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segunda-feira, janeiro 08, 2024

Treino de salvamento



 

 6 / 12 / 2023

Antigamente faziam simulações realísticas de abandonar o navio, todos de colete salva-vidas ao lado das baleeiras, mas vi algumas pessoas desmaiarem de medo e quase todas a mencionarem o Titanic.

Agora só temos de nos deslocar ao nosso posto de controle, onde nos marcam a presença, pois é obrigatório pela SOLAS.
O navio navega agora a grande velocidade, talvez 36 kms, o que se nota pelo aspeto da esteira. No próximo ano estas velocidades vão ser proibidas por razões ecológicas.

Para além das pessoas que aqui se manifestam, fazendo likes e comentários, sei, porque me dizem, que há pelo menos outras tantas que vêm cá ver e ler tudo, mas não se manifestam pois essa é a sua maneira de estarem no Facebook (todas estas fotos e textos foram inicialmente publicadas em direto no Facebook)

sábado, novembro 18, 2023

Os massacres praticados pelo “povo escolhido” têm o beneplácito do Ocidente

 



Há uns meses, Putin era considerado um monstro porque uma maternidade desativada, usada pela Ucrânia para armazenar armas, foi atacada. Uma atriz apareceu grávida entre os escombros, mas depois confessou que era fita. Mesmo depois disto, Putin continuava a ser o monstro, embora toda a gente saiba que os ucranianos já tinham cometido crimes de guerra muito antes da invasão. 

Agora temos Netanauy que faz atrocidades mil vezes piores do que Putin, mas que é considerado uma espécie de santo, porque os judeus são o povo escolhido por Deus e vão controlar toda a humanidade.

No meio destes disparates, há um problema concreto, que tem a ver com petróleo e gás natural. A Palestina tinha gás natural, mas já não tem, Israel apropriou-se dele e vende-o à Alemanha, seu grande aliado, desde que a Ucrânia fez explodir os gasodutos. Israel não tem petróleo, mas os países vizinhos têm… aquele espacinho do tamanho do Alentejo, armado até aos dentes, multimilionario, com porta-aviões da América lá estacionados, mete medo ao susto dos países árabes… que, esses sim, têm tido o petróleo do mundo.

Quanto a os judeus serem o povo escolhido que nos vai guiar a todos, essa era exatamente a ideia de Hitler. 

O mundo assiste perplexo ao apoio de Biden e de alguns países europeus a este massacre feito em nome de um desígnio divino!

quinta-feira, setembro 14, 2023

Não Percas a Rosa

 



No centenário da Natália Correia, recordo muitas vezes um episódio. Eu andava a escrever a primeira tese universitária sobre a sua obra (ninguém queria fazer ou orientar essas teses por medo dela) e ia muito regularmente ao Botequim, onde participava das tertúlias constantes que lá se faziam. Se ainda não leram, vale a pena ler o livro muito interessante da Natália “Não percas a Rosa” um diário do PREC em que quase tudo acontece neste restaurante-bar, pertencente ao seu terceiro marido.  

Comecei a interessar-me por política, pois a Natália fazia questão que eu me sentasse na mesa dela ou na do Dórdio Guimarães, o quarto marido, desde que eu lhe disse que estava a fazer a tese. Comecei a ler os jornais e a ver o telejornal, sobretudo ao sábado, antes de ir para lá, para poder participar ativamente das conversas.  

Um dia, o telejornal deu uma curta entrevista com o escritor David Mourão Ferreira, muito amigo da Natália, mas eu não percebi nada do que ele disse. Pensei: o que vou eu dizer à Natália? Que não percebi nada? Nem pensar nisso é bom! Não vou ao Botequim. Vou e digo que não vi. Vou e digo que percebi tudo. Não vou. 

Digo que o televisor se avariou, conjecturava eu já no táxi a caminho do Botequim. Pronto, digo que vi e finjo que percebi perfeitamente, digo que sim com a cabeça… quando lá chegar volto para trás e vou para casa… 

Mal entro no Botequim, dou um beijo à Natália, sento-me à mesa e a Natália pergunta- me imediatamente:

- A menina viu a entrevista com o David Mourão Ferreira na televisão ? 

- Vi.

- E percebeu alguma coisa? 

- Não… não percebi nada. 

