sexta-feira, abril 12, 2013

«Mas nós estamos entregues a loucos?!»

Não tenho postado nada por falta de tempo e por sucessão vertiginosa dos acontecimentos políticos, das ameaças do governo, dos protestos para a sua demissão. O que irá sair daqui?

Constança Cunha e Sá, nesta entrevista televisiva, faz a  pergunta em epígrafe e ainda:

domingo, abril 07, 2013

Morreu hoje um cidadão que não conheço


Morreu hoje um cidadão que não conheço. Vejo às vezes no jornal: morreu X.
Ó que pena, morreu hoje alguém que não conheço é que é notícia de jornais.
Se o jornal for estrangeiro, a probabilidade é maior de eu não conhecer o falecido morto...
Ó que pena, morreu um ser humano. Gostaria de o ter conhecido...

Um cantor, um escritor, uma criatura antes vivente...
Alguns eram famosos no seu país
Alguns eram famosos na sua aldeia, outros passavam despercebidos na tribo...


Ó que pena, morreu um ser humano, algures.

sexta-feira, abril 05, 2013

Vergonhosa saída de Relvas.

Vergonhosa para ele, para o governo e para nós todos.
A Nadinha participou muito ativamente nas manifs contra esta coisa ridícula, tanto no terreno como neste blogue, o que se pode ver AQUI

Mas, para quem não tem vergonha... se calhar basta-lhe fazer aquela cadeira que conseguiu com recortes de jornais, volta a ter licenciatura e segue-se a equivalência ao mestrado.

Ficamos à espera que Nuno Crato do governo, por uma vez sem exemplo igual ao Nuno Crato da oposição, vá agora investigar a licenciatura de Sócrates.

Se até mesmo ministros alemães já foram acusados de plágio no doutoramento, imaginem o que acontecerá aqui.

(Refiro-me à notícia atual de que Relvas ficou sem a licenciatura e se demitiu do governo)

quinta-feira, abril 04, 2013

A estupidez é pós-moderna

Quando há uns anos, fiz o Mestrado em Literatura Portuguesa Contemporânea, (afirma a amiga da Nadinha), tive uma professora ótima, entre criaturas medíocres, como seria de esperar neste país "à beira-mágoa".
A setôra ótima era Isabel Allegro de Magalhães. Que nos surpreendia, até mesmo a nós, um nadinha revolucionários, com quem convidava para nos vir falar. Um desses tipos, muitíssimo mal vestido ( a Nadinha não costuma reparar nesses pormenores) fez uma comunicação em que se destacava a ideia de que "A estupidez é pós-moderna".
O tipo parecia um atrasado mental, mas a professora garantiu que era muito conceituado nos Estados Unidos, onde a roupa, o cabelo e outros detalhes fundamentais, não são considerados mais importantes do que as ideias.
Fiquei banzada! pareceu-me tudo aquilo absurdo e descabido.

Muitos anos depois, sou obrigada a reconsiderar. Vejamos: A estupidez é pós-moderna. E muito valorizada pela pós-modernidade, era a ideia geral da palestra.

Sim. Basta ver o Zé Cabra.
Basta ver um sucedâneo do Zé Cabra. Agora na política (confesso que não percebi nada do que o rapaz queria dizer, mas vemos o Relvas completamente babado - Relvas - estupidez pós-moderna):


E sem falar nas antepassadas do Zé Cabra (Nessa época, ninguém se teria atrevido a valorizar alguém que cantava mal, isso era pós moderno. Mesmo assim, iam ouvir, para se rirem).

Vejamos esta cantora estrangeira


E vejamos esta cantora lírica portuguesa


E então? Para quem não gosta de ópera, não são muito mais giras estas cantoras líricas?

segunda-feira, abril 01, 2013

Vermelho, encarnado, na França, em Espanha

Tenho visto na net estas dúvidas, que penso poder esclarecer, ou pelo menos, contribuir para o seu esclarecimento.

Vermelho ou encarnado? - a questão aqui é de conotação: vermelho evoca o comunismo. Encarnado evita essa conotação. Mas a carne nem sempre é vermelha,  há-a cor-de-rosa, branca...

Em França, em Espanha, ou na França, na Espanha? - A regra seria na, sendo o país de género feminino, mas existe a diferença que, geográfica e culturamente, são os países mais próximos de Portugal. Daí existir a variante em França, em Espanha. E Marrocos, geograficamente, razão pela qual não se diz aqui, no Marrocos.

Na verdade, a principal razão destas variantes diz respeito ao nível social do falante. Designa-se este fenómeno por variante diastrática.

Assim, sendo a alta burguesia portuguesa de Portugal inteiramente avessa às ideias comunistas ou mesmo socialistas, só diz encarnado. 

Os alunos daquela professora que é amiga da Nadinha respeitam muito a setôra, exceto quando ela diz "vermelho". Aí, como são, ou julgam ser, originários de classes elevadas, caem-lhe todos em cima: 
- "A palavra vermelho não existe. É encarnado que se diz!"
A própria Nadinha ouviu um pai ensinar ao filho:
- Vermelhos são os comunistas. Vermelho é um apalavra que não existe. É encarnado que se diz.
(Pois, algumas pessoas pensam e afirmam que certas palavras não existem, como por exemplo, os palavrões)

Quanto à diferença: em França ou na França: Como já foi dito, tem a ver com proximidade geográfica e cultural com Portugal, mas essa diferença é tanto menor quanto maior é o nível socio-económico-cultural: sendo assim, utiliza-se em, em vez de na. Até mesmo para dizer: em Itália, em Inglaterra, claro que também se diz em França, em Espanha, em Marrocos, mas não em Alemanha: lá está a diferença: distância cultural, que tem relação com a história recente deste país - diz-se: na Alemanha.


