sexta-feira, junho 01, 2007

A Portuguesa Língua

Esta Língua Portuguesa é incrível! Europeia, tropical e universal, foi buscar palavras a tudo quanto é sítio... Só para dar um exemplo, os termos da Alquimia existem em latim, mas todos têm tradução para português e às vezes até com mais do que uma tradução, como "nigredo" e "obra ao negro". Quererá isto dizer que houve muitos alquimistas portugueses? Com tanta repressão ao longo dos séculos... pensem bem. Não é estranho? Se os houve, passaram. E no respeitante às falas dos animais? Quem ainda se lembra de como se chamam?: Balir, Barrir, Zurrar... Balir e Barrir não são parecidas? Uma é da pequenina ovelhinha e a outra é do horrendo elefante, bichos tão diferentes... e a palavra zurrar não parece mais assustadora do que a palavra barrir? Bem... E que dizer destes femininos irregulares? Reparem: felá-felaína rajá-rani píton-pitonisa (uma pitonisa é uma mulher, mas a palavra é o feminino de uma espécie de cobra) Quantas felaínas conhecem vocês? e quantas ranis? Para que queremos nós estas palavras? Em traduções de romances russos, encontrei muitas vezes as palavras Generala, Coronela, enfim... em Portugal ainda nem há Generalas, mas já existe o nome. Agora, e com esta me vou: Masculino- grou, feminino- grua. A minha mãe costumava dizer "sozinho como um grou". Desconheço se esta referência era literária, ou se há uma expressão popular assim. Neste último caso, não seria expressão de Portugal, pois não creio que houvesse grous por aqui. Mas, com semelhante fémea como uma grua, é natural que o grou prefira andar sozinho. Vocês não acham? Nadinha

quinta-feira, maio 31, 2007

Navegar é preciso, viver não é preciso

Partilho agora aqui uma das minhas frases preferidas. É anónima, ao que parece, e serve de epígrafe à Mensagem de Fernando Pessoa.




"Navegar é preciso, viver não é preciso"


Tem vindo aqui muita gente à procura do significado ou sentido desta frase, que julgam ser de Camões, pois é frequente confundir a poesia da "Mensagem" de Fernando Pessoa com a de Camões em " Os Lusíadas". Isto deve-se ao facto de Pessoa ter querido tratar, de forma moderna, os mesmos temas e assuntos que Camões tratou nessa obra, até porque Pessoa não apreciava Camões. Até porque julgava ser ele mesmo o supra-Camões.


Creio que o sentido da frase é este: não importa mesmo nada a vida que viveu aquele português que embarcou para os Descobrimentos, naufragou e morreu, ou regressou, casou, procriou e morreu... tudo isso é vulgar e inútil. O importante é que essas pessoas "navegaram", ou seja, metaforicamente, fizeram obra de que a humanidade se pode orgulhar.
Devemos, segundo esta ideia, preocupar-nos em "Navegar" e não em viver: Navegar é Preciso Viver não é Preciso.
Também tem outro sentido: navegar é algo que se faz com exactidão, com mapas e instrumentos, viver é algo que se faz por improviso...


Conseguir dizer tudo isto e muito mais numa frase que ainda por cima não assume como sua... é obra: É navegação sem terra à vista do nosso caro amigo Fernando.


Ainda mais recentemente, descubro esta autoria da frase, que me parece legítima: a frase é da autoria de Pompeu, general romano: "Navigare necesse; vivere non est necesse" -no original em latim. A frase será então de Pompeu, general romano (106-48 aC.), dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra. (cf. Plutarco, in Vida de Pompeu). Ver comentário de João Paulo Cabrera.
Dado que Pessoa atribui a frase a navegantes antigos, parece-me que se refere aos antigos romanos. Quanto a ser de Camões, eu afirmo terminantemente que não é.