A Natália ficou muito feliz com esta resposta e disse muito alto, dirigindo-se  a todos os que se encontravam no bar:

- Veem? Esta menina não percebeu absolutamente nada do que disse o David! Vou já telefonar ao David e dizer-lhe! Ó Sr. Bandola, ligue-me já o telefone para o David Mourão Ferreira.

Envergonhadíssima, aterrada, a pensar que estava a viver um pesadelo, pouco faltou para eu me meter debaixo da mesa ou fugir dali a sete pés, ao ouvir tais declarações. Mas a Natália explicou-me: também não tinha percebido nada, mas toda a gente que entrou no Botequim antes de mim e a quem fez a mesma pergunta, respondeu logo que tinha percebido tudo perfeitamente. 

Ao telefone, minutos depois, o “David” contou-lhe que nessa entrevista tinha dito cobras e lagartos da situação política e sobretudo de Cavaco Silva. Então os jornalistas cortaram todas as críticas que fez e emendaram as outras frases e o seu discurso de tal maneira absurda, que nem ele próprio percebeu nada do que disse no noticiário do Telejornal. 

Depois desta conversa, a Natália contou alto e bom som tudo isto , injuriou todos os outros frequentadores que se encontravam no Botequim e elogiou-me imenso, colocando-me nos píncaros, menina cultíssima, inteligentíssima, verdadeira, disse logo que não percebeu nada…

Completamente babada com tanto elogio dito em voz alta e naquele tom de voz da Natália, jurei para nunca mais voltar a ter as dúvidas que tinha tido e jurei para mim mesma que nunca mais iria fingir perceber o que não perceber.

E também jurei, é claro, que nunca iria perder a rosa.

sexta-feira, janeiro 03, 2020

Metáfora do País: herói salvador fictício, verdadeiros salvadores na rua e na miséria





Foi criado o cargo de Coordenador Nacional para os Sem-abrigo.
Quem deveria assumir este cargo era aquele que ganhou duas casas e quase ganhava um medalha do presidente Marcelo: o "herói" que (alegadamente) salvou o bébé do lixo. 

Porquê herói? Correu algum perigo?
Descobriu-se depois que não teve nada a ver com o bébé, mas nessa altura já morava na sua casa de Cascais, enquanto os verdadeiros salvadores continuavam na rua, sem-abrigo e sem medalhas.
Claro, onde iriam meter as medalhas, se nem casa têm??? para que precisariam de medalhas?
Isto é uma perfeita metáfora do país em que vivemos: não importa ser, importa parecer.
Mas, como diz José Gil, No seu maravilhoso livro sobre os mitos portugueses *, somos peritos em fabricar não-acontecimentos. Este caso, ou melhor, o esclarecimento deste caso,  foi um não-acontecimento. 

Não aconteceu. Ouviram???

* Livro: Portugal Hoje: o medo de existir.
Imagem: mapa do Google.

sábado, novembro 09, 2019

No centenário de Sophia: Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo




"Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei 

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso 

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo 
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento "
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'

(Foto oficial da escritora)

domingo, abril 15, 2018

O Naufrágio, obra de Tagore

O escritor indiano Tagore é um dos maiores poetas indianos, mas também tem romances.

O Naufrágio labora com o facto de que os indianos se casam sem verem a pessoa com quem casam, a não ser por um breve momento durante a cerimónia. Mas nesse momento em que podem olhar um para o outro, alguns , muitos, poderão não olhar, seja por pudor, seja por medo. Medo de ver a pessoa com quem casaram...


O Naufrágio cria seguinte situação: após o casamento, os noivos embarcam num navio, navegando pelo rio Ganges. Uma tempestade provoca o naufrágio e poucos sobrevivem.

Um casal sobrevive, salvando um rapariga que julga ser a sua esposa, mas dá-se conta mais tarde de que rapariga casou com outro, que talvez se tenha afogado...

Vivo ou morto, a esposa tenta amar e ama o marido que lhe foi destinado, pois assim aprendeu a fazer...

Rabindranath Tagore



Poesias de Tagore, declamadas em Português do Barsil. A religião mencionada é o Hinduísmo, cujo Deus principal é Lord Shiva.


sexta-feira, março 02, 2018

Pobres dos pobres

Eu sempre o soube e sempre o disse, mas a sociedade portuguesa anda a dormir: as pessoas carenciadas, seja económica, psicológica ou socialmente, não têm qualquer poder de reivindicação para exigirem os seus direitos. A honestidade é mais consistente quando se tem medo das consequências.

