A apresentar mensagens correspondentes à consulta medo de ver ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta medo de ver ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens

domingo, janeiro 01, 2012

Aniversário do Terra Imunda




O Terra Imunda faz hoje seis anos. Ou seis aninhos, como queiram.
A maior parte dos blogues que se criam não dura três meses, este veio para lavar e durar.
Tem "fregueses" assíduos, fregueses não muito assíduos mas regulares, outros esporádicos... trata vários temas.
O tema principal é o que está errado na terra, daí o título, que descobri depois ser uma expressão muito frequente na Bíblia (ver net)... para o que me encanta, criei o Escrevedoiros, mas acabo por colocar aqui quase tudo.

Ambos seguem a minha disposição, mais alegre e jocosa, mais sensata e contemplativa... não, não pensem que é da idade. Sou naturalmente alegre e bem disposta e isto não muda com o tempo. Tenho uma veia humorística e isto também não muda com o tempo. Não sou nada académica, embora tenha uma longa formação académica (creio que 9 anos). Tudo depende de vários factores, mas o político tem predominado nos últimos tempos. 

O factor político tem-se tornado obsessivo na vida das pessoas: começa no acender de uma lâmpada, ou duas, ou três... Ah! A EDP foi comprada pelos chineses... continua nas deslocações, ah, hoje há greve de transportes, na alimentação, ah, o petróleo subiu, por isso está tudo mais caro... ah o arroz... o arroz subiu por causa de várias causas e também por causa dos bio-combustíveis... ah, a minha reforma vai ser cinco anos mais tarde e muito menor do que a dos meus colegas, ah, o subsídio de desemprego... 

Acho difícil alguém manter-se alheado da política, até porque cada vez somos mais vezes chamados a agir, a intervir, mas  a sociedade portuguesa parece paralisada num  medo herdado das ditaduras. Têm medo? Que chato! Então vamos deixar que nos comam as papas na cabeça... e cada vez vamos ter mais medo, cada vez vai haver mais papas a serem comidas nas nossas cabeças.

Enfim, Não sejamos pessimistas. Vem aí o ano do Dragão (começa a 23 de Janeiro). Mas, para nós, todos os anos têm sido o ano do Dragom, que vence sempre os campeonatos (refiro-me ao Futebol Clube do Porto, o Dragom) , portanto, tudo ótimo (sem P, por causa do acordo, mais um caso político. Ah! agora escreve-se de outra maneira!)

É preciso que nos adaptemos às mudanças, mas não a todas. Há muitas que não devemos aceitar.
E já agora: alguns dos meus amigos têm ouvido falar deste blogue Terra Imunda na rádio, na RDP Antena 1. Em dias e horas diferentes, um programa em que falam de blogues. Nunca ouvi.
Se alguém ouvir, agradeço que escreva isso aqui. 

Beijinhos a todos os que, estando presentes de forma visível, me ajudaram a construir e a manter este blogue durante seis anos.


CLICAR PARA VER O PRIMEIRO POST DESTE BLOGUE


P.S.: Por engano, num post anterior, eu disse que o blogue ia fazer 7 anos. Alguém mo fez notar, de forma subliminar. Já alterei.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

"O Palhaço" de Mário Crespo

Acabo de ler um excelente texto de Mário Crespo, ignoro onde foi originalmente publicado, mas está em toda a parte na net. Está escrito no estilo do Manifesto Anti-Dantas.
Vejam:

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

Publicado no Jornal de Notícias, como Crónica

domingo, agosto 21, 2016

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

II
Quem defende o uso do burquini na Europa também defende que as mulheres possam fazer nudismo no Irão e na Arabia Saudita, ou a sua tolerância tem dois pesos e duas medidas? 

Saberá que há feministas muçulmanas que protestam contra todos estes trajes ridículos, niqab, burka, burkini? Que as mulheres são obrigadas a usá-los, sob pena de serem agredidas na rua? Que nós temos de nos vestir como elas, se formos a esses países? 

Saberá que uma mulher de unhas pintadas pode ser impedida de rezar por "não poder lavar as mãos" e corre o risco de lhe cortarem os dedos?

