sábado, setembro 03, 2016

Feira do livro da Presidência da República




Esta feira do livro do Presidente serviu para demonstrar o que já se sabia: as principais editoras portuguesas publicam muitos livros de autores portugueses, mas é quase tudo lixo. Lixo caríssimo, com desconto a maior parte dos livros custava 14,99 Euros e que ninguém compra pois saía quase toda a gente sem livros.
Como quase só publicam livros comerciais, mainstream, ficam muito atrás dos congéneres estrangeiros. E os que são diferentes não os publicam.
Mas os jornais vão dizer maravilhas.

A ideia de fazer está feira é boa e é agradável que o palácio de Belém se torne mais acessível e mais visitável.

Vergonha, malícia e inocência: ainda sobre o burquini, burka e quejandos



Quando, em 1500, Pêro Vaz Caminha chegou ao Brasil, escreveu uma carta a D. Manuel, em que se mostra surpreendido com as pessoas que encontrou.
Embora andem nuas, não mostram vergonha nem têm malícia. O que o leva a concluir que são inocentes e que será fácil ensina-lhes a doutrina de Cristo.
Cinco ou seis séculos depois ( creio que 1500 ainda era século XV, sendo século XVI em 1501, voltamos a esta questão da malícia e da vergonha. 
Brincando com o caso dos burquini, alguns não conseguem disfarçar que o consideram mais decente do que o biquini, mostrando crianças ao pé de adultas nesta indumentária.
Mas é aí que reside a diferença. 
Conseguimos andar de biquini, ou nuas, sem vergonha nem malícia, sem corrermos o risco de um homem nos violar por não ser capaz de se controlar e isto, apesar de a nossa sociedade dar grande importância ao sexo e ao sex- appeal.

Por outro lado, a exibição desses espantalhos em burquini nas cidades e praias europeias é uma afirmação de uma política que nos é adversa e mesmo inimiga. 
Uma política em que não se separa o religioso do profano, a privacidade da promiscuidade, em que a polícia religiosa entra na casa das pessoas para ver o que estão a comer e a beber, ou se estão a comer quando deviam estar em jejum, etc.
Não se trata de liberdade religiosa, trata-se de aceitar a política dos inimigos da modernidade, do laicismo  das mulheres e dos inimigos do cosmopolitismo.

Mas sobretudo, são inimigos das mulheres.

Todos nos sentimos desadaptados deste mundo

Quando somos novos, estamos convencidos de que os "velhos" se consideram velhos e que estão habituados a ser velhos.
Na verdade, todos nós sentimos, em todas as idades, como rapaces ou raparigas ainda não adaptados a este mundo. E ainda um pouco extravagantes.
Porque os que se adaptaram a ser velhos morreram logo. E isto acontece a partir dos 19 anos. 

sábado, agosto 27, 2016

Espiunca e os passadiços

Se formos a Espiunca uma vê por ano, nos últimos três anos encontramos três Espiuncas diferentes e irreconhecíveis.
Uma antiga em que só havia um rebanho de cabras, meuá meia dúzia de casas e uma trsquinha.
Uma que parecia um estaleiro, no ano passado, totalmente destruída no seu isolamento idílico.
Uma com um parque de estacionamento num campo  ainda com vinha, com casas compradas e restauradas por gente das cidades para férias e fins de semana, com barezinhod moderno, a deste ano. 
Tudo por causa dos passadiços do Paiva, claro.
Agora paga-se dois Euros para caminhar nos passadiços, ou um se comprado pela Internet, o ano passado era grátis.
O ano passado era possível fazer todo o percurso, este ano só a metade menos interessante, da Espiunca ao Vau e regresso a pé, pois não se pode ir ao Vau de automóvel.
Este ano também, viam-se pessoas a resmungar porque não queriam ir, ou sem resmungar mas com cara de quem fã um grande frete. 
De resto, é tudo maravilhoso.

Vemos na foto um barzinho ao pé do parque de estacionamento / campo com vinha de casta americano branco, totalmente proibida, mas com uvas muito boas para comer. E para fazer vinho americano. Fica também a poucos metros da praia fluvial.
Aqui toda a gente fala com toda a gente é é possível fazer um picnic nestas mesas, levando a comida e comprando as bebidas, como este verde branco de Castelo de Paiva, Quinta do Valtruto.








quarta-feira, agosto 24, 2016

Portugal nas Olimpíadas 2016



Nas Olimpíadas deste ano só ganhamos uma medalhita castanha, e foi com uma mulher a bater noutra.