Ou seja, se um português diz vermelho, na França, na Espanha, não está cometer um erro, mas, em certos meios, pode ser considerado parolo *. O que é muito pior do que ser ignorante! :)
Ou seja, um tipo de nível social considerado elevado pode ser ignorante, pouco inteligente, pouco instruído, mas, nessas famílias, isso é muito menos grave do que ser culto, inteligente, instruído, mas pertencente a um nível social "inferior". É assim neste pequeno país à beira mar plantado e à beira da bancarrota.

À beira da bancarrota, por estas e por outras. 

O que se passa no Brasil? Não sei, aguardo comments, mas creio que nada disto faz qualquer sentido no português do Brasil ou no português de outros países de expressão portuguesa, nem  me parece que o português europeu sirva de norma para estes casos. As diferenças, nestes casos, designam-se por variantes diatópicas.

Gostaria de ver aqui comentários, sobretudo sobre este último ponto.


* Parolo = caipira. A palavra desta variante diastrática, em Portugal, é possidónio. Talvez nem por acaso, um dos mais conhecidos autores portugueses contemporâneos chama-se, precisamente: Possidónio Cachapa. Nome verdadeiro, que não substituiu por pseudónimo.

domingo, março 31, 2013

quinta-feira, março 28, 2013

Portugal transformado em país - lago







Numa viagem (de comboio) pelo país, constata-se que está completamente alagado. Autêntico lago.
Podemos ter falta de muita coisa, mas de água, não.

Bom, parece que Portugal até tem mais água do que a maioria dos países... esperemos que a água não seja privatizada e exportada para quem der mais...
Mas, ainda dentro do comboio...

- Olhe, ele disse que nós agora vamos parar na Coimbra Velha, não foi?
- Não, ele disse Coimbra B
- Mas é a mesma coisa, não é?
- Não, creio que não. Coimbra B é... acho que deve ser... bem,  não percebo o que a senhora quer dizer,
-  B de Beilha, não é?
- Ah, claro. B de Beilha. Ok.

A uma senhora, fortuita companheira  de viagem, que teve 10 irmãos vivos ( já só seis vivos, os homens a viver na América) e 4 que pereceram em crianças, vale a pena explicar que velha se escreve com V? Que Coimbra v não é coimbra b, ou melhor, que coimbra b... forget!

quarta-feira, março 27, 2013

OUVIR O POVO?

O Facebook também serve para ouvir o povo.


VEJAM NA PÁGINA OFICIAL DO CAVACO, OS COMMENTS AOS ÚLTIMOS POSTS. E PARTICIPEM. EU JÁ DISSE O QUE TINHA A DIZER. E HÁ UM COMMENT MUITO ENGRAÇADO SOBRE O PEIXE "ESTRANGEIRO" QUE COMPRAMOS, COMO SE NÃO TIVÉSSEMOS MAR.

E JÁ AGORA, VEJAM TAMBÉM A MENSAGEM DE NATAL DE PASSOS COELHO (O ÚLTIMO POST DA PÁGINA OFICIAL DO FB): JÁ VAI EM 24 000 COMMENTS, ALGUNS FEITOS HÁ SEGUNDOS.

Não podem dizer que não ouviram o povo... mas talvez seja necessário fazer GOSTO / LIKE nesses perfis. Por uma boa causa.

O POVO PORTUGUÊS NÃO SE MANIFESTA? AI MANIFESTA, MANIFESTA!

terça-feira, março 26, 2013

O cordeiro da Páscoa: a vítima da tradição religiosa

Em Portugal ninguém refere o assunto, mas em Itália há já muitos anos que os defensores dos animais pedem que se acabe com esta tradição religiosa de comer o cordeiro do dia de Páscoa (em Portugal o cordeiro, ou anho e o cabrito).

Sim, há tradições religiosas, algumas católicas, que massacram os animais. Veremos aqui várias outras, menos conhecidas.

Desde que o Papa Francisco foi eleito, essas organizações pedem-lhe que não use estolas de marta zibelina (como usava Bento XVI e muitas senhoras ricas e chiques), nem objetos de culto em marfim. Baseiam-se em Francisco de Assis para fazerem esse pedido. Nem teria sido necessário pedir, este Papa não usa nada disso.

Quanto ao cordeiro da Páscoa, dizem que, só em Itália, são mortos quatro milhões para a celebração da Páscoa. O almoço. 

Pergunto: se não existisse essa tradição, esses quatro milhões de cordeiros teriam nascido? Para quê? É claro que não.

Pergunta-se o que será menos mau para o cordeiro. Morrer com um mês de idade, tendo experimentado o prazer de viver, de comer, de beber, de correr, ou, por outro lado, nunca ter existido?

Ser vegetariano? Sim. Mas quem sustentaria animais como galinhas e porcos, se fôssemos todos vegetarianos?

segunda-feira, março 25, 2013

A Corja

Marcelo Rebelo de Sousa supera-se a ele mesmo na sua campanha para futuro presidente da república.

Instado a comentar a hipótese de José Sócrates como comentador político, ignora "regiamente" a petição pública contra, que já vai em mais de cem mil assinaturas, acha até muito bem e explica: quando ele próprio começou a ser comentador político, houve grande polémica por se considerar antidemocrático um político ser comentador político, mas agora virou moda.

