domingo, junho 12, 2011

Beato Zeferino, o Santo Cigano e a Cidade do Futuro



O papa Bento XVI resolveu homenagear, ontem e hoje, o povo cigano, dizendo-o vítima de discriminação e recordando que os ciganos foram também internados nos campos de concentração nazi, juntamente com os judeus.
Houve uma enorme peregrinação de ciganos de todo o mundo a Roma, ontem, e foi hoje celebrada uma missa numa igreja especial: uma igreja ao ar livre, em forma de circo romano, para que os ciganos não se sintam encurralados entre quatro paredes e dedicada ao Beato, na própria cidade de Roma.
Beato Zeferino, "El Pélé" foi mártir, tendo sido perseguido e morto em Espanha, onde vivia. Para homenagear o povo cigano, o Papa proferiu as seguintes palavras:




“Vocês estão na Igreja! Vocês são uma parte muito amada do Povo de Deus peregrino e recordam-nos que “não temos aqui em baixo uma cidade permanente, antes buscamos a cidade futura”.


Esta homenagem parece-me particularmente importante, pois encontramos o mais entranhado racismo em pessoas que parecem ser muito civilizadas e até "amorosas". Quando menos se espera, uma senhora delicada e amável, católica praticante (ou não), sai-se com uma frase como esta, para comentar um programa televisivo sobre tribos: "aqueles pretos horrorosos". (Como ouvi há poucos dias.)
Mas o próprio Papa é vítima de preconceitos, pois há pessoas que consideram nazis todos os alemães, pensando ainda que estão a ser generosas e igualitárias ao formularem este pensamento. E talvez os alemães decentes sejam obrigados a pensar, mais e mais vezes do que nós, no horror que foi o nazismo. Que aconteceu aqui. Na Europa. No século passado.
Aqui na Europa, onde o racismo e a xenofobia ainda se manifestam claramente "entre amigos e iguais", embora se proclame o pioneirismo da igualdade de direitos como valor "universal" porque foi daqui para o mundo.
Repito mais uma vez: gosto deste Papa. Acho-o muito melhor do que o anterior, pois não sou papista e não gosto de Papas.


E é tão longo caminho a percorrer! A caminho da "cidade futura"! Também chamada Jerusalém Celeste, entre outros nomes. Talvez os ciganos vão à frente, na sua deambulação. Pelo menos, procuram essa cidade. 
Onde nos encontraremos um dia. 




VER AQUI



(P.S.: A Igreja, redonda e ao ar livre, fica No Santuário de Nª Sª do Amor Divino.)

sábado, junho 11, 2011

Os gregos estão a ver-se gregos com o FMI

Os gregos estão-se a ver gregos com o FMI. Porque não trabalham, não desenvolvem...
Nós, pelo contrário, trabalhamos como galegos, como autênticos moiros, como negros, mas vemo-nos gregos na mesma.
Por causa do Sócrates que, apesar de não ser  o verdadeiro filósofo grego, nos fez a vida negra e nos está a fazer ver gregos.

quinta-feira, junho 09, 2011

Lá fomos, andando e rindo, a caminho da Troika

Fiquei a saber ontem um facto curioso: sabia que o governo de José Sócrates fez obras nas escolas, na sua maioria desnecessárias e que as ditas escolas públicas, que nunca tinham pago renda, começaram a pagar e logo foram aumentadas para o dobro. Sabia também que os professores e estudantes de Lisboa passavam muito bem sem o ar condicionado e o aquecimento central que agora têm e a que já se habituaram, extremamente dispendioso e que muitas vezes não pode ser ligado. Sabia também que em escolas velhas e talvez feias, nunca tinha chovido dentro do edifício, sendo que agora, remodeladas e tão bonitas que ficaram, chega a ser necessário encerrá-las porque ficam inundadas.
O que não sabia e fiquei a saber é que, pelo menos num caso, tendo sido abatidas as árvores existentes, foram plantadas mimosas vindas de... adivinhem de onde... não, não não... não adivinham.
Importadas de Itália. Mimosas italianas, grande luxo. 
As quatro que pegaram estão muito lindíssimas, mas as 14 que secaram...
E assim, importando mimosas de Itália, porque aqui não há árvores, lá fomos andando e rindo a caminho da Troika.

(N.B.: Parece que as mimosas italianas são o cúmulo do chique.)

quarta-feira, junho 08, 2011

Este Blogue

Este blogue, desde que existe, sempre criticou José Sócrates e a suas políticas, ao ponto de algumas pessoas o terem procurado e me terem procurado no Facebook, pensando que era de Direita.
A Nadinha é de Esquerda e também por isso se irritava tanto contra as políticas de direita do Partido assim Designado Socialista. E contra a corrupção e a incompetência, que a chocam mais numa esquerda que se pretende algo idealista, ou pelo menos ideológica.
Muito provavelmente, o blogue irá agora criticar este novo governo. Não tanto as pessoas, pois não são como Sócrates, mas sim as atitudes e as políticas.
Vou dar um tempo, talvez de dois ou três meses, que funcionará como benefício da dúvida.
É tão grande o alívio de não sermos obrigados a ver e ouvir José Sócrates, que esse alívio deve ser comemorado com o silêncio.
Acho alguma graça ao facto de o próximo primeiro ministro viver no subúrbios, o que muita gente snob acha "horrendo". Num partido de direita, onde está quase toda a gente que pensa assim... 


