segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Somos todos corruptos passivos, felizes, inocentes e fiéis

Muito antes de se saber que ia haver um sorteio das faturas, já eu pedia sempre a fatura com o NIF. Agora, quando a peço, dão-ma num trejeito irónico, como se eu fosse um denunciante, que pretende ganhar um automóvel. É o que diz Vasco Pulido Valente, na sua muito básica visão do mundo, hoje, na crónica do Público.


Esta criatura, Vasco Pulido Valente, escreve às vezes umas coisas acertadas, mas não esqueço o desgosto e a mágoa que provocou na Natália Correia quando escreveu que ninguém a lia e que os seus livros, (da Natália),  não estavam à venda em nenhuma livraria do país. Foi uma afirmação irresponsável, que ensombrou os últimos meses de vida desta escritora. E estavam à venda em todas as livrarias do país. 

Vejamos: os portugueses, desde o mais simpático ao mais antipático, o Pulido Valente,  não distinguem entre corrupção ativa e corrupção passiva: Somos todos corruptos passivos, felizes, inocentes e fiéis. 

Vou dar um exemplo: em vez de pagar 25 euros de impostos pelo jantar, pago mais 25 euros pelo jantar e zero de impostos. O Estado perde milhões e vem cortar-me no vencimento e nos meus impostos. 

O dono do restaurante, ou enriquece com mais 23  por cento que vão para ele, em vez de irem para o Estado, ou paga impostos, como eu, e não consegue sobreviver, porque a carne está quase estragada, o peixe cheira mal, a cozinheira não sabe cozinhar, mas a comida era barata (sem impostos) e os donos eram simpáticos. E corruptos.

Porque é que todos adoramos a comida caseira? Porque é muito melhor do que a  comida dos restaurantes vulgares. menos engordurada, mais saborosa e mais saudável. Durante décadas, tivemos restaurantes da pior espécie, baratos, com mão de obra escrava. Que sobreviveram aos impostos, porque não passavam faturas.

Mas a discussão em torno das faturas está ao nível do analfabetismo que grassa no país.

" Não se opor ao erro é aprová-lo. Não defender a verdade é negá-la." Tomás de Aquino

Não estou a  elogiar o Governo, um do spiorsque já tivemos. Apenas nos trata como merecemos. Não temos senso moral? Não temos senso de honestidade? Mas adoramos jogar. Viva o jogo!

domingo, fevereiro 09, 2014

Cidades Invisíveis: Lisboa no Passado






O passado é normalmente invisível.

Já vimos que os perus iam diretamente ao consumidor lisboeta pelo seu pé, ou seja, pelas suas patas.
Também as vacas lhe iam levar o leite pelo seu pé.
E nos chafarizes, ou mesmo nas fontinhas como esta, bebiam cavalos, burros e homens. (Bebedouro, Praça do Comércio, Lisboa, 1912. Fotos: Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..)

Cidades Invisíveis: Lisboa no Passado







  Venda ambulante de perus em Lisboa


Eu gostava de ouvir o meu avô, no Norte, contar-me as suas aventuras do tempo em que fez o serviço militar em Lisboa.
A Lisboa que  então descrevia, era para mim uma cidade tão invisível como as de Italo Calvino.
 Não correspondia em nada ao que eu conhecia e, sim, às vezes imaginava-a a preto e branco, pois havia muito carvão. Algumas partes eram escuras.

Nesta cidade que amo, gosto de imaginar como a descrevem no passado, como me dizem que era, como me contaram que era. Só a conheci moderna e cosmopolita, ou melhor, pré-cosmopolita, como é agora. Não a Lisboa rústica com perus e rebanhos a atravessarem-na.

Tenho recebido Powerpoints com fotos, o meu amigo Heitor Rodrigues passou algumas dessas fotos para formato que pode ser partilhado aqui. Vou pedir-lhe que faça isso com outros.

Farei toda uma série de posts com fotos antigas de Lisboa. Chamar-se-á Cidades Invisíveis, em homenagem a Italo Calvino.
E ao passado, que também é invisível.

As duas fotos iniciais, tenho a informação de terem sido feitas em 1891, a primeira no Rossio. Ainda era vivo Eça de Queirós, que morreu em 1900.

Pela mesma época, uma vendedora de galinhas, que não iam pelo seu pé, mas numa pequena gaiola. Todos vivos. Será que os compravam vivos? OU?!





terça-feira, fevereiro 04, 2014

PARABÉNS, OLGA MARTINS




OLGA MARTINS GANHOU O PRÉMIO MÁXIMA MULHER DE NEGÓCIOS.
É BOM SABER QUE EXISTEM MULHERES DE NEGÓCIOS ADMIRÁVEIS.
COMOA OLGA MARTINS.