"O burquini não é uma vestimenta como outra qualquer (...) faz parte de uma estratégia, que se não vier a ser desencorajada por medidas preventivas acabará por alcançar o seu objectivo final: interditar o espaço público às mulheres! " - afirma uma jurista muçulmana. Di também que já poucas mulheres em Marrocos se atrevem a ir a praia de fato de banho, com medo de ser agredida por fanáticos que são obcecados pelo sexo. 

Ver Aqui: http://www.huffingtonpost.fr/fatiha-daoudi/non-monsieur-plenel-le-burkini-nest-pas-un-vetement-comme-les-autres_b_11603446.html

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

Ver também aqui : http://www.elmundo.es/sociedad/2016/08/26/57bf31f222601dab718b45bc.html

domingo, abril 15, 2018

O Naufrágio, obra de Tagore

O escritor indiano Tagore é um dos maiores poetas indianos, mas também tem romances.

O Naufrágio labora com o facto de que os indianos se casam sem verem a pessoa com quem casam, a não ser por um breve momento durante a cerimónia. Mas nesse momento em que podem olhar um para o outro, alguns , muitos, poderão não olhar, seja por pudor, seja por medo. Medo de ver a pessoa com quem casaram...


O Naufrágio cria seguinte situação: após o casamento, os noivos embarcam num navio, navegando pelo rio Ganges. Uma tempestade provoca o naufrágio e poucos sobrevivem.

Um casal sobrevive, salvando um rapariga que julga ser a sua esposa, mas dá-se conta mais tarde de que rapariga casou com outro, que talvez se tenha afogado...

Vivo ou morto, a esposa tenta amar e ama o marido que lhe foi destinado, pois assim aprendeu a fazer...

Rabindranath Tagore



Poesias de Tagore, declamadas em Português do Barsil. A religião mencionada é o Hinduísmo, cujo Deus principal é Lord Shiva.


quinta-feira, maio 09, 2013

O que Maomé não disse do toucinho: "Enganados" e mal pagos

Pacheco Pereira não é um perigisíssimo revolucionário, ao contrário, é um membro "importante" do PSD. Mas diz da coligação Passos / Portas o que Maomé não disse do toucinho.

"Hoje é um dia em que a politiquice, a pura coreografia política, a ilusão, o dolo, vão atingir limites de insulto a todos os portugueses que estão a empobrecer. Esta dança entre Passos Coelho e Portas (e deliberadamente escrevo antes de Portas falar) é a utilização da comunicação social e de alguns truques demasiado conhecidos para "todos se sairem bem", com o objectivo de nos distrair e enganar. É corrrupção das mentes, tão grave quanto a dos bolsos, é exactamente tudo aquilo que desagrega velozmente uma democracia. Metáforas habilidosas, recursos semânticos de um autor de títulos de soundbyte, frases que pretendem ser virais, desculpas apresentadas como vitórias, imagem, imagem, imagem, vaidade, vaidade, vaidade. E pequenez disfarçada de esperteza.

O combate contra o governo incompetente, arrogante e destruidor que temos, que vive do medo das pessoas de perderem o mais básico da sua vida, vai acabar por ter mais do que uma dimensão política, vai ter uma dimensão de dever, de obrigação, uma dimensão ética. Com este tipo de coerografias dolosas, sem respeito por ninguém, sem sentido de responsabilidade, e muito menos de estado, está-se a abrir o caminho para a desobediência civil. E estou a dizer exactamente o que quero dizer."


domingo, novembro 18, 2012

Polícia descanonizada




(Imagens que circulam no Facebook)

Durante uns meses, a polícia foi muito bonitinha, estava do lado do povo.

Como se vê claramente pelas imagens, entre os cerca de 10 (toda a gente refere cerca de dez) agitadores e provocadores, pelo menos 3 eram polícias. Ou seriam mais? Seriam todos?

Para quê? 

A ideia é meter medo à população e anular as manifestações pacíficas. 
Alguns testemunhos afirmam que a polícia atacou um homem que estava numa cadeira de rodas e que outras pessoas o rodearam, para o proteger, optando por serem espancadas em vez dele.

