Tivemos um rei, o tão mal-amado rei
D. João VI, mal-amado em Portugal e no Brasil, que comia um frango assado a todas as refeições. E se calhar, às vezes repetia.
O espanto desta informação não vem tanto da quantidade, deveria comer várias outras coisas além do frango, mas sobretudo de nessa época não se comerem frangos assim, à "tripa-forra" (expressão também ela antiga e antiquada, mas que vem a propósito).
Lembrei-me disto agora, por me ocorrer que todos nós, isto é, eu é vocês, podemos comer como um rei, se nos apetecer e se tivermos apetite, dado que o dito frango é hoje vulgar e barato.
Vejamos: os do rei eram biológicos, que agora são mais caros, mas podiam muito bem estar doentes ou até mesmo terem morrido de doença, que na época era assim...
Outro aspecto: deveria ser preciso ter um aviário só para ele, pois comia cerca de 800 frangos por ano e a produção não era assim tanta nesse tempo.
Moral da história (tive, durante alguns meses, um namorado completamente ignorante, que achava sempre que todas as histórias tinham moral):
Este nosso rei deveria ser considerado o percursor do fast-food, tanto em Portugal como no Brasil e, sem a menor dúvida, merece a honra de ser considerado o verdadeiro...
O Verdadeiro Rei dos Frangos!
P.S.: O dito noivo, vendo-me um dia a folhear um livro da grande poetisa Sapho, perguntou-me se eu estava a pensar comprar um livro sobre sapos. Mas era meiguinho.
Novo PS!: Com o receio de ter errado, fui consultar a net. Fiquei a saber (será verdade?) que o dito D. João VI comia nove frangos assados por dia, o que dá 3285 frangos por ano, sendo que nos bissextos seriam 3294 e que a sua esposa foi a inventora da caipirinha. Obrigada, Dona Carlota Joaquina! A caipirinha é uma das coisas boas que existem!
Vale a pena pesquisar este tema na net. Experimentem.