domingo, abril 08, 2012

Páscoa no Norte (de Portugal)






Visita Pascal, tradição muito bonita, que já se perdeu em muitos lugares.


Mas os tempos modernos começam a querer recuperar modos antigos de vida.

sexta-feira, abril 06, 2012

Sexta Feira Santa



Imagem de Senhor dos Passos exposta numa Igreja, beijada nos pés e na testa por mulheres devotas.






Igreja matriz de Castelo de Paiva.

Páscoa no Norte

Imagens do Norte de Portugal, Abril de 2012







 
Banha de cobra e flores para plantar à venda numa feira
Mulheres de preto

terça-feira, abril 03, 2012

Quem tem sorte, envelhece: a idade no tempo





Não creio que seja um ditado popular, antes uma citação de autor desconhecido, ou talvez um lugar comum dos nossos tempos: "Quem tem sorte, envelhece."
Ocorre-me sempre, por analogia com esta, uma a frase de Nero Woolf (personagem dos policiais de Rex Stout), referindo-se a uma jovem, que morreu logo a seguir, assassinada: "não compreendo como é que uma pessoa tão estúpida é capaz de sobreviver!"

Vem isto a propósito desta notícia do Expresso, referindo que uma alemã de 86 anos foi notícia pela sua brilhante participação numa competição desportiva de ginástica, como se vê no vídeo e 



Estes episódios só nos parecem estranhos se esquecermos outros do mesmo género, fazendo parte dos tempos atuais.

Como a da nadadora de 61 anos que tentou, recentemente, bater o seu próprio recorde de natação, também referido neste blogue e


Há poucos dias, ouvi criticar umas velhinhas de cabelos vermelhos e cor de rosa e comentei, um pouco a brincar, que eu também gostaria de usar o cabelo assim, ou azul, quando o tivesse todo branco. Constatei que um dos terrores das minhas amigas e conhecidas é o de fazerem isso, ou seja, de perderem a noção do ridículo e da idade. 
Qual noção da idade? Qual é a noção correta da idade? Não é algo que está em mudança, como tudo no mundo?

domingo, abril 01, 2012

No Louvre




Ó filho! Está a olhar para onde?

Esta maravilhosa obra de Antonio Canova, tal como qualquer outra escultura, pode ser fotografada, observada e vista de muitos ângulos e de muitas mais perspetivas... mas a daquele visitante nunca me tinha ocorrido. É uma das minhas obras preferidas, que já está nos dois blogues: "Psyché reanimada pelo beijo do Amor, Antonio Canova, 1796"(“Psyché ranimée par le baiser de l’Amour”)

Haverá pessoas que vão ao Louvre e não vêem isto, por lhes parecer indispensável ficar na fila e no meio da multidão para poderem ver a Mona Lisa... 
Acho que ninguém entende a preferência pela Mona Lisa entre todas as obras ali expostas, digo eu...
Os ignorantes não preferem a Mona Lisa e os outros também não.




(Imagem da net, sistema moderno, foto com movimento. Creio que o movimento não dura muito, a certa altura transformar-se-á em fotografia estática.)

Para onde vamos?


Este blogue disse sempre de Sócrates e das suas maravilhosas sinistras o que Maomé nunca disse do toucinho. E nunca publicou fotos das ditas criaturas. Muitos desses posts foram apagados posteriormente, por só fazerem sentido no momento em que foram escritos (isto não é um jornal nem um blogue político).

Não venham agora dizer que todos tivemos culpa da situação a que chegámos. Muitos tiveram culpa e sobretudo teve culpa a mentalidade partidocrática.
Os de esquerda não podiam votar no psd, porque o dito Sócrates era de esquerda (não era?!) não podiam votar nos pequenos partidos porque eram pequenos e nunca irão ser médios ou grandes porque agora são pequenos, os do psd e do cds também não podem votar na dita esquerda nem nos pequenos partidos...

- Solução? 
- Nenhuma!

Deveríamos ter aprendido quando Maria de Lurdes Pintasilgo se candidatou a Presidente da República: todos consideravam que era a melhor candidata (ou antes, o melhor candidato), mas votaram nos candidatos dos partidos e ganhou Mário Soares. Que nos colocou, com outros, nesta senda descendente. 