 Conclusão: as mulheres portuguesas são as terceiras melhores do mundo a bater no mulherio.

domingo, agosto 21, 2016

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

II
Quem defende o uso do burquini na Europa também defende que as mulheres possam fazer nudismo no Irão e na Arabia Saudita, ou a sua tolerância tem dois pesos e duas medidas? 

Saberá que há feministas muçulmanas que protestam contra todos estes trajes ridículos, niqab, burka, burkini? Que as mulheres são obrigadas a usá-los, sob pena de serem agredidas na rua? Que nós temos de nos vestir como elas, se formos a esses países? 

Saberá que uma mulher de unhas pintadas pode ser impedida de rezar por "não poder lavar as mãos" e corre o risco de lhe cortarem os dedos?

"O burquini não é uma vestimenta como outra qualquer (...) faz parte de uma estratégia, que se não vier a ser desencorajada por medidas preventivas acabará por alcançar o seu objectivo final: interditar o espaço público às mulheres! " - afirma uma jurista muçulmana. Di também que já poucas mulheres em Marrocos se atrevem a ir a praia de fato de banho, com medo de ser agredida por fanáticos que são obcecados pelo sexo. 

Ver Aqui: http://www.huffingtonpost.fr/fatiha-daoudi/non-monsieur-plenel-le-burkini-nest-pas-un-vetement-comme-les-autres_b_11603446.html

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

Ver também aqui : http://www.elmundo.es/sociedad/2016/08/26/57bf31f222601dab718b45bc.html

terça-feira, agosto 16, 2016

Portugal mudou para melhor, neste século

Quando vim viver para esta casa, já no século XXI, houve uma noite em que um grupo de arruaceiros virou ao contrário todos os caixotes do lixo da rua e partiu os vidros da nossa porta de entrada. Telefonei para a polícia, contra o conselho duma vizinha velhinha, de que não valia a pena. Eu acho sempre que vale a pena. Quanto mais não seja, para observar. E para poder criticar outra vez, já com mais informação.
Quando acabo de explicar o caso, o senhor polícia pergunta:
- É quem me garante que não foi você que partiu os vidros? 
- Eu?! Então se eu tivesse partido os vidros ia telefonar para a polícia? 
- Claro, telefonava para acusar outra pessoa.
- Mas eu não estou a acusar ninguém, nem vi quem foi...
- Está a ver? Mais me ajuda.
- Então o senhor não vai ao menos tomar nota da queixa?
- Não tomo nota, porque nos telefonam para aqui muitas senhoras a dizer coisas dessas, por isso nós achamos que são elas que partem as coisas e depois...
- Ah, o problema é serem as senhoras a protestar? 

Pela mesma altura, fui abordada na rua por um policia enorme, que disse ter sido meu aluno e estar muito contente por guardar a minha casa. Mas gostava mais de trabalhar numa outra esquadra onde esteve e onde prendiam muitos pretos. Gostava muito de pretos, até aprendeu crioulo, eles falavam entre si em crioulo pensando que ninguém os entendia, enfim, ele gostava imenso de bater nos pretos. Perguntei aos meus botões que educação teria eu dado àquela criatura. Essa não foi.

Fui recentemente à polícia, pedir que me vigiem a casa enquanto estou por fora, como tenho feito nos últimos anos. Fui atendida por uma raparigona simpaticíssima, delicada. Estava a atender amorosamente uma velhinha que chorava e gritava: - "Roubaram-me tudo!". Passou-a a outro polícia mais velho, mas também simpático e só então me atendeu.
Mostrou-me os papeis, pois não conseguia encontrar o impresso, ajudei-a procurar, nem me pediu o documento de identificação.

 Portugal mudou assim tanto para melhor neste princípio de século? Será que temos a noção disso?

sexta-feira, agosto 12, 2016

Presidente e Geingonça quase como devem ser um Presidente e umaGeringonça


Pela primeira vez temos um presidente quase como deve ser e um governo de esquerda quase de esquerda e quase como deve ser. 
É por isso que as críticas que lhes fazem dão vontade de rir.
Por exemplo: ter chamado mais cedo a ajuda internacional. Por exemplo, antes de o rapaz da Madeira ter decidido acabar com a Madeira.
Por exemplo: este governo tem mais funcionários. Em termos de quantidade a diferença não é muita, mas em termos de percentagem é enorme.
Por exemplo: o Presidente não deveria ter ido a França no avião da força aérea, que nesse caso iria fazer voos de treino, sem qualquer outra utilidade pratica. 
Por exemplo: o Presidente por um lado é uma ministra por outro, nunca deveriam ter ido a festas porque representam os portugueses e não há dia nenhum em que não morram portugueses. Todos os dias são dias de luto e não de festa.

