sábado, julho 05, 2014

O Papa normal





Um Papa, também designado por Santo Padre é, teoricamente, o único santo vivo da Igreja Católica. Ou o único vivo considerado formalmente santo. Não se compreende, contudo, que alguns Papas sejam ainda canonizados e outros não. Então não são santos?

Para além de serem santos, ou de serem e não serem santos, eram até há pouco tempo seres inatingíveis de tão importantes, levando uma existência à parte de todos, beneficiando de esplendoroso luxo, rodeados e carregados de oiros, como as imagens de santos dentro das igrejas, com as quais deveríamos identificá-los.

Esta imagem diz mais doa ue muitos discursos do Papa Francisco, diz mais do que mil artigos que se escrevam sobre o tema: 
Francisco ascite ao jogo da "Copa do Mundo" Suíça-Argentina. Ao lado da guarda suíça, que deve ser toda pela suíça. Toda a gente a olhar para o televisor e ninguém prestar atenção ao Papa, exceto o fotógrafo.


Não admira que todos, cristãos e ateus, admirem tanto este "santo" / santarrão. 
Porque os símbolos são muito importante e porque os símbolos já estavam a ficar estafados e precisávamos de uns novos.

Uma nova esperança nasceu no coração da humanidade. Chamava-se Francisco.

segunda-feira, junho 30, 2014

Contadores de visitas: Sitemeter, Histats

O sitemeter, ótimo contador de visitas para sites, quase deixou de funcionar. Nalguns casos deixou mesmo.
Neste blogue, parou, num outro, Escrevedoiros, mantém-se inalterado.
Quando contactado, não responde, o que é já amplamente referido na net.

Este blog aconselha que se substitua o sitemeter, com urgência, pelo Histats, contador do mesmo género, também grátis e muito melhor.

sábado, junho 28, 2014

Afinal foi um rei "moribundo" que pariu a Língua Portuguesa




Alguns senhores importantes, com o acordo das autoridades portuguesas, decidiram recentemente mandar muitas criancinhas soltar muitos balõezinhos junto ao Padrão dos Descobrimentos, para comemorar um facto importante e que ninguém sabia: 

Segundo eles, a  Língua Portuguesa nasceu no dia em que o rei D. Afonso II assinou o seu testamento, a 27 de junho de 1214. Verifica-se, ao ler esse testamento, algo que arrepia qualquer republicano convicto: dizia que o país era todo dele.

Queriam fazer esta comemoração no Brasil, na Copa do Mundo, mas os brasileiros não estiveram para aí virados. Que lhes interessa um rei Português que deixa Portugal aos filhos? Ou às filhas, caso não tenha filhos machos.

As dúvidas, é claro, são muitas:

Então a  Língua Portuguesa não existia antes de o testamento ter sido escrito? Então como conseguiu escrevê-lo numa língua que ainda não tinha nascido? 
Julgaríamos nós, ignorantes, que foi o povão, ao alterar o latim enquanto falava, dando pontapés na gramática a torto e a direito, com influências de outros falares, que foi aos poucos parindo esta nossa bela língua, segundo os processos normais da evolução fonética, semântica, etc... mas não.

Outra dúvida: até há pouco tempo, considerava-se que o primeiro documento conhecido escrito em língua portuguesa era a "Notícia do Torto" (de 1212). Numa visão mais romântica e mais consentânea com outros símbolos e mitos nacionais, houve mesmo quem dissesse que o primeiro texto foi um poema. Talvez de amor. 


Enfim, o povo português ignorou regiamente a data e a efeméride e continua a dar pontapés na gramática, com risco de inventar ainda uma nova língua.

Senhores importantes: já que a realidade pouco importa para esta coisa de mitos e de símbolos, como se comprova ao terem escolhido o terceiro texto mais antigo, em vez do mais antigo que se conhece (o que dava muito jeito por coincidir com o Mundial de Futebol), escolham antes um poema e digam que foi um poeta que pariu a língua portuguesa, tal como aconteceu com a Italiana, a mais bela do mundo. 
Dadas as atuais preferências musicais portuguesas e brasileiras, talvez um poema erótico-satírico seja o mais indicado. Parecido com as cantigas do Quim Barreiros. 