O vinho, para além da sua importância económica é musa inspiradora e báquica, de maravilhosos versos como os de Omar Khayyan, os Rubaiyat.

"Não vamos falar agora, dá-me vinho. Nesta noite

a tua boca é a mais linda rosa, e me basta.

Dá-me vinho, e que seja vermelho como os teus lábios;

o meu remorso será leve como os teus cabelos."


Ou

"Busca a felicidade agora, não sabes de amanhã.

Apanha um grande copo cheio de vinho,

senta-te ao luar, e pensa:

Talvez amanhã a lua me procure em vão."


MAIS AQUI

PARABÉNS, FACEBOOK!

FAZ HOJE ANOS O FACEBOOK, QUE TRANSFORMOU A NOSSA VIDA E A COMUNICAÇÃO ENTRE OS HOMENS, NO MUNDO.
PARA MELHOR.
SE O FACEBOOK FOSSE UM PAÍS, SERIA O 3º MAIOR DO MUNDO! SOU HABITANTE DESSE PAÍS.

VER AQUI : Facebook faz 10 anos: o orgulho do pai de Zuckerberg

OU AQUI

Quando o Governo Se Dedica à Cultura... Socorro!!! HELP CHRISTIE'S!





Toda esta história dos quadros de Miró é lamentável.
Mais lamentável é ter sido a leiloeira inglesa a resolver o problema que em Portugal não se resolvia. Com vantagem para ela mesma e prejuízo para nós, portugueses.

Não sei se sabem que Camões critica muito a ignorância, a falta de cultura dos portugueses, incluindo a de Vasco da Gama e respetiva família.

Enfim: se 85 obras do mesmo autor fossem a leilão ao mesmo tempo, iriam imediatamente desvalorizar a obra do autor. Não há quem explique ao Governo estes princípios elementares?

VER AQUI

Christie's cancela leilão da colecção Miró

Se tivermos um museu com esta enorme coleção, isto vai aumentar o turismo e rentabilizar a coleção e o museu onde estiver e mesmo o país, muito mais do que se a vendêssemos ao desbarato. O que ia acontecer, se a Christie's não tivesse cancelado o leilão. Porque os ingleses sabem ganhar dinheiro. E a
Christie's ainda vai ganhar 5 milhões, sem fazer nada


sábado, fevereiro 01, 2014

SOBRE A PRIVACIDADE. DO FACEBOOK, POR EXEMPLO

Quando falamos de privacidade das redes sociais, falamos de intimidade, claro.
A intimidade que os escritores e sobretudo os poetas, sempre expuseram "urbi et orbi".
A intimidade que tanto procuramos esconder e tanto revelamos sem querer.
A intimidade dos outros, que tanto nos faz aprender com eles e com todos e com tudo.
A intimidade, que pode ser tão inventada, tão fingida, como o fingimento poético.


Vejamos uma frase de Clarice Linspector, que trata o assunto de forma magistral, antes de existir o Facebook.



“A minha intimidade? Ela é a máquina de escrever. Sinto um gosto bom na boca quando penso.Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.Depois de certo tempo, cada um é responsável pela cara que tem.E ninguém é eu, e ninguém é você. Esta é a solidão.É uma infâmia nascer para morrer, não se sabe quando nem onde.Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.Na arte, a inspiração tem um toque de magia, porque é uma coisa absoluta, inexplicável. Não creio que venha de fora pra dentro, de forças sobrenaturais. Suponho que emerge do mais profundo ‘eu’ da pessoa, do inconsciente individual, coletivo e cósmico.Não é saudade… Eu tenho agora minha infância mais do que quando ela decorria.Não me posso resumir, porque não se pode somar uma cadeira e duas maçãs. E não me somo.O fato de ter nascido me estraga a saúde.O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo.”
— Clarice Lispector.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Agora já se percebe tudo: um Papa claramente de Esquerda










A Igreja Católica, ligada à direita, tem sido algumas vezes uma força de opressão, uma força malévola. Uma força do mal. Como no Portugal salazarista, para só dar um exemplo.

A direita pressupõe que alguns têm direito a uma vida de abundância e dissipação, enquanto outros devem trabalhar em condições de miséria para sustentar esta elite.
A desculpa é a cultura. Mas como pode ter cultura quem é escravizado?
Uma aristocracia é o poder dos bons. Bons em tudo. Bons porque podem ser bons. Porque podem ser bons em todas as aceções da palavra.