Etc.

Toda esta conversa significa que está gente está desesperada. E que se guia por uma moralidade católica hipocrita, pré Francisco. Para essa, já demos.

Exploração dos incêndios pela comunicação social versus turismo


Esta maneira portuguesinha de fazer um choradinho sempre que ha um problema, exagerando-o para lá do razoável, colide, neste momento, com interesses económicos do país.
Nunca mais teremos turistas, se os telejornais não falarem de outra coisa senão nos incêndios. Grande ajuda!
Nunca tivemos e se calhar nunca voltaremos a ter tantos turistas, já que têm vindo para cá a fugir de lugares considerados inseguros, mas isso acaba depressa se as televisões continuarem a dizer que o país está em chamas, para gáudio dos masoquistas e demais "fadistas", que adoram ver os telejornais unitemáticos.

Não existem notícias no resto do mundo?

Moralidades

Ao Marcelo e a Geringonça são exigidas varias coisas novas: ministros, secretários de estado, presidentes, não devem ir a festas porque representam Portugal e todos os dias há alguns portugueses que morrem. Não devem deslocar-se a lado nenhum, a não ser que vão a pé, porque viajar é uma coisa muito divertida e que custas dinheiro aos portugueses, até porque muitos portugueses não viajam.

 Isto é a moralidade da direita católica, ou seja, PF - pré-Francisco.

quinta-feira, agosto 04, 2016

Fontana della Barcaccia - Roma




Esta Fontana della Barcaccia, obra menos conhecida mas não menos bela de Bellini e que tanta alegria e refrigério dá aos passantes, foi recentemente destruída por uns ingleses engraçadinhos, que a fizeram em bocados pequenos. Reconstruída como se pôde, parece ter ficado mais baixa.

sábado, julho 30, 2016

Ter pena dos bombistas suicidas



Estes terroristas suicidas e parvos fazem-me pena. Numa notícia lida hoje, foram presos dois.
 São logo dois irmãos que acabariam por ser mortos.
 Em nome de quê?
 Não sabemos, nem eles sabem, mas boa coisa não será. E religião também não.

E se espalhássemos aos quatro ventos que temos pena deles?

quinta-feira, julho 21, 2016

Verdadeiro líder?


Falando uma vez com uns deputados que frequentavam o mesmo bar que eu, eles disseram-me que apoiavam o Santana Lopes, já não me lembro para quê é estavam muito entusiasmados. Diziam que ele conseguia concitar vontades, fazer acreditar no futuro, levar o Povo a dar o seu melhor. Não aconteceu, nem de perto nem de longe, mas parece-me que está a acontecer agora, com todas estas medalhas e todas estas vitórias. 

terça-feira, julho 19, 2016

A Jagunça

Escrevi Bagunça e o corretor ortográfico do Facebook emendou, várias vezes, para Jagunça, termo que aceita muito bem.
Ai também existem jagunças? (Se existem, creio que conheço meia dúzia.

domingo, julho 17, 2016

A alegre casinha é dos Xutos e Pontapés? Quem diria?!

Um tipo dos Xutos e Pontapés  disse sentir-se muito feliz por a seleção dos campeões ter cantado a sua cantiga "alegre casinha".

Esta cantiga já existia quando ele nasceu, era famosíssima até pelo seu ar naif, só lhe acrescentaram um bate latas que não a favoreceu nada e que quase lhe tirou esse tom ingénuo e saudosista. Deram-lhe xutos e pontapés, mas ela resistiu, mesmo assim.

E ninguém protesta...

A cantiga há-de perdurar quando ninguém souber que existiu esta criatura. 

Mas nem tudo é mau, neste cantinho da Europa onde os romanos demoram chegar



Vejam: 

Portugal à beira de ficar rico

Portugal é já o quinto produtor mundial de lítio, e a procura desta matéria-primapara baterias de carros eléctricos vai quadruplicar


Esperemos que os terços rezados pelo Presidente da República Marcelo não resultem só para medalhas desportivas. 