Acho que devemos dar um tempo e esperar para ver. 


Que importa o que foi dito em campanha... dito e desdito... alguém acredita no que é dito em campanha?
Pior do que o anterior, não pode ser.

terça-feira, junho 07, 2011

Esquerda

Nunca houve umas eleições tão dramáticas e simultaneamente tão ridículas como estas.
Ninguém sabia em que partido votar, embora toda a gente estivesse consciente de que deveria votar.
Mas o principal dilema era o da esquerda: votar PS, nunca, mas a CDU, pela primeira vez, meteu a cabeça na areia, fingindo que estava tudo óptimo, que bastava não pagar a dívida, ela que tanto acusa os outros de "alienação", usando esta mesma metáfora. O BE fez o mesmo, com  a agravante de ter apoiado, nas Presidenciais, o candidato do PS. 
Todos são inocentes até prova em contrário, mas, se Sócrates não é corrupto, é sem dúvida corruptor. Leva tudo atrás dele e sabe fazê-lo. 

domingo, junho 05, 2011

Acabou o pesadelo: Viva a derrota!

Acabou o pesadelo. O que vem aí não será bom, mas desvaneceu-se a ideia de estar sob uma força destruidora. Alguém que criou um péssimo ambiente de trabalho em quase todas as profissões, um enorme desemprego e sem haver vantagens nenhumas com isso para ninguém.
É só o que apetece dizer hoje. Este blogue já tem 5 anos, mas sempre disse mal do Sócrates, que esteve sempre no poder.
Amanhã acordaremos a lembrar-nos de que isto já está resolvido.
Onde está o empate técnico e o case-study de Sócrates ter grande popularidade? Andaram a enganar-nos.
Pela primeira vez ouvi quase até ao fim o discurso de Sócrates. Parecia o menino da lágrima.


Vai fugir!



sexta-feira, junho 03, 2011

Discurso de Sócrates em Barcelos interrompido por ovos arremessados do exterior


Vivam as galinhas!
Antigamente atiravam-se ovos podres, mas como vivemos em tempo de abundância, espatifam-se os ovos dentro do prazo de validade. Um desperdício!

Há uns anos  a esta parte, foram os estudantes que atiraram os ovos contra a malfadada ministra da educação só-cretina, a qual passou a visitar as escolas só aos sábados e aos domingos, insistindo em dar beijinhos às enojadas professoras, que lhe estendiam a mão de longe... ou não iam a tempo e tinham de dar mesmo os enojados beijinhos... que horror!
Imitados os estudantes, agora, pelos "mais velhinhos", que também atiram ovos...
CLICAR AQUI:
Discurso de Sócrates em Barcelos interrompido por ovos arremessados do exterior

quarta-feira, junho 01, 2011

A crise e as ervas do campo: Cicuta


Já coloquei esta foto tirada por mim e outras do género neste blogue e no blogue Escrevedoiros, mas nunca é demais recordar.
Trata-se de uma erva do campo, muito comum em Portugal e em todos os países mediterrânicos, bem como no Médio Oriente. Nasce nas bordas. É tão vulgar, que toda a gente já a viu. Confunde-se facilmente com  a cenoura brava por ter flores parecidas.
CLICAR AQUI CICUTA
A crise poderá fazer-nos voltar para as ervas do campo, para alimentação, tratamento de doenças, etc.
(Não entendo porque é que se riem...) mas prontus. Eu não me estava mesmo nada a referir ao suicídio de Sócrates, o grande filósofo grego. Com cicuta.



terça-feira, maio 31, 2011

Mensagem que encontrei no Facebook. Muito Importante

Sabia que nas legislativas de 2009, mais de metade dos eleitores não votaram nos partidos que nos governam há mais de 30 anos? A abstenção, o voto nulo e o voto branco reforçam os partidos dominantes e ajudam a que fique tudo na mesma. 
No dia 5, se não quer que os outros decidam por si, VOTE! 
Partilhe esta informação!

domingo, maio 29, 2011

Indícios de Oiro: Revolução Europeia... Árabe, Brasileira, ou Mundial



"Morte e Vida Severina" texto de João Cabral de Mello Neto, música de Chico Buarque. Cantado por Tânia Alves. Série da Globo.



Talvez a Europa deva voltar a dar "novos mundos ao mundo" ou, pelo menos, talvez seja o tempo de a Europa receber novos mundos do mundo.
Talvez o sistema normal já não baste. Talvez deva haver uma revolução.
Há indícios disso por toda a parte (indícios de oiro?) 
Na  África árabe, em Espanha, em Portugal, no Brasil...

