domingo, fevereiro 23, 2014

Gárgulas: Mosteiro de Alcobaça











Gárgulas: uma delas e talvez a mais interessante, embora muito posterior à fundação medieval do mosteiro, é a imagem do rinoceronte, que à época se chamava o Ganda. 

Este ganda, já no tempo de D. Manuel, deu muito que falar na Europa e no mundo e foi uma das provas (visíveis) da vocação universal portuguesa, da nossa expansão pelo mundo.

Servem para expelir a água dos telhados, quando chove. E talvez para aterrorizarem o povo. Não deveriam existir num mosteiro cistercense, de São Bernardo de Claraval, mas são acrescentamentos posteriores.

Mas este ganda é bonitinho, redondinho, não parece um monstro medonho. Ganda ganda!

Renovar a Igreja? E que tal diminuir a idade da reforma dos cardeais? "Dezasseis dos novos cardeais têm menos de 80 anos."






Mas os novos cardeais são homens velhos e "burro velho não toma ensino" 


"Dezasseis dos novos cardeais têm menos de 80 anos."

Ou seja, talvez daqui por 3 gerações de cardeais a mensagem de Francisco comece  a fazer algum sentido. 

Até lá... talvez haja, entretanto, um, ou dois ou mesmo três Papas mais conservadores.

sábado, fevereiro 22, 2014

Loiça de Alcobaça: Museu Particular de Jorge Pereira de Sampaio











Coleção particular, pequeno museu de faiança de Alcobaça, pertencente à família de Jorge Pereira de Sampaio . Parte da coleção está exposta ao público numa galeria já existente, parte está numa casa privada familiar, que ainda contém uma residência artística, para quem quiser estudar o assunto.
Notícia da sua inauguração em 31 de dezembro de 2013, AQUI.
Já agora, faiança é um tipo de cerâmica, diferente da porcelana, VER AQUI.

A maior parte do espólio inclui coleções de faiança de Alcobaça e arredores, mas há também elementos de loiças de Coimbra e outras, até mesmo brasileiras, embora sempre relacionadas com as de Alcobaça, por se tratar de uma coleção temática.

A mim, agradaram-me particularmente uns pratos com paisagens ou com elementos arquitetónicos, incluindo casas simples do campo (como na penúltima foto). 

A certa altura, acabaram-se-me as pilhas da máquina fotográfica, pelo que não se encontram algumas das minhas peças preferidas. :)
Mas:

"Quem passa por Alcobaça
Não passa sem lá voltar"

E eu já estou a pensar voltar. Em breve. Tem muito que ver.

Gostei muito dos dois rios que passam por baixo do mosteiro e se juntam num só, quase como os amores de Pedro e Inês. São os rios Alcoa e Barça. A mistura dos dois é o Alcobaça.


Santa Maria de Alcobaça






Mosteiro cistercense de Santa Maria de Alcobaça, a primeira obra gótica portuguesa.

O mosteiro é responsável pelo desenvolvimento da região, nomeadamente no aspeto agrícola.
Ainda hoje as melhores frutas portuguesas, ou as que têm mais fama, são as de Alcobaça, muitas delas destinadas a exportação.

Nesse aspeto, é semelhante ao Mosteiro de Tarouca.

A ordem de Cister tem, como figura de proa,  Bernardo ou Bernal de Claraval, ou São Bernardo, considerado Santo e Doutor da Igreja. Morre em 1153, em Claraval. O Mosteiro de Alcobaça é iniciado em 1178.

Alcobaça: o tempo de pedra








O tempo de pedra: as florestas de pedra, os amores tão duráveis como a pedra, enquanto a pedra existir.
Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.


sábado, fevereiro 15, 2014

NORMALIDADE

UMA DAS MINHAS IDIOSSINCRACIAS É SEMPRE TER SENTIDO ADMIRAÇAO POR ALGUMAS PESSOAS. NAO POR SEREM SANTAS, EMBORA ADMIRE OS SANTOS POR SEREM ESQUISITOS E OBSTINADOS. 
ADMIRO ALGUMAS PESSOAS POR NAO SE DEIXAREM INFLUENCIAR OU CORROMPER PELA MEDIOCRIDADE OU PELA NORMALIDADE. O QUE, QUASE SEMPRE, É O MESMO.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Onde Irão parar estes tipos do Irão? Que Notícias Tão Engraçadas!