VER AQUI: 


terça-feira, janeiro 28, 2014

Petição: Por uma sinfonia de 90 vacas alemãs na Assembleia da República




É hoje notícia: 


Tivemos um ministro que parecia de pedra e cal mas bastou um popular cuspir-lhe na cara para fugir a  sete pés. Imaginem o que fariam os deputados e o governo se ouvissem esta sinfonia!

Francisco é um poeta. Não um poeta de escrever poesia, mas um poeta de realizar atos poéticos






Sendo a religião tão importante no nosso mundo e no nosso tempo, a esperança de que a Religião Católica se torne espiritual e mais pura, e não voltada para o seu umbigo, é uma esperança legítima, corporizada agora na figura do Papa Francisco. Ou de que se torne uma líder da tolerância religiosa...

Também o desejo de podermos acreditar de novo na Igreja Católica, não propriamente acreditarmos nela como doutrina, mas como instituição da qual já não desconfiamos tanto (devido à hipocrisia, devido à pedofilia), se corporiza neste Papa. 

Daí que tudo o que Francisco faz se torne simbólico. Mais interessante ainda, aquilo que não faz, aquilo que acontece quando está presente, mas sem a sua intervenção, também se torna simbólico.


Ao pedir a paz na Ucrânia, Francisco lançou em liberdade duas pombas brancas, as quais foram de imediato atacadas, uma por uma gaivota e outra por um corvo. Qual será o significado de tal ocorrência? 
Os áugures diriam que era um mau presságio. Porque liam o futuro no voo das aves. E nas entranhas das aves.

VER NOTÍCIA AQUI: Pombas lançadas pela paz na Ucrânia atacadas por gaivota e corvo no Vaticano (ler também os comentários feitos a esta notícia, por leitores do Público)

Os católicos lêem o futuro no voo das aves? Não...
Foi uma manifestação do divino? O divino manifesta-se através da superstição dos áugures?
É um problema ecológico? Irá o Presidente da Câmara de Roma evitar que volte a acontecer?

Enfim, importante é a mensagem que o Papa transmitiu, de aceitação, de universalidade, de comunhão entre religiões.



Francisco é um poeta. Não um poeta de escrever poesia, mas um poeta de realizar atos poéticos.

Já agora: quando rezou para que os Estados Unidos não atacassem na Síria, o que parecia impossível nessa data, logo Obama decidiu não intervir, quando lançou as pombas pela paz na Ucrânia, logo no dia seguinte o primeiro ministro da Ucrânia se demite. 
Milagre? Influência política? Superstição e medo, da parte dos governates? 

Simbólico, isso sim. Tudo o que faz. Tudo que lhe acontece.

(Há já quem veja no corvo, por ser preto, a figura de Obama.)

domingo, janeiro 26, 2014

PARA QUANDO UM REFERENDO SOBRE O QUE OS PORTUGUESES CONSIDERAM SER: "EDUCAÇÃO"?

DEVERIA HAVER UMA PROFUNDA REFLEXÃO EM PORTUGAL, SOBRE A EDUCAÇÃO. ESTE TEMA, SIM, MERECIA UM REFERENDO.

 UMA DAS PERGUNTAS SERIA: COPIAR É NORMAL, OU É O PRINCÍPIO DA CORRUPÇÃO, DA PROMOÇÃO DA MEDIOCRIDADE, ENSINADO LOGO NAS ESCOLAS? 
- QUAL É A PENA QUE EXISTE PARA COPIAR? 
- OBVIAMENTE, A PENA É PARA O PROFESSOR QUE APANHA O ALUNO A COPIAR.

EM FRANÇA, A PENA PODE SER GRAVÍSSIMA, INIMAGINÁVEL PARA NÓS.
EM INGLATERRA EXISTE UMA MENTALIDADE CONTRA.
EM PORTUGAL, MUITOS PROFESSORES CONSIDERAM QUE COPIAR É NORMAL:
- VAIS-ME DIZER QUE TU NÃO COPIAVAS? TÁS À ESPERA QUE EU ACREDITE?

ESTES ALUNOS, QUE NÃO ESTUDAM, NÃO LÊEM UM LIVRO, QUE SÃO PERITOS A COPIAR, SERÃO OS DUXES (DUX) QUE FARÃO RASTEJAR OS OUTROS.