Alguns testemunhos afirmam e demonstram por fotos que a polícia agrediu pessoas no Cais do Sodré, bem longe de São Bento e que algumas nunca estiveram na manifestação. 

Dirão que não é pacífica a atitude de quem vê atirar pedras? Então vejam, nas muitas imagens que existem, como teria sido fácil capturar uns cinco que arrancavam pedras da calçada. E estes infiltrados, juntamente com aquele corpo gigantesco de intervenção, não eram capazes de prender 5 ou 6 criaturas e deixar em paz as outras?

Apanhar os provocadores era obrigação da polícia, até para proteger os que se manifestavam pacificamente. Mas se alguns deles, talvez metade deles, eram agentes da polícia....

Também me surpreende a opinião de muitas pessoas, incluindo comentadores políticos, manifestando enorme estranheza por as pessoas não terem fugido mais cedo. Perguntam se não era previsível o ataque da polícia de choque.

A mim parece-me que, se estão presentes muitos polícias de choque com ar beligerante, armados até aos dentes, com carrinhas de grades... sim, é previsível. E respondo:

- A coragem deixou de ser uma virtude? 
- A CORAGEM PASSOU A SER UM DISPARATE?

Se só existissem os rádios, as televisões e os jornais, nunca teríamos acesso a esta informação. Mas a net, o Facebook e os blogues encarregam-se de mostrar o que os mass media tentam esconder.



quinta-feira, setembro 20, 2007

Ainda Maddie

Às vezes deixo de ver os telejornais e de ler jornais e revistas, quando me parece que se está a ultrapassar, ou já se ultrapassou, o bom-senso e o bom-gosto.

Espero e desejo que a Maddie esteja viva e de saúde, espero que, se assim não for, se descubram os culpados, espero que os culpados não sejam os pais. Espero que, se forem, tudo se esclareça.

Mas parece-me absurda esta guerra Portugal-Inglaterra (X), ou este campeonato Portugal-Inglaterra (X).

Sempre ouvi dizer que a nossa polícia Judiciária é das melhores do mundo, mas juro-vos que pensei muitas vezes nisto: é das melhores do mundo porquê? Ganhou algum concurso, algum festival, algum campeonato?

Creio que será das polícias que mais encontram os culpados, mas não nos devemos esquecer disto:
1.- Esta fama já vem do tempo de Salazar, quando a tortura e a delacção eram práticas normais de todas as polícias portuguesas.
2.- A Amnistia Internacional tem denunciado, reiteradamente, que as polícias em Portugal praticam a tortura. Mas ninguém parece dar grande importância ao caso.
3.- O que é que vocês chamam a um interrogatório de 14 horas sem intervalos, em que insistentemente perguntam a uma mãe se matou a filha?
4.- Seria possível o "Gang do Multibanco" ter confessado o que confessou se não tivesse sido violentamente torturado? Não estou a dizer que eram inocentes, apenas que nunca teriam confessado espontaneamente o que confessaram. Esses elementos do gang foram depois assassinados na prisão. Li nos jornais as descrições das torturas: foram muito semelhantes às que praticadas na Idade Média, com a diferença que já não usavam o aparelho, que julgo ter-se chamado, então, tripálio, ou talvez se chamasse polé.
5.- E se outras polícias não usarem estes métodos, terão os mesmos resultados?
6.- Ao contrário do que acontece noutros países, não temos livros nem qualquer outra investigação sobre casos de inocentes injustamente condenados. E tivemos de certeza inocentes injustamente condenados.
7.- Não teremos nós demasiadamente o desejo de que os "criminosos" estejam "lá dentro"?
E que nos importa quem está "lá dentro", desde que esteja alguém "lá dentro"?
Somos um povo de brandos costumes? Às vezes duvido.
Não seremos apenas um povo de falas mansas? Só um povo que perdeu a vergonha de ter medo?

terça-feira, fevereiro 03, 2015

Exposição no Museu da Eletricidade: 7000 milhões de outros


A autor desta exposição de fotografia estava a fazer fotos para "A Terra Vista Do Espaço", exposição também muito conhecida, quando uma avaria de um avião o obrigou a ficar parado, em terra. Meteu conversa com um senhor e achou a conversa tão interessante, que decidiu filmar pessoas de diferentes países, respondendo a certas perguntas, de certa forma essenciais. 
Sobre o medo, sobre a família, sobre a espiritualidade...
Apresento aqui algumas imagens, da forma que me parece prioritária.
quanto às perguntas, difíceis, mas interessantes...