Esperemos da juventude o que já não podemos esperar das pessoas instaladas na vida. Mas não esperemos que os jovens sejam tolerantes com os outros. Se não estivermos com eles.
Esta crise absurda, que parece a "Hora Absurda" significa que o caminho que seguimos é errado: não leva a lado nenhum. 
Que não seja eu mais uma sibila Cassandra, aquela em que ninguém acredita!

sábado, maio 28, 2011

O Estado da Nação : O Presente

- Ó filho, chega-me  a cadeira de rodas e os óculos de ver ao perto e os de ver ao longe e o aparelho de ouvir, porque eu tenho de ir trabalhar... ah, e a dentadura postiça, já me esquecia...
- Mas a avó já não pode...
- Ai eu não posso? E quem é que te sustenta a ti e á tua mulher e aos teus filhos? Tu já arranjaste emprego?
- Eu, não.
- E a tua mulher?
- Bem, ela trabalha na caixa do Pingo Doce...
- Pois, pois... mas ela não tirou um curso de Direito com média de 19?
- Tirar, tirou, mas não arranja emprego... até anda a fazer o doutoramento, mas...
- Então e tu não arranjaste um emprego como electricista?
- Arranjar arranjei, mas com as parcerias público-privadas... enfim... fui despedido.
- Mas e eu não te disse que te metesses na política, que arranjavas logo um emprego bom?
- Dizer disse, mamã, mas eu matriculei-me no MRPP.
- És atrasado mental? Eu não te disse que fosses para o PS, que arranjavas logo emprego na Parque Escolar e na Parpublica?
- Dizer disse...
- Chega-me as pastilhas do colesterol. E a lancheira com  a sopa, que elas lá na cantina do meu emprego só me dão alheiras de Mirandela guisadas e farinheira de Setúbal com favas e bola de carne e de presunto de Lamego. E fazem-me tão mal ao meu fígado! E ao meu castrol!
- Credo, avozinha! Porque é que só lhe dão essas comidas?
- Porque é a campanha: Comer o que é Nosso!
- Comer o que é Nosso!? Que lata! Tudo o que é nosso faz mal ao castrol. E engorda!
- Pois. Então e o teu filho, não tinha arranjado um emprego na Comunicação Social? Que acabou o curso com média de 20 valores? Deve ganhar bem...
- Não, ele só arranjou um posto como figurante nos casamentos de Santo António...
- Porquê?
- Bem, ele até é muito bom, a chefa até diz que o vai propor para a substituir quando se reformar... mas a chefa só se pode reformar quando tiver 69 anos, por causa da Merkel.
- Quantos anos faltam?
- Vinte!
- Mas o rapaz não tem SIDA? 
- Ter, tem.
- Então, nunca vai viver até a chefa se reformar...
- Pois, mas está a recibos verdes...
- Ah! Vá que não vá!
- Pois, mas não ganha nada!
- Também, porque é que ele se foi casar com aquele rapaz que tinha SIDA? E eu que tanto queria um neto!
- Vai ter duas netinhas. A irmã dele e a esposa dela estão ambas grávidas. 
- De quem?
- Era para ser deles os dois como dadores, mas como têm SIDA, são de dadores anónimos. Mas, prontos! Vai ter duas netinhas. Ou até mais! Netos é que não, que elas não querem. E votam todos no PS, por causa do casamento gay, claros. Prontos.
- Claro, vou ter uma carrada de bisnetas. Nenhum rapaz. E viveis todos à minha custa! E ainda me dizes que não vá trabalhar!
- Mas a mamã não pode...
- Já viste os outros que trabalham comigo? São todos muito mais velhos do que eu... muita sorte tendes vós, por eu ser contínua numa escola básica... e por ser candidata do PS à Junta da Freguesia.


Cenas dos próximos capítulos: 11º Referendo sobre o Aborto


(Clicando no link abaixo, encontrar-se-á outros textos com este título genérico. Aparecem todos a seguir a este.)

Finalmente, fala-se da empresa Parque Escolar

O Ministério da Educação está a pagar rendas à empresa pública Parque Escolar pela ocupação dos edifícios da Avenida de 24 de Julho, em Lisboa, que há três anos eram sua propriedade

Ver AQUI
Haverá aqui algo de estranho? Talvez não.
Ver cenas dos próximos capítulos.


VER TAMBÉM AQUI, NESTE MESMO BLOGUE, CLICAR POR CIMA

Ainda vejo muita coisa que não é minha!

Os proprietários do campo, mesmo se forem pequenos proprietários, quando deixam de ver bem ao longe, deixam de ver "tudo o que não é deles". 
- Ainda vejo muita coisa que não é minha! - Exclamam, para afirmar que vêem bem.


Pois é o meu caso. Vou mudar as lentes dos óculos, porque parti a parte de fora, mas só os uso para ver ao perto.
Contudo, há uns anos, em Cascais, caí na asneira de ir a um optometrista dono de um oculista. A consulta era grátis se comprasse os óculos. Após uma longa e conversadíssima consulta, em que, como se diz, se fartou de "arrotar postas de pescada", "o seu olho direito funciona mal, bem como a sua narina direita e o seu ouvido direito", receitou-me dois pares de óculos caríssimos, ou talvez só um par, mas com lentes progressivas... e coisa exorbitante. Como não comprei, tive de pagar a consulta, 25 Euros.


Disse-me a criatura que, quando eu tivesse uma determinada idade, não conseguiria ver um automóvel à minha frente, sem óculos. Não saberia o que era. Na altura, faltavam 5 anos para essa idade e fiquei muito assustada. Imaginava um grande automóvel vermelho à minha frente e eu a apontar e a perguntar, com uma voz fininha:
 - O que é isto? 


Agora já passaram esses cinco anos e depois passaram mais seis. Posso não ver muita coisa, mas vejo muito bem um automóvel. Anda mais se for vermelho, ou, como dizem as tias e os tios, se for encarnado. 
E, sobretudo, vejo muitíssimas coisas que não são minhas.


Profecias destas... nem a Sibila Cassandra!

sexta-feira, maio 27, 2011

Uma esquerda irreflectida e incapaz de lidar com a realidade e com o poder: violência nas Escolas: como se chegou a isto?