ENSINAM OS OUTROS A RASTEJAR PORQUE ELES, XICOS ESPERTOS, VÃO DOMINAR A NAÇÃO. CLARO. COMO ACONTECE COM OS QUE ESTÃO AGORA NOS LUGARES DE PODER.

PORQUE UMA MASSA ACRÍTICA TUDO ACEITA E TUDO LEGITIMA. NESTA TERRA IMUNDA, DE QUE MUITOS COMEÇARAM, OUTRA VEZ, A FUGIR.

VER AQUI: Praxe, polémica e violência, uma história com séculos

ISTO É PARA NEM REFERIR OS TRABALHOS UNIVERSITÁRIOS QUE SE COMPRAM E SE VENDEM, INCLUINDO TESES, OU QUE SE PLAGIAM, ETC. OS ESTUDANTES QUE ASSIM OBTÊM AS CLASSIFICAÇÕES E OS CURSOS NÃO SE SENTEM INFERIORES AOS OUTROS, BEM PELO CONTRÁRIO, ATÉ SE GABAM DISSO.

sábado, janeiro 25, 2014

Uma galinha de capa e batina é apenas uma galinha de capa e batina






No tempo em que fui estudante universitária da licenciatura, logo após o 25 de abril, não havia trajos académicos nem praxes nem queima das fitas. 

A ideia, perfeitamente lógica e atual, é que os estudantes universitários eram privilegiados, eram mesmo uma minoria da população, e já não vivemos em tempo de exibir privilégios.

Nos meus últimos anos de estudante, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, houve uma tentativa de, ia dizer reintrodução, mas na verdade tratava-se de introdução na Universidade do Porto, de uma alegada "tradição", que nunca lá tinha existido, importada de Coimbra.

Participei nas manifestações que se realizaram contra esta atitude: uns 30 estudantes, mascarados, ou assim nos parecia, mascarados de estudantes, a desfilar no meio de um corredor de estudantes "à paisana", ou seja, vestidos com a sua própria roupa, rica, pobre ou remediada. Houve insultos, houve mesmo quem  atirasse pedras, mas o cortejo ia protegido por brigadas da PSP. Na verdade, eram mais polícias do que estudantes da parte de dentro do cortejo. O que é significativo: foi necessária  polícia para proteger dos estudantes "tout court" os que se exibiam e gabavam de serem estudantes. E que talvez nem fossem. Não é por se ter uma capa que se é estudante. E muito menos um estudante bom.

E talvez resida aí a questão: para a mentalidade portuguesinha, andar de capa e batina, símbolo do estudante, é quanto basta, não importa se se é bom, mau, ótimo, ou Fake.

Lembro-me também de um rapaz que passeava uma galinha pela Faculdade de Letras do Porto, com um fio amarrado ao pescoço e uma capa preta por cima das asas. Nunca esqueci este detalhe, até porque foi a primeira e última vez que vi esse rapaz, tão discreto que não se reparava nele.

Esta imagem da galinha de capa preta de estudante, amarrada por um fio, a seguir um estudante que era contra a praxe, traduz bem a atual "tradição académica", tradição que nunca existiu, a não ser em Coimbra e que lá, era obsoleta, já há muito tempo.


A submissão, o seguidismo, o não resistir à humilhação, o ser reconhecido por coisa nenhuma, só pela aparência, o copiar descaradamente, ou apresentar trabalhos plagiados ou feitos por outros, ou mesmo comprados, estas são de facto caraterísticas da tradição académica portuguesa, no seu pior. E da tradição laboral portuguesa, que assim começa, de forma vergonhosa. 


Não tenho fotos do evento que narro, mas devem existir. 


Este artigo de Pacheco Pereira explica com mais detalhe as lutas, no Porto, contra o retomar da "tradição":  "A abjecção das praxes"

 

Também interessante o de Vaco Pulido Valente: Praxes: igual à máfia?"(VER AQUI)

(Muitos comentários feitos a esta última crónica por estudantes portugueses em universidades inglesas afirmam que lá não existe nada disto, antes uma integração através de eventos desportivos e culturais, relacionando o estudante com colegas dos outros cursos e integrando-os, ao mesmo tempo que se promove a  cultura.)



quinta-feira, janeiro 23, 2014

Caro visitante do blogue: se gosta, fique.
Existem várias maneiras de ficar: tornando-se seguidor no Google, para o que deve criar um perfil, se não tiver um, ou através do facebook. Aqui no Blogue, ou na página do blogue do Facebook.