Ando a dar Camões, Os Lusíadas. Todos os anos podemos ver a obra com novos contornos, conforme o que há de novo. 
Camões preconizava a guerra santa. Isso é muito claro. Criticava os alemães e os ingleses por terem inventado novas "seitas", em vez de se terem unido contra o império otomano, numa "guerra sangrenta", a guerra santa. Há 20 anos, esta aceção não teria sido evidente, mas é agora muito clara.

Contudo, existem hoje outras guerra santas. E muitas. Também existem notícias muito engraçadas. 

COMO ESTA: "Aula para atentados suicidas acaba com professor a explodir alunos": um professor que ensinava os bombistas suicidas enganou-se e fez explodir todo o mundo - é o que se chama  uma aula explosiva :)


É caso para perguntar: onde Irão parar estes tipos do Irão?




segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Somos todos corruptos passivos, felizes, inocentes e fiéis

Muito antes de se saber que ia haver um sorteio das faturas, já eu pedia sempre a fatura com o NIF. Agora, quando a peço, dão-ma num trejeito irónico, como se eu fosse um denunciante, que pretende ganhar um automóvel. É o que diz Vasco Pulido Valente, na sua muito básica visão do mundo, hoje, na crónica do Público.


Esta criatura, Vasco Pulido Valente, escreve às vezes umas coisas acertadas, mas não esqueço o desgosto e a mágoa que provocou na Natália Correia quando escreveu que ninguém a lia e que os seus livros, (da Natália),  não estavam à venda em nenhuma livraria do país. Foi uma afirmação irresponsável, que ensombrou os últimos meses de vida desta escritora. E estavam à venda em todas as livrarias do país. 

Vejamos: os portugueses, desde o mais simpático ao mais antipático, o Pulido Valente,  não distinguem entre corrupção ativa e corrupção passiva: Somos todos corruptos passivos, felizes, inocentes e fiéis. 

Vou dar um exemplo: em vez de pagar 25 euros de impostos pelo jantar, pago mais 25 euros pelo jantar e zero de impostos. O Estado perde milhões e vem cortar-me no vencimento e nos meus impostos. 

O dono do restaurante, ou enriquece com mais 23  por cento que vão para ele, em vez de irem para o Estado, ou paga impostos, como eu, e não consegue sobreviver, porque a carne está quase estragada, o peixe cheira mal, a cozinheira não sabe cozinhar, mas a comida era barata (sem impostos) e os donos eram simpáticos. E corruptos.

Porque é que todos adoramos a comida caseira? Porque é muito melhor do que a  comida dos restaurantes vulgares. menos engordurada, mais saborosa e mais saudável. Durante décadas, tivemos restaurantes da pior espécie, baratos, com mão de obra escrava. Que sobreviveram aos impostos, porque não passavam faturas.

Mas a discussão em torno das faturas está ao nível do analfabetismo que grassa no país.

" Não se opor ao erro é aprová-lo. Não defender a verdade é negá-la." Tomás de Aquino

Não estou a  elogiar o Governo, um do spiorsque já tivemos. Apenas nos trata como merecemos. Não temos senso moral? Não temos senso de honestidade? Mas adoramos jogar. Viva o jogo!

domingo, fevereiro 09, 2014

Cidades Invisíveis: Lisboa no Passado






O passado é normalmente invisível.

Já vimos que os perus iam diretamente ao consumidor lisboeta pelo seu pé, ou seja, pelas suas patas.
Também as vacas lhe iam levar o leite pelo seu pé.
E nos chafarizes, ou mesmo nas fontinhas como esta, bebiam cavalos, burros e homens. (Bebedouro, Praça do Comércio, Lisboa, 1912. Fotos: Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..)

Cidades Invisíveis: Lisboa no Passado







  Venda ambulante de perus em Lisboa


Eu gostava de ouvir o meu avô, no Norte, contar-me as suas aventuras do tempo em que fez o serviço militar em Lisboa.
A Lisboa que  então descrevia, era para mim uma cidade tão invisível como as de Italo Calvino.
 Não correspondia em nada ao que eu conhecia e, sim, às vezes imaginava-a a preto e branco, pois havia muito carvão. Algumas partes eram escuras.