Tenho medo...
Tenho medo do meu marido.
Tenho medo que ele me espanque até à morte.





Família





7000 Milhões de outros






Por onde se conclui que as pessoas são diferentes, dependendo das circunstâncias.
Os medos dependem das circunstâncias, a felicidade não.
A alegria não.


As principais diferenças até parecem se: homem / mulher, pobreza / riqueza 

Exposição para ver, com tempo e disposição.





As perguntas principais





sexta-feira, julho 12, 2013

Exames de português do 12º ano (ainda)

Preparar os alunos para a vida, dotando-os do conhecimento da língua, do poder da interpretação e da escrita, da fortuna da metáfora, ou prepará-los para estes exames?

Mais uma vez os resultados dos exames de português são surpreendentes. E mais até do que o usual: todos os estudantes diziam que o teste era fácil, que lhes tinha corrido muito bem e surgem 55 por cento de negativas e uma média negativa.

Por uma vez sem exemplo, a Associação de Professores de Português critica a primeira prova (do dia da greve) apontando que duas das perguntas de interpretação são ambíguas e os critérios de resposta  a essas perguntas não contemplam nenhuma espécie de ambiguidade (Isto, segundo o DN.).

Para quando escandalizarmo-nos com a pobreza mental destes exames, em termos de cultura literária, obrigando os professores a darem aulas como se fossem abéculas, ou carneiros e ovelhas que seguem os rebanhos, submetidos que são à pressão dos rankings? Que tranquilidade para ensinar a língua portuguesa e as suas maiores expressões de liberdade, como a poesia e o romance?


Este ano teve ainda uma novidade: um exame extraordinário, motivado pela greve, muitíssimo mais fácil do que o primeiro e com o Gave a aceitar o critério subjetivo de cada professor, pela segunda vez e de forma explícita, embora o tivesse deixado implícito na primeira prova.

E a procissão vai no adro: ainda falta a 2ª Fase.


Por que tem o ensino do português de se sujeitar a critérios tecnocráticos? Medo da liberdade? Limitação mental dos pedagogos, classe execrada pelos professores e desconhecida dos alunos? 

domingo, julho 28, 2013

Palavras do Papa censuradas?



(Foto da net)

Algumas das declarações do Papa Francisco no Brasil mereciam um destaque de primeira página, pela sua novidade absoluta.
Pede aos jovens que vão para a rua lutar contra a corrupção e pela justiça social, dá o exemplo de Cristo, que não se conformou nem teve medo de lutar. 

São ideias do raro catolicismo de esquerda, sem qualquer expressão no Vaticano, até agora e isso deveria ser notícia.

Diz que compreende os que perderam a fé pelo mau exemplo dos religiosos. 


Mas todas estas palavras aparecem discretamente em notícias que as referem vagamente.

Pior é o caso em que o Papa declarou, insistindo, que um ateu pode ir para o céu e a "Santa Sé" vem desmentir. Só vai para o céu quem for católico, se lhe foi dado conhecer a religião católica, dizem eles. 

Mas quem quer ir para o céu dos pedófilos moralistas e padres? Ou mesmo bispos? Cardeais?

Os jornais até censuram os blogues de esquerda, em posts que elogiam o Papa Francisco.
E esta imagem do papa com um cocar dos índios, no lugar da Tiara? Quase tão extravagante um como a outra? Não é notícia? Porquê?


Só falta começarem a dizer de Francisco o que dizem de Mário Soares, quando este último afirma o óbvio - que está senil.

segunda-feira, abril 11, 2011

Para a Adê e para todos



"Que a força do medo que tenho 
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito 
Não me tape os ouvidos e a boca 


Porque metade de mim é o que eu grito, 
Mas a outra metade é silêncio. 


