Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
domingo, outubro 05, 2014
A Arte de Mariana Gillot
Já aqui foi mencionada várias vezes a arte de Mariana Gillot.
Clicar em baixo, no nome, para encontrar outros posts sobre a artista.
sábado, outubro 04, 2014
E Portugal está à espera de quê? Preocupado em desculpar e explicar a corrupção política, nada mais lhe interessa
Suécia vai reconhecer a Palestina.
Estado reconhecido por 134 países
E Portugal está à espera de quê? Preocupado em desculpar e explicar a corrupção política, nada mais lhe interessa.
O martírio de certos povos é muito romântico, o de outros povos parece não ter qualquer importância internacional.
quinta-feira, outubro 02, 2014
O frasquinho de perfume e o Euromilhões: diálogos
Bem, já que tinha de ir ao correio, aproveitei para ver as novidades: as estações de correio estão transformadas em livrarias, mas, para além disso, ainda me impingiram uma lotaria.
- São só dez Euros!
Lá paguei os 10 euros e fiquei a conjeturar o que faria se me saíssem os 120 000 Euros.
Rapidamente percebi que pouco poderia fazer, pois não é grande fortuna.
Absorta com estes pensamentos, fui chamada à realidade por uma mulher bonita, não muito nova, não muito branca, na verdade, moçambicana clara.
- Sabe aquela loja dos indianos?
- Hum, aquela ali?
- Não, essa é a dos chineses. Digo a dos indianos, vê?
- Ah - respondi eu, muito nas tintas para saber se a loja era dos indianos ou dos chineses - Ah, pois!
- Sabe? Comprei lá isto agora! - Diz a senhora, radiante e felicíssima.
Reparo com pouca atenção: é um frasquinho de vidro, bonito, com o feito de um cestinho de vime com flores dentro. Um frasco de perfume.
- Muito bonito, sim.
- Sabe, eu joguei dois Euros no Euromilhões e saíram-me 8 euros!
- Ah, que bom! Teve sorte - respondi, mesmo nada convencida, mas curiosa.
- Pois tive muita sorte! Descontando os dois Euros, dá 6 Euros. E eu dividi tudo por mim e pelos meus dois filhos. Deu dois euros e cinquenta a cada um.
- Ah, foi bom! - Respondi.
- Comprei este perfume e esta t-shirt preta. Vê? É gira! Sabe, é que eu ando de luto.
- Ah sim? Por quem?
- Pela minha tia.
- Há quanto tempo você não vai a Moçambique?
- Há trinta anos. porque a viagem é 1500 Euros para cada um, portanto, 4500 Euros para nós os três. E além disso, eu ainda tenho de pedir autorização ao pai dos meus filhos. Se for só para a Europa não é preciso autorização, mas se mudar de continente já é preciso. E ele não dá...
- Os seus filhos nunca foram a Moçambique?
- O mais velho foi. Gostou tanto de lá estar que nunca mais foi o mesmo e desde que veio, ficou um bocado maluco.
- Ai sim?!
- Claro, se o meu pai ainda fosse vivo, eu mandava-o para lá, claro. Mas assim sozinho, maluco como ele está...
- Pois.
- O meu irmão é diferente. O meu irmão tirou o curso de Direito na Moderna e agora é diretor do banco, imagine! Quem for para lá com um curso, só para começar já ganha 2000 Euros, imagine o que ganha o meu irmão! Ele até veio cá!
- Sim, sim...
- Não acha bonito o frasquinho? E a minha T-shirt? Foi tudo por dois euros e cinquenta. No indiano! - Afirmava a senhora, de tal modo feliz, que também me senti, eu mesma, muito satisfeita. Por contágio. Ela era bonita, simpática, alegre... um nadinha escura, pensei que fosse indiana... giríssima...
Uma mulher alegre, satisfeitíssima... feliz?!
(Se conseguir, vou colocar aqui, mais tarde, uma foto de um frasquinho de perfume igual.)
sexta-feira, setembro 26, 2014
Tradições do Nepal: Jamara, a erva sagrada
Está agora a decorrer o Festival Dashain, o principal festival do Nepal, que dura 15 dias e que prima pela estranheza, para nós.
