Louise Gluck, escritora que ganhou o Prémio Nobel 2020, escrevendo sobre a atualidade e inspirada na mitologia grega.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
segunda-feira, outubro 12, 2020
Louise Gluck - Paisagem 3
domingo, outubro 11, 2020
Louise Gluck
Circe de Wright Barker, 1889 |
sexta-feira, outubro 09, 2020
Marcelo propõe um Carnaval em dezembro, em vez do Natal em família
sábado, outubro 03, 2020
Medidas anti-covid: "esquerda, direita e volver"
Há muitas pessoas de esquerda que julgam não poder pôr em causa as medidas anti-covid e todo este fundamentalismo, todas estas restrições de direitos, por ser a extrema direita que o faz. Vejam o que diz a esse respeito um filósofo italiano de esquerda, aqui citado:
“ O grau de confusão que atingiu os espíritos que se deveriam ter mantido mais lúcidos, levou ao paradoxo de vermos organizações de esquerda, que deveriam reivindicar direitos e denunciar violações das constituições, aceitar sem reservas a limitação de liberdades essenciais decidida por decreto ministerial, sem qualquer legalidade – coisa que jamais o fascismo sonhou poder impor -, e dirigentes de direita – Trump e Bolsonaro – serem os que mais se opuseram às medidas de confinamento; demonstrando-se, assim, que a diferença entre direita e esquerda se esvaziou de qualquer conteúdo político real; a verdade é a verdade, seja dita à direita ou à esquerda”.
Giorgio Agamben
Ver o texto completo aqui:
segunda-feira, setembro 28, 2020
As posses das ratazanas: questões filosóficas e legais
Esta ratazana gigante foi condecorada com esta medalha de ouro britânica por ter detetado 67 artefactos, entre minas anti-pessoal e outros explosivos. Detecta-as pelo faro e faz gestos a chamar o homem, o treinador, ela e as suas colegas. Lol. Como são muito leves, o seu peso não faz detonar o explosivo.
A ideia é muito engraçada, mas levanta uma questão, ou várias, não só filosóficas, mas também legais.
Se as ratazanas podem possuir objetos de valor, como uma medalha de ouro com valor material e simbólico, então, como preservar estes valores?
- Podem as ratazanas queixar-se de que foram roubadas?
- Podem as ratazanas queixar-se de que foram vítimas de excesso de confiança, se alguém ficar indevidamente com a medalha para si?
- Podem as ratazanas deixar estes objetos como herança? A quem?
Já existiu, na história, um julgamento civil contra ratos, em França, os quais ganharam o caso, graças ao extraordinário advogado que os defendia.
Mas ratazanas queixosas, ou herdeiros de ratazanas queixosos, creio que isso não está previsto... nem mesmo nos direitos dos animais...
VER AQUI
Em Autun, diversos roedores foram intimados a comparecer ao tribunal e até tiveram um advogado
segunda-feira, setembro 21, 2020
Medidas contra o Covid, ou o beijo de Judas
quinta-feira, agosto 13, 2020
Furnas, o Gabinete das Maravilhas
Continuando no “gabinete de maravilhas” que é esta terra, Furnas, encontramos fontes de água.
De uma delas sai água ferver, supus a mão, escaldou, não deu para provar, por falta de vasilha,
Pondo mão na outra, era fria, mas parecia vulgar.
A terceira tinha água azeda. e corre dália um rio amarelo, creio que são águas ferrosas.
As pessoas da terra aproveitaram logo tudo isto. Vendem espigas de milho, cozido nas caldeiras, que têm água a ferver. Alguns restaurantes fazem um prato, a que chamam cozido das Furnas, em que a panela é enterrada e aquecida pela terra quente.
Um e outro acepipe não prestam para nada em termos de sabor, mas ambos têm graça.
Há uns sítios par tomar banho em água quente, como a Poça da Dona Beija, mas estavam desativados devido ao Covid.
É tudo muito colorido.
Enfim, esta terra pode ser considerada o que so antigos chamavam Gabinete das Maravilhas ou Cabinet de Curiosités, ou ainda Gabinete de Curiosidades.
Eram coleções de coisas fantásticas, que mais tarde vieram a dar origem aos Museus,
quarta-feira, agosto 12, 2020
Furnas, Açores
Esta terra, chamada Furnas, na ilha de são Miguel, nos Açores, é verdadeiramente espantosa!