E por este andar, para onde vamos?


VER AQUI REPORTAGEM 

E como se não bastasse, ainda mais esta:


Bruxelas admite fim dos subsídios de férias e de Natal



sábado, março 31, 2012

Parigi, o cara, noi lasceremo...


(Ampliar a Foto)


Título da foto registada com direitos de autor: "The painting and the model and the other"


Paris, Place du Tertre, Março 2012


Ao ir passar uns dias a Paris, não esperava encontrar em efígie a pessoa que parece estar retratada na pintura... A última pessoa que queria ver. Sabendo, embora, que está em Paris.


Já tinha sido informada (quase sem acreditar) de que, se pedisse que me fizessem um retrato ou caricatura, o resultado poderia não ter nada a ver com o original... mas nunca receei que fosse tão diferente. Coitado do rapaz!


(Desconfio de que esta foto me vai fugir das mãos, mas está registada... Ao abrigo dos direitos de autor. Se a partilharem, por favor, linkem o blog Terra Imunda)


Nadinha  

quinta-feira, março 29, 2012

Diário de Bordo

Apesar de eu estar em Paris, não tenho postado neste blogue, porque estoua  fazer outro, apenas durante o tempo desta viagem.
SE quiserem, podem acompanhar por aqui.

http://rainhaemparis.blogspot.pt/

Talvez faça depois o usual Diário de Bordo.

terça-feira, março 27, 2012

Versailles






Ao rever, agora, estes maravilhosos jardins, recordo vagamente um romance que li: O Jardineiro do Rei.
Sobre o jardineiro-chefe deste palácio, que fez a estrutura do jardim.

sábado, março 24, 2012

A partir de amanhã haverá uma surpresa para os seguidores habituais dos blogues da Nadinha

quinta-feira, março 22, 2012

A novíssima moral da crise e as prostitutas de luxo espanholas


Até aqui, a classe média, média-baixa, média-média e outros médias, sabia e entendia que os políticos eram corruptos e que andavam a vender o país em parcelas económicas aos amigos e a eles próprios, através de testas de ferro, mas, como as classes média, média-média  e média-assim-assim passavam bons fins de semana a viajar, iam de férias para o estrangeiro, comiam bem, que se lixassem as questões abstratas, como essas das políticas. Ou culturais ou outras matérias do abstracionismo. 

Barriguinha cheia e bronzeada, portanto, tudo bem.

Agora, embora ainda não se fale no assunto, muitas dessas pessoas estão sem emprego e sem casa. Para além da vergonha de já não serem "ricos", nem terem já automóveis de luxo, o que terão feito às mobílias e outras posses, ao voltarem para casa da mãe, quando houver mãe?

Podemos acrescentar o pormenor inacreditável: ao perderem a casa, o banco vende a propriedade ao desbarato em leilões feitos à pressa, pouco concorridos, e o lucro da venda não chega para pagar o montante emprestado. Então, a pessoa que ficou desalojada e sem a propriedade que andou a pagar durante vários anos, continua a pagar a dívida.

Os bancos não perdem nada, o capital não perde nada e o capital é, frequentemente no nosso país, Portugal, constituído por antigos ou recentes corruptos. Num caso e no outro, pessoas ligadas ao poder (Salazar, "democracia", Sócrates, etc.).

Vai continuar tudo assim? Talvez não.

Há indícios de uma nova moral. Os jornais voltam a levantar suspeitas sobre os governos de Sócrates, que parecem agora ser menos ignoradas do que antes, fala-se muito dos privilégios das PPP, versus a perda de direitos "adquiridos" do cidadão, que deveria ser o centro da própria Democracia e que o é cada vez menos...


E há uma notícia muito engraçada sobre a situação espanhola, em muitos aspetos semelhante à portuguesa: 

quarta-feira, março 21, 2012

A Longa vida de Mariana Ucria


A propósito do post anterior, em que se vê que em Marrocos, hoje mesmo, as jovens violadas são obrigadas a casar com os violadores, como castigo para eles, ocorreu-me um livro de que gosto muito, da escritora italiana Dacia Maraini, o primeiro romance que li em italiano, sem entender muitas coisas. Mas é engraçado não entender tudo, dá um certo mistério ao ato de ler e ao enredo.