3 de Julho 2009: Só agora descobri a possível origem desta confusão: vi pela primeira vez o filme Nemo. Vi-o com legendas em português do Brasil. A certa altura, um dos peixes disse esta mesma frase e atribuiu-a a Camões. Não creio que exista no original... Que dizem vocês?
Eu digo que vieram aqui pessoas através de pesquisas que incluíam o peixe Nemo, o que me parecia incompreensível. Aliás, este é um dos posts mais visitados deste blogue. Juntamente com um que tem fotos do navio Santíssima Trinidad.




Ver aqui o texto integral, que pode funcionar como introdução à obra Mensagem


30 Outubro 2010: Já agora, acabo de descobrir que este post é citado num interessante site brasileiro, 


Tentei colocar lá um comentário, mas não consegui, pois para isso deveria registar-me e não consegui fazer isso bem... Deixo aqui o comment que havia escrito.


Agradeço as referências feitas aqui ao meu blogue  (http://terraimunda.blogspot.com/) e ao esclarecimento que dou sobre essa frase. No contexto da obra de Pessoa, também me parece que é mais de valorizar a ideia de que viver não é importante (necessário). Não deixa de ser curioso, também, que esta frase tão apreciada de Pessoa não seja realmente sua... tem a ver com as máscaras. E muitos até pensam que é de Camões... o que, seguramente, lhe teria desagradado. Pessoa não apreciava Camões. O "Imperador da Língua Portuguesa", para ele, seria o Padre António Vieira. O que vos deve agradar a vocês, pois o padre era meio brasileiro e amava o Brasil (cá em Portugal, chamamos brasileiros aos portugueses que vivem no Brasil).


Clicar Aqui

terça-feira, maio 29, 2007

Ministras há muitas

Encontrei por acaso, ao pé deste no blogobservatório, um blogue com um título muito curioso. Ao ler o título, é impossível adivinhar a que ministra se refere.
Clicar aqui:
http://www.asinistraministra.blogspot.com/

domingo, maio 27, 2007

Medo do Futuro

Como tenho muito Medo do Futuro, prometo que, de futuro, não voltarei a escrever as seguintes expressões que se ouvem por aí (vocês podem aumentar a lista, escrevendo nos comentários):
"Engenheiro mesmo a sério"
"Curso tirado a presuntos"

Creio que este último termo é do Eça, portanto, está completamente desactualizado. Até porque o presunto tem muito colesterol. E naquele tempo não se sabia...
Só se for de porco preto.

Nadinha

quinta-feira, maio 24, 2007

The Arrow and the Song

Eu soube este poema de cor durante milénios, mas não sabia quem era o autor, que é Longfellow.
Já o coloquei neste blog a ver se alguém o conhecia. Mas a net é maravilhosa! Encontrei os dois: o autor e o poema. Espero que os dois se voltem a encontrar por mim, talvez no coração dum amigo.


The Arrow and the Song




I shot an arrow into the air,
It fell to earth, I knew not where;
For, so swiftly it flew, the sight
Could not follow it in its flight.


I breathed a song into the air,
It fell to earth, I knew not where;
For who has sight so keen and strong,
That it can follow the flight of song?


Long, long afterward, in an oak
I found the arrow, still unbroke;
And the song, from beginning to end,
I found again in the heart of a friend.


Longfellow

terça-feira, maio 22, 2007

IMPOSSÍVEL!!!!!!!

«Todos sabemos que algumas coisas são impossíveis. Até que aparece alguém que não o sabe ... e as consegue fazer».

Albert Einstein

segunda-feira, maio 21, 2007

quinta-feira, maio 17, 2007

DIA DA ESPIGA

E outras pragas, digo eu...


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DIA DA ESPIGA , Cais do Sodré, Lisboa




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DIA DA ESPIGA

Hoje foi o DIA DA ESPIGA . Para aí a 2ª quinta-feira de Maio, ou assim...
Quando já vivia em Lisboa há vários anos, descobri isto.
Era tradição as pessopas, alíás, as raparigas, irem para os campos fazerem estes raminhos.
Os raminhos têm uma papoila (talvez simbolize a beleza, espero!), uma espiga, que simboliza o pão, os malmequeres, ou brancos ou amarelos, ou quase secos ou quase frescos, creio que simbolizam, para aí, talvez, a beleza... digo eu...
E etc....
A gente compra o raminho e coloca-o na casa, de cabeça para baixo, como se vê na foto.
As fotografias referem-se a este assunto, claro...


