Estas são algumas das fotos de Charles Fréger, um fotógrafo que viajou durante anos retratando estas máscaras, que recolheu no livro ′′ Wilder Mann ".
São tradições da Europa, todas elas, representando o homem selvagem.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
Nas duas partes da exposição, vemos homenagens à arte antiga, ocidental e oriental, pois existem objetos inspirados na porcelana chinesa, nos desenhos em cerâmica grega, etc…
Talvez seja um êxtase do lado da fantasia é um rapto, da parte da realidade.
Comecemos pela realidade.
As obras que a representam, muitas vezes eivadass de fantasia, outras vezes mostrando a realidade no seu aspeto mais brutal, o chamado realismo, talvez mesmo hiperrealismo, vão desde vídeos, obras enormes, instalações até peças de ourivesaria, com aneis e pulseiras, havendo mesmo, em vídeo, a imagem de milhpes de sementes de girassol feitas em porcelana, por muitos artesãos. sim, muitas das peças não são feitas por Ai Weiwei, que apenas as concebe, encomendando depois a sua execução.
Esta parte da exposição é dominado por uma obra monumental representando so refugiados, tema constante da exposição, dentro de um bote de borracha e por uma série de enormes caixas, como contentores. O material em que é feito o bote e as imagens dos refugiados é o mesmo material de que são feitos esses botes.
Quanto às caixas, elas contam a história de 81 dias em que o artista esteve preso, com dois guardas constantemente a olharem para ele, mesmo qando estava a dormir, a comer, ou mesmo a usar a imunda casa de banho da cela.
Espreitamos por uma pequena janela e vemos isso mesmo: uma imagem muito realista de Ai Weiwei e de dosi guardas de pé, a olharem para ele. Subindo a um pequeno estrado, espreitamos por uma outra abertura e vemos a casa de banho, com grandes pormenores de sujidade e de ferrugem, tudo um pouco mais pequeno do quea realidade, só um pouco.
Vemos um campo de refugiados em vídeo, salientando as condições de insalubridade e logoa seguir belíssimas porcelanas chinesas inspiradas nas antigas, em vasos sobrepostos que apresentam temas pintados de refugiados. O mesmo tema ocupa toda uma parede de desenhos na parte da realidade, a preto e branco e outra enorme parede na parte da fantasia, em tons de azul. E ainda um anel de ouro, ou revestido a ouro.
Poderá alguém não gostar por razões ideológicas, mas, a não ser isso, a exposição é uma muito agradável e muito grande, enorme, surpresa, tanto em dimensão como em originalidade..
Divide-se em duas partes: para o lado direito a fantasia, que contém muito de realidade, para o lado esquerdo a realidade, que às vezes é simplista é bruta, outras vezes contém muito de fantasia.
O tema geral é os refugiados. Não é o único, é o principal.
Vou dividir este tema em três posts do blogue. Introdução, que é este, Realidade e fantasia.
Comecemos pelo pior: A realidade, no próximo, depois, num terceiro, a fantasia.
Encontrei este livro, que contém três contos de Émile Zola. São todos muito impressionantes, muito verosímeis e muito realistas, mas um deles, “A Inundação”, é uma verdadeira obra-prima.
O narrador é um lavrador e proprietário de terras francês abastado, que nós narra a sua situação.
Naquele dia, além da sopa do jantar, decidiu comemorar comum vinho licoroso as muitas coisas que havia a comemorar: as colheitas iam ser fantásticas, o que iria permitir à família adquirir as terras dos vizinhos, até tinha nascido 7ma vitela naquele dia e o noivo da filha mais nova tinha aparecido para marcar o casamento.
De repente, o rio Mose, numa enchente, invadiu a aldeia em que se situava a casa.
Primeiro, desapareceram todas as colheitas, seguidas d3 todos os animais domésticos: vacas, carneiros e ovelhas, cavalos.
Logo depois desapareceram duas criadas, afogadas, claro. Os homens da casa nada disseram as mulheres.
Depois foi um dos filhos, que, após um gesto heróico para salvar a família, se afogou, logo seguido da esposa e dos dois bebés que esta erguia nos braços, para,lhes dar mais alguns segundos de vida.
E depois é depois, afogaram-se todos, dois deles, foi por suicídio que se entregaram às águas.
Finalmente, só sobreviveu o velho…
Esta estória, por muito ou por demasiado dramática que possa parecer, a verdade é que poderia ter acontecido e aconteceram casos idênticos, em desastres naturais.
Que fazer? A quem apelar?
Aqui vai o link para o livro on-line grátis, em francês no original.
https://www.gutenberg.org/ebooks/7011
Atenção: na Epístola de São Paulo que foi lida no domingo na RTP e que foi considerada machista, quando São Paulo afirma que as mulheres devem obedecer sempre aos seus maridos, São Paulo e a Igreja Católica por ele, não pretendem dizer, de forma alguma, que as mulheres devem obedecer sempre aos seus maridos. É uma metáfora. Isto é de tal modo evidente para todos, de acordo com a hermenêutica e a exegese bíblicas, amplamente conhecidas do povão, que os padres não sentem necessidade nenhuma de o explicar. Toda a gente percebe logo que, segundo a Igreja Católica, as mulheres não devem obedecer nunca aos seus maridos.