Descobre-se agora tanta desonestidade nas organizações de "caridade", encoberta até agora pela massa acrítica do povo português
Caridade, sobretudo, para os chefes das organizações... que são os mais beneficiados.
E ficamos muito tristes ao lermos, nas notícias, os nomes, aparentemente ingénuos das organizações: o Sonho, a Joaninha os Pirilampos...

Ver aqui, por exemplo

Não é só a gestão da 'O Sonho' que está sob suspeita. Também as IPSS 'Os “Pirilampos' e 'A Joaninha' estão a ser investigadas


Recordando outra vez Guerra Junqueiro e a romântica miséria


OS POBREZINHOS

Pobres de pobres são pobrezinhos,
Almas sem lares, aves sem ninho...

Passam em bandos, em alcateias,
Pelas herdades, pelas aldeias.

É em Novembro, rugem procelas...
Deus nos acuda, nos livre delas!

Vêm por desertos, por estevais,
Mantas aos ombros, grandes bornais.

Como farrapos, coisas sombrias,
Trapos levados nas ventanias...

Filhos de Cristo, filhos de Adão,
Buscam no mundo côdeas de pão!

Há-os ceguinhos, em treva densa,
D’olhos fechados desde nascença

Há-os com f’ridas esburacadas,
Roxas de lírios, já gangrenadas.

Uns de voz rouca, grandes bordões,
Quem sabe lá se serão ladrões!...

Outros humildes, riso magoado,
Lembram Jesus que ande disfarçado...

Enjeitadinhos, rotos, sem pão,
Tremem maleitas d’olhos no chão...

Campos e vinhas!... hortas com flores!...
Ai, que ditosos os lavradores!

Olha, fumegam tectos e lares...
Fumo tão lindo!... branco nos ares!...

Batem às portas, erguem-se as mães,
Choram meninos, ladram os cães...

Rezam e cantam, levam a esmola,
Vinho no bucho, pão na sacola.

Fruto da horta, caldo ou toucinho,
Dão sempre os pobres a um pobrezinho.

Um que tem chagas, velho coitado,
Quer ligaduras ou mel-rosado.

Outro, promessa feita a Maria,
Deitam-lhe azeite na almotolia.

Pelos alpendres, pelos currais,
Dormem deitados como animais.

Em caravanas, em alcateias,
Vão por herdades, vão por aldeias...

Sabem cantigas, oraçõezinhas,
Contos d’estrelas, rei e rainhas....

Choram cantando, penam rezando,
Ai, só a morte sabe até quando!

Mas no outro mundo Deus lhes prepara
Leito o mais alvo, ceia a mais rara...

Os pés doridos lhos lavarão
Santos e santas, com devoção!

Para lavá-los perfumaria
Em gomil d’ouro, d’ouro a bacia,

E embalsamados, transfigurados,
Túnicas brancas, como em noivados,

Viverão sempre na eterna luz
Pobres benditos, amem, Jesus!...


In "Os Simples"

Guerra Junqueiro
1850 – 1923

domingo, agosto 21, 2016

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

II
Quem defende o uso do burquini na Europa também defende que as mulheres possam fazer nudismo no Irão e na Arabia Saudita, ou a sua tolerância tem dois pesos e duas medidas? 

Saberá que há feministas muçulmanas que protestam contra todos estes trajes ridículos, niqab, burka, burkini? Que as mulheres são obrigadas a usá-los, sob pena de serem agredidas na rua? Que nós temos de nos vestir como elas, se formos a esses países? 

Saberá que uma mulher de unhas pintadas pode ser impedida de rezar por "não poder lavar as mãos" e corre o risco de lhe cortarem os dedos?

"O burquini não é uma vestimenta como outra qualquer (...) faz parte de uma estratégia, que se não vier a ser desencorajada por medidas preventivas acabará por alcançar o seu objectivo final: interditar o espaço público às mulheres! " - afirma uma jurista muçulmana. Di também que já poucas mulheres em Marrocos se atrevem a ir a praia de fato de banho, com medo de ser agredida por fanáticos que são obcecados pelo sexo. 