"Não há nada mais supersticioso que os políticos, até mesmo os ateus, que vão à bruxa em vez de ir a Fátima”,

Eduardo Lourenço acredita que uma revolução "eufórica e democrática" ajudaria a sair da crise

O nosso maior filósofo? Único filósofo? Maior de dois, maior de três? Enfim, acredita na revolução.



quarta-feira, janeiro 22, 2014

Time Sharing no Purgatório

QUER PASSAR MENOS TEMPO MO PURGATÓRIO? VÁ A GUIMARÃES!
PRONTUS! Se formos passear por Guimarães, ficamos menos tempo no Purgatório. É tudo uma questom de Time Sharing!

Papa concede indulgência plenária perpétua ao Santuário da Penha, em Guimarães


Corrupção na Casa Fernando Pessoa? Será?


Se isto for verdade, eu fico dececionada, o que raramente me acontece. 
Porque a Inês Pedrosa é a melhor coisa, ou mesmo a única coisa, que apareceu, até hoje, na Casa Fernando Pessoa. 

Ou, então, confesso que já constatei: os portugueses sem ambição pouco fazem, ao passo que os vigaristas fazem tudo e tudo comem. 
Especificando: há o português videirinho, que faz pela vida e realiza qualquer coisita e o português honesto e correto, que pouco faz. 
Salvo honrosas exceções, claro.

Casa Fernando Pessoa adjudica serviços a empresa com escritório na residência da sua directora 

Esperemos que não seja verdade. E se for, o que acontecerá? Provavelmente, nada.

terça-feira, janeiro 21, 2014

SÓ SOBREVIVE QUEM É DO SEU TEMPO? OU CONTINUA A VIVER NO TEMPO DOS OUTROS

ÀS VEZES LEMBRO-ME DE UMAS VELHAS MUITO VELHAS QUE HAVIA NA MINHA PEQUENA TERRA QUANDO EU ERA MUITO JOVEM. 
VELHAS POR IDADE E POR ATITUDE. COM UMA MENTALIDADE HORRENDA. 
QUE PENSARIAM ELAS DA CO-ADOÇÃO, DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, DO FACEBOOK, ETC? 

ELAS QUE ERAM CONTRA A MINI-SAIA, O BIKINI E CONTRA FUMAR, QUE ERA, À ÉPOCA, APARENTEMENTE, UM DIREITO. UM DIREITO DA MULHER. E POR ISSO EU FUMAVA. 

ALGUMAS AINDA ESTÃO VIVAS. SERÁ QUE MUDARAM DE ATITUDE? SERÁ QUE AS DESATUALIZADAS MORRERAM E QUE SOBREVIVERAM AS OUTRAS? INCLINO-ME PARA ACREDITAR NISTO. 

UMA DAS POUCAS COISAS QUE EU APRENDI NESTA P. DESTA VIDA, FOI ESTA: 


SÓ SOBREVIVE QUEM É DO SEU TEMPO.

OU SEJA : QUANDO ALGUÉM PROFERE ESTAS PALAVRAS : "NO MEU TEMPO", QUER DIZER QUE CONTINUA VIVO, SIM, MAS A VIVER NO TEMPO DOS OUTROS.


segunda-feira, janeiro 20, 2014

Claudio Abbado R. I. P.





Para celebrar a vida de Claudio Abbado, que agora morreu, aqui fica a extraordinária abertura da ópera La Gazza Ladra de Rossinni, dirigida por este maestro. 

Gazza é, em italiano, uma pega, uma ave que rouba objetos brilhantes. 

Argumento: uma jovem e bela criada, Ninetta, é acusada de ter roubado uma colher de prata e condenada à morte, mas, no momento em que é conduzida ao cadafalso, um jovem olha para o ninho de uma pega e vê-a com a colher de prata no bico. Asolvida, Ninetta casa com o rapaz que a libertou.
É uma ópera "semi-séria".

A abertura das óperas de Rossini vale só por si, sendo tocada separadamente, em concertos, como esta.