O livro narra a longa vida de uma duquesa siciliana do Sec. XVIII, também obrigada a casar com um tio que a violara em criança. É surda-muda, pode supôr-se que o seu handicap foi provocado pelo trauma, visto que não teria podido falar sobre o assunto.
Comunica por escrito com quem souber ler, nessa época já muita gente, mas as mensagens são muito curtas e rápidas, mesmo em momentos fulcrais e em informações decisivas da sua vida, como quando a mãe a informa de que vai casar com o tio, sem qualquer preâmbulo.
Este é para mim o aspeto mais apaixonante do livro, o tratar as possibilidades e as limitações da escrita, o que o torna também muito moderno, pois passa-se algo de semelhante com as nossas atuais mensagens de SMS e de Chat.



A escritora, aristrocrata siciliana, que viveu no Japão em criança, durante a 2ª Guerra Mundial e foi casada com o truculento escritor Alberto Moravia, tem outros livros muito bonitos, mas só este traduzido para português de Portugal, por ser a sua obra-prima, até agora.


La Lunga vita di Marianna Ucria, Editora Rizzoli

Até custa a crer

ASSINE A PETIÇÃO ONLINE




  "Amina Filali, 16 anos, estuprada, espancada e forçada a se casar com seu estuprador, se suicidou -- a única forma que ela encontrou de escapar dessa armadilha montada pelo seu estuprador e pela lei. Se agirmos agora, podemos impedir essa tragédia indescritível de acontecer com mais alguém. 


O artigo 475 do código penal do Marrocos permite que um estuprador escape da acusação e de uma longa sentença de prisão ao se casar com a sua vítima, se ela for menor de idade. Desde 2006, o governo prometeu derrubar esse artigo e aprovar uma legislação que proibisse a violência contra mulheres, mas isso não aconteceu."




Clicar por cima do primeiro parágrafo, para ler mais e assinara a petição.

segunda-feira, março 19, 2012

Escravos atuais





Já aqui mencionei este tema, mas nunca é demais referi-lo e alertar para ele.
Encontram-se hoje verdadeiros escravos na Mauritânia, o último país a abolir a escravatura (1981) e a criminalizar o ato de possuir uma pessoa (2007). são arrepiantes os relatos, levando-nos a imaginar e a compreender como é desumano o poder. Qualquer poder torna os homens desumanos.


LER RECENTE REPORTAGEM DA CNN sobre o assunto.


E que linda que é esta mulher, apesar de lhe terem matado a filha pequenina e de não lhe terem permitido sepultá-la... 

domingo, março 18, 2012

Natália

Natália Correia


A falta que faz esta mulher!
Não que fosse uma política muito ativa ou muito coerente, mas porque dizia o que ninguém tem coragem de dizer.
Num dos debates sobre o aborto, a criatura escolhida para ser contra, por um dos partidos, era um deputado cuja esposa tinha uma clínica de abortos, clandestina, claro.
A Natália ameaçou-o de denunciar esse facto e o tipo teve de ser substituído à última hora. Isto foi na época em que os políticos portugueses eram ainda, ou pelo menos pareciam, idealistas.
Não denunciou o deputado, mas acabou a fazer um poema satírico sobre um outro, pelo mesmo motivo e a declamá-lo na assembleia.


E como escritora...


Conheci-a bem. Falava bem. Escrevia bem. Tinha uma coragem que quase ninguém tem. Era amorosa.


Fez anteontem 19 anos que morreu.


Vou em breve publicar no Kindle a tese que escrevi sobre ela, iniciada em vida de Natália, terminada depois. 

sábado, março 17, 2012

O Ministro das Ministras ou: a montanha pariu um rato: mais um rato.

Nuno Crato notabilizou-se por ter feito uma oposição feroz e credível às ministras de Sócrates. Tornou-se conhecido por parecer que tinha soluções basicamente diferentes e mesmo oposta às das ministras designadas como "sinistras" e à política de Sócrates para a "educação". Mas a montanha pariu um rato.
Nuno Crato limita-se a fazer ligeiras alterações aos decretos, leis, decretos-lei, despachos e memorandos das senhoras ministras que tanto combateu.
É destes políticos que é feita a nossa atual política portuguesa. E é por isso que não saímos do abismo.