Ver Aqui: http://www.huffingtonpost.fr/fatiha-daoudi/non-monsieur-plenel-le-burkini-nest-pas-un-vetement-comme-les-autres_b_11603446.html

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

Ver também aqui : http://www.elmundo.es/sociedad/2016/08/26/57bf31f222601dab718b45bc.html

terça-feira, fevereiro 03, 2015

Exposição no Museu da Eletricidade: 7000 milhões de outros


A autor desta exposição de fotografia estava a fazer fotos para "A Terra Vista Do Espaço", exposição também muito conhecida, quando uma avaria de um avião o obrigou a ficar parado, em terra. Meteu conversa com um senhor e achou a conversa tão interessante, que decidiu filmar pessoas de diferentes países, respondendo a certas perguntas, de certa forma essenciais. 
Sobre o medo, sobre a família, sobre a espiritualidade...
Apresento aqui algumas imagens, da forma que me parece prioritária.
quanto às perguntas, difíceis, mas interessantes...


Tenho medo...
Tenho medo do meu marido.
Tenho medo que ele me espanque até à morte.





Família





7000 Milhões de outros






Por onde se conclui que as pessoas são diferentes, dependendo das circunstâncias.
Os medos dependem das circunstâncias, a felicidade não.
A alegria não.


As principais diferenças até parecem se: homem / mulher, pobreza / riqueza 

Exposição para ver, com tempo e disposição.





As perguntas principais





sexta-feira, outubro 17, 2014

Andar à porrada: verbalmente, ou de facto?

Tive uma vez uma conversa com uma senhora do Casal Ventoso, num café, em que ela me garantiu isto: como eu nunca andei à porrada, penso que tenho medo, mas se eu começasse à porrada ia adorar. Até porque ela era muito mais pequena e franzina do que eu. 

Ver link do blog onde conto isso.

Só hoje entendi: andar à porrada, verbalmente, é relaxante, tipo terapia de grupo. Adoro. E só agora descobri. Vivendo e aprendendo. Hei-de experimentar a sério, tipo, a vias de facto.

Como me passaram  despercebidos até agora estes prazeres?

Ver neste mesmo blogue: 

A senhora, se calhar...


terça-feira, janeiro 28, 2014

Francisco é um poeta. Não um poeta de escrever poesia, mas um poeta de realizar atos poéticos






Sendo a religião tão importante no nosso mundo e no nosso tempo, a esperança de que a Religião Católica se torne espiritual e mais pura, e não voltada para o seu umbigo, é uma esperança legítima, corporizada agora na figura do Papa Francisco. Ou de que se torne uma líder da tolerância religiosa...

Também o desejo de podermos acreditar de novo na Igreja Católica, não propriamente acreditarmos nela como doutrina, mas como instituição da qual já não desconfiamos tanto (devido à hipocrisia, devido à pedofilia), se corporiza neste Papa. 

Daí que tudo o que Francisco faz se torne simbólico. Mais interessante ainda, aquilo que não faz, aquilo que acontece quando está presente, mas sem a sua intervenção, também se torna simbólico.


Ao pedir a paz na Ucrânia, Francisco lançou em liberdade duas pombas brancas, as quais foram de imediato atacadas, uma por uma gaivota e outra por um corvo. Qual será o significado de tal ocorrência? 
Os áugures diriam que era um mau presságio. Porque liam o futuro no voo das aves. E nas entranhas das aves.

VER NOTÍCIA AQUI: Pombas lançadas pela paz na Ucrânia atacadas por gaivota e corvo no Vaticano (ler também os comentários feitos a esta notícia, por leitores do Público)

Os católicos lêem o futuro no voo das aves? Não...
Foi uma manifestação do divino? O divino manifesta-se através da superstição dos áugures?
É um problema ecológico? Irá o Presidente da Câmara de Roma evitar que volte a acontecer?

Enfim, importante é a mensagem que o Papa transmitiu, de aceitação, de universalidade, de comunhão entre religiões.



Francisco é um poeta. Não um poeta de escrever poesia, mas um poeta de realizar atos poéticos.

Já agora: quando rezou para que os Estados Unidos não atacassem na Síria, o que parecia impossível nessa data, logo Obama decidiu não intervir, quando lançou as pombas pela paz na Ucrânia, logo no dia seguinte o primeiro ministro da Ucrânia se demite. 
Milagre? Influência política? Superstição e medo, da parte dos governates? 

Simbólico, isso sim. Tudo o que faz. Tudo que lhe acontece.