Afinal parece que é assim:


Papoilas – o amor e vida
Malmequeres amarelos e brancos – o ouro e prata
Ramo de oliveira - simboliza a paz
Videira – o vinho e alegria
Alecrim – simboliza a saúde e a força .


O meu não tem videira nem alecrim. Vou reclamar!

segunda-feira, maio 14, 2007

Musgo Espanhol - Spanish Moss


Foto da net 

Descobri por acaso, num blogue americano, que existe uma praga vegetal chamada Spanish Moss, que se poderia traduzir, à letra, por Musgo Espanhol, embora possa ter outro nome.
É uma planta que nasce por cima das outras e não há meio de a eliminar, a não ser tirando-a de lá, à mão (nestes tempos modernos..). A alternativa é deixá-la ficar, o que parece ser o mais frequente, mas ela pode destruir a outra planta. É bonita, apesar de tudo.
Musgo Espanhol - nem nós nos lembraríamos de inventar semelhante nome para uma praga que não sai, nem à lei da bala. E que é bonita, vejam lá!
Imagino eu que este nome tenha a ver com o colonialismo, pois por aqui não há disso.
Também o dependuram em arames para fazer recantos e ele dá-se muito bem assim dependurado. Alimenta-se da humidade do ar.


VER AQUI na Wikipédia


Tressolho

Aparecem aqui muitas pessoas à procura da palavra tressolho, que só utilizei a despropósito num texto cómico, "O Estado da Nação".
Para esclarecimento dessas e outras pessoas, creio que são brasileiras, vou dizer o pouco que sei a respeito do assunto.
Há muito tempo que não vejo nem ouço falar do tressolho, que era uma inflamação num olho, creio que na pálpebra, que ficava vermelha e inchada. As pessoas levavam esse assunto mais a brincar do que a sério, como se fosse muito normal, embora tenha deixado de o ser.
As mezinhas para o curar eram muito simples e resultavam sempre. Uma delas era assim:esfregava-se num pano um anel de ouro até ficar quente e depois encostava-se no olho. se calhar dizia-se alguma frase de que não me lembro. Uma menina de 19 anos disse-me que aprendeu uma frase no infantário e é essa que uso no texto referido: "Tressolho, tressolho, passa para aquele olho". E aponta-se o olho. Essa menina é muito querida. Chama-se Carlota.
E mais não sei. Se vocês souberem alguma coisa, escrevam-na como comentário, está bem? se calhar o lado científico não interessa, porque há-de andar por aí, na net.

Agora mais rescentemente foi-me dito que se deve imediatamente aplicar sobre o tresolho uma pomada antibiótica, própria para esse e outros efeitos.

quinta-feira, maio 10, 2007

Católico(a) eu??? Deus me livre de o ser!

Você é católico(a)?


Eu já fui. Não creio que volte a ser. E Você?
Creio que esta última pergunta é a que nos faz a todos este Papa de Roma. Sem paninhos quentes.
Como sabem os ledores deste blogue, eu gosto deste Papa. Sou suspeita de quê? De apreciar a autenticidade? Eu não gostava nada do outro...
Este Papa, em vez de ir a Fátima no 13 de Maio, como ia o outro agradecer não sei o quê, foi ao Brasil. Parece-lhes coincidência? Só se forem parvos! Coincidência?!


O tio Bento anda a excomungar os políticos católicos que são a favor do aborto. Notem que ele não excomunga os não-católicos!
Um verdadeiro católico pode ser a favor do aborto? E da promiscuidade? E um muçulmano pode beber álcool? E este Papa aprecia os bons vinhos, o que é próprio da Europa.


Será que não estamos a confundir religiosos com ateus?