Notícia da morte de Claudio Abbado

Morreu Claudio Abbado, o maestro que desenhava a música com os dedos

Entrevista com o Maestro, em língua espanhola.


domingo, janeiro 19, 2014

Lisboa: entardecer de inverno







O navio é o Saga Ruby, que foi impedido de prosseguir viagem devido às condições atmosféricas e ao estado do mar, enquanto o navio Funchal nem conseguia chegar a Lisboa, tendo tentado, sem o conseguir, aportar a Portimão. Isto passou-se há 15 dias.
O gatinho tem tanto medo das pessoas, das máquinas fotográficas e da fotógrafa, que até fecha os olhos de meiguice. Ao lado dos vasos que mobilam a rua.

quarta-feira, janeiro 15, 2014

LOL Assalto verdadeiro, que parece anedota

Uma minha amiga anda deprimida e triste por causa de um assalto que lhe fizeram em casa. Mas o que mais a entristece é toda a gente se rir às gargalhadas quando ela começa a contar a história.
Então, vejamos o que sucedeu. A senhora foi jantar fora com toda a família, deixando em casa os vários gatos que tem, as tartarugas e o cão Dobermann de um amigo, um cão treinado que sabe fazer muitas coisas. Enorme.

Quando regressou a casa, já tarde da noite, reparou que as luzes estavam todas acesas e que havia um homenzarrão espapaçado no sofá da sala, a ver televisão e a ler revistas. Neste ponto da narração, indignada, ela exclama:
- Sentado no meu sofá, recostado nas minhas almofadas, a ler as minhas revistas - profere, acentuando muito o i da palavra "minhas".
Furiosa, entra pela porta dentro, sem pensar sequer em ter medo e, logo no hall, ouve um outro homem a gritar por socorro dentro da despensa. Vai ver o que é... é o outro ladrão.

O que se passou, então, foi que o cão usou todas as técnicas que lhe foram ensinadas e não os deixou sair. O da despensa teve medo e escondeu-se, o outro aproveitou para ver televisão e ler revistas, enquanto esperava que a dona da casa viesse enxotar o bicho e libertá-los.

Uma vizinha chamou a polícia, que os revistou e os levou para a esquadra. Isto porque a minha amiga, de tão zangada, só protestava e nem lhe passava pela cabeça fazer mais nada. Por isso e porque é professora, habituada a ralhar em vão, sem fazer mais nada que não seja ralhar...
E , de repente, pasa-se e desata aos pontapés ao rapaz, arranhou-o o todo, não com as unhas, que tem cortadas, mas talvez com so anéis.

No dia seguinte foram todos presentes à juíza de instrução, a qual teve muita pena dos dois homens, afirmando que eram inimputáveis e que, lamentavelmente, não havia ninguém que se preocupasse com eles.
- A culpa é sua, que tem uma casa grande demais e com três portas para a rua, uma tentação para os assaltantes!
A minha amiga irritou-se muito com isto, respondeu iradamente e foi logo acusada de desrespeitar as autoridades.
- Você até teve muita sorte por eles não estarem armados - continua a  juíza.
- Não é bem assim, senhora doutora juíza, - respondeu ela, procurando falar calmamente - porque eles até destruíram o meu lava loiças com uma grande faca de ponta em mola, mas, ao fugirem do cão, deixaram-na cair ao chão e ela ficou na  cozinha. E também destruíram tudo que eu tinha na despensa, incluindo a  comida dos meus gatinhos, que espalharam por todo o lado. Tenho a casa toda imunda e fiquei sem mantimentos.
Neste momento, a juíza chama a empregada doméstica para lhe perguntar se ela não costuma usar aquela faca de ponta em mola para cozinhar!
- Claro que não, senhora doutora juíza! Então a senhora doutora juíza acha que alguém usa uma faca de ponta em mola para descascar batatas?
Vencida mas não convencida, a magistrada insiste:
Você é uma mulher violenta. Coitado do rapaz, que ficou todo arranhado! Ele vive à custa de 365 Euros que o estado lhe paga por mês! Coitadinho! E muita sorte teve você por não terem sido reportadas armas de fogo! Senão, até podia ter morrido!

É então que o principal "suspeito", aquele que estava na sala, tira uma pequena pistola do bolso de trás das calças e diz:

- Eu, por acaso, até tenho aqui a minha canhólas!

Estupefacta, a minha amiga levanta-se, e, dirigindo-se ao polícia, pergunta-lhe, fora de si:
- Então o homem passou a noite toda na esquadra, com uma  pistola no bolso? Então e o senhor, quando o revistou, como é que não viu uma pistola? No bolso!!! Uma canhólas???

- Eu ver vi - Responde o polícia, mas é que me pareceu uma pistola de plástico, daquelas de brincar... Nunca me passou pela cabeça que aquilo fosse uma pistola a sério!!!

Nova gritaria da minha amiga, furibunda, danada, fora de si, que é novamente acusada de desrespeito às autoridades e ameaçada.
- Eu vou fazer queixa de si! Ouviu?!!! - Diz ela.
- Se fizer queixa deste senhor polícia, a senhora vai ser responsável pela perda de mais um posto de trabalho, neste nossa sociedade em crise. Não se sente culpada? - Pergunta a juíza.

