Vou publicar aqui mais posts sobre naufrágios, já tenho vários, como se pode ver clicando na tag abaixo "Naufrágios".
Este, no vídeo, o do navio Sírio, também já aqui referido, aconteceu há cem anos com um navio italiano a caminho do Brasil, também por culpa do comandante.
Mas a criatividade napolitana transformou este dramático episódio, que de outro modo ficaria sem história (só tem história o que é narrado) num momento interessante do canto napolitano, os Cantastorie - histórias cantadas, quase parecidas com a nossa "literatura de cordel", mas musicada com grande emoção, inteligível mesmo para quem não entenda a língua.
O Costa Concordia tinha 4000 tripulantes, o que é hoje em dia muitíssimo, por ser um dos maiores navios do mundo, mas o Sírius ou Sírio já tinha 2000. A diferença, muito pequena se pensarmos em dimensões oceânicas com cem anos de diferença, explica-se contudo: na terceira classe viajavam a monte "ao molho" e sem condições mínimas, centenas ou milhares de emigrantes, que, se morressem na viagem, o problema era deles.
(Como agora, com o neo-liberalismo introduzido em Portugal pelo bem intencionado, simpático e muito ingénuo coelho, em italiano coniglio, ler conilho).