Que bom!

Isto quer dizer que a corja dos políticos em Portugal está incontrolável. Defendem-se uns aos outros, estão sempre bem.

O povo português é que está sempre mal.

Ver Aqui

domingo, março 24, 2013

Meia / Mini Maratona da Ponte 25 de Abril 2013











A medalha, este ano, era original, talvez para não confundir com as outras, para quem tem muitas.
Não acreditem no cronómetro, os relógios andam todos muito atrasados. :)

E, claro, o importante é que o local da chegada seja belo. 
Correr, para quê? Para chegar a um lugar muito belo, claro.

Meia / Mini Maratona na Ponte 25 de Abril 2013










Mais uma mini maratona na ponte. É sempre muito agradável, mas este ano foi menos gente, com medo da chuva e do frio.

Chuva, só uns chuvisquinhos de nada e frio, quem corre não tem frio.
Como de costume, muitas pessoas levaram camisolas e blusões velhos e, ao chegar perto da ponte, atiraram-nos pelo ar para cima dos outros atletas.

O que aconteceu, este ano de diferente, é que a ponte oscilava com o muito vento (vento um nadinha frio). A princípio toda a gente pensou que estava bêbada, talvez do jantar de ontem, mas depois percebeu-se e, pelo telefone, ficou-se a saber o que diziam na televisão. Depois disso, é só como se andássemos num barco no alto-mar.
Balançamos até nos habituarmos e só voltamos a perder o equilíbrio quando pára o balanço, ou seja, neste caso, no fim da ponte.

Na primeira foto, vê-se que anda tudo a tentar equilibrar-se, sem saber como pousar os pés.


A vista da ponte é sempre muito bela, mas a pé vê-se mais devagar e com outra perspetiva.
Via-se uma caravela, uma imitação, a navegar, juntamente com veleiros modernos.

sábado, março 23, 2013

PETIÇÃO ONLINE



"É difícil de acreditar, mas uma sobrevivente de estupro de 15 anos de idade, nas Maldivas, foi sentenciada a 100 chicotadas em público! Vamos dar um fim a essa loucura e atingir o governo no seu ponto mais sensível: a indústria do turismo. "
PETIÇÃO ONLINE (Já tem mais de um milhão de assinaturas.

As mulheres devem ser muito fortes e muito temidas, para serem tratadas com tanta violência em tantas partes do mundo, ainda na atualidade!

quinta-feira, março 21, 2013

Que descaramento!

Depois de ter deixado o país de rastos, saindo impunemente, José Sócrates vai agora fazer um programa na RTP.

Que descaramento da criatura, que descaramento da RTP, paga pelos nossas taxas!

Petição Recusamos a presença de José Sócrates como comentador da RTP


E o que vai comentar: naturalmente, com aquele sorriso, irá criticar de cadeira os partidos, os governos, as medidas de austeridade...

A solução é as pessoas recusarem-se a ver esse despautério. Para impedir que o pior esteja ainda para vir...


As reações nas redes sociais já começaram e são as piores possíveis. 
Então o tipo nem pode vir a Portugal, que as pessoas não o querem ver nas ruas, já não podia  ir a um café em lado nenhum e agora vem a RTP impô-lo, estando ele bem longe e comentar de "cima da burra"? 

É o serviço público?

Afinal, nem é má ideia que a RTP seja privatizada. Só falta irem buscar os presos às cadeias, para serem comentadores da moral e dos costumes.

quarta-feira, março 20, 2013

Crítica, onde estás? Quem te demora? *


Há um novo jornal e é só dedicado à crítica

Não sei se concordo com o novo jornal, que ainda não conheço e me parece vocacionado para a crítica de arte, frequentemente tão hermética quanto a própria arte, mas concordo inteiramente com um dos seus princípios programáticos. 

 “Numa altura em que a crítica quase deixou de existir na imprensa e num mundo de incertezas e interrogações, o exercício do pensamento crítico e a partilha de ideias, livre e empenhada é uma forma de resistência em relação à passividade”

É o que faz este blogue, não por acaso intitulado Terra Imunda.


* Nota: Paráfrase do soneto de Bocage: "Liberdade, onde estás? Quem te Demora?"

segunda-feira, março 18, 2013

Milagres: o Papa e os números da lotaria

Argentinos já apontam 1º milagre de Francisco

Segundo notícias de vários jornais, incluindo o Expresso, , o número de sócio no clube de futebol do atual Papa é: 88 235. E o número 8235 foi o 1º prémio da Lotaria Nacional na Argentina, no dia da eleição do Papa.
E dizem os brasileiros que também no Brasil saiu o 88.

Isto é já considerado milagre do Papa. Começa em grande, com a sorte grande da lotaria.

E depois, há aqueles números que toda a gente conhece: foi eleito a 13/3/13, o nome Papa Francisco tem 13 letra, tal como Papa Francesco... mas não Pope Francis (11) ou Pape François (12)...


Eu não disse que este papa era New Age? Até consegue misturar religião com magia...

:)

sábado, março 16, 2013

Greve de transportes: boicote à viagem

Uma greve de transportes em ocasiões cruciais como o Natal ou o Verão, deveria ser considerada um boicote à empresa e aos viajantes, pelo que os trabalhadores deveriam ser despedidos com justa causa.

A privatização deste setor estatal também resolveria o problema: quem trabalha para empresas privadas nunca faz este tipo de greve, que só serve para chular o Estado, em nome das lutas laborais do passado remoto.