Queremos dizer: qualquer semelhança entre a missa televisionada e a situação das mulheres em Cabul, é pura coincidência.
Mas os católicos portugueses e outros não deixam de ficar enCABULados com 3sta coincidência…
Em Portugal nem é preciso explicar nada disto, pois temos a impressão de que os homens são um tanto apatetados, enquanto as mulheres são sensatas, trabalhadoras e responsáveis. Isto vê-se logo quando as raparigas entram para os melhores cursos universitários e os rapazes só não chumbam o ano por causa do Covid.
Foto: “Mãe, Filha e Boneca” da fotógrafa iemenita Almutawakel
Após intereegno devido às medidas de prevenção do Covid 19, voltamos ao prazer de correr na beleza desta maravilhosa cidade.
Esta corrida tem também uma intenção de manutenção da saúde,ao incentivar a s mulheres a fazerem desporto e a preocuparem-se com as doenças que são próprias do género.
É o segundo rio mais longo nascido em território português, a seguir ao Mondego, ambos nascidos na Serra da Estrela e mais limps doque os que vêm de mais longe.
Tem paisagens muito belas, afora aproveitadas pelo turismo, como o Lago Azul, na primeiras imagens. As águas são mansas e belas.
Mais adiante tem a belíssima e mágica aldeia de Dornes, como se fosse uma península de rio. De cortar a respiração, como veremos noutro post.
O navio que se vê é o São Cristóvão, que faz passeios pelo rio, servindo almoços.
Atravesso uma paisagem de folhagens verdes e amarelas, de rios e de plumas, de águas de lagoas, para finalmente chegar à casa de vidro perto do mar.
Nessa casa está uma mulher que nos fala da nossa alma. Como se a conhecesse.
Essa estranha que é a nossa alma, essa estranha que é essa mulher, aparecendo no meio das flores e dos lagos.
Uma mulher com o nome e o gosto de longínquos mares, com a voz rouca dos búzios, ressoante de futuras ondas, com que canta às vezes as passadas marés.
Graciete Nobre
Pintura "La chasse aux papillons" de Berthe Morissot
Sabemos que as mulheres têm terríveis inseguranças quanto à sua aparência física e quanto ao seu papel no mundo e isto é para não falar de outros terrores femininos.
Enquanto as feministas e os psiquiatras as tentam livrar destes horrores, as esteticistas, também muito femininas, exploram tudo isso, com resultados in cash.
Telefonaram-me a propor uma limpeza de pele por um preço módico, alegadamente promocional. Como precisava de fazer uma, aceitei.
A rapariga, amorosa, falou durante uma hora e meia, pondo na lama da rua a minha pele e a minha aparência. Fotografou-me o rosto de vários ângulos, ampliando os aspetos piores. O resultado não parecia eu e sim uma espanhola com 89 anos, injustamente electrocutada numa prisão dos Estados Unidos da América. Cada ruga era um rio Amazonas, ladeado de perto pelo rio Nilo e pelo Grand Canal de Veneza.
Muito infeliz, lá me submeti ao tratamento, de 20 minutos e a mais outras tantas fotos.
A rapariga foi muito simpática até me mostrar as fotos do antes e do depois, dizendo eu que gostava mais da primeira: nesta, eu tinha um ar ingenuamente alegre, na segunda, tinha o aspeto de uma prisioneira política submetido a tortura, a qual incluía muitas dores nos dentes provocada pela trepidação do aparelho e tortura psicológica. Você tem chumbo nos dentes? Chumbo, eu? Porcelana, talvez…
A senhora ficou ainda menos simpática quando eu lhe disse que não saía de lá sem ela apagar à minha frente, todas as fotos. Sim, eu apago depois. Agora!
Finalmente, propôs-me um tratamento feito por mim em casa, com os aparelhos emprestados, alugados, pela módica quantia de 4 mil euros, menos um cêntimo. É claro que eu podia pagar em 24 meses, 250 euros por mês, o que daria, se fizéssemos as contas, mas não fizemos, 6 mil euros. Menos um cêntimo, claro.
Convenho até que o tratamento parece dar resultado, mas, se eu fosse mais insegura ou mais vaidosa (pecado ou virtude que nunca tive) teria imediatamente assinado aquela dívida. Pensar e responder depois é alternativa que não existe, é tudo baseado nas compras por impulso.
Se lermos as reclamações, da DECO e outras, veremos que muitas mulheres assinam contratos destes, apesar de não terem como os pagar, mas não existe piedade quando é para receber…
É uma clínica muito chique e muito bem situada, que deve estar com a corda na garganta por causa do Covid. Fazemos nós o tratamento em casa, não precisamos de lá ir e pagamos só 5 999 euros. Vale tudo…
Mas pelo ar da rapariga, parece que não resulta muito: E não me faça perder tempo dizendo que vai perguntar a opinião da sua dermatologista, não vai nada! Eu vi logo que você não é do género de perder tempo a fazer estas coisas todas! E olhe que não são 4 mil euros, olhe que é menos, gritava ela por fim, já fora de si.