- Culpada? Eu???!!!

E assim acabou o inquérito e lá foram todos, muito descansados, para suas casas, incluindo os dois assaltantes, que saíram em liberdade.

Só a minha amiga é que está bastante arranhada, porque um dos seus muitos gatinhos teve medo do cão e dos ladrões e voltou-se contra ela. Esgadanhou-a toda, nos dois braços, que ficaram em ferida e em sangue. Mas ela defende-o:

- Coitadinho do gatinho, teve tanto medo!!!

Vejo-a de longe. Evita as pessoas, fica sozinha e ensimesmada, ostentando um ar infeliz, desorientado, acabrunhado. E tem razão. Qualquer um de nós se sentiria da mesma maneira, se estivesse no lugar dela!

Só se riu pela primeira vez, quando eu lhe consegui despertar o sentido de humor, já muito embotado e esquecido. Só quando eu lhe pedi que contasse a história, pela terceira vez consecutiva, a outras pessoas, é que desatou, finalmente, a rir às gargalhadas. Apesar da dor das arranhadelas.
É o bem de conviver com muita gente!


Cenas dos próximos capítulos (tudo em verdade): A minha amiga, que nunca falta o trabalho, faltou duas vezes uma porque foi assaltada, outra porque é chamada para assinar um documento, segundo o qual, o caso foi arquivado.
No dia seguinte, os dois rapazes assaltaram um aoutra casa, foram presentes a um outro juiz de instrução, um homem, que os considerou culpados.
E por esse motivo desencerrou o processo que tinha sido encerrado.

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Você sabe quem é a criatura que dá nome à sua rua?

Rua Ferreira Borges, Mercado Ferreira Borges, Escola Ferreira Borges. Sabem quem é esta criatura, Ferreira Borges? É necessário renomear as ruas e os sítios das nossas cidades.

Muitas das nossas ruas têm nomes que eram importantes há cerca de 100 anos, como hoje existem nomes importantes nas revistas Caras e VIP. Hoje, toda a gente sabe onde fica determinada rua, mas ninguém sabe quem é a criatura que lhe deu o nome.

No Porto, quem não sabe o que é o Mercado Ferreira Borges? E em Lisboa, muitos estudaram ou trabalharam na Escola Secundária Ferreira Borges e conhecem bem a Rua Ferreira Borges. Hoje, a Escola Ferreira Borges já não existe. Fundiu-se com a escola Rainha Dona Amélia. A própria Rainha Dona Amélia é uma figura pouco relevante da nossa história, a que os americanos chamariam "looser" :)
E quem sabe quem foi essa criatura, Ferreira Borges? Resposta: foi um jurista da 1ª República, que escreveu o primeiro código comercial português. Decalcado, evidentemente, do código comercial francês e muito diferente do inglês.
Aliás, os nossos códigos de leis têm muito que se lhes diga. Como quando uma corveta portuguesa capturou piratas mas teve de os libertar, porque a lei portuguesa não contempla a pirataria, considerando-a coisa do passado remoto. Ou como quando um "crime" informático não existe, ou não existia há uns anos, por não estar nos códigos de leis, que não previam modernices.
A justiça anglo-saxónica vai pelos princípios e nunca tem destes entraves.

Vamos ter uma Avenida Eusébio? Muito bem. E alguém sabe onde ficam as ruas Sophia de Mello Breyner ( não existe em Lisboa) , Rua Natália Correia, um beco, Rua José Saramago, Rua Eça de Queirós, Rua Camilo Castelo Branco, Rua Cesário Verde, um dos poetas de Lisboa...

Você sabe quem é a criatura que dá nome à sua rua?

Já morei, em Lisboa, nas ruas: Engenheiro António Maria Avelar (um beco giríssimo, um nome tão grande, uma rua tão pequena...) General Pimenta de Castro...  não me lembro das outras, mas depois digo.





quarta-feira, janeiro 08, 2014

Talvez não exista outra beleza nos seres, a não ser a beleza interior.





Qual é a diferença entre este maravilhoso gato, que encontrei numa rua ao pé do Castelo de S. Jorge e que nos desperta tanta simpatia e qualquer outro gato de pelo cinzento trigado e, realmente, muito vulgar (?).

Resposta possível: os gatos também parecem ter beleza interior. 