Nem sequer vou referir a ingenuidade das recentes teorias pedagógicas, baseadas na filosofia de Rousseau, segundo a qual "O homem é bom, a sociedade é que o corrompe", que nos oferece uma grande quantidade de anjinhos maquiavélicos. 
Nem sequer vou referir a atitude dos sucessivos Ministérios de Educação, que só querem que os alunos passem a todo o custo, mesmo sem saberem nada, para diminuirem esta coisa política e estatística chamada "insucesso escolar". 
Tal como acontece na religião, em que é tudo porreiro, menos os resultados, assim acontece na educação, em que nem são porreiros muitos dos pais, nem muitos dos professores, nem muitos dos filhos. Muito pelo contrário.
Vou só narrar um mito que existe na educação, um mito bacoco, que muito contribui para o caos actualmente existente.

Eu, Nadinha, soube dum caso, numa escola que acabou por fechar por falta de alunos... nessa e em muitas outras escolas existia (existe) o mito bacoco de que os professores e os alunos têm os mesmos direitos. As direcções que assim pensam são de esquerda, claro, uma esquerda irreflectida e incapaz de lidar com  a realidade e com o poder, como acontece com  a nossa actual esquerda.

Bem, nessa dita escola existia, como em muitas outras actualmente, a seguinte prática, e vou só dar um exemplo de práticas pedagógicas "ingénuas" e parvas: segundo a legislação, há uma tolerância de 10 minutos ao primeiro tempo e de 5 em todos os outros, para quem se atrasa. A partir daí, têm falta. 
Então, conclui-se que, sendo os direitos iguais, tanto tem falta um aluno como um professor que se atrase. Reparem nisto: se o professor se atrasa, o aluno "tem o direito" de não ter aula, o que faz imenso sentido para as crianças e os jovens, apesar de ser o contrário do direito à educação, ou seja, o direito de ter aulas. 
Então, verifica-se o seguinte: o aluno tem o direito a não ter aula e a ir brincar e fazer arruaças para onde lhe apetecer, o professor, dado que tem direitos iguais, tem o direito de ser humilhado publicamente por alunos e funcionários (são os funcionários, hierarquicamente muito inferiores aos professores, que marcam as faltas aos professores). Para além de haver funcionários muito temperamentais, é claro que o relógio dos alunos funciona segundo a conveniência dos mesmos e, neste caso, de acordo com a maioria, que o atrasa ou adianta, conforme lhe dá mais jeito.
Sendo assim, se o professor se atrasou 3 minutos poderá ter falta, embora possa não marcar falta a um aluno que se atrasou 30 minutos, ou por bondade, ou por tolerância, ou por estupidez, ou ainda porque tem medo dele. É claro que não poderá dar aula, pois todos os seus alunos têm o direito de zarpar a grande velocidade, injuriando-o enquanto se retiram e apontando para os relógios e telemóveis, cuja hora alteraram.

Não pensem que exagero: sei do que estou a falar!
O direito à não-educação é muito mais perceptível para os estudantes do que o direito a apanharem uma seca e uma estopada, tendo aulas. E os adultos não refletem de maneira muito diferente, nem muito mais profunda...
(N.B.: É por eu ser de esquerda e estar entre a espada e a parede nestas eleições que reflicto desta maneira - a crítica é importante).

segunda-feira, maio 23, 2011

Teoria da opinião contrária

"Quando todos pensam da mesma maneira, ninguém está realmente a pensar"
Walter Lippman

Esta frase é de tal modo verdadeira, que existe a "Teoria da opinião contrária", aplicável aos investimentos nas bolsas de valores. Assim: quando toda a gente pensa que a bolsa vai subir, é porque vai cair e vice-versa. Mas tem de ser mesmo uma opinião generalizada.
Giro, não é?

domingo, maio 22, 2011

Aung San Suu Kyi


Reparem nesta fotografia de Aung San Suu Kyi:

Esta mulher frágil e doce, que passou grande parte da sua vida na prisão porque protesta, porque é perigosa para o poder instituído... porque quer mudar e isso é inaceitável para quem manda, deve, ou pode, inspirar-nos.

A foto representa-a no dia em que foi libertada. Ainda agarrada às grades que a separaram do mundo e com um ar orgulhoso, sereno, firme e vitorioso re feliz... apoiada nas grades. E sem ódio.



I always consider myself free because my mind is free. Ver entrevista aqui.

sábado, maio 21, 2011

Língua Portuguesa no Brasil

Imaginam este debate aqui em Portugal? 
Considerar a linguagem popular, "não erudita, como se fosse um dialeto"?
Para sermos todos iguais, os que falam de uma maneira e os que falam da outra?
Então, foi publicado no Brasil um livro de educação para jovens e adultos, no âmbito de um programa do Ministério da Educação, em que aparecem frases no tal "dialeto" como "nós pega o peixe".
Ministério da Educação considera que não deve interferir na polémica que foi gerada, porque não lhe compete.
Questão interessante...

quinta-feira, maio 19, 2011

Quando sairá o filme americano sobre Strauss Kahn? E o francês? E o português?