(Há já quem veja no corvo, por ser preto, a figura de Obama.)

quarta-feira, janeiro 15, 2014

LOL Assalto verdadeiro, que parece anedota

Uma minha amiga anda deprimida e triste por causa de um assalto que lhe fizeram em casa. Mas o que mais a entristece é toda a gente se rir às gargalhadas quando ela começa a contar a história.
Então, vejamos o que sucedeu. A senhora foi jantar fora com toda a família, deixando em casa os vários gatos que tem, as tartarugas e o cão Dobermann de um amigo, um cão treinado que sabe fazer muitas coisas. Enorme.

Quando regressou a casa, já tarde da noite, reparou que as luzes estavam todas acesas e que havia um homenzarrão espapaçado no sofá da sala, a ver televisão e a ler revistas. Neste ponto da narração, indignada, ela exclama:
- Sentado no meu sofá, recostado nas minhas almofadas, a ler as minhas revistas - profere, acentuando muito o i da palavra "minhas".
Furiosa, entra pela porta dentro, sem pensar sequer em ter medo e, logo no hall, ouve um outro homem a gritar por socorro dentro da despensa. Vai ver o que é... é o outro ladrão.

O que se passou, então, foi que o cão usou todas as técnicas que lhe foram ensinadas e não os deixou sair. O da despensa teve medo e escondeu-se, o outro aproveitou para ver televisão e ler revistas, enquanto esperava que a dona da casa viesse enxotar o bicho e libertá-los.

Uma vizinha chamou a polícia, que os revistou e os levou para a esquadra. Isto porque a minha amiga, de tão zangada, só protestava e nem lhe passava pela cabeça fazer mais nada. Por isso e porque é professora, habituada a ralhar em vão, sem fazer mais nada que não seja ralhar...
E , de repente, pasa-se e desata aos pontapés ao rapaz, arranhou-o o todo, não com as unhas, que tem cortadas, mas talvez com so anéis.

No dia seguinte foram todos presentes à juíza de instrução, a qual teve muita pena dos dois homens, afirmando que eram inimputáveis e que, lamentavelmente, não havia ninguém que se preocupasse com eles.
- A culpa é sua, que tem uma casa grande demais e com três portas para a rua, uma tentação para os assaltantes!
A minha amiga irritou-se muito com isto, respondeu iradamente e foi logo acusada de desrespeitar as autoridades.
- Você até teve muita sorte por eles não estarem armados - continua a  juíza.
- Não é bem assim, senhora doutora juíza, - respondeu ela, procurando falar calmamente - porque eles até destruíram o meu lava loiças com uma grande faca de ponta em mola, mas, ao fugirem do cão, deixaram-na cair ao chão e ela ficou na  cozinha. E também destruíram tudo que eu tinha na despensa, incluindo a  comida dos meus gatinhos, que espalharam por todo o lado. Tenho a casa toda imunda e fiquei sem mantimentos.
Neste momento, a juíza chama a empregada doméstica para lhe perguntar se ela não costuma usar aquela faca de ponta em mola para cozinhar!
- Claro que não, senhora doutora juíza! Então a senhora doutora juíza acha que alguém usa uma faca de ponta em mola para descascar batatas?
Vencida mas não convencida, a magistrada insiste:
Você é uma mulher violenta. Coitado do rapaz, que ficou todo arranhado! Ele vive à custa de 365 Euros que o estado lhe paga por mês! Coitadinho! E muita sorte teve você por não terem sido reportadas armas de fogo! Senão, até podia ter morrido!

É então que o principal "suspeito", aquele que estava na sala, tira uma pequena pistola do bolso de trás das calças e diz:

- Eu, por acaso, até tenho aqui a minha canhólas!

Estupefacta, a minha amiga levanta-se, e, dirigindo-se ao polícia, pergunta-lhe, fora de si:
- Então o homem passou a noite toda na esquadra, com uma  pistola no bolso? Então e o senhor, quando o revistou, como é que não viu uma pistola? No bolso!!! Uma canhólas???

- Eu ver vi - Responde o polícia, mas é que me pareceu uma pistola de plástico, daquelas de brincar... Nunca me passou pela cabeça que aquilo fosse uma pistola a sério!!!

Nova gritaria da minha amiga, furibunda, danada, fora de si, que é novamente acusada de desrespeito às autoridades e ameaçada.
- Eu vou fazer queixa de si! Ouviu?!!! - Diz ela.
- Se fizer queixa deste senhor polícia, a senhora vai ser responsável pela perda de mais um posto de trabalho, neste nossa sociedade em crise. Não se sente culpada? - Pergunta a juíza.