Talvez não exista outra beleza nos seres, a não ser a beleza interior.

DESENTERREMOS OS MORTOS.

DESENTERREMOS OS MORTOS.
ENTERREMOS OS VIVOS.
DESTERREMOS OS OUTROS VIVOS MAIS JOVENS: OS JOVENS -  PARA BEM LONGE!


DESENTERREMOS OS MORTOS. POR EXEMPLO, O EUSÉBIO. PARA OS ENTERRARMOS NOUTRO SÍTIO. EM FUNÇÃO DOS NOSSOS INTERESSES.

DESENTERREMOS OS MORTOS. POR EXEMPLO, O EUSÉBIO.

EXPLOREMOS OS APOSENTADOS. ROUBEMOS TUDO ÀQUELES QUE AINDA NÃO SE APOSENTARAM. DESEMPREGUEMOS OS EMPREGADOS.
DESENTERREMOS OS MORTOS. PARA OS ENTERRARMOS NOUTRO SÍTIO. EM FUNÇÃO DOS NOSSOS INTERESSES.


(Após a sessão contínua do"enterro" de Eusébio, fiz uma profecia: depois de o enterrarem, vão desenterrá-lo e enterrá-lo outra vez.) O jeito que nos dão estes eventos! Cavaco disse que o amava, todos o amaram...


segunda-feira, janeiro 06, 2014

O Bairro do Castelo e o Café do Elétrico 28














Tudo isto fica no mesmo sítio.
Um café que imita o elétrico 28 e que se chama Elétrico 28, a igreja de Santa Cruz do Castelo com aquela imagem à entrada, esta muralha do Castelo e entrada para o mesmo, aquelas casas e o gatinho que se deixa fotografar de olhos fechados, sem qualquer receio, embora não se deixe tocar.

Para chegar lá é necessário passar por um sítio que parece privado e não é. a entrada para um restaurante com plantas, com um arco por cima.

Para quem não sabe, o elétrico 28 é o elétrico mítico de Lisboa, ainda antigo, que atravessa o centro histórico da cidade. Há outras referências a ele neste blogue.

domingo, janeiro 05, 2014

Procissão de Nossa Senhora da Pobreza













Descobri hoje por acaso esta procissão, uma das quatro que se realizam na zona do Castelo de S. Jorge.
Nossa Senhora da Pobreza. Seguiu-se uma missa, quase toda cantada, com quase toda a gente a cantar, muito bem. Nesta igreja de Santa Cruz do Castelo. Muitas pessoas saem durante a missa, talvez por serem turistas. 

Segundo uma senhora, chamada Gabriela Jorge, as procissões que se realizam dentro da zona do Castelo são as seguintes

Hoje: Procissão de Nossa Senhora da Pobreza
Auto da Paixão (representação teatral) 6ª Feira da Paixão.
Procissão de São Jorge, que se vai encontrar com a Procissão de Nossa Senhora da Saúde, 1º Domingo de Maio.
Procissão de São Jorge e Santa cruz, também chamada de São Jorge pequeno. É a maior. leva 11 andores. Último domingo de ---(talvez de maio).


Eu ia ver só o presépio da Sé e um café que imita, na decoração, o elétrico 28 e que se chama Elétrico 28. Mesmo ao pé desta Igreja. Depois ponho essas fotos.


quarta-feira, janeiro 01, 2014

Feliz 2014: votos de alegria, abundância e felicidade




Desejo um Feliz 2014 aos meus leitores frequentes. A todos nós e aos que por aqui passarem.

Que haja paz e concórdia entre as pessoas e entre as nações.

Que sejam benditos todos os deuses.

Que sejam abençoados todos os crentes e também os ateus, mesmo contra a sua vontade :)

Que a religião não seja jamais fator de discórdia, mas de união entre os povos. Acreditar no invisível é comum entre os religiosos de toda a Terra.

Que o Papa Francisco consiga transformar radicalmente a religião católica. Extirpando-a dos vícios da direita, do poder, da corrupção e da ilusão de superioridade sobre as outras.

Ofereço-vos a última versão, até agora, do meu presepinho:). Com Buda, Shiva, Cristo, Maria e José. E o povão e os reis Magos, que só deveriam chegar a 6 de Janeiro, mas chegaram quando eu os comprei .

Como dizia ou escrevia Natália Correia: "Tanto faz Buda ou Alá".

Que a roda da vida nos traga alegria, abundância e felicidade. Que a Deusa Laksmi nos dê sorte. 
Que Buda, Shiva e Cristo nos inspirem.