Estas empresas estatais têm um imenso prejuízo pago por nós, os cidadãos que pagam impostos e que são quase metade da população, os mesmos cidadãos que ficam a ver navios (aliás) a ver comboios parados, aviões parados, etc...

Os agentes dos transportes nunca poderão ser os principais inimigos da viagem.

sexta-feira, março 15, 2013

Francisco

Não sou e creio que não voltarei a ser católica. Tenho péssimas recordações do tempo em que fui católica, só até aos meus 18 anos. Mas acredito que o Universo nos envia sinais positivos. Um deles foi o anterior Papa, um outro é este Papa. Há muitos outros sinais, a Troika não é um. "Recuar para avançar melhor" oferece às vezes sinais ambíguos e enganadores. Não é o caso.


E como entender a calúnia?

A calúnia não é só um pecado. A calúnia é, de facto, um crime. Acreditar em calúnias sem pensar duas vezes... acreditar que um Papa atual não tem valores nenhuns e mesmo assim chegou onde chegou... isto é viver desorientadamente. E quem vive sem Oriente não tem nada a dar. E pouco pode receber.

Sim, conheci pessoas sem valores nem escrúpulos. E que julgavam terem valores e escrúpulos. E que morreram relativamente novas. 

Não podemos viver ao contrário da nossa moral. Não resistimos. A moral dos outros não tem nada a ver com isto. Podemos viver ao contrário da moral dos outros. Podemos mesmo viver felizes, vivendo ao contrário da moral dos outros. Seja qual for a moral dos outros.

Isto vem a propósito do Papa Francisco: já dizem contra ele o que Maomé não disse do toucinho. E pior hão-de dizer.

(E um amigo meu explicaria, para me fazer rir: "Creio que Maomé nem tinha grande opinião do toucinho"). LOL.

Ao entrar numa Igreja católica, sobretudo uma das antigas, dirigimo-nos para o Altar-Mor. Que fica na direção do Oriente. Caminhamos, então, para Oriente e para o Sagrado.


É esta a origem da palavra:


ORIENTAR (-SE)


Tendo o Papa sido acusado de cúmplice do regime ditatorial argentino e de ter denunciado dois jesuítas, um deles, prémio Nobel da Paz, declara o oposto:



Há uma nova esperança no coração da humanidade: que o espírito aja sobre a matéria. Finalmente. Sendo um indício, entre muitos outros, o regresso à espiritualidade franciscana.


quinta-feira, março 14, 2013

HABEMUS PAPAM



Ontem escrevi a respeito do novo Papa Francisco, sob o efeito da emoção. E da intuição. Hoje volto a escrever. 

A pergunta que se faz é se, ao escolher o nome Francisco, o Papa Francisco I está a homenagear São Francisco de Assis ou São Francisco Xavier, um dos co-fundadores da ordem dos Jesuítas. Não esquecer que o principal fundador da ordem se chama Inácio. Inácio de Loyola.

Ontem, era claro para mim, o que ainda é: quando se pensa em Francisco, pensa-se em São Francisco de Assis, o renovador da Igreja, aquele que se despiu até ficar nú, para mostrar que a Igreja não precisa de luxos e ninguém precisa de luxos, aquele que considera irmãos os homens, os pássaros, a chuva e o vento, aquele que propõe a simplicidade e a alegria.

Na apresentação do Papa, tudo isto me foi percetível, mais por intuição do que por raciocínio. Apresentou-se vestido de branco sem adornos, desviou a atenção para Bento XVI, para o povo, colocou-se ao nível dos outros cristãos ao pedir-lhes a bênção antes de a dar, como Papa. É toda a atitude de uma alma franciscana.

Sim, podemos pensar em São Francisco Xavier. Por ser jesuíta. E isso vem enriquecer a mensagem. Mas, por essa ordem de ideias, também poderíamos pensar no pastorinho Francisco e até mesmo numa figura muito conhecida e venerada no Brasil e seguramente conhecida e venerada na Argentina, Xico Xavier

As palavras, que são como as cerejas, dizem, trazem consigo muitos significados, nunca significam só o que pretendemos dizer, se puxarmos pela cabeça, havemos de encontrar um terrível criminoso, de nome Francisco. Ocorre-me agora, o pirata Francis Drake, mas outros haverá.


Por que razão nunca nenhum Papa escolheu ainda o nome Francisco? Porque o nome Francisco continua a ser revolucionário na Igreja Católica. 

quarta-feira, março 13, 2013

HABEMUS PAPAM




Primeira impressão:

O novo Papa tem uma imensa capacidade de comunicação, transformando rapidamente todo o mundo numa pequena aldeia gaulesa (aliás, global).

O novo Papa adotou o nome Francisco, que parece evocar São Francisco de Assis, o mais New Age de todos os santos, juntamente com Santa Clara de Assis e até por isso mesmo.

São Francisco chamava irmãos aos pássaros, à chuva, ao vento... tinha dúvidas existenciais, esteve louco... 

E é extremamente jovem, só tem 76 anos!
Tem barriguinha, o que quer dizer que gosta de comer e comete o pecado da gula.

Enfim. 
Gosto dele!


sexta-feira, março 08, 2013

Quando um português pede opiniões, é porque quer elogios

Nadinha

A FARSA: notas dos professores e dos alunos em Portugal



Em Portugal, a avaliação dos professores e a dos alunos são uma (duas) farsas. Ainda me lembro de quando eu andava a estudar e a avaliação se fazia com ofertas de presuntos e perus. E garrafões de vinho, sobretudo nos exames de fim de ciclo. Agora mudou... já nada se paga em géneros.

