Sempre admirei as pessoas que são muito diferentes de mim. Não as mais "sensatas", não as mais dentro da norma, ou seja, não quase todas, mas sim uma minoria muito diferente de mim, que é muito mais extravagante, muito mais fora do comum.
Por isso fiz a tese de Mestrado sobre a Natália Correia, que continuo a admirar e que conheci pessoalmente muito bem. Porque a Natália não fazia menor ideia do que era ser "normal", já que foi criada com uma avó louca, demente.
Proponho este projeto aos meus queridos amigos. Vamos fingir que tivemos uma avó espantosa, diferente de todo o mundo, que nos legou a fortuna de não percebermos o que os outros consideram ser normal..
O problema dos portugueses é quererem ser normais, sem refletirem sobre o que quer dizer ser normal.
Ser corrupto, por exemplo, é ser normal.
Ser um estudante "rebelde", querendo dizer com "rebelde", ser um rapaz malcriado, grosseiro, sem interesses, sem ética, sem nada, é ser um rapaz normal.
Ser normal é achar normal tudo o que está mal e que sempre esteve mal nesta nossa terra.
Confundindo ser rebelde com ser ignorante, vulgar e, portanto, corrupto.
Vamos ser diferentes em 2015?