Que as palavras que eu falo 
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
 Apenas respeitadas 
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos


 Porque metade de mim é o que ouço, 
Mas a outra metade é o que calo. 


Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais


Porque metade de mim é abrigo 
Mas a outra metade é cansaço. 


E que a minha loucura seja perdoada


Porque metade de mim é amor 
E a outra metade também"... 


Metade - Oswaldo Montenegro

Gosto de música brasileira. Esta, em particular, faz bem à alma e dá a coragem (por exemplo, de viver) que às vezes falta.

sábado, junho 02, 2012

Nuno K Rato! O que é que vai sair dali???

Até agora não saiu nada, o ministro limitou-se a imitar em tudo as duas anteriores ministras, que tanto criticou. Caso para dizer que a montanha pariu um RATO ( K rato). Vem este trocadilho a propósito de eu estar sem a letra c no teclado e saiu rato em vez de Crato... e já num post anterior, titulei: "a montanha pariu um rato", pois é o que pareCe.

Este ano que agora termina, foi o culminar de vários anos de intenso laxismo, disparatada tolerância, igualitarismo entre professores e alunos, fazendo lembrar o PREque, no caso da educação e do ensino, ainda não terminou.

Os alunos chegavam às aulas com atraso de meia hora, ou nem iam, traziam um papel assinado pela mãe a dizer que o autocarro se atrasou (todos os dias) e, como era chato trazer sempre o papel, acabavam por convencer os professores a não marcarem faltas.

Os que eram postos fora da aula todos os dias, também justificavam as faltas disciplinares, e muitos diretores de turma aceitavam a justificação por medo dos pais. E por medo dos alunos.

Os pais acham giríssimo que o filho seja rebelde, toda a família acha giríssimo e, claro, acabam por minimizar o facto de não saber coisa alguma, consequência da dita rebeldia. De ter notas péssimas. Mas talvez as notas nem sejam tão más assim... pelos motivos que já disse.

Vem isto a propósito da recente legislação de Nuno K rato.

Talvez resulte. É à inglesa. A dita liberdade inalienável de os alunos fazerem tudo o que lhes apetece, tudo o que lhes dá na bolha, talvez se "aliene", afinal, com os dinheiros dos subsídios, que os pais dos alunos "rebeldes" perdem... ou com as multas que serão obrigados a pagar. Se forem altas.

Afinal, tudo se aliena.

A ideia parece boa, mas receio que não flutue. Vai muito contra a maré.


VER AQUI




(P.S.: A propósito, agora que não tenho a letra c, constato que, com a reforma ortográfica, ela faz muito pouca falta.)

quinta-feira, novembro 22, 2012

BIG BROTHER: A RTP a trabalhar para a polícia? Ao que nós chegámos!

Fiquei à espera dos desenvolvimentos sobre a carga policial da manifestação de 14 de Novembro e até retirei os posts que havia colocado neste blogue sobre o assunto.
Estava na cara que nem todas as pessoas são estúpidas ou subservientes.
A RTP foi acusada de fornecer à polícia dois DVDs com imagens não editadas da manifestação. Nuno Santos demitiu-se do cargo de Diretor de Informação.
Em comunicado, os trabalhadores da RTP acusam a polícia de ter infiltrados a atirar pedras... 
Como se prova em várias imagens que circulam na net. Todos dizem que eram cerca de 10 os que atiravam pedras, está mais do que provado que, pelo menos 3 desses 10, eram polícias infiltrados.
Pretexto para meterem medo ao cidadão comum.

VER AQUI

A Comissão de Trabalhadores da RTP afirma que

segunda-feira, janeiro 02, 2012

Começar o ano a mudar

Olá! Ontem não consegui colocar no Facebook o post que se refere ao aniversário do Terra Imunda. Por alguma falha técnica, continuo a não conseguir, quem quiser que vá ver.

A melhor maneira de começar o ano é começar a mudar, sobretudo a mudar o nosso pensamento, que é o que determina tudo o resto. O modo como penso fará este ano muito bom ou muito mau... para mim.