Se Portugal ficar rico, então sim, vamos todos Fátima. A pé, em pé, a cantar, a dançar, etc.

Afinal, talvez o nosso problema fosse sermos incréus.

A Turquia, o Erdogan, a Merkel, A União Europeia e o elétrico da democracia



Quem é que ganha com este golpe de Estado na Turquia? O fascista e apoiante de terroristas e líder da Turquia, Erdogan.
Ele próprio resumiu esse bónus que recebeu, dizendo que foi um "presente de Deus".

Na verdade, só pode ser um presente que o Erdogan deu a ele mesmo.
A criatura define assim a democracia: é um elétrico que nós abandonamos quando chegamos à paragem.


Ele não podia abandonar o elétrico, mas agora já pode: mandou prender os militares que o criticavam, os juízes que não faziam o que queria e ainda quer reinstituir a pena de morte.

Enfim, quer destruir tudo o que fez o grande herói da Turquia, o Ataturk, que a modernizou e ocidentalizou, como queriam as elites.

Este, ao contrário das elites, procura o apoio do povão ignorante e fanático, que é a maioria. Povão que se põe à frente dos tanques, a pedido de Erdogan, deixando-se matar pelo próprio Erdogan. Que quer ser o grande herói da Turquia, o segundo Ataturk, pois o nome significa: pai dos turcos.

Quem quiser entender um pouco mais do que é a Turquia, ler o livro do prémio Nobel, autor turco que nunca saiu de Istambul, a não ser por poucos dias. Comprei-o lá em inglês, mas existe em tradução portuguesa.

IstambulMemórias de uma Cidadede Orhan Pamuk

Que vai fazer a Europa da Merkel e do Hollande? Apoiar este ditador, como sempre o apoiou. Eles também querem sair na próxima paragem do elétrico da democracia, mas não podem e põem os seus interesses à frente dos da Europa.

Quando a Turquia for um regime fundamentalista islâmico dispostos invadir a Europa, a Europa pede socorro aos Estados Unidos.

E se os Estados Unidos conseguirem coser um remendo na situação, todos nós vamos criticar os Estados Unidos, sentados no sofá.

Como até aqui sempre aconteceu, desde a Segunda Guerra Mundial. Mas os sofás não duram para sempre.


terça-feira, julho 12, 2016

Durão, a Mamona das repúblicas

A mocinha que anda a ganhar prémios aos saltos deveria chamar-se Patrícia Barroso.
Barroso é um daqueles nomes de rua ou de avenida que funcionam como uma autoestrada para quem se chama assim poder chegar depressa onde quer. Nem precisam de ir aos saltos.
O Durão Barroso, pelo contrário, deveria chamar-se Durão Mamona. 
Porque gosta de mamar nas tetas das repúblicas. Da grega, da portuguesa, da irlandesa, etc. e da portuguesa, que foi a sua primeira. 
É isso que vai fazer para a Goldman Sachs, como tem feito sempre. 

segunda-feira, julho 11, 2016

11 de Julho, um dos dias de Portugal



Este é um dia muito maravilhoso.
Já não aguentávamos as  troikas, as austeridades, os coelhos, as merkeis, os cavacos. 
Já não aguentávamos tanta banalidade, tanta realidade, tanta traição.
Precisamos desta imensíssima catarse.
 Podemos ser bons. Muito bons. Muito ótimos. E felizes.
Já fizemos coisas mais difíceis. Muito mais impossíveis.
Já atravessamos coletivamente o vale das sombras e da morte.
Já passamos coletivamente por incontáveis vergonhas e humilhações.
Por enormes vitórias.
Afinal, já temos 800 anos. É uma história futura para construir.
Precisamos de inspiração. E de alegria.

quinta-feira, julho 07, 2016

Solução para Portugal? Voar, claro




No intervalo fartei-me de ver o jogo porque atiravam ao chão o Ronaldo sempre eu ele estava perto da bola. E Os árbitros não veem...
Fui para o jardim fotografar os fãs e depois jogar matraquilhos com os meus alunos pequenos.
Fiquei a saber que, não podendo avançar nem recuar, o Ronaldo voou. Inspiração para todos nós, para o nosso país que voa agora numa geringonça acima da Europa.
Se a Europa se põe à frente e atrás...