Ao aproximarmo-nos, notamos nuvens de fumo a saírem de muitos sítios ao mesmo tempo, Imaginams, claro, várias fogueiras, ou então casas à moda antiga, com lareiras e chaminés. Ao aproximarmo-nos, vemos que o fumo sai da terra.
Logo ao lado, vemos buracos no chaço de onde sai água a ferver, ou mesmo algo que parece enxofre, muito amarelo. Há um intenso cheira enxofre.
Dizem-nos, então, os cartazes que estão expostos, que o sítio que vemos era cratera de um vulcão já extinto. Mas não muito extinto.
Continua
segunda-feira, agosto 03, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: viajar de Portugal para os Açores ou de como Kafka tinha carradas de razão
domingo, agosto 02, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: a ditadura do Big Brother e assim se comem os tolos
sábado, agosto 01, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: os pobres também serão proibidos de ter animais domésticos
sábado, julho 25, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: opiniões para quê?
Em Portugal, pelo contrário, não se discute nem se questiona nada: nem a obrigatoriedade do uso da máscara, nem os direitos e liberdades e garantias individuais, nem coisa alguma...
Uns cumprem as regras de form acéfala, outros baldam-se de forma não menos acéfala. Opiniões para quê???? Afinal, temos uma imensa massa acrítica... acéfala...
Banksy colocou uma série de imagens de ratos com máscara, alegadamente por ser a favor do seu uso, mas um a favor muitíssimo irónico.
Vemos pessoas a serem advertidas por anónimos porque se esqueceram da máscara, vemos uma notícia em que uma senhora, suspeita de estar infectada com Covid, recusa fazer mais testes e vai para casa, mas é imediatamente perseguida pela polícia. Nada disto gera polémica neste país à beira-mar plantado, tal como não gera polémica que os fundos comunitários tenham enriquecido e vão enriquecer meia dúzia de nababos.
O fundospara ressarcir vítimas de incêndios vão para pessoas que nunca foram vítimas de nada e que, bem ao contrário, são videirinhas. E simpáticas. E pouco críticas.
(Fotos retiradas da Internet.
1. Tim Shieff, campeão mundial de freerunner
2. A segunda retirada da Internert, também em Londres.)
quarta-feira, julho 22, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: PETS, "tutores" e etc.
Qualquer dia, por haver tanta exigência no tratamento dos animais de estimação, um pobre vai preso, ou é trucidado pelo povo, por ter um cão ou um gato.
- Onde é que estão as vacinas?
- As do gato, ou as minhas? Não tenho.
- E a alimentação adequada?
- Só comemos pão sem nada e sopa do Pingo Doce fria.
- Quer matar o cão? !!!
Curiosamente, o pet gosta tanto deste dono, como gostaria se ele fosse dono de um palácio.
Com a diferença de que os donos dos palácios não gostam muito de cães e gatos vadios... e que teria morrido de fome se estivesse à espera de donos milionários.
Aliás, "tutores".
segunda-feira, julho 13, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: quantos ratos, quantas formigas?
Alguém sabe?
domingo, julho 12, 2020
Diário da quarentena e do desconfinamento: o Reino de Portugal e dos Algarves
Quando vivi em Portimão, um dia fui ao melhor restaurante de lá do sítio, com uns amigos, festejar o aniversário de uma amiga. Era grande, com muitas mesas, mas quando chegamos estava quase vazio. Que bom!
sexta-feira, julho 10, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: Será que nos podemos passar dos carretos por causa do Covid?
quinta-feira, julho 09, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: Bolsonaro com Covid 19, porquê e para quê?
Diário do confinamento e do desconfinamento: correr com a clientela
Sempre houve vendedores de lojas que não gostam de vender nada porque não gostam de trabalhar. Correm com os fregueses a grande velocidade e rapidamente levam à ruína um estabelecimento que lhes seja entregue, mesmo se antes era próspero.
- Sei lá, vá lá ver. Tem lá um papel que explica tudo. Quer saber o preço? Então vá lá buscar a coisa é traga-a cá. Depois, leve-a outra vez...