A montanha pariu um rato. Mais um.

quarta-feira, março 14, 2012

O Intocável

Porque é que ninguém, nem o presidente da República, pode tocar com um dedo no José Sócrates?
A criatura foi obrigada a fugir do país porque era insultada em toda a parte pelo povo, mas os representantes do povo continuam a tratá-lo como uma diva e a defendê-lo com unhas e dentes, à direita e À esquerda.
Cumplicidades?

domingo, março 11, 2012

O Capitão Alatriste



A Rendição de Breda, Diego Velásquez

O Sol de Breda, romance histórico / romance juvenil de aventuras, escrito por Peres Reverte, é um dos vários livros deste autor que narra as aventuras e "desaventuras" do Capitão Alatriste, sob o ponto de vista do seu admirador e amigo Iñigo Balboa, que foi seu "mochileiro", digamos que foi seu pajem, quando era criança e jovem... O romance situa-se temporalmente na época da conquista da Flandres, situação histórica que é retratada nesta pintura.

E quem é este Capitão Alatriste? Numa primeira impressão, parece ser uma criatura ficcionada, totalmente inventada, mas não é. Trata-se de uma personagem simultaneamente real e mítica, um militar heróico, que foi referido por escritores espanhóis como Calderón de La Barca e até foi representado nesta tela de Velásquez.
Embora todos lhe chamassem capitão, foi quase sempre soldado raso, pois, assim que era promovido por atos de bravura, logo o despromoviam por indisciplina, ou por entrar em duelos com pessoas de classe superior...
Inigo Balboa, que veio a ser um nobre respeitado, escreve as suas memórias, em que narra as muitas aventuras que viveu com Diego de Alatriste, por terra e por mar, durante o reinado de Filipe IV rei de Espanha (o malfadado Filipe III, rei de Portugal). 
Neste livro são ficcionadas ambas as personagens reais,  sendo narrador o jovem, e são enfatizadas a coragem, a bravura, a indisciplina, a tendência amoral do exército espanhol, de que fazia parte o exército português, claro. 
Neste período da nossa história que desejaríamos esquecer, talvez gostemos de recordar como foi estranho, grandioso, realmente incrível.. É de recordar que Espanha detinha, nessa época, todas as colónias portuguesas.

Se, por um lado, é uma exortação da grandeza passada de Espanha, do Século de Ouro ou Siglo de Oro, não deixa de ser também uma denúncia das suas grandes misérias. Sem esquecer o orgulho espanhol. O exército português fazia, então, parte do espanhol, tal como o italiano, daí ser italiano o herói desta "rendição", Ambrósio de Spínola.

Neste livro, Diego de Alatriste e Inigo Balboa participam na conquista da cidade de Brede, na Flandres, cuja rendição é retratada na pintura de Velasquez "A Rendição de Breda", sendo figura principal o genovês Ambrosio de Spinola, à direita, na imagem. Como pormenor curioso, descobriu-se recentemente que a figura / retrato do Capitão Alatriste estava nesta tela, como o afirma Iñigo nas suas memórias, mas foi apagada (o que se vê radiografando a pintura e comparando-a com o seu manuscrito). Também foram apagadas as referências a Alatriste de uma peça de Calderón de la Barca, provavelmente, num caso e noutro, por ordem real.


Estranho, no mínimo. Apagado oficialmente das memórias oficiais, o Capitão Alatriste chega até nós, moderno e popular!
Escrevi isto porque me pediram, para ajudar a promover a leitura junto de jovens, sobretudo de romances históricos, ou algo assim.


E para quando um romance português com personagens contemporâneas de Gil Vicente, de Camões, de Vasco da Gama, escrito com orgulho, ironia que permita a distanciação do passado e sem sentimentos de inferioridade, nem demasiados complexos de culpa?


sábado, março 10, 2012

Sobre Agustina

Renascença V+Ver todos os videos
O mundo de Agustina

Rádio Renasceça




Agustina Bessa-Luís já não escreve. Está lúcida, mas não escreve. Neste vídeo, os familiares próximos falam dela como se fosse uma pessoa muito invulgar e estranha. E é.