E ainda estamos a anos-luz da honestidade avaliativa. A começar pelos critérios ambivalentes do Ministério da educação.

É suposto haver muito sucesso escolar (leia-se boas notas dos alunos) e há. Há notas fabulosas nas disciplinas não sujeitas a exame, é mesmo frequente não haver uma única negativa. E haver notas elevadíssimas, que não são sujeitas a comparação com nada. Exceto a comparação com as disciplinas que têm exame nacional.

É um caso diferente: se os professores reprovarem muitos alunos, os poucos que vão a exame terão notas boas. O ranking será bom. E o Ministério, bem como os jornais que fazem rankings, ignoram o enorme insucesso escolar dessas escolas que têm sucesso nos rankings. Porquê? Porque se consideram alunos externos aqueles que estão matriculados a tudo, menos Às disciplinas de exame.

Não são nada externos, são internos. Mas não contam para o ranking.

E querem avaliar os professores em função desta completa trapalhada?

A OCDE parece não achar bem a avaliação dos professores. Para quando uma análise com um mínimo de rigor?
COMO DIZ AQUI

Estamos todos muito fartos de farsas e de arranjinhos!
Agora já não são os perus, os cabritos e os garrafões de vinho que dão direito a boas notas, nas disciplinas sem exame: é o medo. 

O medo que guarda a vinha!


quarta-feira, março 06, 2013

Polémica transatlântica: Comissão Europeia Versus Krugman

Não é preciso ser "Prémio Nobel da Economia", como o é Paul Krugman, para nos espantarmos com estas perguntas sem resposta. Pelo contrário. Senão, leiam isto:

“O que surpreende são homens que não sabem nem teoria nem a história de anteriores crises e que estão plenamente convencidos do que fazer na actual; e que a sua confiança nas suas receitas não tenha sido abalada pelo facto de se terem enganado sobre tudo até agora. E, claro, o que é ainda mais surpreendente é o facto de esses homens ainda estarem ao comando”. 
Paul Krugman

Mas a comissão Europeia reagiu mal e abriu polémica. Uma vez sem exemplo, por ter chamado Barata a Ohli Rehn. No post  “Baratas e comissários” do seu blogue. A polémica está para durar. Será que "da discussão nasce a luz"?

segunda-feira, março 04, 2013

Navegadores Portugueses Descobriram Austrália


Mapa Do Século XVI 



Há já muito que os australianos tentam demonstrar que foram os portugueses a descobrir a Austrália. Os portugueses nunca reivindicaram isso, descobriram tanta coisa...

Mas os australianos acusam os holandeses (alegados descobridores, através do navegador Willem Janszoon  - até o nome é parvo), de terem tranformado a enorme Ilha, quase pequeno continente, com uma biodiversidade especial e única, numa imensa colónia penal, para os muitos criminosos. E isto durante muito tempo. Durante séculos, a história australiana foi miserável.

É claro que esta narrativa não é nada invejável como mito das origens de país nenhum. Que chato!

Basta ler um livro interessante, sobre esse tema das colónias penais, ou um filme que retrata uma espécie de escravatura infantil, já no Sec. XX. Se alguém souber o título do filme, agradece-se que diga.

O LIVRO É: O Livro dos Peixes de Gould (CLICAR)

"Cristovão de Mendonça foi o lider de uma expedição de quatro barcos em 1522 que chegou a Botany Bay na Austrália." 

Em breve haverá romances sobre esta desconhecida aventura. Quanto mais desconhecida, mais romanceável.

Quem será esta criatura, Cristóvão de Mendonça? Que navegações terá feito?


domingo, março 03, 2013

JORNAL PÚBLICO: A GRANDE MERETRIZ: sem ofensa para as outras meretrizes


Vou ao ponto de concordar, quando o público de hoje afirma que houve muito menos pessoas na manif do que as declaradas pelo movimento Que se Lixe a Troika. Mesmo ao apresentarem os dados de que dispunham, bastava fazer contas de cabeça para entender que a soma nunca daria um milhão e meio.

Mas é um exagero o mesmo jornal, do mesmo dia, afirmar que a Manifestação teve pouco eco na Imprensa estrangeira, quando tudo indica o contrário.

Houve uma época em que o Público aceitava links para os blogues como comentário às notícias, mas, assim que as críticas subiram de tom, começou a só aceitar comentários a faits divers e depois também acabou com isso.

Fala-se muito desta parcialidade do Público, também no noticiar ou ignorar eventos culturais, mas isto é demasiado óbvio.

Houve uma longa época em que o Diário de Notícias era considerado a maior meretriz (a começar por um p) do país, por estar sempre do lado do poder. Agora foi destronado.


sábado, março 02, 2013

Que se Lixe a Troika - 2 de Março - Lisboa







Algumas pessoas capricharam nos cartazes. Pequenos e simples, mas muito imaginativos. 

Pequenos e simples, porque a Manif não foi convocada por partidos ou sindicatos.
E porque muito deles foram feitos por artistas, muito rapidamente, mas com gosto. Como se vê na última foto.
Havia muitos espanhóis na Manif. Tinham vindo de propósito.
Nunca se viram tantos espanhóis manifestando-se e fotografando tudo, em Lisboa.
E, claro, cantando a Grândola

Que se Lixe a Troika - 2 de Março - Lisboa



A novidade foi aquele aparelhinho telecomandado, que capta imagens,. Creio que é um drone.
E aquelas três amigas, divertidísimas, com os cartazes que lhes deram. Falaram em direto para dois canais, foram fotografadas por mil pessoas, incluindo pessoas espanholas... porque, numa manif triste, estavam alegres.