Agora há um outro tipo de vendedor que corre com os fregueses. Adora vender, é dono da loja, mas tem um tal terror do coronavirus que grita histericamente quando alguém se esquece da máscara, ou quando entram na loja mais um cliente do que o recomendado, afugentando para sempre a clientela. Que acha estranha aquela gritaria em vez da grande simpatia anterior.
terça-feira, julho 07, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: Vem aí a peste negra medieval e a Inquisição
Diário do confinamento e do desconfinamento: abraços não, turistas, sim. Aos molhos!
Não me venham com conversas de que queremos cá os ingleses aos molhos, mas que eu não posso abraçar um aluno que vi há bocado e que me queria abraçar e eu a ele. Só pudemos falar a 2 metros de distância e de máscara.
Mas a distância entre os alunos é de um metro... os professores mais velhos, ainda que diabéticos e hipertensos, podem trabalhar, etc.
Vocês não veem isto? Não me ouviram protestar mil vezes? Mas diziam que eu não tinha razão.
segunda-feira, julho 06, 2020
Diário da quarentena e do desconfinamento: Os Doentes Imaginários (de Molière, por exemplo)
Que me desculpem os farmacêuticos e farmacêuticas, mas os que são bons já perceberam isto. E já vendem chazinhos e quejandos.se vão safar muitas outras pessoas porque, em vez tomarem de remédios da farmácia, vão tomar chazinhos, ou não tomar nada.
Como nas peças de Moliere em que são os médicos que põem as pessoas doentes.
Que me desculpem os farmacêuticos e farmacêuticas, mas os que são bons já perceberam isto. E já vendem chazinhos e quejandos.
quinta-feira, julho 02, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: a formação no trabalho e as outras formatações
Diário do confinamento e do desconfinamento: só um printscreen em vez de uma festa
segunda-feira, junho 29, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: o amor à vida
sábado, junho 27, 2020
Diário da quarentena e do desconfinamento: perseguir bandidos ou confinar entre 4 paredes?
quarta-feira, junho 17, 2020
Diário da quarentena e do desconfinamento: quebrar estátuas
A primeira vez que vi a estátua do Padre António Vieira foi na notícia de que tinha sido vandalizada, pouco depois de ter sido inaugurada (em 2017), já na altura pelo mesmo motivo.
Fiquei chocada ao vê-la, como depois quando a vi em presença.
Quem é que tem o mau gosto de fazer uma escultura de homenagem, representando um padre com crianças nuas, nesta altura em que tanto se fala da pedofilia de padres católicos?
Como é que se escolhem os artistas e que liberdade é esta de fazerem o que lhes dá na bolha? O artista não se lembrou disso? Ou teve alguma intenção esquisita? Estará a gozar connosco? Não dá vontade de a deitar abaixo?
Isto, para nem mencionar a mensagem arrogante da grande superioridade católica sobre a cultura dos índios, aqui infantilizados, estando os índios simbolizados por crianças e nós, portugueses, por um ser muito superior.
Vieira realizou muitos projetos, trabalhou intensamente e viveu muito tempo, não apenas como missionário nos confins do Brasil de então, mas também na política portuguesa, como embaixador de Portugal na Holanda, para negociar a parte do Brasil que os Holandeses tinham conquistado a Portugal durante a ocupação espanhola.
Nessas época, torna-se confessor da rainha Cristina da Suécia, em Roma e dizem mesmo que houve uma paixão amorosa entre eles.
Houvesse ou não, Vieira recusou essa vida "regalada" e voltou para Portugal, regressando mais tarde para o meio dos índios.
Em Roma, tinha sido muito apreciado como intelectual, como pensador, como escritor e poderia nunca de lá ter saído.
Talvez o escultor para uma estátua de Vieira devesse ser alguém com experiência de vida. E com juízo.
P.S.: Quando está tudo metido em casa, não é difícil quebrar estátuas...
Diário da quarentena e do desconfinamento: As máscaras e a Santa Inquisição
A nossa sociedade, que teve a Inquisição durante séculos, ainda tem um pendor muito inquisitorial, sobretudo em Lisboa. Foi a primeira impressão negativa que tive quando vim para cá, há muito tempo, é a impressão que continuo a ter.
Isto nota-se muito agora, desde que, a partir de um determinado dia, se tornou obrigatório o uso de máscara. A partir do minuto zero desse dia, cai tudo em cima de quem não tem máscara, ou a esqueceu, ou a tem colocada abaixo do nariz...
Isto não vai desaparecer em breve, porque as pessoas adoram controlar-se umas às outras.