Creio que um ex-amigo se zangou comigo recentemente por questões deste género. Se os meus amigos não evoluem, é um favor que me fazem em se auto-excluirem dos meus contactos.


A minha dúvida é apenas esta: todos estes católicos não-praticantes, não-cristãos, não-religiosos são ateus? Ou pelo contrário ficaram à espera daquela parte que é asssim: se se converterem à hora da morte vão ... não sei para onde... para o céu. O que é isso do céu? Eu acredito na reencarnação. Ou talvez não acredite em nada.


Penso que, antes disso, devemos tomar uma atitude. Ou sim ou sopas!
Aliás, não sou eu que penso . Fui levada a pensar assim por este Papa e não tinha sido ainda levada a pensar assim por ninguém.
A minha mãe era pouco católica e muito cristã. Achava que devíamos perdoar tudo. Perdoar, reparem.
Uma coisa é perdoar tudo, outra é fazer tudo o que nos apetece. Creio que é esta a diferença.


A outra constatação óbvia é esta:
Todos os que trocam o catolicismo por outra religião cristã andam à procura de regras mais restritas. E de maior fanatismo. Os Jeovás.... por exemplo.
Os que não são crentes não têm voto na matéria. Vocês acham mal que os budistas não comam carne? É fanatismo?
É apenas uma questão de fé.


Se calhar, ao publicar isto vou perder ledores e fregueses, mas eu nunca desejei ser lida por idiotas.


Ao escrever isto procurei problematizar a questão, por me parecer que temos tendência para ver tudo a preto e branco.

segunda-feira, maio 07, 2007

Sarko e Ségo

O discurso da vitória do Sarko e o discurso da derrota da Ségo foram um modelo de retórica política, erudita, elegante e fluente, quase natural.
Por contraste, somos levados a pensar que, em Portugal, o 25 de Abril ocasionou uma ruptura a todos os níveis políticos e não só. Do mesmo modo que não temos hoje uma polícia de nível internacional credível, capaz de dialogar com o FBI, com espionagem e contra-espionagem, só temos o SIS, também não temos um discurso político com nível, nem muito credível.
A nossa retórica política é demasiado pragmática ou demasiado revolucionária, ou as duas coisas, o que é pior. Entre nós, o poítiquês só pode ser comparado com o professorês, enfim, discursos corporativos: as corporações trocaram as respectivas fardas pelas linguagens corporativas: mas a farda despe-se e a alma não.

No seu discursoo da derrota, Madame Ségo não se lamentou, apenas mostrou pena dos que foram derrotados porque votaram nela: claro, ela teve uma grande vitória e portanto, isto nem parece retórica: parece e é a verdade.
No seu discurso da vitória, o tio Sarko exprimiu um grande orgulho de ser francês: não o orgulho crispado e arrogante daqueles que não têm orgulho nenhum neles mesmos, mas o orgulho sincero de alguém que foi eleito o presidente da república de... França, claro. Vocês não teriam orgulho se estivessem no lugar dele?
Nem parece retórica: parece e é verdade:e é retórica política no seu melhor.

quarta-feira, maio 02, 2007

Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!

-Quero ir para casa!
-Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Oh, ainda falta tanto tempo!!!!!!




Este é o grito mudo que se ouve por toda a parte nesta cidade, se escutarmos com atenção.
Nunca compreendi porquê e por isso tenho investigado este enigma: porque é que toda a gente quer ir para casa?! E depressa? Que mistério é este? Não há nesta cidade lugares melhores? Mais variados, mais interessantes, mais artísticos? Lugares onde se pode conviver com os outros? Ou pelo menos vê-los?!
Aqui vai o resultado das minhas pesquisas.


Jovem de rua: Lá o haver, há. Mas é que eu, nesses lugares, não posso estar deitado!
Nadinha: Ah! Pois.
Homem adulto de rua/ Mulher adulta de rua: O haver há, e eue até gosto de ir a outros sítios, mas é que nesses sítios eu não posso ir ao frigorífico e comer, sempre que me apetecer! De graça, percebe?
Nadinha: Ah! Pois. Está bem...