Há muitos desses e até piores, na Idade Média.

P.S.: A língua portuguesa está maravilhosa, não precisa para nada do Mundial de Futebol e recomenda-se - ao contrário das sua congéneres europeias, encontra-se em expansão, ao fim de 800 ou 900 anos: nas ex-colónias portuguesas, as pessoas deixam de falar os pequenos dialetos locais, trocando-os pelo português, língua de comunicação universal e língua de cultura.

Quem precisava muito de uma promoçãozinha mundial eram os senhores muito importantes, porque, assim, ainda ficavam mais importantes.


sexta-feira, junho 27, 2014

"Portugueses" que nunca ouviram falar de Portugal



São completamente desconhecidos em Portugal os factos referidos neste livro: Os Filhos Esquecidos do Império.

Existem, no Oriente, várias comunidades que se consideram e são consideradas portuguesas, porque constituídas por católicos luso-descendentres. Algumas sofreram a perseguição por isso, no Tsunami uma delas foi exterminada, facto muito noticiado no Oriente e ignorado em Portugal, só preocupado com o menino que foi encontrado com uma camisola da seleção portuguesa...

Muitas dessas pessoas não sabem onde fica Portugal nem sabem falar português, mas comovem-se e até choram quando vêm um português "verdadeiro". 
Eles também são verdadeiros portugueses, apesar de nós os consideramos chineses, indonésios, malaqueiros, etc.

O autor do livro, Joaquim Magalhães de Castro, um viajante, acompanhará e guiará algumas viagens a esses locais, através da agência de viagens Jade Travel. Viagens sempre diferentes, nunca repetidas, com início no próximo ano.


Há pequenos momentos que nos enriquecem por dentro. 
Há pequenos e grandes momentos que nos fazem sentir orgulho na aventura portuguesa de existir  e de se expandir pelo mundo.
O lançamento deste livro foi, para mim, um desses pequenos momentos. Que me fez imaginar outras vidas, tão estranhas e tão próximas, como se as pudesse tocar só de as evocar.

Conto mais quando tiver lido mais.

terça-feira, junho 24, 2014

O Gaio de Aquilino Ribeiro ou outros parecidos










Este delicioso texto é sobre o gaio, como muitos que Aquilino escreveu sobre pássaros. É o início do romance A casa grande de Romarigães


"Também ali perto, por uma tarde fosca de Outubro, chegou um gaio, voejando de chaparro em chaparro, a grasnar mal-humorado como é próprio da raça. No saiote desbotado, as duas pinceladas de azul, azul retinto, fulguravam para que se soubesse que um gaio também é gente dos ares. Trazia no bico uma bolota, um pouco menor que o bolo que o corvo costumava levar à cova de Daniel, mas para ele mais importante. Dispunha-se a comer a merenda bem amargada, quando deu com os olhos no mariolado vizinho com quem bulhara uma Primavera inteira por causa da gaia, depois sua mulher. Já esse tal, rancoroso e mau, dava jeitos de querer investir, penas riças, garras desembainhadas, a asa possuída de frenesim. Que remédio senão preparar-se para o receber condignamente!
E deixou cair a glande. Esta foi bater na face zenital dum velho toro, saltou de ricochete para o lado, e aninhou-se muito aninhada num monte de folhas secas e argalhos. Ninguém a via, nem ela via a mais pequena nesga do mundo."
[................]
"Do pinhão, que um pé-de-vento arrancou ao dormitório da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta. Acudiram os pássaros, os insectos, os roedores de toda a ordem a povoá-la. No seu solo abrigado e gordo nasceram as ervas, cuja semente bóia nos céus ou espera à tez dos pousios a vez de germinar. De permeio desabrocharam cardos, que são a flor da amargura, e a abrótea, a diabelha, o esfondílio, flores humildes, por isso mesmo troféus de vitória. Vieram os lobos, os javalis, os zagais com os gados, a infinita criação rusticana. Faltava o senhor, meio fidalgo, meio patriarca, à moda do tempo. Ora, certa manhã de Outono…"


domingo, junho 22, 2014

Exame de Português: textos misturados, perguntas ambíguas, critérios errados

O exame de português do 12º volta a surpreender-nos. Como acontece todos os anos.