No Marquês de Pombal havia artistas a fazer estes cartazes para quem quisesse.

E  Lisboa ao fundo: Terreiro do Paço: restauração da estátua de D. José e do Arco da Rua Augusta.

Que se lixe a Troika - Lisboa - 2 de Março




E Lisboa ao fundo, sempre bela.
A 4ª cidade mais bela do mundo: Veneza, Paris, Praga, Lisboa.


GOSTO DESTA SENSAÇÃO: NÃO VALE APENA COMPRAR O JORNAL DO DIA DE HOJE. A MANIF A QUE VOU, SERÁ ACAPA DE TODOS OS JORNAIS DE AMANHÃ. PARTICIPEMOS NO ACONTECIMENTO, AGORA.

sexta-feira, março 01, 2013

PARECE QUE A MANIF DE AMANHÃ VAI SER HISTÓRICA. DEPOIS PONHO AQUI AS FOTOS

ADEUS BENTO XVI. FELICIDADES!





Bento XVI deixa-nos, num ato de humildade e de modéstia que ainda nenhum Papa tinha tido. 
O seu secretário, considerado pela revista Vanity Fair um homem tão belo como o Clooney do anúcio do Nespresso, (a Nadinha não é suspeita de ficar azul só porque um homem é muito bonito, comparado com outros homens, geralmente todos bastante feios :)) é visto nestas imagens completamente rendido (diríamos mesmo, em português vulgar, "derretido") por alguém que claramente admira.


E este mesmo homem bonito, inveja de tantas mulheres, entrou ontem para a clausura, juntamente com o ex-Papa.



Razões que a razão desconhece, ou melhor, motivos que os parolos e as parolas deste tempo nunca poderão compreender, nem que vivam mil anos. Têm a ver com o espírito. 



Têm a ver com a admiração, que é o oposto ou o contraponto da inveja. E quanto ao futuro desta pessoa, muito terá ainda de viver. Não é jovem, tem 56 anos.  Parece jovem. É jovem, só tem 56 anos.



(Qualquer leitor deste blogue saberá que sempre gostei deste Papa, Bento XVI, sendo esta uma das idiossincrasias do blogue Terra Imunda. 


(A Nadinha poderá ser acusada de várias coisas, mas não de falta de personalidade, seja o que for que quer dizer a palavra personalidade). 



:)



Os parolos e as parolas deste tempo julgam que um vestuário muito caro, ou até mesmo só o dinheiro, os livra da falta de nível, de inteligência, de cultura, de personalidade e de tudo.



quinta-feira, fevereiro 28, 2013

"Existem apenas duas coisas infinitas, o universo e a estupidez humana."

Para corroborar o post anterior:
"Existem apenas duas coisas infinitas, o universo e a estupidez humana." - Albert Eintein.


Também aqui neste país encontramos esta estupidez infinita, pela segunda vez (pelo menos, o outro foi o caso da Pêpa da Mala, referido neste blogue) em pouco tempo, da parte da gente da moda.



Todos suspeitamos que quem se interessa muito pela moda é fútil e parvo. Depois reconsideramos. E depois de reconsiderarmos, ficamos com a certeza.



Vejamos: uma jovem, Ana Sofia Alves, doente de cancro, conseguiu, através de uma empresa humanitária "Make a Wish", assistir À entrega dos Óscares, sendo entrevistada para televisões Americanas.

Uma blogger de moda decidiu criticá-la por estar mal vestida, na opinião dela. É claro que alguns da área da moda são capazes de fazer tudo para dar nas vistas por estarem bem vestidos. É o caso do tristemente célebre rapaz (não sei o nome) que matou o tipo do jet-set (não me lembro do nome) em Nova Iorque. Já ninguém se lembra do nome dos dois, embora eu até tenha falado algumas vezes com o mais velho. Um parvo qualquer.






Não é o caso de uma menina que esteve muito doente e que cumpriu o seu sonho. Jovem e elegante, tudo lhe fica bem. E tinha muito bom aspeto em Hollywood. Mesmo sem Chánéis e outras pascacices. Conjeturar que essas coisas são necessárias, seja para o que for, é mais uma atitude  provinciana do que uma versão cosmopolita.




Ou seja: as mulheres conquistam direitos, incluindo o de não condescenderem com o gosto imposto pelos outros e estes palermas regridem ao longo da história. 

Somos obrigadas a vestir como os outros acham que está bem e a gastar nisso o couro cabeludo e o cabelo.

Os parolos e as parolas deste tempo julgam que um vestuário muito caro, ou até mesmo só o dinheiro, os livra da falta de nível, de inteligência, de cultura, de personalidade e de tudo.

" E tem marés de fel, como um sinistro mar"

"A dor humana busca novos horizontes
 E tem marés de fel, como um sinistro mar"
(Cesário Verde)


"Existem apenas duas coisas infinitas, o universo e a estupidez humana."

Albert Einstein


terça-feira, fevereiro 26, 2013

OLÁ! Você já comeu cavalo?

OLÁ! Você já comeu carne de cavalo?

Ou mesmo de égua, ou de póney?

Não confundir com: boi, vaca, vitela, novilho...

Você juraria que nunca iria comer o cavalo, a égua, o pónei, tão giro?

VER AQUI

domingo, fevereiro 24, 2013

Protestar, sim, mas "com termos", sem "passar das marcas"

Dia Dois de Março, vai haver mais uma manif contra o Governo, uma daquelas que prometem arrasar.