Apresento duas hipóteses novas de encarar a situação de crise que vivemos: o ponto de vista de uma figura da União Europeia, não consensual, um alemão afirmando que:

"Os portugueses é que estão a pagar aos alemães", "A Alemanha pede emprestado de graça e depois empresta-vos, com um bom lucro, não é?"


A outra hipótese é o movimento Zeitgeist, a palavra é alemã retirada de Hegel, significa "o espírito do tempo". Propõe que se viva de acordo com a natureza e com o humano, não de acordo com os mercados, o lucro, os bancos, esse sistema que agora nos levou à beira do colapso. Manter o mesmo sistema e esperar resultados diferentes? Ingenuidade? Mas esta palavra, ingenuidade, parece pouco adequada para o que se passa na sociedade internacional e no mundo, atualmente.


Então, se tiverem paciência, leiam e vejam, clicando nos links. E também aqui, neste vídeo do Zeitgeist, intitulado: "A vida é uma escolha entre o medo e o amor. E no seguinte, de Krishnamurti. Se não tiverem preconceitos contra todos os indianos, nem lhes chamarem "Monhés" e outras doçuras.






domingo, abril 10, 2011

Portugal assiste em directo, espantado e consternado, ao patético suicídio do PS.





Todas aquelas cabeças só tiveram uma ideia para o Congresso / Comício / Espectáculo: a culpa de tudo o que aconteceu nos últimos seis anos de Governo de Sócrates, é do PSD. 
É esta a opinião que têm da inteligência e da cultura dos portugueses.
Mas o retrato da família não esconde que os sorrisos são todos muito amarelos. Ou seja, falsos. Que mais parecem esgares ou caretas. Estão todos a fazer fretes e a engolir sapos. Porquê? Por medo?
Só um militante desconhecido teve a coragem e o bom gosto de se opor a todos, afirmando que:


"o primeiro-ministro que nos conduziu a esta situação e que conduziu Portugal a uma situação de bancarrota não tem condições para nos fazer sair dela”


Ana Gomes também disse das suas, mas padece do mal de todas as mulheres que dizem o que pensam: é considerada arruaceira. A mulher deve estar caladinha e não fazer ondas, ou então, não é uma "senhora". É uma mulher, como a Ana Gomes. E a Natália Correia. E outras. Diz assim:


"Para continuar a merecer a confiança dos portugueses é preciso que o PS assuma que nem tudo foram rosas na governação e que nem sempre a rosa cheirou muito bem. O PS também cometeu erros e assumi-los será meio caminho andado para os corrigirmos” . Clicar para ver quais foram os erros, na sua opinião.




Neste interim, o Ministro das Finanças da Suécia acusa Sócrates de ter "enrascado" a Europa por não ter pedido mais cedo o resgate e de, com isto, ter aumentado os juros que pagam a Grécia e a Irlanda, como coloquei em post anterior.
Nunca a imagem de Portugal esteve tão baixo lá fora.

quarta-feira, março 18, 2009

Este Papa e o preservativo

Como vocês sabem, sempre gostei deste Papa. E até concordo com estas afirmações polémicas sobre o preservativo. Sem ser católica.
Que eu saiba, Bento XVI não diz em momento algum que as pessoas podem, ou devem, fazer amor com quem lhes apetecer, sempre que lhes apetecer e sem usar preservativo. Ou diz?

E vocês acreditam que se podem rebolar com todo o mundo e fazer tudo o que é possível fazer nestes casos, sem correr perigo nenhum, só por usarem preservativo?
Acho que este Papa alertou para aquilo que os cientistas, muito pedagogica e demagogicamente e portanto, pouco honestamente, afirmam: basta usar preservativo para não contrair a sida. E nas letras pequenas dizem também que as lésbicas correm o risco de a contrair por usarem o mesmo pente que usa outra que tem sida. Se ambas tiverem feridas na cabeça, por exemplo. E neste caso não é necessário preservativo para coisa alguma. Como o grupo das lésbicas é o de menor risco, também se diz que podem contrair a sida com um beijo na boca, se as duas tiverem feridas na boca. Os outros não. Pois não?
A castidade e a fidelidade não são apenas valores morais. Em África, em que a sida dizima quase toda a população dada a promiscuidade das relações, A castidade ou a fidelidade são a única forma de ficar vivo. O Papa também apela ao tratamento gratuito contra a sida. Mas, aparentemente, há muitos políticos que gostariam de ver África despovoada. Um vasto e rico continente sem africanos.