Já aqui várias vezes foram referidas tradições do Nepal, que surpreendem pela quantidade, variedade e, sobretudo, pela diferença absoluta em relação a outras tradições, como as europeias. Este blogue pretende divulgar em língua portuguesa, para países de língua portuguesa, algumas tradições orientais que só existem na Internet em língua inglesa.
Relacionado com a lua cheia, a mais brilhante do ano, esta festividade tem inúmeras prescrições, já aqui referidas. VER clicando em baixo, no post.
Para iniciar, é costume semear cevada, da seguinte maneira: coloca-se um quadrado de areia na parte principal da casa, sobre esse quadrado um pote, digamos uma vasilha com água, na qual se dispõem sementes de cevada. Cobrem tudo com bosta de vaca, vaca sagrada, claro.
Ao fim de nove dias a erva estará crescida e é considerada uma erva sagrada, cujo nome é "JAMARA".
Sendo esta a tradição comum, com grandes e inúmeros detalhes como é próprio das tradições, acabo de descobrir que algumas pessoas semeiam a "jamara" sobre o seu próprio corpo, de acordo com todos os rituais, esperando tranquilamente que a erva cresça. Como se vê nas fotos, a primeira no primeiro dia, e que a erva foi semeada, a segunda, de ano anterior, com a erva já crescida.
Chama-se a isto deixar crescer a jamara no seu corpo. Difícil ou impossível para nós de entender, como será difícil ou impossível para eles entenderem o nosso Cristo crucificado, por exemplo. Até para mim é esquisito... Todos queremos um deus invulnerável.
A princípio, as mulheres eram impedidas de entrar no aposento onde cresce a jamara, agora, com a libertação da mulher, até a podem deixar crescer no seu corpo.
Dizem-me que vai haver amanhã um primeiro desfile em Lisboa, relacionado com o festival. Não estarei cá. Não faltaria.
VER AQUI:
Divindades hindus saem em procissão para " conhecer" Lisboa e abençoar a população
Para saber mais, clicar nos links abaixo: Festivais da Lua e Festivais das Luzes, neste blogue.
sábado, setembro 20, 2014
Boa noite de sábado na terra
Boa noite de sábado para os meus amigos e amigas: é fácil, basta saber que não estamos a afundar-nos
que debaixo da nossa cama não há tubarões...
só não entende isto quem nunca navegou pelos mares.
sexta-feira, setembro 19, 2014
Os nossos 800 mártires
Por este andar, Portugal não tarda a igualar os 800 mártires italianos recém canonizados pelo Papa Francisco.
Anterior Papa canoniza 800 mártires e três santos - Público
OU MAIS:
Passos Coelho não nega ter recebido dinheiro da Tecnoforma quando era deputado em exclusividade
Mas este último crime é difícil de descobrir e quando se descobre, prescreve.
O Expresso informa que já prescreveu, daí o ministro não ter negado.
Em vez de ser um proscrito, é um prescrito.
segunda-feira, setembro 15, 2014
domingo, setembro 14, 2014
O rosto feio deste país! Nojento, mesmo.
Isabel Jonet, fundadora da organização "de caridade" que sustenta muitos portugueses sem recursos, tem sido muito criticada por uma esquerda cada vez mais parva, em completa auto destruição.
Uma das razões foi ter dito recentemente que há profissionais da pobreza.
A senhora também tem sido criticada, por muita gente comum, e neste caso com razão, por dar de comer a quem não tem fome.
Se calhar muitos conhecemos situações como esta: gente que ganha mil euros estende a mão à caridade. Quando a caridade é, em parte, feita por gente que ganha quatrocentos euros, ou até menos.
Eu conheço gente assim, embora muitos meditam que vivo noutro planeta.
Sim, vivo noutro planeta. Porque só preciso de usar poucas das minhas capacidades (competências?) para estar neste um pouco de tempo e para o entender.
Alguém duvida que há pobres profissionais, pedintes profissionais, etc? Sempre houve.
E em Portugal são endémicos. Embora tenham, no nosso país, características especiais : têm bons automóveis e passam ferias como o turistas.