Nesta cidade que amo, gosto de imaginar como a descrevem no passado, como me dizem que era, como me contaram que era. Só a conheci moderna e cosmopolita, ou melhor, pré-cosmopolita, como é agora. Não a Lisboa rústica com perus e rebanhos a atravessarem-na.

Tenho recebido Powerpoints com fotos, o meu amigo Heitor Rodrigues passou algumas dessas fotos para formato que pode ser partilhado aqui. Vou pedir-lhe que faça isso com outros.

Farei toda uma série de posts com fotos antigas de Lisboa. Chamar-se-á Cidades Invisíveis, em homenagem a Italo Calvino.
E ao passado, que também é invisível.

As duas fotos iniciais, tenho a informação de terem sido feitas em 1891, a primeira no Rossio. Ainda era vivo Eça de Queirós, que morreu em 1900.

Pela mesma época, uma vendedora de galinhas, que não iam pelo seu pé, mas numa pequena gaiola. Todos vivos. Será que os compravam vivos? OU?!





terça-feira, fevereiro 04, 2014

PARABÉNS, OLGA MARTINS




OLGA MARTINS GANHOU O PRÉMIO MÁXIMA MULHER DE NEGÓCIOS.
É BOM SABER QUE EXISTEM MULHERES DE NEGÓCIOS ADMIRÁVEIS.
COMOA OLGA MARTINS.

O vinho, para além da sua importância económica é musa inspiradora e báquica, de maravilhosos versos como os de Omar Khayyan, os Rubaiyat.

"Não vamos falar agora, dá-me vinho. Nesta noite

a tua boca é a mais linda rosa, e me basta.

Dá-me vinho, e que seja vermelho como os teus lábios;

o meu remorso será leve como os teus cabelos."


Ou

"Busca a felicidade agora, não sabes de amanhã.

Apanha um grande copo cheio de vinho,

senta-te ao luar, e pensa:

Talvez amanhã a lua me procure em vão."


MAIS AQUI

PARABÉNS, FACEBOOK!

FAZ HOJE ANOS O FACEBOOK, QUE TRANSFORMOU A NOSSA VIDA E A COMUNICAÇÃO ENTRE OS HOMENS, NO MUNDO.
PARA MELHOR.
SE O FACEBOOK FOSSE UM PAÍS, SERIA O 3º MAIOR DO MUNDO! SOU HABITANTE DESSE PAÍS.

VER AQUI : Facebook faz 10 anos: o orgulho do pai de Zuckerberg

OU AQUI

Quando o Governo Se Dedica à Cultura... Socorro!!! HELP CHRISTIE'S!





Toda esta história dos quadros de Miró é lamentável.
Mais lamentável é ter sido a leiloeira inglesa a resolver o problema que em Portugal não se resolvia. Com vantagem para ela mesma e prejuízo para nós, portugueses.

Não sei se sabem que Camões critica muito a ignorância, a falta de cultura dos portugueses, incluindo a de Vasco da Gama e respetiva família.

Enfim: se 85 obras do mesmo autor fossem a leilão ao mesmo tempo, iriam imediatamente desvalorizar a obra do autor. Não há quem explique ao Governo estes princípios elementares?

VER AQUI

Christie's cancela leilão da colecção Miró

Se tivermos um museu com esta enorme coleção, isto vai aumentar o turismo e rentabilizar a coleção e o museu onde estiver e mesmo o país, muito mais do que se a vendêssemos ao desbarato. O que ia acontecer, se a Christie's não tivesse cancelado o leilão. Porque os ingleses sabem ganhar dinheiro. E a
Christie's ainda vai ganhar 5 milhões, sem fazer nada


sábado, fevereiro 01, 2014

SOBRE A PRIVACIDADE. DO FACEBOOK, POR EXEMPLO

Quando falamos de privacidade das redes sociais, falamos de intimidade, claro.
A intimidade que os escritores e sobretudo os poetas, sempre expuseram "urbi et orbi".
A intimidade que tanto procuramos esconder e tanto revelamos sem querer.
A intimidade dos outros, que tanto nos faz aprender com eles e com todos e com tudo.
A intimidade, que pode ser tão inventada, tão fingida, como o fingimento poético.