Como é possível que o GAVE (atual IAVE) tenha contratado pessoas que, dispondo de um ano inteiro para elaborar uma prova de exame, tenham cometido erros tão crassos como estes:

- O texto, atribuido a Lídia Jorge, termina com uma conclusão que não é de Lídia Jorge nem daquele texto, mas sim de outro autor, Almeida Faria, num texto que nada tem a ver com aquele. A desculpa é que foi assim que o encontraram na Internet. Como se lê aqui:

Frases do exame de Português podem não ter sido escritas por Lídia Jorge



- Para além desta grave falha, há mais umas duas ou três, como a ambiguidade de certas perguntas, a dúvida grave sobre a denominação da figura de estilo, se é ou não metáfora.

É verdade que o português é subjetivo, a literatura é polissémica, mas os últimos exames de português não parecem considerá-la assim, já que não aceitam respostas diferentes da proposta nos critérios de correção, as quais são sempre muito básicas, mesmo quando se referem a comentários de textos literários. Para acentuar esta ideia, este ano retiraram, pela primeira vez, uma frase na qual se dizia que o aluno poderia dar uma outra resposta, a qual poderia ser considerada certa se o corretor assim o entendesse. Ainda bem que retiraram essa frase, pois não era isso o que acontecia. Qualquer leitura mais literária era considerada incorreta.

Advertido pela APP de que existe uma resposta errada nos critérios, o GAVE/ IAVE teima em afirmar que a resposta está correta e qualquer outra está errada.
Muito mais estranho: muitíssimos alunos acertam e, portanto, têm a resposta errada.

Especialistas não se entendem sobre critérios de correcção do exame de Português


Um linguista vai ao ponto de afirmar que se podem aceitar as duas respostas, a do GAVE e a outra, mas não deixa de acrescentar que é um disparate colocar tal pergunta num exame.
Parece que agora até os linguistas analisam a língua de acordo com  a cor política...
A mim ainda me parece muito dúbio que se considere ato locutório ou ato de fala uma frase que não corresponde a uma fala (normalmente, faz-se esta pergunta reportando-a a um diálogo). Talvez o discurso de  Almeida Faria seja mais coloquial que o de Lídia Jorge e se possa inferir que se trata de uma situação coloquial, metaforicamente falando... mas o texto da autora nada tem de coloquial.

- Não esquecer que este exame foi bem mais fácil que todos os outros, um autêntico bodo aos pobres, embora o atual ministro dissesse, há uns anos, que não se pode aferir a avaliação do sistema com exames que mudam de dificuldade todos os anos, o que implica resultados totalmente diferentes todos os anos. 
Assim, no ano passado os alunos tiveram más notas a português, o que aparentemente quer dizer que está algo errado no ensino desta disciplina, mas este ano vai haver notas ótimas, o que significa, claro, que tudo mudou para melhor no ensino do português, nos últimos 12 meses e que já está tudo bem. Sem que nada tenha acontecido, entretanto.

Está em atividade uma petição pública online a propor a revisão do critérios de exame: AQUI


Todos os anos acontece esta coisa extraordinária: alunos com média de 18 a tudo são classificados com 10, 11 ou 12 no exame de português. E na maioria dos casos, não adianta nada reclamar da nota. Raramente resulta.

Post Scriptum (4/7/2014): O Iave continua a considerar errada a resposta que os linguistas consideraram correta, mas, "para não prejudicar os alunos", os corretores devem considerar as duas certas. E porque não considera todas certas, "para não prejudicar os alunos"?

domingo, junho 15, 2014

As prioridades ao contrário: políticos que nos roubam impunemente e ladrões incompetentes, que mal sabem roubar os estrangeiros! E como fica a avaliação do desempenho?

Temos agora:

Políticos que roubam impunemente e ladrões incompetentes, que mal sabem roubar!
Que horror!


Tive aqui em Lisboa uns amigos franceses. 
Perguntaram-me se achava perigoso andar de noite, disse que não.

Pela meia noite do último dia, separámo-nos, e a minha amiga principal foi assaltada com roubo de esticão.