- Culpada? Eu???!!!

E assim acabou o inquérito e lá foram todos, muito descansados, para suas casas, incluindo os dois assaltantes, que saíram em liberdade.

Só a minha amiga é que está bastante arranhada, porque um dos seus muitos gatinhos teve medo do cão e dos ladrões e voltou-se contra ela. Esgadanhou-a toda, nos dois braços, que ficaram em ferida e em sangue. Mas ela defende-o:

- Coitadinho do gatinho, teve tanto medo!!!

Vejo-a de longe. Evita as pessoas, fica sozinha e ensimesmada, ostentando um ar infeliz, desorientado, acabrunhado. E tem razão. Qualquer um de nós se sentiria da mesma maneira, se estivesse no lugar dela!

Só se riu pela primeira vez, quando eu lhe consegui despertar o sentido de humor, já muito embotado e esquecido. Só quando eu lhe pedi que contasse a história, pela terceira vez consecutiva, a outras pessoas, é que desatou, finalmente, a rir às gargalhadas. Apesar da dor das arranhadelas.
É o bem de conviver com muita gente!


Cenas dos próximos capítulos (tudo em verdade): A minha amiga, que nunca falta o trabalho, faltou duas vezes uma porque foi assaltada, outra porque é chamada para assinar um documento, segundo o qual, o caso foi arquivado.
No dia seguinte, os dois rapazes assaltaram um aoutra casa, foram presentes a um outro juiz de instrução, um homem, que os considerou culpados.
E por esse motivo desencerrou o processo que tinha sido encerrado.

quinta-feira, agosto 15, 2013

Então as férias não são para descansar?








Tudo bem. Descansa-se a trabalhar.
Depois, em Lisboa, faço posts mais explicativos.
Vêem-se por aqui muito poucos estrangeiros provenientes da Europa. Como ontem à noite pedi uma visita guiada, tive hoje direito a uma só para mim, com um Sinar giríssimo e simpático a falar português só para mim e ainda tive direito à companhia da sua namorada espanhola.

Noo hotel sou a única europeia também, mas há muitos turistas orientais. Muitos europeus, ou ocidentais (vi 3 brasileiros, pai, mãe e filha, nesta visita, também acompanhados por uma guia que falava português só para eles) anularam as reservas que tinham feito. Tiveram medo daquilo que a mim me atraiu, a contestação do sistema, que os turcos fizeram recentemente. Mas também da situação da Síria, que confina com a Turquia.

Ontem subi no elevador, chegando ao quarto no momento em que todas as  mesquitas fazem o apelo á oração. Antigamente era um Muezin, homem de voz muito potente, que subia ao minarete (aquelas torres muito altas e estreitas dos lados das mesquitas) e entoava o apelo, hoje em dia os minaretes têm atifalantes para os 4 pontos  cardeais e mensagens gravadas. O que nos parece uma chinfrineira, mas não é desagradável de ouvir, se sabemos que só dura uns minutos. A princípio assustei-me, parecia-me música pimba em alto som... :)

Subia comigo no elevador um iraquiano que me disse várias vezes, após me ter perguntado  de onde era:
- Wellcome, Wellcome to Turquia.

Por estas palavras se entende que se sente aqui em casa e que eu não estou em casa. Por ser um país muçulmano, a sua casa é a religião muçulmana. Percebi depois que chegou ao quarto a tempo de rezar. Talvez não a tempo de lavar os pés e as mãos antes disso... vi-o hoje com mulheres de preto e lenço preto na cabeça.
O guia, Sinar, é muçulmano não praticante. Diz que 40 por cento dos muçulmanos turcos o são, pois é aqui permitido. Também é por isso que discordam do seu primeiro ministro, muito beato.
De facto, até criou a imposição de as mulheres entrarem convenientemente vestidas no museu Topkaki. Eu não precisei de fazer nada, mas a espanhola não entrou, para não usar uma burka, como ela chama às roupas que nos obrigam a vestir.
A razão para fazer isto, ao contrário do Ataturk que secularizou até a igreja / mesquita de Hagia Sofia, também transformada em museu, é que o Topapki contém várias relíquias do cristianismo e da religião muçulmana.
Gostei de ver o Bastão de Moisés, creio que se chama vara de Aarão, a espada de David, mas não gostei de ver e realmente não vi os pêlos da barba do profeta. Cada um deles está quase invisível, dentro de uma caixinha de ouro, estendido sobre duas pedras preciosas. Não gosto nada da relação que as religiões estabelecem com os pêlos do corpo humano e disse ao Sinar que queria sair dali.
Vi também o 6º  maior diamante do mundo, chamado qualquer coisa como "Diamante do Colhereiro" (aquele que faz colheres) do tamanho de um ovo de galinha classe S. E muitas esmeraldas do tamanho de ovos de galinha classe M. Nunca tinha visto tanta maravilha em termos de pedras preciosas.
O diamante é magnífico, parece ter luz própria. Tentaram roubá-lo muitas vezes.