Hoje no ginásio ouvi por acaso um diálogo que me esclareceu:
-Ó tia, o meu chinelo está virado ao contrário! Não te importas de o virar para cima e de o pôr mais para aqui, ao pé do meu pé? (voz arrastada e monocórdica, como a de alguém que já nada tem a esperar da vida).
- Vira tu! Oha que tu tens cada uma! (voz igualmente arrastada e monocórdica, ambas gordinhas).
- E eu é que tenho que fazer sempre tudo?!
Nadinha: Ai que preguiça! (Fiz mal. O investigador não deve influenciar o objecto de estudo.)
E a rapariga começou a contar, lamentosa, na sua voz de cansaço existencial, a mim e à tia:


- Estava eu ontem muito sossegada a ver televisão e o meu irmão diz-me assim:
- Ó mana, põe a televisão mais baixo, se fazes favor.
- E aí eu disse:
- Pelo amor de Deus, mano! O comando está aos teus pés!
- Eu sei, mana, mas está mais perto da tua mão do que da minha. Por favor!
- E eu é que tenho que fazer tudo?! Tu estás há horas deitado no sofá, e o comando está no teu sofá!
- Mas tu também estás há horas deitada no sofá e o comando está mais perto de ti. Basta estenderes um braço! Anda lá!
- Pelo amor de Deus! Eu é que tenho que fazer tudo? Ó tia, não acha que eu tive razão?


Também me perguntou a mim, mas eu estva com a boca tão aberta de espanto, que nem consegui responder e perguntar quanto mais tempo ficaram a ouvir televisão em altos berros e a discutir.




Acho que agora já percebi porque é que todo o mundo quer ir para casa.

domingo, abril 29, 2007

Em Abril águas mil

Curiosamente, chove torrencialmente em Lisboa, neste momento.
Nos últimos dias dum mês de Abril particularmente solar, que é o mês em que eu vi a luz do dia (eu e o Papa de Roma), dá-me prazer ouvir cair as grossas gotas no meu nadinha de telhado e estender as mãos para fora da janela, retirando-as cheias de água.
É um prazer estar vivo...
Este momento recorda-me um episódio da minha infância, mil vezes mais livre do que se a tivesse vivido entre quatro paredes, quero dizer, numa cidade.


O meu pai tinha uma gabardina velha que nunca usava e que estava para lá, a um canto.
Quando chovia torrencialmente, eu convencia os meus dois primos a irmos buscá-la, a deitarmo-la por cima da nossa cabeça e a irmos lá para fora correr. Lembro-me também de que nessa época chovia muito, naquele lugar.
Quando chegavam a casa deles, molhados até à alma, os meus primos apanhavam uma surra.
Eu não.


A Infância era o Jardim das Delícias!

quarta-feira, abril 25, 2007

Esperem...

Porque será que, apesar dos pesares, o Hipócrates (enganei-me) nunca fica encavacado?
Talvou seja porque o Cavaco ainda nunca o encavacou.
Ou talvez porque o próprio Cavaco está encavacadíssimo...

Então e a Presidência da CEE?

(Esta também paga direitos de autor(que não existem na net)). É por isso que eu, nos blogues, nunca escrevo nada de jeito...

Esperem...

segunda-feira, abril 23, 2007

Que será?

Ando um pouco preocupada com um erro que tenho cometido repetida e sistematicamente nos últimos dias. Será sintoma de doença?Será sintoma de saúde?

De cada vez que quero referir-me ao grave filósofo Sócrates, engano-me e troco-lhe o nome por:
Hipócrates.