Só em países de língua portuguesa e espanhola, porque aprender línguas também dá trabalho.
Como esta maravilhosa família, que vivia como rica à custa da caridade
Tanto se pode dizer sobre este assunto!
E para completar, esta anedota: quando um secretário de estado foi visitar um hospital, esconderam um deficiente. Isto só no tempo de Salazar. Mas mentalidade mudou? Tinha mudado, mas voltou ao mesmo com a avaliação. Introduzida pelo esquerdista Sócrates.
Para além dos profissionais da pobreza, há ainda os profissionais da doença, aqueles que nunca trabalharam com a ajuda de atestados médicos falsos. Com a cooperação dos médicos.
Enfim, o sonho do "portuguesinho" é não trabalhar e viver bem, com mordomias, carros bons, etc.
O título do post é uma paráfrase deste:
Uma face feia do país retratada ao longo de 2781 páginas
sábado, setembro 13, 2014
Morte que Mataste Lira
Morte que Mataste Lira, uma das canções preferidas da Natália Correia, que faria anos hoje. Se fizesse. Gostava dez cantar em coro com os amigos.
Ela própria cantava muito bem o Summertime. E esta.
terça-feira, setembro 09, 2014
Filme A Viagem dos Cem Passos: França e Índia na culinária
Até há pouco tempo, a culinária era considerada uma profissão menor, relegada para o gueto das profissões em que não era exigida uma licenciatura.
Em Portugal, pelo menos. Em França sempre foi uma arte maior, tal como a costura e outros "artesanatos"... enfim.
O que se reflete na literatura. Foi necessário o advento das mulheres escritoras, sobretudo em fins de Século XX, para que a cozinha, a comida e a culinária pudessem emprestar à literatura as impressões sensitivas: o gosto, o olfato, o tato, neste caso, das texturas...
Enfim, a literatura quase descobriu o prazer de viver. Sendo que as mulheres contribuíram muito para isso, opondo-se às elucubrações pessimistas e decadentes da poesia e da narrativa, dominadas pelos homens, até então.
E finalmente, o cinema. Há agora filmes fantásticos como este, A Viagem dos Cem Passos apelando para os prazeres da mesa.
Este filme tem todo o apelo comercial dos filmes americanos, mais a paisagem francesa, mais o requinte das especiarias indianas, muito mais antigas do que tudo isto. E ainda a referência (vaga) à problemática da direita francesa, contrária à emigração e à diferença, no oposto dos ideais de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, também difundidos pelos franceses e ao contrário do Hino, A Merselhesa, que é reacionário.
segunda-feira, setembro 08, 2014
Produto ecológico: limpa bem, mas volta a empedrar dentro dos canos
Nos sítios de produtos biológicos, ecológicos, etc., em que se manifesta uma parte de razão e uma parte de fé, vendem produtos novos e maravilhosos, como este. Não é barato, mas dá para muito tempo. Mostram, limpando à nossa frente, que é milagroso. Sim, limpa muito bem.
E é verdade. O problema é que volta a empedrar dentro dos canos. Sim, não tem poluentes nem nada, mas só os canalizadores podem tirar as pedras que se formam entre os tubos, às vezes com grande dificuldade. Dizem eles que o pó de pedra é a pior coisa que existe.
É chato. Estes produtos não foram sujeitos aos testes do consumo... não passariam... mas os que continuam a vendê-los, nalguns casos em exclusivo, sabem de certeza o resultado. E continuam com a farsa da ecologia.
Nem nestes lugares se encontra gente de jeito??? E quem não os proíbe de participar nos eventos ecológicos?
sexta-feira, setembro 05, 2014
Em tempo de figos...
Foto 2: Figueira e nogueira com dois gaios. Existe noutro post deste blogue.
"Em tempo de figos, não há amigos" - ditado popular.
Começou o tempo dos figos.
Nas esquinas das ruas de Campo de Ourique, aparecem, por esta altura, homens ou mulheres a vender figos de cor verde, pesando-os numa balança rudimentar, pois existem aqui muitas figueiras dessas.
Como vejo da minha janela uma carregadinha deles, aquela onde vi os gaios, fico com vontade de os provar. Peço meio quilo. Quando acho que já tem demais, digo, mas a senhora continua a encher o saco e responde:
- Depois conversamos.