domingo, julho 28, 2013

Palavras do Papa censuradas?



(Foto da net)

Algumas das declarações do Papa Francisco no Brasil mereciam um destaque de primeira página, pela sua novidade absoluta.
Pede aos jovens que vão para a rua lutar contra a corrupção e pela justiça social, dá o exemplo de Cristo, que não se conformou nem teve medo de lutar. 

São ideias do raro catolicismo de esquerda, sem qualquer expressão no Vaticano, até agora e isso deveria ser notícia.

Diz que compreende os que perderam a fé pelo mau exemplo dos religiosos. 


Mas todas estas palavras aparecem discretamente em notícias que as referem vagamente.

Pior é o caso em que o Papa declarou, insistindo, que um ateu pode ir para o céu e a "Santa Sé" vem desmentir. Só vai para o céu quem for católico, se lhe foi dado conhecer a religião católica, dizem eles. 

Mas quem quer ir para o céu dos pedófilos moralistas e padres? Ou mesmo bispos? Cardeais?

Os jornais até censuram os blogues de esquerda, em posts que elogiam o Papa Francisco.
E esta imagem do papa com um cocar dos índios, no lugar da Tiara? Quase tão extravagante um como a outra? Não é notícia? Porquê?


Só falta começarem a dizer de Francisco o que dizem de Mário Soares, quando este último afirma o óbvio - que está senil.

sexta-feira, julho 12, 2013

Exames de português do 12º ano (ainda)

Preparar os alunos para a vida, dotando-os do conhecimento da língua, do poder da interpretação e da escrita, da fortuna da metáfora, ou prepará-los para estes exames?

Mais uma vez os resultados dos exames de português são surpreendentes. E mais até do que o usual: todos os estudantes diziam que o teste era fácil, que lhes tinha corrido muito bem e surgem 55 por cento de negativas e uma média negativa.

Por uma vez sem exemplo, a Associação de Professores de Português critica a primeira prova (do dia da greve) apontando que duas das perguntas de interpretação são ambíguas e os critérios de resposta  a essas perguntas não contemplam nenhuma espécie de ambiguidade (Isto, segundo o DN.).

Para quando escandalizarmo-nos com a pobreza mental destes exames, em termos de cultura literária, obrigando os professores a darem aulas como se fossem abéculas, ou carneiros e ovelhas que seguem os rebanhos, submetidos que são à pressão dos rankings? Que tranquilidade para ensinar a língua portuguesa e as suas maiores expressões de liberdade, como a poesia e o romance?


Este ano teve ainda uma novidade: um exame extraordinário, motivado pela greve, muitíssimo mais fácil do que o primeiro e com o Gave a aceitar o critério subjetivo de cada professor, pela segunda vez e de forma explícita, embora o tivesse deixado implícito na primeira prova.

E a procissão vai no adro: ainda falta a 2ª Fase.


Por que tem o ensino do português de se sujeitar a critérios tecnocráticos? Medo da liberdade? Limitação mental dos pedagogos, classe execrada pelos professores e desconhecida dos alunos? 

domingo, junho 16, 2013

Partidos e partidários

O bom do PSD é ter gente a afirmar opiniões contrárias. 

Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite e muitos outros fazem parte do coro que critica este governo, com maior credibilidade por serem do mesmo partido do primeiro ministro.

Agora, por exemplo, Pacheco Pereira defende a greve dos professores e a greve geral.

VER AQUI

No PS todos tinham medo de Sócrates. Ninguém tergiversava, o que pressagia o futuro. 

Que futuro, se o povo português continuar a votar nos mesmos partidos?

quinta-feira, maio 09, 2013

O que Maomé não disse do toucinho: "Enganados" e mal pagos

Pacheco Pereira não é um perigisíssimo revolucionário, ao contrário, é um membro "importante" do PSD. Mas diz da coligação Passos / Portas o que Maomé não disse do toucinho.