O Governo começa a receá-la, ao saber que a CGTP aderiu. E que é espontânea e que usa a Internet.

Desde que este governo está no poder, ou melhor, desde que esta cambada, incluindo o anterior governo, está no poder, vem sendo hábito dizer que as manifestações "passaram das marcas". 

Quais marcas?

O melhor será perguntar a Marcelo Rebelo de Sousa, porta-voz do regime, e Big Brother da angústia de domingo à noite, quais são as marcas.

Até agora, a sociedade portuguesa só mudou quando as manifestações populares "passaram das marcas": revolução de 1383-1385, revolução de 1640, revolução liberal seguida de guerra civil, revolução republicana.

Ia dizer revolução dos cravos, revolução do 25 de Abril, mas, como essa não "passou das marcas", ficou tudo quase na mesma e já estamos a voltar atrás.

Série "Os Tudors"

Passa atualmente no Tv5 Series uma série intitulada Os Tudors, que se calhar já é repetida, pois dá aos domingos de manhã.

Conta a história de Henrique Oitavo e suas mulheres. Henrique Oitavo, o rei que obrigou os ingleses a separarem-se da igreja de Roma para poder abandonar umas esposas e casar com outras, matando as anteriores. Inventou uma espécie de religião adequada aos seus propósitos, sacrificando os que lhe eram contrários, incluindo o escritor, humanista e político Thomas More, considerado santo e mártir pela Igreja Católica, porque foi executado na Torre de Londres, tal como algumas das novas esposas do rei..

E o povo inglês converteu-se.

Apetece perguntar: o que argumentam os ingleses aos filhos, quando estes lhes perguntam por que razão não cortaram a cabeça a esse rei, nem a nenhum rei depois desse, ao contrário do que fizeram os países republicanos.

Aparentemente, os ingleses continuam a considerar que existe uma família inglesa superior a todas as outras famílias inglesas (se calhar até têm razão) e, aparentemente, estão dispostos a converter-se a qualquer outra coisa, para fazer a vontade a essa família.


E ASSIM VAMOS ALEGREMENTE, A CAMINHO DO NAUFRÁGIO DA EUROPA

sábado, fevereiro 23, 2013

Sócrates, O Vampiro: E em Portugal, qual é o preço do sangue?



Esta criatura, José Sócrates Pinto, já foi primeiro ministro de Portugal, tendo deixado o país de rastos.

Agora, depois de ter sugado o sangue dos portugueses e de ter sugado o país até ao tutano, esta criatura anda a vender sangue e "seus derivados"( nada mais apropriado). 

Trabalha para uma empresa suíça, à qual o mesmo referido José Sócrates Pinto (enquanto 1º Ministro de Portugal) deu o monopólio da venda de sangue e "seus derivados em Portugal, a qual empresa foi acusada, no Brasil, de liderar a "Máfia dos Vampiros". 

Esta "Máfia dos Vampiros" vendia o sangue e "seus derivados" a um preço muito elevado, aos brasileiros, que protestaram contra isto e abriram um inquérito. A um preço muito elevado, por ter eliminado a concorrência. Vendia sangue a um povo que ainda não saiu da mais profunda miséria, apesar da recente evolução.



E EM PORTUGAL, QUAL É O PREÇO DO SANGUE? 

TALVEZ SEJA UM PARTIDO? UM PS? UM PSD? WATHEVER?

PODEM CONSULTAR ESTAS DUAS NOTÍCIAS DE HOJE, 23 DE FEVEREIRO DE 2013, UM DIA QUE TAMBÉM FAZ PARTE DA MUDANÇA QUE QUEREMOS VER.


ou no EXPRESSO


ESTE HOMEM É O NOSSO ORGULHO

Ou, para quem não é bom entendedor, 

ESTA CRIATURA É UMA DAS NOSSAS VERGONHAS!

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Fadistas e fadistas. "Esse mundo de fadistas, de faias"

Alguns fadistas, no pior sentido da palavra, (não quer dizer que não cantem bem), andam por aí, no Facebook, a defender este inenarrável governo.

Não admira. Também é este inenarrável governo que os sustenta. Que promove o faduncho do coitadinho. E os outros inenarráveis governos que temos tido.

E o fado, na pior aceção da palavra, é isso mesmo:

"Oh, como eu sou infeliz por ter nascido póóóoóbre!!! Tchum, tchum, tchum tchum!"
"E a minha mãããããe era uma meretriz e o meu pááái era um coveiro e também era arruaceiro e também era um pantomineiro de fáááca na liiiga!" Tchum, tchum, tchum tchum!"

Tudo isto vem a propósito da Grândola: ainda há quem se aflija com uma canção da revolução anterior?
Então, esperem pelas próximas. Fadistas que acham mal cantar a Grândola aos políticos e esses e outros até acham mal as manifestações contra o Relvas... 

As verdadeiras fadistas, as pessoas que nos podem representar enquanto povo, essas não estão com o sistema, essas não têm medo da Grândola e até a cantam.

Que me desculpem os fadistas homens. Deve haver, mas ainda não conheço nenhum homem fadista que não seja "fadista" - o que, no tempo de Eça de Queirós e, para citar as suas palavras , "Esse mundo de fadistas, de faias"


Pois, o fado pode também ser protagonista do humor involuntário, vulgo ridículo.