Mas os amigos homens foram atrás e apanharam a cigana, ou o cigano, não entendi bem,  e obrigaram-no ou obrigaram-na a devolver a carteira da mocinha.

Que horror! Que ladrões tão incompetentes que nós temos! 

E os políticos, que só nos roubam a nós!Ide roubar para a Europa!


Queridos políticos: Ide roubar para a CEE! Difícil? Temos pena, mas eles são mais ricos...

Se os nossos partidos político, "altamente" corruptos, de todas as áreas, pois todas as áreas, da direita à esquerda, têm montes de  criaturas corruptas,

Logo,

Queridos políticos:

Ide roubar para a CEE. Que é mais rica.
ide roubar para África. Que é mais pobre.
Ah, vocês acumulam? Perdão. Forget!!!

Ui que chato!


sábado, junho 07, 2014

Lisboa: santos populares







"De uma tristeza arrepiada nos dias de chuva" Lisboa, Eça de Queirós. Foto da Nadinha


Lisboa, sábado do primeiro dia das festas populares anda no ar um cheiro a sardinha assada, ouvem-se músicas ordinárias em todas as equinas e nas casas, um fumo espesso sai dos assadores. O aroma do manjerico atenua ou acentua o cheiro a cozinhado, não se percebe bem, o manjericão não faz parte do assado.
Lisboa cheira. Cheirar, cheira. Lisboa faz barulho. Música? Dança-se. Um cheio a suor, a peixe a ervas aromáticas, a castanhas assadas e a fumo.

A música brasileira invade a cidade com os atabales no entardecer. Cai a noite. 
Cai o pano sobre uma cidade febril. Triste.

Falsamente alegre.


Ainda os amigos: reais, virtuais e outros

Já experimentaram usar um site, por exemplo do Facebook, para convidar amigos a Gostar (Fazer Like) de uma Página? 

Estranhíssima experiência, como verão :) 

Em segundos ou frações de segundo, somos obrigados a analisar (avaliar?), aquilatar cada amigo: 


"Este não se interessa por estas coisas, este é demasiado ignorante e nada entende do assunto, este só se interessa pelo seu umbigo, apesar de ser muito culto, este é muito jovem e não pensa em nada disso, este é tão jovem como o outro mas tem consciência cívica, cultura, este é um querido, mas bronco... :), este é bronco mas com tendência para a polémica, este assina sem pensar, este pensa muito, mas não tem coragem de assinar, este é hiper-crítico, mas só critica junto de quem concorda com ele, não tem coragem para tomar uma atitude, nem mesmo na net... "

Excluí desta lista os que podem ser convidados, claro.

  


E o próximo round pode ter conclusões completamente diferentes, dependendo do tema. Por exemplo, se é uma petição a favor dos animais: este é querido, gosta de animais, este não tem medo de assinar isto porque não é nada perigoso, este gosta de gatinhos mas odeia tubarões ( por exemplo, eu) este trabalha na indústria das carnes :) ... etc.

A Amizade mudou. Completamente!
Será que os nossos amigos não são perfeitos? 

Será que isso não passa despercebido, agora?
Será que agora aceitamos melhor que os nossos amigos sejam imperfeitos? 

Então, os amigos virtuais são muito mais reais do que os outros.   


(Perguntam-me interativamente:
- E os que não tem conta no FB e seriam possíveis interessados nessa página de causas?
- Bem, esses têm medo da própria sombra.)

quinta-feira, junho 05, 2014

AMIZADE: Adeus, Jorge, ex-amigo real, escaqueirei o teu souvenir


Oferecer souvenirs para os outros se lembrarem de nós.

Acabo de quebrar um minúsculo recipiente bonitinho de barro, no feitio da base de uma avelã. Foi-me oferecido há muito tempo por um antigo amigo.

Esse amigo costumava queixar-se de que as pessoas se esqueciam dele, o que não era verdade. As pessoas esquecem-se umas das outras, simplesmente. Mas, de cada vez que eu via a metade de avelã lembrava-me logo do Jorge. Lembro-me de que era gordo, amoroso, querido. Gordinho e fofinho, pródigo em abraços quentinhos. Professor de ginástica, ensinava todo o mundo a nadar, a fazer desporto...