Para quando o filme americano do Dominique Strauss Kahn? Acusando-o, claro, de ser um tenebroso mulherengo... sexista, violento e tremendo, como os há aos molhos nos filmes americanos? Ou é condenado no fim, ou libertado no início.
E a versão francesa, mostrando o Diretor do FMI cheio de dúvidas existenciais, dividido entre a atração que sente pela empregada do bar e a que sente pela empregada de quarto, e logo depois dividido entre a atração que sente pelos maridos das duas e pelo amante da esposa?
Na primeira cena, a personagem principal, abraçada a um jovem e belo negro, chora, afirmando que gosta demasiado de mulheres, o que lhe parece contraditório com o igualitarismo socialista, que sempre professou. Logo a seguir, pega mo Ipad e realiza cálculos sobre o juro a aplicar à dívida portuguesa.

Não perca, num cinema perto de si. 

E para muito mais tarde e com muita mais calma, o filme português do Manoel de Oliveira. O único cenário é o quarto de hotel, a única ação é a rapariga a dizer, em guineense: Ké Frô? O que foi entendido, erroneamente, como um convite a algo mais... dada a óbvia semelhança entre a palavra frô e a palavra "fror", da poesia medieval trovadoresca.
Tudo o mais se baseia no trocadilho e na indecisão conceptual entre os seguintes termos: dúvida interna, dívida externa... dívida interna, dúvida externa, etc.
Na cena final, alguém (não se percebe quem é) ri às gargalhadas, com o ar de quem não acha graça nenhuma e, após vários minutos a rir desta maneira, fica muito sério e diz: 
- Pois.
(Frase que pode ser interpretada de diversas maneiras, claro).


É nesse momento que o rapaz dos bilhetes vai acordar os três espectadores que conseguiram aguentar as cinco horas de filme sem intervalo. Um deles está morto e supõe-se que morreu de tédio existencial.

A Meretriz Nazi

A MérKula quer subir a idade de reforma na terra dela, para 69 anos. Tão pouco? E porque não 82?
E quer que os portugueses tenham menos férias e trabalhem mais e até ao 69. Esta tendência dos alemães para mandarem em casa alheia...
Mas os políticos portugueses permitem estas humilhações públicas de todo o povo português, da Mérkula e dos Verdadeiros Não-Sei-De-Aonde... Não deveriam protestar, ou pelo menos responder, como fazem os espanhóis?




"o governo de Madrid rejeitou de imediato a proposta de Merkel unificar as férias e a idade de reforma na União Europeia"

Ao que parece, os próprios alemães responderam que, em média, os portugueses trabalham até mais tarde e têm menos férias que os alemães...

quarta-feira, maio 18, 2011

A coelha e a cágada

Num curso de Escrita Criativa que ando a frequentar, a ver se me inspiro, exigiram-me que contasse o conto da lebre e da tartaruga sem nunca usar a letra u. O resultado podia ser melhor, mas... se virem algum u, digam.


Eram três vezes, digo três, por ser a "conta - Jeová a fez", a história da lebre e da alimária chamada cágado. Fémea. Eram amigas, mas destestavam-se solenemente, como se detestam às vezes os amigos, por serem diferentes e opostos: a lebre era rápida, a cágada era lentíssima. E as outras diferenças entre elas eram idênticas a estas.
Contaram-me esta história três vezes de cada vez, "por ser três a conta - Jeová a fez"  e para me ficar para sempre na memória. Até hoje. E é assim, como ides ouvir três vezes.


Certo dia, a cágada desafia a lebre:
- Vamos correr desde esta árvore, a partida, até à meta, ali abaixo. Partimos ambas ao mesmo tempo. Chega você primeiro? Vence a lenta da cágada? Vence a rápida lebre? Veremos! Borá lá?
Espantada, a coelha responde, a rir:
- Bora Lá! Mas, como é claro ser a egas a chegar primeiro, pois a egas corre mais, pode você ir andando. Espero por você três horas, pelo menos e só depois parto da linha da partida.
- A carapaçada, talhada para aproveitar todas as ocasiões, as que fazem os grandes ladrões, os grandes vilões, os grandes peixões e os marmanjões, com grande freima e com maior descaramento, aceita a enorme vantagem e começa logo a corrida, andando às vezes devagar, às vezes ficando parada, tão devagar e tão parada, ao ponto de fazer perder os nervos à coelhita. Em dado momento, a lebre desata a rir. Ri-se às gargalhadas tanto, tanto tanto... De repente, fica com dores de barriga de rir e vai à farmácia mais próxima, comprar três caixas de Kompensan.
Já na farmácia, a dita coelhone encontra a vizinha do andar de cima, a chata. A chata começa logo a lamentar-se do marido, também chato, e da tia, ainda mais chata. E da vizinha da frente, essa então... A coelhone já estava farta e ia a sair, mas a vizinha ainda acrescenta:
- Lembra-se da minha empregada doméstica?... blá blá blá...
Enfim, todos fazemos fretes...
Quando a lebre chega, a correr, à meta... Enfim, toda a gente sabe o resto: a carapaçada já lá estava à espera e satisfeitíssima:
- Estás a ver?
- Sim, claro... mas as lebres, pelo menos, ainda podem desaparecer a grande velocidade para escapar às histórias secativas dos chatos e das vizinhas. Você, pelo contrário, há-de apanhar cada seca! (e narra-lhe o episódio da farmácia)
- Não, está você enganada! Elas não têm pachorra para andar devagar. Começam a contar a história e de repente, no melhor da festa, dizem assim:
- - Olhe, gostei de falar consigo, mas o marido está farto de esperar e o jantar está no fogão e o fogão a gás ligado e, portanto, tenho de ir.
- - Ah, sorte tem você! ... Então deve ser por isso que o nosso país está na parte de trás, comprida e fininha da CEE! Os lentos e os atrasados estão sempre, entre nós, à frente, e nós, as alimárias despachadas, esforçadas e com as competências, perdemos sempre todas as corridas.