Solução para Portugal: Voar, claro, como o Ronaldo.

segunda-feira, julho 04, 2016







Como a minha mãe gostava muito da rainha Santa Isabel e como a sua festa é hoje, aqui no bairro, fui ver a benção do pão e das rosas. Cerimónia curta mas muito comovente e no fim deram-me esta rosa e esta saquinha com um pão. E comprei o livro de banda desenhada. Os cânticos eram lindos, pareciam ser africanos e os padres (ou 0 padre, não sei porque agora há muitos vestidos de branco) também abençoaram quem faz anos hoje, incluindo o padre que falou e as mulheres de nome Isabel.  O padre disse que este milagre das rosas era "truque de família", já que a tia-avó, Santa Isabel da Hungria, também o fez. Os padres andam saídos da casca. Ainda bem.

Na cerimónia só não gostei das vénias, que me pareceram demasiado veniais, do padre ou dos vestidos de branco (vestidos de padre?) ao presidente da câmara e ao presidente da junta. Mas são pecados veniais, pois foram eles que pagaram (Eles? Nós?). 


A igreja está em restauro e deve ficar ótima. O altar mor tem uma nova estrutura (garantiram-me que não existia antes) que faz lembrar a Torre de Santa Bárbara, mas não deve ser. Vê-se ali ao fundo. A pessoa com quem falei julgava que era uma estrutura transitória de madeira. Inauguração pública Terça-feira, 19 de Julho às 17:30 - 20:00.


Ver aqui, no Facebook


As outras fotos são da festinha propriamente dita, que tem melhorado, pois não é bem um tradição. É uma das muitas "tradições novas" de Lisboa.


Uma das fotos mostra como assam um porco inteiro e oferecem sandes de porco assado gratuitas a quem quiser. É a parte pagã da festa, ou talvez a medieval. Mas, depois desta cerimónia tão bonita e dum dia tão bonito, não só por este motivo, mas por outros inconfessáveis, decidi fazer um dia vegetariano. Esta é minha maneira de ser religiosa. Ah, que pena, lembrei-me agora que, a meio da manhã, comi um rissol... não me peçam perfeições, por favor. :) 


A rainha morreu em 4 de julho, faz hoje 677 anos. Muitos.

domingo, julho 03, 2016

Lisboa: o fora e o dentro nas noites de verão



Algo que eu detestava em Lisboa, cidade que amo e odeio às vezes, é que, no verão, nas noites, não dá para estar fora de casa, ao contrário do campo, em que não há dentro nem fora. Mas a cada ano surgem maneiras novas de estar na rua, como devia ser antigamente. Esplanadas nos jardins a dar o Euro, cinema ao ar livre, festas e festivais populares, etc. estamos, em muitos aspetos, a recuperar o que o antigamente tinha de bom.

sábado, junho 25, 2016

Brexit: não saem. Não saiam ainda que fossem corridos a pontapés

Não Eu sempre disse e por estranho que pareça, volto a dizer que os Britânicos não saem da União Europeia. Nao sairiam, ainda que fossem corridos a pontapés. E não são.
Desde o início da UE, os British estão sempre a fazer ameaças, de saída, de dissidência, etc., mas nunca cumpriram a ameaça. Quanto ao Euro, não saíram, só não entraram. 
 Depois não digam que não avisei.

Há neste momento uma perdição com um milhão de assinaturas a pedir a repetição do referendo.
E agora, com a demissão do primeiro ministro, com a ameaça de saída da Escócia, etc., não saem mesmo.

VER AQUI  


E AQ U I 
http://www.sabado.pt/mundo/europa/detalhe/e_possivel_novo_referendo_peticao_alcanca_um_milhao_de_assinaturas.html

quinta-feira, junho 16, 2016

Onde dormir, para passear pelo Rio Tejo? Na Quinta do Massapez.










Esta foto ficou tremida, mas dá uma ideia

Quando pensamos em ir navegar no rio Tejo, a partir da aldeia de Escaroupim, do concelho / vila de Salvaterra de Magos, várias perguntas se colocam.


A principal: ir e vir no mesmo dia? De Lisboa é fácil, até se pode ir de transportes públicos, os autocarros da Ribatejana. Mas nova interrogação se coloca: depois da tranquilidade absoluta, da paz serena, do silêncio entrecortado do canto das aves, regressamos de imediato ao bulício do trânsito e da capital? Resposta: 

- Claro que Não. que horror!