Em ocasiões em que me senti doente, coloquei a a avelazinha na mesa de cabeceira com os comprimidos. E lembrava-me logo dele. Avelazinhas agora substituídas por muitas tacinhas azuis que trouxe da Turquia.

A tacinha que quebrei era do Jorge não sei quê, que foi muito meu amigo no Algarve quando vivi no Algarve.

Agora parti-o, escaqueirei-o. Adeus, Jorge.
Se calhar nunca mais me vou lembrar de ti.
Sorry!

Foste um amigo Real. 
Agora só me lembro dos amigos virtuais. Beijinhos, Jorge.

domingo, junho 01, 2014

Muitos estrangeiros consideram que existem 20 motivos para deixar tudo e vir para Portugal


(Imagem: fotografia da travessa de porcelana da Vista Alegre: Lisboa)

Talvez a saída da crise esteja no turismo. Pelo menos, uma parte da saída.

20 MOTIVOS PARA DEJARLO TODO E IRTE A PORTUGAL

(um deles é o café, outro é o chocolate, heranças coloniais, ao que parece).

sexta-feira, maio 30, 2014

Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres





O Museu Nacional de Arte Antiga estabeleceu um acordo com a Diocese de Angra, nos Açores, para expor em Lisboa o resplendor (peça que se vê na imagem sobre a cabeça) da conhecida imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, no âmbito da exposição de Arte Sacra portuguesa, a ser realizada, designada por 'Esplendor e Glória'.

A iniciativa irá valorizar esta peça do nosso património, que poderá ser divulgada internacionalmente, promovendo o turismo religioso para a região. 

Contudo, muitos populares açorianos vêem esta peça apenas no seu valor devocional, ignorando a sua dimensão artística, como se as duas acepções fossem contraditórias e fizeram uma petição afirmando que o Resplendor não pode abandonar o santuário.

Em troca da participação na exposição, o Museu Nacional de Arte Antiga vai promover o estudo da obra por especialistas e restaurá-la, um restauro considerado pelo seu Diretor como necessário e urgente. 

O atual Diretor, António Filipe Pimentel tem desenvolvido um trabalho notável de intercâmbio de obras de arte com museus de diferentes países, trazendo para Portugal peças cuja presença em Lisboa seria  anteriormente inverosímil e levando para outros museus, nomeadamente o Prado e o de Turim obras constituintes do seu espólio.

Realizou ainda, em época de crise e com um orçamento reduzido ao mínimo, as mais magníficas exposições de que há memória, no Museu Nacional de Arte Antiga, como:

A ARQUITETURA IMAGINÁRIA. Pintura, Escultura, Artes Decorativa


ou 


.


segunda-feira, maio 26, 2014

MIL AMIGOS DO FACEBOOK

POEMA DE CAMILO CASTELO BRANCO


Amigos, cento e dez, ou talvez mais, 
Eu já contei. Vaidades que eu sentia: 
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!

Amigos, cento e dez! Tão serviçais, 
Tão zelosos das leis da cortesia 
Que, já farto de os ver, me escapulia 
Às suas curvaturas vertebrais.

Um dia adoeci profundamente. Ceguei.
Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quasi rotos.

Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver.
- Que cento e nove impávidos marotos!

Camilo Castelo Branco POEMA "AMIGOS"


MAS NESTE TEMPO AINDA NÃO HAVIA O FACEBOOK! ERAM TEMPOS ANTIGOS, EM QUE REINAVA O TÉDIO. 
TALVEZ FOSSE IGUAL, AMAS AGORA HÁ  A SOLIDARIEDADE E ETC...

PARA CAMILO, E COMO SE VÊ, 110 AMIGOS ERA O MÁXIMO IMAGINÁVEL. QUE POUCO, SE PENSARMOS NO FACEBOOK!
TUDO MUDA.

domingo, maio 25, 2014

Velharias: Antiguidades?








Quando fui ver os espanhois, comprei este boneco de porcelana, que gira. Gostei: na foto, com o bule inglês a imitar uma casa, uma jarra com plantas silvestres colhidas em Lisboa, uma vela e o boneco de porcelana giratório. Gira por um sistema de corda enquanto toca uma espécie de música.