Esta generosidade com os figos nem sempre existiu e bem ao contrário, como insinua o ditado popular já citado. Dado que os figos se podem secar e guardar todo o ano, constituíam uma das formas de matar a fome, em tempos de fomes que já lá vão.
Daí estes outros ditados, do mesmo género:
Tinha um figo para dar ao meu amigo, mas vi-o, comi-o.
Uns comem os figos, a outros rebenta-lhes a boca.
Figo caído, para o senhorio; figo quedo, para mim.
E já agora, mais estes, de tipo diferente:
O figo, para ser bom, deve ter pescoço de enforcado, roupa de pobre e olho de viúva.
Ano de Figo temporão, ano de pão. (Deve ser este ano)
Acrescento aqui a palavra "Sicofanta"(de syko = figo), que tem uma origem grega interessante: como o figo era muito importante para a alimentação da Ática, era proibido vendê-los para outras terras. Sicofanta era o que denunciava os que vendiam figos. Ou o que denunciava os que roubavam figos das figueiras sagradas.
Eram grandes as penas para os sicofantas que dessem falsas informações, mas isso não os demovia, pois o ato em si também dava grande lucro. Daí que a palavra também possa significar pessoa caluniadora.
Enfim, é um termo erudito para significar delator, ou, usando termos menos próprios, "chibos" ou "bufos" :) Não gosta destes últimos? Então diga: sicofanta.
Já que nunca disse...
Sobre a figueira: muitas vezes referida na Bíblia, desde a primeira vez, quando Adão e Eva, envergonhados da sua nudez, a ocultaram com as suas folhas, foi considerada árvore sagrada pelos antigos romanos, algumas eram também sagradas para os gregos e ainda hoje é a árvore sagrada para as religiões de inspiração budista, já que foi debaixo de uma delas que o Buda obteve iluminação, após vários dias de espera e de meditação.
Buda em meditação à sombra da figueira sagrada
quinta-feira, setembro 04, 2014
O ISIS aqui à porta e o que faz a Europa? - Nada, é claro!
A esquerda (com a qual me identifiquei sempre, até ontem ou hoje, ou amanhã)* está a ficar tão parva, que alguns quase defendem ou pelo menos minimizam o Estado Islâmico, só para serem contra a América. Depois queixam-se do avanço da extrema direita... sobretudo em França. Porque é em França que mais se confundem os direitos com qualquer outra coisa.
Que faz a Europa para lutar contra o Estado Islâmico aqui à porta? Espera que os Estados Unidos venham de longe resolver o problema.
Entretanto, a esquerda, seja radical, seja a progressista, critica alegremente os Estados Unidos. Por se virem meter onde não são chamados. Afinal, o ISA ainda demorará um tempos chegar lá, depois de conquistar a Europa. para quê incomodarem-se tão cedo?
É claro que é a esquerda europeia é contra a discriminação, por exemplo, religiosa: não devemos ser contra os islâmicos. É claro que as mulheres têm o direito de usar a burka e o iquab, se lhes apetecer...
Ai é? E eu tenho o direito de andar de calções e de cabeça destapada no Irão e na Árábia Saudita? Claro que não. Vou presa.
Sim, quando nos levantamos tarde após uma noitada, com o cabelo despenteado e sujo, sem vontade de tomar banho, dava jeito uma burka para irmos tomar o café da manhã ao café do costume.
Ganda liberdade!
VER:
Obama diz que não se deixa "intimidar" pela "barbárie" do Estado Islâmico
O que faríamos nós, portugueses, se o EI decidisse decapitar centenas de portugueses?
Respondam-me!
Respondam-me!
(* É claro que esta esquerda, com a qual me identifiquei até hoje, não inclui o PS, partido do poder, do abuso de poder e da corrupção do poder.)
quarta-feira, setembro 03, 2014
Cinema americano sobre emigrantes portugueses na América
Cinema americano sobre emigrantes portugueses (sobretudo açorianos) na América: por que razão não o conhecemos?
Baseiam-se na aventura marítima destes destemidos portugueses, que impressionaram América.