Esses críticos do Papa, eu queria vê-los a desafiar os fundamentalistas islâmicos. O Papa deve ter opiniões partilhadas pelos ateus?
Alguém nos o proíbe de sermos ateus? Tem medo da Inquisição? Acorde. Ou você é católico, ou não é. Este Papa não é hipócrita, mas todo o mundo gosta de moralistas hipócritas.

sexta-feira, março 02, 2018

Pobres dos pobres

Eu sempre o soube e sempre o disse, mas a sociedade portuguesa anda a dormir: as pessoas carenciadas, seja económica, psicológica ou socialmente, não têm qualquer poder de reivindicação para exigirem os seus direitos. A honestidade é mais consistente quando se tem medo das consequências.

Descobre-se agora tanta desonestidade nas organizações de "caridade", encoberta até agora pela massa acrítica do povo português
Caridade, sobretudo, para os chefes das organizações... que são os mais beneficiados.
E ficamos muito tristes ao lermos, nas notícias, os nomes, aparentemente ingénuos das organizações: o Sonho, a Joaninha os Pirilampos...

Ver aqui, por exemplo

Não é só a gestão da 'O Sonho' que está sob suspeita. Também as IPSS 'Os “Pirilampos' e 'A Joaninha' estão a ser investigadas


Recordando outra vez Guerra Junqueiro e a romântica miséria


OS POBREZINHOS

Pobres de pobres são pobrezinhos,
Almas sem lares, aves sem ninho...

Passam em bandos, em alcateias,
Pelas herdades, pelas aldeias.

É em Novembro, rugem procelas...
Deus nos acuda, nos livre delas!

Vêm por desertos, por estevais,
Mantas aos ombros, grandes bornais.

Como farrapos, coisas sombrias,
Trapos levados nas ventanias...

Filhos de Cristo, filhos de Adão,
Buscam no mundo côdeas de pão!

Há-os ceguinhos, em treva densa,
D’olhos fechados desde nascença

Há-os com f’ridas esburacadas,
Roxas de lírios, já gangrenadas.

Uns de voz rouca, grandes bordões,
Quem sabe lá se serão ladrões!...

Outros humildes, riso magoado,
Lembram Jesus que ande disfarçado...

Enjeitadinhos, rotos, sem pão,
Tremem maleitas d’olhos no chão...

Campos e vinhas!... hortas com flores!...
Ai, que ditosos os lavradores!

Olha, fumegam tectos e lares...
Fumo tão lindo!... branco nos ares!...

Batem às portas, erguem-se as mães,
Choram meninos, ladram os cães...

Rezam e cantam, levam a esmola,
Vinho no bucho, pão na sacola.

Fruto da horta, caldo ou toucinho,
Dão sempre os pobres a um pobrezinho.

Um que tem chagas, velho coitado,
Quer ligaduras ou mel-rosado.

Outro, promessa feita a Maria,
Deitam-lhe azeite na almotolia.

Pelos alpendres, pelos currais,
Dormem deitados como animais.

Em caravanas, em alcateias,
Vão por herdades, vão por aldeias...

Sabem cantigas, oraçõezinhas,
Contos d’estrelas, rei e rainhas....

Choram cantando, penam rezando,
Ai, só a morte sabe até quando!

Mas no outro mundo Deus lhes prepara
Leito o mais alvo, ceia a mais rara...

Os pés doridos lhos lavarão
Santos e santas, com devoção!

Para lavá-los perfumaria
Em gomil d’ouro, d’ouro a bacia,

E embalsamados, transfigurados,
Túnicas brancas, como em noivados,

Viverão sempre na eterna luz
Pobres benditos, amem, Jesus!...