Este boneco, que seria um de dois de um par, tem muita graça. 
A quem terá pertencido, este que parece novo em folha?


sábado, maio 24, 2014

Quem vai ganhar hoje? Talvez os Espanhóis?












Lisboa está inundada de espanhóis que vieram à final da Liga dos Campeões, entre duas equipas de Madrid.

Que pensarão disto os catalães, que odeiam o Real Madrid e se recusam, muitos deles afalar espanhol? Serão pela outra equipa de Madrid, de que não sei o nome? Pouco provável.

Acho que vão ganhar os espanhóis, mas os lisboetas também.
Em primeiro lugar, ganhamos todos em publicidade a Lisboa. 
Depois, esta enchente vem cá deixar muito dinheiro, com hotéis a levarem 3000 Euros por noite e casas particulares a serem alugadas. 

Obrigada, Nuestros Hermanos.
Lisboa agradece.

Mais tarde, digo:

- Vi o jogo e adorei: 

- GANHÁMOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Livro: A Gata do Dalai Lama



Os gatos, que passam dois terços do dia e da vida a dormir, podem ensinar-nos a tirar prazer da vida. 
Os budistas podem ensinar-nos a viver no presente, sem sofrimentos pelas ligações excessivas ao passado, nem pelas conjeturas sobre o incerto futuro.

A Gata do Dalai Lama é um livro que nos ensina a viver com a tranquilidade de uma gata, que faz o favor, ao Dalai Lama, de partilhar a casa com ele, que nos ensina o que o Dalai Lama e o Buda ensinariam a uma gata (não matar ratos, por exemplo) ou a uma pessoa, para além de narrar o dia a dia do grande líder espiritual  ): 

“Assim como a sombra segue o corpo, nos tornamos aquilo que pensamos.” Buda

Ou seja, os pensamentos que temos determinam a forma como vivemos. Com pensamentos alegres somos felizes, com pensamentos confiantes somos confiantes, etc.

Mas o grande problema, claro, é o Ego: quanto maior for o Ego, maior o sofrimento. Ora, o Ego dos gatos é o maior possível, mas os gatos vivem no presente... viver no presente é um modo de evitar o sofrimento, sobretudo se extraindo prazer dos prazeres do momento... como diria Epicuro, Carpe Diem.

Como se vê, os ensinamentos do Buda, nascido cinco séculos antes de Cristo, são hiper modernos! Assim como os de Epicuro, filósogo grego do Século III antes de Cristo.

Estou a ler o livro como ebook brasileiro, pois os ebooks portugueses são para rir: custam o mesmo preço dos livros em papel, como se gastassem papel e tinta! E alguns sites brasileiros, como este, ainda são caros. Pois o que torna caro um livro é o papel e a tinta, o que não justifica que os livros portugueses em papel também sejam mais caros que os franceses, italianos, ingleses... 

Solução: ler noutras línguas e ler ebooks.

Excerto: 

“Uma pergunta que não precisava ser feita, obviamente, era quem esse visitante queria ver. E, é claro, o Range Rover acabou se direcionando lentamente para os portões que o levariam à residência da Rinpoche, a Bodhigata, a Leoa da Neve do templo de Jokhang, A Mais Bela Criatura Que Já Existiu — e do seu companheiro humano.”

domingo, maio 18, 2014

Corrida A Mulher E A Vida 2014











Participei hoje nesta corrida / caminhada, após uma noite mal dormida, por culpa dum rato hiperativo, entrado pela janela aberta, o qual percorria o meu quarto a grande velocidade, atirando para o chão vários objetos que estavam em cima dos móveis.
Perguntei-me se seria um fantasma hiperativo ou um Poltergeist, pois é muito chique ter uma casa assombrada e só pude dormir quando vi o minúsculo Fittipaldi, que nem adulto deve ser ainda. Será que os ratos jovens são irrequietos como os cãezitos pequenos? Tema das próximas insónias: matar um bichinho tão engraçado? A verdade é que até oiço as borboletas noturnas, mariposas, falenas... e também havia uma dessas, o que me baralhou.

