(Imagens: o Inferno de Dante, por Botticelli)
Fala-se muito, de momento, do novo livro de Dan Brown, intitulado Inferno. E também do Inferno.
Parece que o Inferno "que conhecemos" se baseia na efabulação que dele fez de Dante, na sua obra poética e narrativa A Divina Comédia e nas imagens artísticas visuais que se lhe seguiram, baseadas também, quase todas, na Divina Comédia.
Hoje, tendo apanhado um táxi para tratar de um assunto urgente que afinal não era nada urgente, começo a levar uma lição bíblica em grande estilo. O taxista falava bem e sabia de cor e sem falhas inúmeras passagens bíblicas, o que sempre me encanta.
Perguntei-lhe o que achavam as Testemunhas de Jeová do Inferno. A resposta custou-me muitos Euros e muitos minutos, pois o homem foi conduzindo a passo de caracol, na intenção desenvolver a conversa.
- Platão, um filósofo grego, sabe a menina, inventou essa teoria de que a alma é imortal e o Diabo encarregou-se de a divulgar.
- Então a alma não é imortal? - pergunto eu.
- É claro que não! A Bíblia refere-se aos jumentos como almas viventes e aos homens também como almas viventes.
- Ah, desculpe, eu daí a pouco tinha de sair, estou com pressa... mas... em resumo: então o Inferno não existe?
- É óbvio que não. Quem morre vai para debaixo da terra e desaparece.
- E então ninguém vai para o céu? - pergunto eu, abismada com estas declarações.
- Sim, para além de Deus que é imortal, também se salvam 144 000 homens.
- Ah!
- Mas a menina apareça lá, nas sessões de culto da nossa Igreja!
Quando me ia explicar onde eram realizadas as sessões de culto para eu aparecer lá, tentei não responder o que me ia pela minha pobre alma vivente (igual à dos jumentos):
- Não, não vale a pena ir, senhor, os 144 000 lugares já devem estar todos preenchidos há bué!