Vejamos, as próprias palavras de Eça de Queirós, em Os Maias:

"Falou-se logo do crime da Mouraria, drama fadista que impressionava Lisboa, uma rapariga com o ventre rasgado à navalha por uma companheira, vindo morrer na rua em camisa, dois faias esfaqueando-se, toda uma viela em sangue - uma sarrabulhada como disse o Cohen, sorrindo e provando o Bucelas.


Dâmaso teve a satisfação de poder dar detalhes; conhecera a rapariga, a que dera as facadas, quando ela era amante do visconde da Ermidinha... Se era bonita? Muito bonita. Umas mãos de duquesa... E como aquilo cantava o fado! O pior era que mesmo no tempo do visconde, quando ela era chic, já se empiteirava... E o visconde, honra lhe seja, nunca lhe perdera a amizade; respeitava-a, mesmo depois de casado ía vê-la, e tinha-lhe prometido que se ela quisesse deixar o fado lhe punha uma confeitaria para os lados da Sé. Mas ela não queria. Gostava daquilo, do Bairro Alto, dos cafés de lepes, dos chulos...

Esse mundo de fadistas, de faias (*), parecia a Carlos merecer um estudo, um romance... Isto levou logo a falar-se do Assomoir, de Zola e do realismo: - e o Alencar imediatamente, limpando os bigodes dos pingos de sopa, suplicou que se não discutisse, à hora asseada do jantar, essa literatura latrinaria. Ali todos eram homens de asseio, de sala, hein? Então, que se não mencionasse o excremento!"



(*) - [Antigo, Depreciativo]  Indivíduo considerado de baixa condição, desordeiro ou brigão, que frequentava tabernas, tinha modos e falar especiais, e costumava, nos seus folgares, cantar e tocar o fado. = FADISTA 

(in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)


quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Como o bispo de Lisboa e outros foram mortos e lançados da torre da Sé a fundo.


Fernão Lopes, Crónica de D. João I 

 "Como o bispo de Lisboa e outros foram mortos e lançados da torre da Sé a fundo."

"E elles, quando viram que não repicaram na Sé, e que o bispo d'aquella guisa estava na torre e as portas da egreja fortemente cerradas, que as não podiam tão azinha quebrar, houveram escadas e entraram por uma fresta, e foram mui á pressa abertas, e entraram entonce quantos quizeram, sen- do muito poucos, em respeito dos que estavam fora. E a commum voz de todos era que fossem acima ver quem estava na torre, e porque não repicara, como nas outras egrejas •, e se fosse o bispo que o deitassem a fundo. " 
............................................
"A sanha trigava os corações, e com mencoria co- meçaram de bradar, olhando todos pêra cima, di- zendo: Que tardada é essa que vós lá fazeis, que não deitaes esse trédor a fundo ? Já vos tornastes castellãos com elle ? De mais se vos peitou que o não deitásseis, e sois já todos de um accordo ?» Então começaram todos de jurar que se o não deitassem iam acima, que todos viessem a fundo com. elle. "


Ou, mais recentemente:

Rede de Cuidadores confirma denúncias contra bispo

Isto está tudo igual à revolução de 1383- 1385

MIGUEL RELVAS COM EQUIVALÊNCIA A VÍTIMA DO TARRAFAL


MIGUEL RELVAS JÁ TEM NOVA EQUIVALÊNCIA: A VÍTIMA DO TARRAFAL.
NA PRÓXIMA MANIFESTAÇÃO DO 25 DE ABRIL JÁ VAI DESFILAR COM OS SEUS PARES, AS VÍTIMAS DO TARRAFAL SEM EQUIVALÊNCIA.

ESTA EQUIVALÊNCIA FOI-LHE GARANTIDA POR TER PASSADO CERCA DE 15 MINUTOS NUMA UNIVERSIDADE E POR TER SIDO IMPEDIDO DE FALAR.

Fernão Lopes: Lisboa, Revolução: (1383-1385)



Pois, era chato, mas não seria a primeira vez que o povo assaltava os paços de Lisboa. Não com cantigas, mas com lenha e carqueija.

"Alguns deles bradavam por lenha e que viesse lume para porem fogo aos Paços e queimar o traidor e a aleivosa. Outros se afincavam pedindo escadas para subir acima e verem que era doMestre, e em tudo isto era o arruído tamanho que se não entendiam uns com os outros nem determinavam coisa nenhuma. E não somente era isto à porta dos Paços mas ainda ao redor deles, por onde homens e mulheres pudessem estar. Uns vinham com feixes de lenha, outros traziam carqueja para acender o fogo, e cuidavam queimar assim o muro dos Paços, dizendo muitos doestos contra a Rainha"
Fernão Lopes, in Crónica de D. João I

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Grândola viral: "una furtiva lagrima"



"Grândola Vila Morena" está a tornar-se viral na Internet e sobretudo no Facebook, pelo menos em Portugal e Espanha.

Depois de a polícia ter corrido à cacetada o povo que se manifestava frente à Assembleia da República em Lisboa, usando truques que fizeram muitos terem pena dos tadinhos dos polícias, o povo recolheu-se, em parte por causa do Inverno. Pensou. Foi para o Facebook...

Hibernou e passou de formiga a cigarra. Agora canta, o que não é proibido.

É que não apetece muito "morrer pelas nossas ideais". Sobretudo porque não se trata de ideias e sim de pessoas. Corruptas. De governos corruptos.

E se uma furtiva lágrima assomar aos olhos desatentos, enquanto se ouve esta orquestra espanhola tocar e o povo espanhol cantar (sabendo toda a letra) a Grândola, isso é apenas um efeito secundário.

No problem. Segue-se a Revolução Mundial.