Fazendo uma pesquisa na net, não há muito por onde escolher, mas salta à vista uma hipótese tentadora. A ser verdade, claro, pois parece demasiado bom para ser verdade.



A Casa do Massapez, situada na Quinta do Massapez. (Clicar por cima para site do Facebook).



Trata-se de uma unidade de turismo rural, situada numa maravilhosa quinta de criação de cavalos lusitanos.

Tem uns quartos para alugar, nuns módulos em separado, uma espécie de bungalows, todos eles ao rés do chão, podendo nós sair descalços da casa e andar pela relva. Em vez de quartos ou além disso, há também umas casinhas com dois quartos, cozinha e sala, que podem ser alugado por uma família. Não é caro.

Podemos adormecer mal os passarinhos acabam de cantar e acordar quando eles acordam, pois o dono da quinta confessa não ser capaz de desligar esse despertador. Ouvem-se milhares de pássaros  cantar muito alto, mas esse som inscreve-se num silêncio repousante. Muito bom para quem precisa de fugir do bulício da cidade para a tranquilidade absoluta. 

Outra boa surpresa é precisamente o dono da quinta, veterinário e tratador de cavalos, muito atencioso, atento e delicado, sempre precedido por um engraçadíssimo e abelhudo cão, da raça Barbado da Terceira, chamado Café. Que se vê na imagem. E que nos raspa a pata na porta se não nos vê por ali durante muito tempo. Atrás vem o dono, se nos apetece conversar, capaz de nos maravilhar com as suas histórias. E com as suas cicatrizes, várias marcas de mordeduras na mão de vacas, de cães, etc., e de cavalos nas costas. Cada uma delas com uma história que fala de animais. E do amor pelos animais.

A quinta oferece também atividades com cavalos, não entendi muito bem, mas acho que podemos perguntar, passeios de barco pelo Tejo, concorrentes com os já mencionados da empresa Rio Adentro, uma piscina de água salgada, no verão e o que mais pudermos imaginar. 

Li o livro das visitas. Toda a gente diz maravilhas. Algumas pessoas passam lá o Réveillon e adoram, mas são elas que fazem a festa, não a quinta. Há também famílias que passam lá semanas e que regressam anos mais tarde, famílias e indivíduos, portugueses e estrangeiros.

Sentimo-nos em casa.


(Os cavalos não ficaram muito bem na foto, por falta de luz). Há um branco que se confundia com a parede branca.



terça-feira, junho 14, 2016

Passear Navegar pelo rio Tejo - Parte 2


















Creio que este é um Colhereiro. Com um bico tão grande, só pode ser um dos maus

Mas não há só aves no Tejo. Há muitas outras coisas belas e sobretudo a sensação de navegar deslizar na superfície plana e azul das águas.

 E a imensa tranquilidade, só se ouvindo o deslizar das águas e os cantos, quase sempre suaves, dos pássaros.

As árvores, muitas delas salgueiros, os ninhos nos pouco muros de terra que bordejam o rio e os cavalos. Sobretudo os cavalos, nesta terra dos cavalos lusitanos, cavalos com tanta história.
O que se vê nas fotos é uma ilha com éguas, acompanhadas das crias, dos potros. Podem andar em liberdade, ao contrário dos machos, que exigem cuidados constantes, até porque, se não forem casados,a nadam sempre atrás delas. Chama-se aguada este conjunto de éguas.

Nas duas últimas fotos podemos ver, se as ampliarmos, uma tainha a saltar, em dois saltos para fora da água. Chegaram  mesmo saltar para dentro do barco e, como é indicado noutro post deste blog, podem ser saboreadas no restaurante Taberna dos Magos, em Salvaterra de Magos.



VER TAMBÉM AQUI


Salvaterra de Magos









Salvaterra de Magos é uma terra lindíssima, carregada de pássaros de que tem grande variedade e enorme quantidade, mas ainda muito desconhecida. 


A 60 Km de Lisboa e com vários transportes regulares por dia, para quem lá vive poder trabalhar aqui, mesmo assim passa despercebida. Mas é um lugar importante para quem queira observar pássaros em plena natureza, ou navegar pelo Tejo, que ali é esplendoroso.