Era mais um telefone em que se via o outro.
Mas também ainda não existia nesse ano.
Bombeiros voar, ainda nos falta isso.
Alunos a aprender numa máquina, com um deles a dar à manivela…
Uma máquina que varre, lava o chão e encera, tão engraçadinha…
Uma baleia sorridente a transportar um submarino…
São imagens de vários artistas, publicadas em cartões, imaginando como seria a vida no futuro. Agora. Há 20 anos.
Ainda estamos longe de muitas delas, mas sobretudo estamos à margem. Com aparelhos muito mais pequenos.
A verdade saindo das águas é o tema de muito belas pinturas. Como estas.
O tema baseia-se numa parábola da época, século XIX: A mentira convenceu a verdade a banharem-se nuas num poço. A mentira saiu, vestiu as roupas da verdade e fugiu. A verdade saiu do poço nua é assim perseguiu a mentira pelas ruas. O povo criticou a verdade por andar nua e homenageou a mentira, vestida com as roupagens da verdade.
As primeiras quatro pinturas aqui apresentadas, com a verdade muito zangada ou muito abatida, são da autoria de Jean-Léon Gérôme. A primeira representa-a a sair do poço com um chicote para castigar a humanidade.
As duas seguintes, representando a verdade em pose de triunfo, são de Edouard Bernard Debat-Ponsan.
A última é de Paul-Jacques-Aimé Baudry.
É muito bela ou formosa a Ria Formosa.
Na ilha da Culatra encontrei este barco junto à capelania, com os dizeres, numa placa, de que fez a travessia Portugal Brasil. Procurei na Internet, não encontrei nada disso, agora quem procurar encontra isto, neste blogue. Encontrei, sim, a notícia do recorde desta travessia em barco a remos, mas são barcos modernos e apropriados.
Será verdade? Terá sido uma grande aventura. Provavelmente terá navegado à vela, como os navegador3s antigos. Enfim, cá fica a homenagem, tanto à formosa Ria Formosa, como a este senhor.
José Rodrigues Belchior fez a travessia Ilha da Culatra (Portugal) - Porto Seguro (Brasil), no saveiro Natália Rosa, como se lê na foto da lápide.
Há umas décadas, as pessoas consideravam que podiam abusar dos fracos, desde crianças a deficientes e pobres. Era vulgar ver gente a gozar com os cegos ou com os surdos e havia (ainda há) expressões como esta: “bater no ceguinho”. Quer dizer outra coisa, mas implica a ideia de que é fácil bater num cego, que não se pode defender e não pode acusar o agressor porque não sabe quem foi.
Hoje em dia é impensável, para muitíssima gente, fazer algo deste género e existe a ideia generalizada, até mesmo ao nível político e social, de que temos obrigação de defender e proteger os mais fracos.
Quer isto dizer, claramente, que a nossa sociedade evoluiu muito em termos espirituais. Deu um salto “quântico”.
Existe um ditado popular, um pouco impopular, talvez do Alentejo ou Ribatejo, que só ouvi a uma pessoa. Conhecem?
“ Só dá um “chórisso” a quem lhe der um porco gordo”.
Fartei-me de rir, anos depois entendi a metáfora e vou mais longe: alguns pedem o porco gordo, mas não dão nada a ninguém. Não têm vergonha de pedir, não têm limites no que pedem, nem têm vergonha de não dar “sarna a gato”, como se diz na minha terra. Em uma das minhas terras.
Uma minha amiga, que foi minha professora quando fiz o Mestrado, viveu um tempo na América (USA).
Contou que, nos primeiros tempos, se sentia muito bem acolhida por uma rapariga da caixa de um supermercado, que lhe sorria sempre muito simpaticamente, como se fosse a própria América a sorrir-lhe (é muito otimista).
Um dia resolveu agradeceu à rapariga, comovida como se sentia. Respondeu-lhe que, se a Isabel não obtivesse sempre aquele sorriso esfuziante, podia reclamar e tinha direito a um pacote de bolachas ou a uma certa quantidade de café.
Nas Amoreiras há tempos, numa geladaria Hagen Dazs, também uns rapazes elogiaram uma rapariga por ser muito simpática, ao que ela respondeu que iria para a rua se não fosse muito simpática. Só a propósito, a marca Hagen Dazs nada tem de nórdico, sueco, ou seja o que for, tem este nome porque as coisas nórdicas estavam na moda quando foi criada. Também me deram essa informação na dita gelataria.
Enfim, com tanta sinceridade, não existe muito o risco da hipocrisia. E também se evita a situação muito comum: estamos doentes e aflitos, mas somos tratados com pesporrência pelos administrativos, logo seguidos pelos enfermeiros e pelos médicos. Precisamos de tomar uma simples injeção, mas ficamos a coxear 15 dias.
Sem direito ao pacote de bolachas…