"Hoje é um dia em que a politiquice, a pura coreografia política, a ilusão, o dolo, vão atingir limites de insulto a todos os portugueses que estão a empobrecer. Esta dança entre Passos Coelho e Portas (e deliberadamente escrevo antes de Portas falar) é a utilização da comunicação social e de alguns truques demasiado conhecidos para "todos se sairem bem", com o objectivo de nos distrair e enganar. É corrrupção das mentes, tão grave quanto a dos bolsos, é exactamente tudo aquilo que desagrega velozmente uma democracia. Metáforas habilidosas, recursos semânticos de um autor de títulos de soundbyte, frases que pretendem ser virais, desculpas apresentadas como vitórias, imagem, imagem, imagem, vaidade, vaidade, vaidade. E pequenez disfarçada de esperteza.

O combate contra o governo incompetente, arrogante e destruidor que temos, que vive do medo das pessoas de perderem o mais básico da sua vida, vai acabar por ter mais do que uma dimensão política, vai ter uma dimensão de dever, de obrigação, uma dimensão ética. Com este tipo de coerografias dolosas, sem respeito por ninguém, sem sentido de responsabilidade, e muito menos de estado, está-se a abrir o caminho para a desobediência civil. E estou a dizer exactamente o que quero dizer."


quinta-feira, novembro 22, 2012

BIG BROTHER: A RTP a trabalhar para a polícia? Ao que nós chegámos!

Fiquei à espera dos desenvolvimentos sobre a carga policial da manifestação de 14 de Novembro e até retirei os posts que havia colocado neste blogue sobre o assunto.
Estava na cara que nem todas as pessoas são estúpidas ou subservientes.
A RTP foi acusada de fornecer à polícia dois DVDs com imagens não editadas da manifestação. Nuno Santos demitiu-se do cargo de Diretor de Informação.
Em comunicado, os trabalhadores da RTP acusam a polícia de ter infiltrados a atirar pedras... 
Como se prova em várias imagens que circulam na net. Todos dizem que eram cerca de 10 os que atiravam pedras, está mais do que provado que, pelo menos 3 desses 10, eram polícias infiltrados.
Pretexto para meterem medo ao cidadão comum.

VER AQUI

A Comissão de Trabalhadores da RTP afirma que

domingo, novembro 18, 2012

Polícia descanonizada




(Imagens que circulam no Facebook)

Durante uns meses, a polícia foi muito bonitinha, estava do lado do povo.

Como se vê claramente pelas imagens, entre os cerca de 10 (toda a gente refere cerca de dez) agitadores e provocadores, pelo menos 3 eram polícias. Ou seriam mais? Seriam todos?

Para quê? 

A ideia é meter medo à população e anular as manifestações pacíficas. 
Alguns testemunhos afirmam que a polícia atacou um homem que estava numa cadeira de rodas e que outras pessoas o rodearam, para o proteger, optando por serem espancadas em vez dele.

Alguns testemunhos afirmam e demonstram por fotos que a polícia agrediu pessoas no Cais do Sodré, bem longe de São Bento e que algumas nunca estiveram na manifestação. 

Dirão que não é pacífica a atitude de quem vê atirar pedras? Então vejam, nas muitas imagens que existem, como teria sido fácil capturar uns cinco que arrancavam pedras da calçada. E estes infiltrados, juntamente com aquele corpo gigantesco de intervenção, não eram capazes de prender 5 ou 6 criaturas e deixar em paz as outras?

Apanhar os provocadores era obrigação da polícia, até para proteger os que se manifestavam pacificamente. Mas se alguns deles, talvez metade deles, eram agentes da polícia....

Também me surpreende a opinião de muitas pessoas, incluindo comentadores políticos, manifestando enorme estranheza por as pessoas não terem fugido mais cedo. Perguntam se não era previsível o ataque da polícia de choque.

A mim parece-me que, se estão presentes muitos polícias de choque com ar beligerante, armados até aos dentes, com carrinhas de grades... sim, é previsível. E respondo:

- A coragem deixou de ser uma virtude? 
- A CORAGEM PASSOU A SER UM DISPARATE?

Se só existissem os rádios, as televisões e os jornais, nunca teríamos acesso a esta informação. Mas a net, o Facebook e os blogues encarregam-se de mostrar o que os mass media tentam esconder.