Após muito acender de luzes e muitas páginas lidas no Ipad do maravilhoso livro The Secret Garden, é claro que me atrasei para a corrida. 

Para descobrir que é ótimo chegar atrasada: pela primeira vez, vi ao vivo as quenianas que ganham sempre tudo. E há muita gente a usar esse "truque". Na segunda foto, captei algumas, já não as primeiras, que correm à velocidade da luz...


Hoje é o dia dos Museus: na segunda e terceira foto, o Museu de Arte Antiga, na primeira, quinta e sexta a Torre de Belém, cuja entrada também deve ser grátis neste dia.

E os Jerónimos, e a Feira de velharias e artesanato dos Jerónimos...

Enfim, um motivo para fazer turismo em Lisboa logo pela manhã.

Mais tarde, ao tentar vir para casa com o trânsito todo baralhado, uma senhora gritava comigo que isto é uma grande manobra propagandística do PSD: a cor da camisola, o percurso, os patrocinadores, empresas vendidas por este governo... de facto a  camisola é cor de laranja, mas o percurso e os patrocinadores são sempre os mesmos. 
Será que andei a fazer propaganda ao governo? 

"Que mais irá me acontecer?!!!"

quarta-feira, maio 14, 2014

Jornal O Observador


Novo jornal, inteiramente digital e grátis, com jornalistas de alto coturno, promete revolucionar o jornalismo em Portugal, que bem precisa de uma ou duas revoluções. Já na próxima segunda feira.
A começar pelo Expresso, que lançou, 15 dias antes, uma versão digital.
E a começar pelo Público, cada vez mais cinzento, cada vez mais sombras de Gray. 
Habituados que estamos à desilusão, não devemos desiludir por dá cá aquela palha: ou por dá cá aquele jornal, inteiramente gratuito. Há tanta coisa que muda para melhor! 


segunda-feira, maio 12, 2014

Ajudas a Portugal? Pela Troika? LOL


Já sabiámos que Portugal não investiu nada na crise / especulação  do subprime. Quem investiu muito foi a Alemanha. Os bancos alemães.

Quem pagou muito foi Portugal. Duvida? Então leia.

Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães





"Vem longe ainda a praia do futuro"...


"Irmãos! irmãos! amemo-nos! é a hora...
É de noite que os tristes se procuram,
E paz e união entre si juram...
Irmãos! irmãos! amemo-nos agora!"
Antero De Quental, no seu poema Tentando a Via

domingo, maio 11, 2014

Antigo Real Asilo Militar de Runa








Este asilo militar, destinadoa militares pobres e inválidos, fundado em 1827 pela princesa D. Maria Francisca Benedita (irmã, nora, sobrinha e prima de D. maria I), que viveu numa parte do edifício.

Apresenta maravilhosas peças artísticas e artesanais, pois a princesa era muito culta, sendo ela mesma também artista.

Ainda hoje lá vivem militares, esposas, viúvas.

A capela é uma jóia, com particularidades muito interessantes, sendo que o trasepto se pode circundar, como se vê nas fotos.

(Continua. Para ver mais, clicar em Runa, na tag abaixo. Para ver melhor, ampliar as fotos.)

sábado, maio 10, 2014

Convento de Varatojo II





Fantásticos azulejos, alguns deles sobre as tentações, o mal e o bem (2ª e 3ª fotos), os outros dois sobre o amor a Deus.

Esquecemo-nos de que existem lugares como este, com gente isolada num belo e antigo local, a meditar, a rezar.

Esquecemo-nos de que existem painéis de azulejo como estes.

Esquecemo-nos de que os painéis de azulejo são a arte portuguesa por excelência.

Esquecemo-nos de que os painéis de azulejo não são fáceis de roubar e que podem até ser a única arte que não desaparece de lugares como este, que foi expropriado duas vezes: na revolução liberal e na revolução republicana. 

(Para ver mais, clicar nas Tags abaixo)

Convento de Santo António de Varatojo








Este convento é muito bonito. Fundado pelo rei D. Afonso V, que lá viveu no fim da vida.
Os claustros são lindíssimos e tem impressionantes paineis de azulejos.
Vou colocar outro post sobre este convento, nesta mesma data.