E por isso tem alguns aspetos muito provincianos, que se tornam engraçados. É difícil obter informações, as quais têm de ser pedidas de modo muito explicito e com o cuidado de não parecermos ignorantes ou estúpidos, cuidado que não tive.


Como os restaurantes nem têm ementa nem preços, embora a comida idêntica possa ter os preços mais diversificados, muito barata ou cara, podemos atrever-nos a perguntar. Resposta:

- O preço depende do que você comer e da quantidade que você comer. Se comer muito, paga mais , se comer pouco, paga menos.
- Como assim? Se comer muito pago mais?!
- Claro. Se comer meia dose, o preço é um, se comer uma dose, o preço é outro.


Eu nunca poderia imaginar uma coisa destas, mas saio de lá sem saber a ementa nem o preço, apesar de a senhora me olhar de alto a baixo  a tentar imaginar se como muito ou pouco e se tenho muito ou pouco dinheiro, o que aconteceu várias vezes em diferentes sítios.

Como me indicaram que há um restaurante onde se comem tainhas do rio, tainhas que vimos a saltar para fora da água e que chegam ao ponto de saltar para dentro dos barcos, pergunto se me indicam onde fica o Restaurante Magos.

- Magros?
- Magos.
- Magros? Não percebo...
- Como se chama esta terra? 
- Salvaterra de Magos.
- Então, por causa do nome, o restaurante chama-se Máááá - guuus. 
- Ah, não deve ser aqui. Volta-se para dentro e pergunta:
- Sabes onde fica o restaurante Magos? 
- Magros? 
- Magos!!!
- Magros? 

Pronto, o erro foi meu, afinal chamava-se Taberna dos Magos. Ou seria Taberma dos Magros? E lá comi a tainha, que não constava do cardápio, mas que havia. Frita e boa. O pior na comida desta terra são os acompanhamentos, um arroz grosso e empastelado, um bocado passado... mas o preço total do almoço... 6 Euros. Muito melhor e muito mais barato do que o almoço da véspera, noutro sítio.

Fotos: esta terra é conhecida pelas touradas, não se vendo aqui um único estrangeiro, apesar do boom turístico que Lisboa vive. Fotos do Campo de Touros, à beira do cemitério e da escultura de homenagem ao Campino Ribatejano, aquele rapaz que trata dos cavalos e dos touros.

Enfim, isto é a minha visão de Salvaterra de Magos. Ou será de Magros?

VER TAMBÉM AQUI

Passear Navegar pelo rio Tejo




Ilha das Garças



Íbis


Perto de Salvaterra de Magos, na margem do Tejo, existe uma pequena aldeia chamada Escaroupim ou Escaropim.

Olhando dessa terra para o rio, vemos uma ilha que parece completamente povoada de flores brancas. Olhando com mais atenção, as flores levantam-se e atravessam os ares. Pois não são flores. São aves.

É a Ilha das Garças. A colónia onde fazem ninho.

Dizem-me depois que estas centenas de garças pouca coisa são, pois ao pôr-do-sol há milhares. Dizem-me também que esta viagem será diferente ao pôr-do-sol, mais colorida e também será diferente em finais de julho e agosto, com cores provenientes das flores que desabrocham nessa altura.


Como fazer a viagem? Creio que há duas maneiras, neste post falarei da empresa recém criada Rio a Dentro. Dir-se-ia que o nome lhe vem por analogia com o filme Mar Adentro, mas é apenas uma coincidência. É que, para além das aves, também vemos a vida intensa, deslumbrante e ao mesmo tempo discreta do rio: as árvores, muitos salgueiros estendendo as suas barbas verdes para a água, alguns cortados de forma geométrica, sendo horizontais por baixo. Pergunto porquê.
O Rui, do Rio adentro, explica que são os cavalos que comem as folhas e os ramos até onde lhes chega o pescoço. E continua a explicar a enorme diferença, ao que parece, entre uma garça papa-ratos, raríssima, e uma vulgar garça não sei de quê. Ou mesmo uma garça vermelha, que só se vê no Egito. Noutras viagens tem uma clientela atentíssima, mas nós só gostamos de ver pássaros, pouco nos importa essas diferenças, próprias de biólogos e ornitólogos. Então muda o discurso, que um dia há-de ser poético de tanto o variar.
Também há bandos de Íbis, são aquelas aves pretas da imagem. Mas há também uma preta que é um milhafre, pássaro mau que come as garças e as crias e também uóutro pássaro mau, o colhereiro. Todos estão nestas fotografias, procurem e vão encontrar :)

Este senhor e o irmão formaram esta empresa, que já tem dois ou três barcos e que faz excursões para ver aves todos os dias, ou para ver o Tejo, aos fins de semana. Talvez muitas pessoas não conheçam o termo e a atividade Birdwatching. Consiste em fazer viagens para observar pássaros. 