Sobre os emigrantes açorianos com Spencer Tracy, o filme Captain Courageous.
Filme completo AQUI
Ou este, intitulado Tiger Shark, baseado na vida de Mark Mascarenhas.
Baseiam-se na aventura marítima destes destemidos portugueses, que impressionaram América.
Sobre os emigrantes açorianos com Spencer Tracy, o filme Captain Courageous.
Filme completo AQUI
Ou este, intitulado Tiger Shark, baseado na vida de Mark Mascarenhas.
terça-feira, setembro 02, 2014
De que precisamos para sermos gente?
Tenho conhecido pessoas que seriam autênticos animais, se não fossem muito Religiosas e se não tivessem muito medo de Deus. São elas mesmas o dizem, em momentos de desabafo . Ou de gabarolice, pois não é fácil distinguir a confissão da gabarolice.
Tenho conhecido pessoas sem religião, ou sem filiação religiosa, que se guiam por altos princípios da ética.
Conheci alguns que afirmavam terem sido espancados em crianças e sem isso (achavam eles) nem seriam gente. E mesmo assim não eram grande coisa.
Conheci alguém que dizia ter tido uma ótima professora de moral. Sem isso, nem seria gente, pois os pais, assíduos peregrinos de Fátima, nunca lhe tinham transmitido valor nenhum, a não ser uma noção exagerada do próprio valor.
Talvez, para sermos gente, precisemos, cada um de nós, de qualquer coisa Que nos motive. Ou que nos meta medo...
Sei lá.
segunda-feira, setembro 01, 2014
Pelo Rio Douro
Régua: chapéus há muitos. Feitos nos chineses, a 2 Euros e 50 cada dois. Rebuçados da Régua há muitos! Serão chineses?
Porto Sandeman: quinta vinícola em Valença do Douro. Também tem azeite e carradas de rosmaninho.
Ui! Tão ao pé do abismo!?
Para definir em cinco palavras esta viagem pelo Douro, subindo do Porto até à Régua, diria:
Azul escuro, verde, azul claro. Ou talvez antes: verde, verde, verde, verde, verde.
Os esquimós têm muitíssimas palavras para distinguir muitos tons de branco, os durienses deveriam ter milhares de palavras para definir os muitos tons de verde. E já agora, umas dezenas para os tons de azul...
Estas fotos mostram uma viagem feita no navio Vale do Douro, da companhia Rota do Douro. Foi tudo bom, correu tudo bem. Mesmo para a Nadinha, que tem algum sentido crítico. Um nadinha dele.
Feita marinheira de água doce...
quarta-feira, agosto 20, 2014
Erro ortográfico: pequena falha, sacrilégio, blasfémia, ou crime?
Temos tendência a considerar que a língua é sagrada, daí dizermos a língua de Camões, por exemplo, em vez de dizermos a língua de Bocage, de Gil Vicente ou do Quim Barreiros.
Daí os vários mitos existentes a respeito dos erros de ortografia, sobretudo dos próprios. E quase ignorando outro tipo de erros, como os de sintaxe, semântica, etc.
Vem a propósito dos erros dos professores, nos exames. Sim, há professores que não fazem nada, sim, há professores que não sabem nada, mas não é por darem erros que isso se comprova.
Se todos os dias caminhamos, se caminhar é fácil, também é verdade que às vezes caímos, porque nós enganamos a caminhar. Ou pelo menos tropeçamos ou batemos com o dedo grande numa pedra.
Escrever é muitíssimo mais difícil, como seria possível não dar erros quem escreve muito? Para que servem os revisores das editoras e dos jornais e revistas, senão para corrigirem os erros dados, às vezes, por grandes escritores e grandes jornalistas? Se o erros é tão grave, por que razão se considera isto normal?
É vulgar ouvirmos alguém dizer que, ao terminar a quarta classe, já dava zero erros. Mas não é preciso ler algo que escrevam para constatar que ainda hoje dão inúmeros: 'subterrado debaixo de água', 'camufula', 'Sócras' em vez de Sócrates, etc...
Davam zero erros? Mas até mesmo esta expressão não é muito correta: é como dizer que comeram zero bolachas, zero pêssegos, zero batatas... E eram poucos os que davam 'zero erros'.