(Continua: para ver mais, clicar nas Tags)

segunda-feira, maio 05, 2014

Saída limpa? Limpíssima. Até limparam o sebo a muitos.







O presidente da república acaba de postar um comment no Facebook, afirmando, por palavras suas, sempre pobres de vocabulário,  que "está tudo bem, no melhor dos mundos possíveis"- isto para citar , digo eu, uma frase de Voltaire, do seu livro Candide, ou l'Optimisme.

Eu, Nadinha, fiz um comment no mural do sr presidente. Se vocês conseguirem descobrir qual é o comment, ganham... um balangandam.

VER AQUI

Mas talvez tenham apagado o meu comment. Quase sempre apagam os comments da Nadinha. No site do senhor presidente, em momentos críticos, fazem isto quase de 5 em 5 minutos, apagam tudo o que não seja elogio....

Mas, mesmo que tenham apagado... vejam os outros, de minuto a minuto há gente que protesta e que é apagada.

Neste caso, escrevi assim:

"E aquela fase, talvez futura, em que perguntamos aos políticos o que é que fizeram do nosso dinheiro? Senhor presidente, se não quer ser lobo, não lhe vista a pele. " 

Talvez apaguem o comment. É o que o filósofo José Gil chama um "não acontecimento", ou seja, apagamos e fica esquecido. Nunca existiu. Nós adoramos nunca termos existido, claro.
Vocês também podem comentar. Talvez apaguem os vossos comments. Mas não podem apagar tudo!




Bem, desta vez, este post do blogue aparece como comment a três notícias e reportagens do Jornal Público.  Acontece, às vezes.

domingo, maio 04, 2014

Dia da Mãe





Viver é complicado. Ser mulher é complicado. Ser mãe deve ser ainda mais complicado. Sobretudo se os filhos não forem grande coisa. Feliz Dia da Mãe. Sobretudo se os filhos forem grande coisa. E muito mais ainda, se não forem grande coisa.


Muitas vezes penso e só uma vez o disse, a uma menina que, mais tarde, fez questão de ser minha amiga no FB, apesar disso: 


- "Às vezes, quando tenho uma aluna extraordinária, penso que gostaria de ter uma filha assim, para depois refletir que se fosse minha filha, não era assim, seria provavelmente uma pessoa mais complicada, para além de ser muito diferente, fisicamente. Outras vezes, muitas vezes, olhando para certos alunos e alunas que tenho, reflito assim":

- "Graças a Deus que não tenho filhos!"

Não sei se fui boa ou má filha. Perfeita não fui, de certeza. 

Obrigada, mãe. Que perdi aos 18 anos.

quarta-feira, abril 30, 2014

Dupla Canonização RED BULL - dá-te asas!!!

Canonização RED BULL

A dupla canonização de João Paulo II e de João XXIII foi patrocinada pela Nestlé, por duas bebidas energéticas e por um banco.


Um papa acusado de ser conivente com  pedofilia e com o Banco Ambrosiano e outro mais consensual, foram recentemente canonizados, com o alto patrocínio da Nestlé e de duas bebidas energéticas.

Esperemos que o Papa Francisco se tenha sentido amarrado a compromissos anteriores e não se sinta agora conivente com este absurdo.

VER AQUI:


La double canonisation a été sponsorisée par Nestlé, deux groupes énergétiques, et une banque




    Saída limpa: "Uma reviravolta extraordinária para um país que ainda há seis meses parecia destinado a pedir um novo resgate”, diz o “Financial Times”




    Por aqui se vê que até a astróloga Maia faz previsões mais científicas do que a Troika ou as agências de rating:

    Portugal vai optar por uma saída limpa, que o Financial Times descreve assim:

    “Naquela que é uma reviravolta extraordinária para um país que ainda há seis meses parecia destinado a pedir um novo resgate”, diz o “Financial Times” na sua edição online.


    VER AQUI


    E AQUI


    A carta da imagem é O Enforcado (CLICAR), colocado de cabeça para baixo. Quer dizer (entre outras coisas):

    - Espere: você agora não pode fazer nada.