Bem, esta paga direitos de autor, se a ouvirem por aí

quinta-feira, abril 19, 2007

O homem preguiçoso: Conto popular

Era uma vez um homem que não gostava de trabalhar.
Um dia, o homem chegou à conclusão de que não valia a pena viver, se para comer e beber era necessário tanto esforço como trabalhar toda a vida, muitas horas por dia. Sendo assim, decidiu ser enterrado.
Ia o enterro a passar, com o caixão ainda aberto e o morto ainda vivo, portanto, a respirar... e toda a gente compungida, a chorar... enfim.
Nisto, passou o homem rico e perguntou:
- O que é isto?!
Lá lhe explicaram e ele disse:
- Parem o enterro! 
Pararam o enterro e o homem rico prometeu que ia sustentar o pobre do homem, sem que ele precisasse trabalhar.
Parem o enterro, que eu dou de comer ao morto durante toda a vida! o homem não precisa de ser enterrado, porque eu dou-lhe o pão!
Nisto, o defunto senta-se no caixão, deita a cabeça de fora e pergunta ao homem rico:
- E esse pão que me dá lá, vem mastigadinho já?
Surpreendido, o homem rico diz:
- Não, isso não! Dou-lhe o pão durante toda a vida, mas não o mastigo, isso não. Era o que faltava!
Enfadado, o defunto faz um gesto com a mão, volta a recostar-se no caixão e diz:
- Siga o enterro!


Se vocês também souberem contos populares desconhecidos como estes, podem contá-los aqui.
Estes são do Norte de Portugal, da região do Douro Litoral, também designada por Entre Douro e Minho. Estes posts têm muita procura, sobretudo no Brasil, enfim, estes conto desconhecidos, do meu avô, já são conhecidos através deste blog.

(Ver "A Mulher Preguiçosa" neste blogue) Clicar AQUI

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.
Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)

terça-feira, abril 17, 2007

A mulher preguiçosa Conto popular

Um pobre homem tinha uma mulher muito preguiçosa.
Um dia, o homem disse à mulher que fizesse sempre as necessidades num cesto grande, num “gigo”, e ela assim fez.
Ao fim dum mês, o homem chamou os vizinhos todos das redondezas e mostrou-lhes, numa mão, um novelinho muito pequenino de lã de ovelha, que a mulher tinha dobado. Com a outra mão, mostrou-lhes o gigo cheio de… (vocês sabem o quê) e disse-lhes:
- Trabalho de um ano, cagança de um mês. Aqui está o trabalho que a minha mulher fez.


Moral da história: as mulheres devem trabalhar. Desculpem a má palavra, mas não ficava bem se a alterasse, porque é um conto popular do Norte. Do mesmo sítio de onde veio O Ancinho, de que todos os leitores deste blogue gostaram.

Outra moral da história: nós, mesmo quando não produzimos nada material (a esmagadora maioria), produzimos mesmo assim muita....(vocês sabem o quê).
Ver também neste blogue "O Homem preguiçoso"


P.S.: Num comentário posteriormente apagado pelo autor, perguntam-me se sou eu a autora do conto. Claro que não, já disse que é um conto popular português - apenas o redigi à minha maneira.

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.

Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)

segunda-feira, abril 16, 2007

domingo, abril 15, 2007

Os Pormenores

Parece que eu confundi uma ciatação, era "o Diabo está nos pormenores" e eu escrevi: Deus está nos pormenores. Mas agora vejo que não. A frase original é mesmo "Deus está nos pormenores".
Quando olho para a natureza campestre, penso sempre que, se eu a tivesse inventado, nunca me lembraria de tantos pormenores. E depois surge-me a dúvida, ancorada num certo conhecimento da ciência. Talvez Deus só tenha inventado meia dúzia de pássaros e meia dúzia de flores, e depois eles inventaram-se a eles mesmos, nas suas infinitas variedades.
Talvez, a princípio, fossem todos cinzentos...