Vejamos uma frase de Clarice Linspector, que trata o assunto de forma magistral, antes de existir o Facebook.



“A minha intimidade? Ela é a máquina de escrever. Sinto um gosto bom na boca quando penso.Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.Depois de certo tempo, cada um é responsável pela cara que tem.E ninguém é eu, e ninguém é você. Esta é a solidão.É uma infâmia nascer para morrer, não se sabe quando nem onde.Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.Na arte, a inspiração tem um toque de magia, porque é uma coisa absoluta, inexplicável. Não creio que venha de fora pra dentro, de forças sobrenaturais. Suponho que emerge do mais profundo ‘eu’ da pessoa, do inconsciente individual, coletivo e cósmico.Não é saudade… Eu tenho agora minha infância mais do que quando ela decorria.Não me posso resumir, porque não se pode somar uma cadeira e duas maçãs. E não me somo.O fato de ter nascido me estraga a saúde.O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo.”
— Clarice Lispector.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Agora já se percebe tudo: um Papa claramente de Esquerda










A Igreja Católica, ligada à direita, tem sido algumas vezes uma força de opressão, uma força malévola. Uma força do mal. Como no Portugal salazarista, para só dar um exemplo.

A direita pressupõe que alguns têm direito a uma vida de abundância e dissipação, enquanto outros devem trabalhar em condições de miséria para sustentar esta elite.
A desculpa é a cultura. Mas como pode ter cultura quem é escravizado?
Uma aristocracia é o poder dos bons. Bons em tudo. Bons porque podem ser bons. Porque podem ser bons em todas as aceções da palavra.


VER AQUI: 


terça-feira, janeiro 28, 2014

Petição: Por uma sinfonia de 90 vacas alemãs na Assembleia da República




É hoje notícia: 


Tivemos um ministro que parecia de pedra e cal mas bastou um popular cuspir-lhe na cara para fugir a  sete pés. Imaginem o que fariam os deputados e o governo se ouvissem esta sinfonia!

Francisco é um poeta. Não um poeta de escrever poesia, mas um poeta de realizar atos poéticos






Sendo a religião tão importante no nosso mundo e no nosso tempo, a esperança de que a Religião Católica se torne espiritual e mais pura, e não voltada para o seu umbigo, é uma esperança legítima, corporizada agora na figura do Papa Francisco. Ou de que se torne uma líder da tolerância religiosa...

Também o desejo de podermos acreditar de novo na Igreja Católica, não propriamente acreditarmos nela como doutrina, mas como instituição da qual já não desconfiamos tanto (devido à hipocrisia, devido à pedofilia), se corporiza neste Papa. 

Daí que tudo o que Francisco faz se torne simbólico. Mais interessante ainda, aquilo que não faz, aquilo que acontece quando está presente, mas sem a sua intervenção, também se torna simbólico.


Ao pedir a paz na Ucrânia, Francisco lançou em liberdade duas pombas brancas, as quais foram de imediato atacadas, uma por uma gaivota e outra por um corvo. Qual será o significado de tal ocorrência? 
Os áugures diriam que era um mau presságio. Porque liam o futuro no voo das aves. E nas entranhas das aves.

VER NOTÍCIA AQUI: Pombas lançadas pela paz na Ucrânia atacadas por gaivota e corvo no Vaticano (ler também os comentários feitos a esta notícia, por leitores do Público)

Os católicos lêem o futuro no voo das aves? Não...
Foi uma manifestação do divino? O divino manifesta-se através da superstição dos áugures?
É um problema ecológico? Irá o Presidente da Câmara de Roma evitar que volte a acontecer?

Enfim, importante é a mensagem que o Papa transmitiu, de aceitação, de universalidade, de comunhão entre religiões.



Francisco é um poeta. Não um poeta de escrever poesia, mas um poeta de realizar atos poéticos.

Já agora: quando rezou para que os Estados Unidos não atacassem na Síria, o que parecia impossível nessa data, logo Obama decidiu não intervir, quando lançou as pombas pela paz na Ucrânia, logo no dia seguinte o primeiro ministro da Ucrânia se demite. 
Milagre? Influência política? Superstição e medo, da parte dos governates? 

Simbólico, isso sim. Tudo o que faz. Tudo que lhe acontece.

(Há já quem veja no corvo, por ser preto, a figura de Obama.)