(Cenas dos próximos episódios: a cágada e a lebre concorrem às eleições presidenciais. Não perca.)

terça-feira, maio 17, 2011

Água para elefantes



Este é um daqueles filmes que nos ficam na memória e que regressam a ela sempre que podem, sempre que há espaço, como algo de belo e de suave a recordar.

sexta-feira, maio 13, 2011

Os pintassilgos de Catroga


Estive alguns dias, como quase todos os bloggers, sem ter acesso aos meus blogues, porque o blogspot esteve com um bloqueio e os blogues só apresentavam a possibilidade de leitura.
E nem pude dar uma opinião sobre assunto de suma importância para a nação: os pintassilgos de Catroga.

Terá este candidato a ministro das Finanças, Eduardo Catroga, afirmado que os jornalistas só se preocupam em discutir uma determinada variedade de pintassilgos, designada em latim por "puffinus obscurus", ou, em português, por "pintelhos", como se poderá verificar consultando um bom dicionário.

A provar que o ministro tem razão, em poucas horas esta palavra portuguesa passou a ser a mais utilizada no Twitter português. E não se falou doutra coisa em lado nenhum.

O provável futuro ministro das Finanças promete não ser tão chato como os outros, visto que tem sentido de humor, capaz de fazer rir um país inteiro e de franzir de horror os mais púdicos, o que também se torna divertido..

quarta-feira, maio 11, 2011

O Patos mudos não Voam

 
Nesta terra (Imunda) existe a ideia de que "o respeitinho é muito bonito", de que é bom não fazer ondas... etc...

Isto é particularmente fácil de fazer para quem não tem um pingo de senso crítico. Para quê, então, cansarmo-nos a desenvolver esta capacidade, mais a inteligência, a memória e todas essas coisas desnecessárias, imúteis e mesmo perigosas?

O único inconveniente é este: os patos mudos não voam

terça-feira, maio 10, 2011

Sócrates acusado no Financial Times

"A gestão da crise por Portugal tem sido “apavorante”, e o anúncio por José Sócrates do acordo alcançado com a EU-FMI é um “ponto alto do lado tragicómico da crise”, segundo um artigo de opinião publicado no Financial Times de ontem.
“Não se pode dirigir uma união monetária com pessoas como o sr. Sócrates, ou com ministros das Finanças que espalham rumores sobre uma cisão” da moeda única, diz ainda."

Clicar para ver tudo no Público


No original ainda é pior


José Sócrates, prime minister, has chosen to delay applying for a financial rescue package until the last minute. His announcement last week was a tragi-comic highlight of the crisis. With the country on the brink of financial extinction, he gloated on national television that he had secured a better deal than Ireland and Greece. In addition, he claimed the agreement would not cause much pain. When the details emerged a few days later, we could see that none of this was true. The package contains savage spending cuts, freezes in public sector wages and pensions, tax rises and a forecast of two years’ deep recession."

segunda-feira, maio 09, 2011

Na Feira do Livro de Lisboa, aos dias de semana, depois das dez horas da noite, muitas editoras fazem desconto de 50 por cento em todos os livros que tenham mais de 18 meses, incluindo dicionários e outros "calhamaços". Descobri isso por acaso e resolvi avisar.

E cá temos a resposta da Finlândia



Entretanto e segundo o Público, a Finlândia vai dar apoio a Portuga. Tratou-se de manobras estratégicas da extrema-direita, que nunca olha a meios para atingir os fins. Neste vídeo eles gabam-se de terem combatido os nazis, mas... mas...
Não, não somos os úuunicooos... não somos os únicos a gabaaaaar-nos... :)
VER AQUI

O 1º País a abolir a escravatura?

Há vários blogues portugueses a denunciarem os erros históricos cometidos no vídeo que a Câmara de Cascais fez, para enviar aos Finlandeses. E vai fazer mais. *
A acreditar nesses blogues, quase nada, nesse vídeo, corresponde à verdade.

O que me saltou à vista, numa primeira visualização, foi a ideia peregrina de que Portugal aboliu a escravatura 100 anos antes dos Estados Unidos. De facto, é usual dizer-se que Portugal foi o 1º país a abolir a escravatura. Tenho discutido este assunto, que a princípio me despertou muita perplexidade. É um dos muitos mitos em que se baseia o orgulho português e quase que a própria identidade portuguesa.

O Marquês de Pombal aboliu a escravatura em 1761, mas só no papel. Aboliu-a em Portugal Continental e na Índia Portuguesa, quero dizer, nas colónias portuguesas na Índia, deixando bem claro ser muito importante que não faltassem escravos no Brasil.

Portugal tem uma das histórias mais vergonhosas do mundo no que diz respeito à escravatura e precisa duma mentira deste calibre para se branquear. É esta a origem dos mitos, quase todos inventados por Salazar e apaniguados.