Reparem que os malmequeres estão todos a olhar para a estrada.

sábado, abril 14, 2007

Tudo ervas daninhas




Estes são brancos, os outros são amarelos.
Ver no meu outro blogue os comentários, meus e alheios.
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quinta-feira, abril 12, 2007

Os Senhores Doutores

Em tempos, encontrei no "Piolho" do Porto (um café muito conhecido) um tipo que eu conhecia bem.
Cumprimentámo-nos, sentámo-nos na mesme mesa e a certa altura ele disse-me que lá, no Piolho, ou seja, num café frequentado sobretudo por estudantes universitários, todos lhe chamavam Sr. Doutor. Pediu-me que o não desmentisse. O tipo só tinha a quarta classe, mas tudo bem...
O grande filósofo Sócrates, creio eu que não era Doutor nem Engenheiro, mas:
Sócrates há só um!

terça-feira, abril 10, 2007

sábado, março 31, 2007

Títulos

Tenho o costume de supôr que uma época se caracteriza pelos títulos a que deu origem.
Assim, vejo com tédio títulos como "Angústia para o Jantar" ou "Diário de Ausência" e mil outros do tempo da ditadura, como o símbolo dum tempo parado, sem acontecimentos.
E pergunto, se concordarem com o meu pressuposto, o que significam, em termos simbólicos, títulos como "Gato Fedorento" ou "Cão Solteiro".
O vazio do sentido? A comunicação que desiste de comunicar???
No lo so.

sexta-feira, março 30, 2007

Provérbios sobre o bacalhau

Devo confessar que não gosto muito de bacalhau. Mas conheço um homem que, quando criança, o comia todos os dias e agora só não come todos os dias porque trabalha num restaurante.

Recentemente fiquei extasiada com a ideia de que o prato nacional português é um peixe que não existe nas costas portuguesas e, pelo contrário, é pescado muitíssimo longe de Portugal: vocês já viram num mapa onde ficam a Terra Nova e a Suécia?
É mesmo mania de nos irmos meter onde não somos chamados e, isso sim, é muito português.

Andei à procura de provérbios e expressões idiomáticas sobre o bacalhau. Quase todos se referem ao tempo em que este alimento era muito barato e era comida de pobres, pelo que ele é quase sempre referido com desprezo, como algo de enjoativo.
Muito haverá a dizer sobre esse desprezo, mas outros que o digam..

Águas de bacalhau:
“Ficou tudo em águas de bacalhau” é como o já aqui referido “foi tudo por água abaixo”


º-, que é um dos meus preferidos.
Para quem é bacalhau basta
Já ouvi “Para quem é, águas de bacalhau bastam”. Também me explicou, a senhora chiquérrima que o dizia, que antigamente se dava às empregadas domésticas batatas cozidas (a propósito, as batatas viera do novo mundo) em água de cozer bacalhau, o que me foi confirmado por uma senhora que foi empregada doméstica.

Continuando…

No dia de S. Silvestre, não comas bacalhau que é peste.
Dia de São Silvestre, nem no alho nem na reste.
Bacalhau quer alho
Apertar-lhe o bacalhau (quer dizer cumprimentar de mão)
Magro como bacalhau sueco (quando eu era magérrima diziam-me isto, inveja!)
Enterro do Bacalhau ou Enterro do Entrudo

E brasileiros que encontrei na net:

Magro como bacalhau de porta de venda

"Bacalhau é comer de negro e negro é comer de onça". Mais uma vez o desprezo pela comida de pobre, que devia enjoar… por ser repetida e de má qualidade.




ºº - “foi tudo por água abaixo” - referente aos naufrágios em que se perdia tudo.

sábado, março 24, 2007

Salazar?????? Não me chateiem!

Filhos:

Está a ganhar o Salazar para o maior português de sempre.
Conheço um tipo que anda a vender bustos dele e que telefona de tudo quanto é cabine telefónica.
Fiquei tão zonza quando me perguntou se eu queria comprar um busto, que perguntei:
- Desculpe, quem é esse? Até parece...
Seria uma vergonha, portanto vamos nós votar noutro:
Camões (tio Luís) 760102008
Tio Fernando 760102005
site:
http://www.rtp.pt/gdesport/?article=23&visual=3

Quase me esquecia




Quase me esquecia desta fotografia, boa para as pessoas estrangeiras que não conhecem Lisboa.
Recentemente alguém traduziu isto para inglês...
Zé Lérias: obrigada pelos comentários.
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domingo, março 18, 2007