É caso para dizer que 'presunção e água-benta'...
O único país de leste com língua latina
- A Holanda?
- Quê?
- A Suécia?
Bem, eu só perguntei ao taxista de que terra era, mas ele irritou-se muito e respondeu:
- Nao digo. Só digo que sou de Leste. Você nunca ouviu falar da minha terra!
- Ouvi, de certeza!
- quando você andava na escola vocês só estudavam a geografia de Portugal, é o que todos dizem! E agora que o ensino é bom, os alunos não estudam nada e os professores não sabem nada. É bem feito que aquele exame aos professores...
- Letónia, Estónia, Lituânia, vê como sei?
- Vou só dar-lhe uma dica: é o único país de Leste que fala uma língua latina...
- Ah, então é fácil!
- Fácil? - vociferou, irritadíssimo.
- Claro, é a Romênia.
Ficou muito feliz. Era a primeira pessoa com quem falava que tinha ouvido falar do país dele. E tinha falado com muitas pessoas, incluindo professoras...
- Perguntei a uma professora: qual é o único país de Leste que fala uma língua latina?
- A Holanda?
- A Holanda?!
- A Suécia?
- O quê?
- A Turquia?o
- E vocé é professora? Como é que você pode ensinar alguma coisa aos seus alunos, se você não sabe nada?
Custou-me a crer nestas histórias, talvez tenha havido algum mal entendido 'lost in translation', esperemos que sim. Então na escola primária não se aprendia a geografia estrangeira e isso continua a ser desculpa? E durante o resto da vida, ninguém aprendeu nada?
Será este o retrato de um país pimba, encantado com os programas de TV como Portugal em Festa, Aqui Portugal, Big Brothers e outros que tais?
Parecendo verdade, o homem de início muito antipático, ficou tão feliz, que começou logo a tratar-me por tu e, ao chegarmos à estação de Santa Apolonia, perguntou-me o dia e a hora a que regressaria, para me ir buscar no seu próprio automóvel. Não lhe disse, claro. Até já falava em casamento...
- Tu assim não te casas mais!
sábado, agosto 16, 2014
BES SALGADO e CORTES SALARIAIS. Estranho? Só se for noutro país. Aqui é normal.
Portugal cada vez se afunda mais, apesar das notícias que afirmam que "está tudo bem, no melhor dos mundos possíveis"? A culpa é da função pública, claro. Por isso vão cortar os salários da função pública, mais uma vez.
Agora também é do BES, mas antes também foi do BPN, do BPP e do regime. Mas quem paga é a função pública, os reformados e o povão.
Ricardo Salgado, estranhamente crucificado em público, já que era "o dono disto tudo" e não podia ser censurado em público (nem em privado), é estranhamente defendido por vários comentadores políticos. Você disse comentadores políticos? AHAHAHAHAHA!
Isso existe em Portugal? Ou o que existe são pessoas a comentar o seu caso pessoal e o caso dos seus parentes? E amigos da onça?
Um desses "comentadores políticos (AHAHAHAHAHA!) é, como se vê aqui, Miguel Sousa Tavares, aquele que chamou palhaço ao Presidente da República. E que é parente do dito cujo Ricardo Salgado, Diretor do BES, como vemos
O mesmo diretor do BES, Ricardo Salgado (Espírito Santo), afirma que vai defender a sua honra e a da sua família. E até cita o Papa Francisco, que tanto critica o capitalismo selvagem e o sbanqueiros corruptos.
Curiosamente, para o fazer, acusa vários membros da sua família, como se vê
Em que ficamos?
Ficamos em que o dito Ricardo Salgado, tal como o ex-primeiro ministro José Sócrates, não têm um tostão furado, digamos, não têm nem um cêntimo em lado nenhum. Nem numa conta bancária, nem em lado nenhum.
Estranho? Só se for noutro país. Aqui é normal.
VER também
Ricardo Salgado, o último banqueiro?
E isto é para nem falar nas falcatruas normais: fuga de informação, fuga de segredo de justiça.
Até quando vamos aturar esta... digamos assim...
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