A escravatura só foi abolida no Brasil muito depois da independência do Brasil, mais exactamente em 1888. Em território português, ela existiu na prática, ainda durante o Salazarismo e até ao 25 de Abril.
Não há muitos portugueses que saibam estes factos: quando, nas colónias africanas portuguesas, um "criado" negro não queria continuar a trabalhar para o português branco (eram ambos considerados portugueses, mas...), muitas vezes porque era espancado por ele, fugia.
Depois de fugir, era procurado e normalmente apanhado por uma polícia especial só para negros, constituída por negros e mulatos. Era espancado pela polícia por ter fugido e logo entregue ao antigo patrão.
Isto não é escravatura?

O romance "Equador" de Miguel Sousa Tavares explica bem, baseado numa investigação histórica, como a escravatura persistiu no Sec. XIX, com alguns disfarces legais, pouco disfarçados e nada legais.
Para não dizer que os portugueses se destacaram pela negativa no tráfico negreiro, até mesmo quando ele era proibido nos mares.
Quando se estudava, durante o Estado Novo, décadas de 60 e 70, aprendia-se que, entre as nossas muitas colónias, tínhamos Goa, Damão e Diu. Já não tínhamos. Era mentira.

Pobre da Terra Imunda que precise destas mentiras demasiado descaradas para se orgulhar de si mesma. Há-de haver motivos mais válidos.
Portugal pode orgulhar-se do que fez bem, não precisa de se orgulhar do que fez mal.

* N.B.: O vídeo está neste blogue, é o penúltimo post antes deste (Maio de 2011).

Ver blogues que apontam os erros


COMO ESTE POST TEM DESPERTADO MUITO INTERESSE E MUITA POLÉMICA, APAGUEI MESMO ALGUNS COMENTÁRIOS POR DESCABIDOS E / OU OFENSIVOS, DECIDI ATUALIZÁ-LO EM 25 /  9 / 2015, COM BASE EM NOTÍCIAS DE COLÓQUIO SOBRE O ASSUNTO

Como falar de escravatura sem ser antiportuguês

Uma história da escravatura sem heróis (incluindo o escravo)http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/como-falar-de-escravatura-sem-ser-antiportugues-1708787


(Ver outros posts deste blog sobre escravatura, clicando no link abaixo.)

domingo, maio 08, 2011

Zé Socas

IMAGEM: PATO MUDO, EM TENTATIVA DE VOAR

As pessoas que têm mau feitio conseguem quase sempre levar a sua avante. Neste país de brandos costumes, cedemos, contemporizamos... acabamos por concordar com tudo, pois é essa a ideia dos brandos costumes.
Vem isto a propósito. O José Sócrates, mais conhecido por Zé Socas, tem muito mau feitio.
Quando o Pedro Passos Coelho afirmou que se devia privatizar as empresas públicas como solução para  a crise, vem o Zé Socas metê-lo a ridículo. E toda a gente o achou ridículo. 
Quando Pedro Passos Coelho não aprovou o PEC 4, impondo a vinda, inevitável e já muito atrasada do FMI, o Zé Socas acusou-o de queria aqui o FMI, uma coisa medonha e horrenda. E todos concordaram, não com as ideias gerais, que ninguém entendeu, mas com  a ideia genérica de que o Zé Socas tem mau feitio e por isso devemos concordar com ele, ao passo que o Passos tem bom feitio e portanto não se importa nem fica triste se não concordarmos com ele. E até mesmo não se importa se o acusarmos de ser parvo, apesar de, obviamente, não o ser. Poderá não ser óptimo, mas pelo menos é diferente.
Mas se acusarmos o Zé Socas de ser parvo, o coitadinho fica melindrado porque tem mau feitio e vai sofrer muito com isso e vai esbracejar e espernear muito com isso. E como nós temos brandos costumes, 
DAMOS-LHE RAZÃO; CLARO!!!!!!!!!!! Votamos nele... claro...


Tenho ouvido esta ideia, que me não desagrada:
- " Até pode ser que os actuais políticos sejam todos uma merda. Talvez sejam. Mas, nesse caso, eu quero outra merda."


É chato. Mas é fácil concordar.

sexta-feira, maio 06, 2011

A crise desperta o humor

Gostei deste artigo do Jornal de Negócios, assim como da palavra PORMAIOR  / contrário de pormenor

Não querem contratar a Troika?

Três homens que não conheciam a economia portuguesa vieram a Lisboa e em três semanas fizeram o melhor programa de Governo que o país conheceu em décadas.

Este "pormaior" merece reflexão. Porque se eles conseguiram fazer um programa de Governo completo, é porque os problemas estão bem identificados. Razão pela qual vale a pena perguntar porque é que os partidos que nos governam não propõem um receituário desta qualidade. Se calhar é porque a qualidade da decisão política portuguesa é má.
O programa de ajustamento é duro? É. Vai ser muito difícil cumpri-lo, nomeadamente em matéria de redução de despesa (v.g. os protestos de Rui Rio, político de direita, sobre o corte de chefias nas autarquias)? Sem dúvida. Mas sejamos honestos: o programa é aquilo de que o país precisa para se modernizar. De tal maneira que é legítimo dizer que se 80% do que lá está for cumprido, daqui a cinco anos Portugal será um país muito diferente (para melhor). E nem é preciso o marketing do engenheiro Sócrates para prometer isto...
[...]
Camilo Lourenço

quinta-feira, maio 05, 2011

FMI: afinal 3 homens vêm cá resolver tudo

Com  a conferência de imprensa do FMI, ficou tudo tão claro como a  água:
1. Se o FMI tivesse sido chamado mais cedo, a sociedade portuguesa sofreria menos e a dívida portuguesa não se teria agravado tanto.
2. O PEC 4 não resolvia nada nem era realista.
3. As parcerias público-privadas são desastrosas e deverão acabar o mais depressa possível.
4. As reformas tinham de ser feitas e não foram.


