguesa! É dia de carne de porco, enchidos e orelheira.
- Sr. Manel, dia de Carnaval é dia de cozido à portuguesa, com carne de porco, enchidos e orelheira!
- Não! Feijoada com carne de porco, enchidos e orelheira!
- Ok, venceu. Quero feijoada com carne de porco, enchidos e orelheira! - respondo, quando já toda a freguesia ri, como quem dizia que o Sr. Manel tem carradas de razão.
Maravilhosa refeição, quantidade imensa, vinho bom a granel, tudo por 12 Euros. Pode?

Pode. Nao digo onde fica, mas, apesar de não vir nos roteiros, tem clientes de toda a Lisboa e muitos da Costa da Caparica, Setúbal, etc. Segredo.

- Vezinha, quer mais batataze? Umas batatinhaze? - Pergunta o Sr. Manel com pronúncia das Beiraze.
- Não, senhor Manel, obrigada, Sr. Manel!
- Mais umas couvezinhaze?
- Não, senhor Manel, obrigada, Sr. Manel! Está tudo ótimo! Maravilhoso!

Bem, eu sou muito distraída, desatenta, esqueço-me do nome das pessoas, se calhar o senhor nem se chama Sr. Manel!

quinta-feira, novembro 16, 2017

Mistérios... de gente "importante"










Bem, vinha eu de uma consulta médica de rotina ali por Belém e vejo, frente ao Mosteiro dos Jerónimos, um aparato de cavalos e cavaleiros, carros funerários, caixas que poderiam ser caixões ou apenas caixas, turistas deliciados, como se vê na foto, por exemplo, chineses feitos fotógrafos do exotismo português.

O que é que se passa, pergunto à menina brasileira que vende limonadas, que me serve uma limonada com xarope de menta e gelo e mais não sei o quê e que diz me conhece de me ver na esplanada de Campo de Ourique onde trabalhou (será que Lisboa é uma aldeia?)

Cavalos e cavaleiros. Uns dizem que é o funeral de alguém importante. Quem morreu que seja "importante"? Julgo que ninguém.

Os caixotes mais me parecem de transportar obras de arte do que propriamente caixões... mas os caixões para cremação são uns caixotinhos muito básicos, sem enfeites, sem verniz...

Estrangeiros de várias línguas coincidem em dizer-me que houve uma missa muito importante porque tinha morrido alguém importante?
- Ai sim? Pergunto aos portugueses presentes em volta da menina das limonadas quem morreu que fosse importante.

Importantes são todos os que morreram, sempre para alguém... mas este ou estes, com honra de Jerónimos e de cavalos brancos e castanhos?

Creio que vamos ficar sem saber...

O meu Ipad novo em folha pifou de vez, vão dar-me mais um novo, está na garantia. Não pude tirar fotos boas deste evento, ou melhor, deste não acontecimento. Pois, aparentemente, não aconteceu nada.

A missa foi dita em português para os muitos estrangeiros que pululavam por ali e que só me souberam dizer que devia ser o funeral de alguém muito importante.

Restam duas hipóteses: exumação quase secreta de alguém muito importante? Transporte de obras de arte?


Será que exumaram algum cadáver para verificar o ADN? 

Talvez  D. Sebastião?

Outra hipótese: trata-se de dois ou três eventos em simultâneo, para delícia dos nossos visitantes estrangeiros...

terça-feira, novembro 07, 2017

Transformar a tristeza em indignação


Há muitos anos, aconteceu-me isto: eu estava tristíssima, creio que o motivo tinha a ver com a minha tese de mestrado sobre Natália Correia, extraordinária escritora e política que conheci bem, de quem fui amiga e que morreu durante a minha escrita da tese.


Um dia, uma outra amiga da Natália disse-me que, quando queremos obter um resposta a alguma dúvida existencial, antes de adormecer fazemos a pergunta a alguém que amamos e que já morreu. A resposta surge ao acordar.

Nesse dia, antes de adormecer coloquei a pergunta à Natália, recentemente falecida. Só para experimentar.

No dia seguinte, ao acordar, eu nem sequer me lembrava da pergunta, mas surgiram-me na ideia, com toda clareza, estas palavras: "Transformar a tristeza em indignação".

Sim, a Natália ter-me-ia dito isto, sim, era claramente a resposta à minha pergunta.

Sim, é claramente a resposta a muitas das nossas perguntas.

Quem respondeu? Provavelmente o meu subconsciente... Ou então, quem sabe???

Enfim... Foi um dos melhores conselhos que me "deram" na vida.

sábado, setembro 02, 2017

Conversa de surdos:


- Há aqui gente que não está nada ferida e esta senhora, que é tão boa pessoa, você nem imagina como ela é boa pessoa... Porque é que uma pessoa tão boa ficou ferida e outros que não são tão bons ficaram incólumes?
- Porque não pôs o cinto de segurança.

sábado, agosto 26, 2017

Taormina









Taormina, na Sicília, uma das mais belas cidades do mundo, senão a mais bela.
O facto de se espraiar em altura, trepando quase a pique desde o mar até ao cimo de uma grande elevação, dá à paisagem uma grandiosidade que não se encontra noutros lugares.