E aqui, nesta parte do rio Tejo e nas margens, há tantos pássaros que só o som do seu canto é ensurdecedor. Até apetece às vezes desligar ou baixar o som :)

Bem, para fazer estes percursos, é ir a Salvaterra de Magos e deslocar-se até à aldeia de Escaroupim, não sem antes ter marcado a visita através deste site.

Como eu não tinha transporte próprio, o senhor foi-me buscar e levar de carro a Salvaterra de Magos, sem levar mais dinheiro por isso e entretendo-me ainda com uma conversa agradabilíssima. É gente que trabalha com uma missão e com um ideal. E que nos permite conhecer um mundo deslumbrante, até há pouco inacessível a nossos sentidos.


Continua... 


Onde ficar? Isso é o tema dos próximos posts. 







domingo, junho 05, 2016

Nuon puôde tal sôzinha!

- Nuon puôde tal sôzinha! Noun, Noun! 
- Olá.
- Olá! Queles 2 kilos de ciléjia?
- Não, não, só este bocado, esta mão cheia de cerejas. Um nadinha.
Começa então, a senhora chinesa, mulher muito bonita do Tchan, homem engraçadíssimo que nos trata por tu e que todos tratamos por tu,  a falar  muito nervosamente, a agitar os braços, com ar transtornado.
- Nuon puôde tal sôzinha! Noun, Noun, Noun!
Será que me está a criticar por não levar os dois kilos de cerejas? Mas não parece. Sobretudo porque é simpática e querida.
- Quem é que não pode estar sozinha?
Apontando com o braço para fora da porta
- Sinhôla!
Lembro-me então de ter visto, ao entrar, duas ambulâncias a porta, uma delas da polícia. Esperei dentro da loja, até que voltaram todos para dentro.
- A senhora morreu? - pergunto.
- Noun, só caiu da escada, estava sozinha. Noun puôde! Non puôde .
- Chinês nunca está sozinho? - pergunto eu.
- Chinês não. Filho, neto, filho, neto, não sozinho. Nunca. 
- Nuon puôde, Noun puôde. Sozinho, Noun.- agita muito os braços, de expressão transtornada. 
Deve pensar que esta terra é muito esquisita é perigosa. 
O perigo, claro, é o de um chinês poder não ter filhos nem netos, se ficar aqui...



segunda-feira, maio 30, 2016

Como caminhar por Lisboa?














Como caminhar por Lisboa?
A mim, parece-me fácil: é ir andando à deriva. Se me perder, melhor. Se não me perder, encontro-me e encontro mil pessoas, que são os lisboetas. Queira isto dizer os nascido sem Lisboa ou os que vieram cá parar, ninguém sabe como, nem eles...

Outra hipótese: comprar o livro de Anísio Franco Caminhar por Lisboa, lançado ontem na Feira do Livro de Lisboa (29 de maio de 2016).

Seguido de longo e muito engraçado (e sobretudo muito rápido e atlético) passeio por Lisboa.
Com algumas imagens.

Enjoy

Relação das imagens (Fotos)

Por exemplo: O palácio, ao Tourel, onde foi filmado A casa dos Espíritos de Isabel Allende.
Ou as chaminés do Palácio Almada, já muito perto do Rossio, por ruazinhas travessas e por becos.
Agrada-me a plantinha nascida no telhado da casinha de janelas partidas, descaradíssima, como se quisesse dizer que todos nós podemos nascer onde nos apetecer... oq ue não é verdade, como todos sabemos.


Seguido ou anteposto (pouco importa) de Os Paços da Rainha, sendo a rainha a rainha Dona Catarina de Bragança. Com escultura em relevo do muito pouco conhecido escultor português Laborão. Mas que está ser estudado e valorizado por gente que queima as pestanas a observar e quase a inventar o passado.


O Dr. Sousa Martins e a superstição popular, paredes meias com a Academia Médica de Lisboa, mesmo em frente...

E por último, o lançamento do livro.