Será que depois disto as pessoas vão continuar a votar em Sócrates? Receio bem que sim, pois a sociedade portuguesa está a dar razão às anedotas brasileiras do portuga parvo e idiota.

quarta-feira, maio 04, 2011

Somos burros? Não insultemos os burros... que não são burros. Os animais, quero dizer


É tão verdadeira e tão incrível esta situação! Parece as anedotas que os brasileiros contam dos portugueses, acusando-nos de sermos burros. Seremos?


Reparei agora que se trata mesmo de uma banda desenhada de autor brasileiro, Angeli. Mas esta anedota, em vez de ser inventada, é mesmo verdadeira.

domingo, maio 01, 2011

Lisboa: a quarta cidade mais bela do mundo!






Lisboa foi considerada pelo http://ucityguides.com./ a quarta cidade mais bela do mundo. As outras escolhas também são interessantes para nós e mesmo motivo de orgulho: entre as cinco primeiras, estão quatro europeias e duas de língua portuguesa.
Lista das cinco mais belas:
 Veneza, Paris, Praga, Lisboa, Rio de Janeiro
Dez mais belas: as mesmas cinco, seguidas de: Amesterdão, Florença, Roma, Budapeste e Bruges.


A respeito de Lisboa:
“[A cidade] possui uma beleza natural, acentuada por detalhes como a calçada, as suas fachadas em azulejo e a cor pastel dos edifícios, que criam uma atmosfera singular já apagada em tantas outras cidades”.


As pessoas que a escolheram para viver, como eu, deverão sentir-se mais felizes do que as pessoas que simplesmente nela nasceram... acho eu...

sexta-feira, abril 29, 2011

Casamento Big Brother e beatificação do Papa: Para quê ter opiniões?

Claro.
A mocinha casou com o príncipe e ficou tudo de boca aberta, a babar-se. Tão romântico!!!
Monárquicos, republicanos, latinos e nórdicos, orientais, se calhar...
Tal como Eça preconizava, vivemos numa sociedade romântica. Muito pior: vivemos numa sociedade dúplice, em que a fé e a falta de fé são exactamente idênticas, o que anula, se bem entendi, o livre arbítrio. 
Pelo menos um nadinha. De nada. Tão pouco, que ninguém repara.

E amanhã, ou depois de amanhã, temos a beatificação do papa "comunista" e "anti-comunista".

Para crentes, descrentes e sobretudo para aqueles que são simultaneamente crentes e descrentes, monárquicos e anti-monárquicos...

Para quê ter opiniões?

Para quê ter opiniões, se podemos perfeitamente ter uma opinião e também a sua contrária?

Só é pena quando as pessoas votam num partido apesar de serem contra esse partido e não votam noutro, apesar de serem a favor do outro...

quinta-feira, abril 28, 2011

Activismo online: liberdade de expressão na China

Activismo online é algo que tenho / temos feito neste blogue.

Neste caso, o artista chinês Ai Weiwei foi feito desaparecer pelas forças de segurança da China.
Actualmente, as elites chinesas compram muita arte contemporânea, por esse motivo a organização de defesa e luta pelos direitos humanos, Avaaz, propõe que as galerias de arte e os artistas deixem de expôr na China, até que algo de novo aconteça. Podemos assinar a petição online, aqui: 

Free Ai Weiwei!

Mas nós andamos tão subservientes a quem tem dinheiro... Os chineses têm muito... será que podemos fazer isso? Devemos? E o dinheiro?
- Você pediu alguma coisa a alguém? Eu, não.

"Governador do Banco de Portugal quer que políticos sejam responsabilizados por incumprimentos."


Porque é que não são? 
Até há quem diga que não temos nada que pagar a dívida. Que a pague quem a contraiu. 

terça-feira, abril 26, 2011

Primavera

Primavera no Douro
Nada nos pode estragar o prazer de viver mais uma Primavera.
Que se lixem os políticos, os FMIs, essa gentalha. A política segue dentro de meses, quando tivermos tempo para pensar nisso.
Quando chover.
(Apesar da beleza da paisagem, ela mostra também um outro lado: o abandono da agricultura - vê-se que a quinta foi abandonada e a "casa de lavoura" também).
A beleza da desordem.

segunda-feira, abril 25, 2011

Santas Páscoas


Visita Pascal no Douro
Posted by PicasaQue as Santas Páscoas não nos transformem em autoflageladores e masoquistas.
Que as Santas Páscoas sejam o início das Santas Guerras, para recuperarmos o orgulho dum país que já tem 800 anos e que já viu muita coisa.

Esta mulher tem Pinta: tem feito muito pela Casa Fernando Pessoa. Resolveu agora ser polemista à maneira antiga

"A Ditadura Democrática Portuguesa elimina os que pensam e promove os Burros (peço desculpa ao animal, por quem tenho muito carinho e admiração) 


Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.

Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade
.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

 

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.

Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

 

Este é MESMO o maior fracasso da democracia portuguesa!"


 

Clara Ferreira Alves, "Expresso"