In "Os Simples"

Guerra Junqueiro
1850 – 1923

sábado, julho 16, 2011

Com o coração cheio de alegria

Ao aterrar em Lisboa, doíam-me os ouvidos. E estava a ler, com interesse, uma obra literária passada em Cabo Verde, com gente simples, no início do século passado. Chama-se Oh mar de túrbidas vagas, o autor é  Teixeira de Sousa. Ao meu lado, seguiam duas senhoras, mãe e filha. Deslocavam-se a Lisboa para uma consulta da mãe, que teve um AVC, mas já passou, paga por filhos emigrantes na América, em França e na Holanda.

Apeteceu-me mostrar-lhes a terra. Quando vejo Lisboa, os ouvidos doem-me menos ao aterrar, calculo que doam muito mais aos estrangeiros, sobretudo àqueles que ainda não conhecem esta nossa cidade.

- Vejam! Isto é Lisboa! Tão a ver???

A simpática senhora de idade e a filha estavam de mãos dadas e olhos cerrados, agarradíssimas, a tremer  e a morrer de medo, como quem diz que, se o avião caísse, iam assim as duas para algures, grudadinhas uma na outra.

- Graças a Deus que aterrámos aqui nesta terra, com saúde e com o coração cheio de alegria! - Exclama a senhora mais velha, assim que se sentiu em segurança.

-Ah! Pois! Claro!


Ao reflectir sobre estas palavras, constato que também eu tenho o coração cheio de alegria.

sexta-feira, novembro 10, 2006

As Confissões de Leontina - teatro

Fui ontem ver uma peça extraordinária, As Confissões de Leontina , no Teatro Nacional D. Maria II, com a actriz brasileira Kelzi Ecard, que não conhecia, mas adorei.
Vou escrever o meu comentário sob a forma de carta a esta actriz.


Talvez Você:


Este Verão fui a São Salvador à procura de Jorge Amado, mas não o encontrei lá.
Não gostei do que vi e morri de medo do mundo em que vivemos: um oásis perdido em imensos desertos.
Ao ver a sua peça, encontrei, na primeira pessoa, aquilo que suspeitei, imaginei e pressagiei sem ter desejado fazê-lo, na minha muito breve estadia por essas terras. A miséria nua e crua, a ausência da beleza, o isolamento absoluto de tudo. E a fragilidade dos oásis.


Mas também encontrei o afecto, a beleza, a alegria pura, a sensação completa.
No fim da peça, senti o impulso de a abraçar, talvez a si, talvez à personagem, talvez às duas.


Mas sinto que ainda não vivemos no tempo dos abraços.

terça-feira, março 08, 2011

Nos outros dias do ano, onde é que se escondem os mascarados?

Hoje, dia de Carnaval, ao olhar pela janela e ao ver um dia cinzento, triste e lúgubre, lembro-me da minha infância.
Num dia de Carnaval igual a este, fomos dar a "volta dos tristes" na minha terra, na província e no Norte: a minha mãe, uma minha tia, os filhos dela e eu. Era um dia desolado, pontuado às vezes por uns mascarados tristes, que agora se chamam caretos e estão a ser recuperados, na moda, quase. Até que o meu primo, mais novo que eu, apontando para um ou dois caretos*, entrapados de roupa e ainda com panos na cara,  perguntou à mãe:
- Nos outros dias do ano, onde é que vivem os mascarados?
A mãe e a tia olharam uma para a outra embaraçadas, risonhas e melancólicas . Depois, vendo um bidon de alcatrão que ali estava perto (nessa altura havia sempre muitos bidons vazios por toda a  parte, não sei porquê), uma delas respondeu:
- Vivem dentro dos bidons de alcatrão!

Foi um dos Carnavais mais desolados da minha vida.
Foi num século passado e atrasado. Num tempo que, felizmente, não voltará.
O meu primo não chegou a entender que havia feito uma pergunta filosófica. Vou perguntar-lhe, através da net, se se lembra disto.


*Resolvendo o problema do frio (e já agora sem custos adicionais), mascaravam-se com muitas camadas de roupa, parecendo bonecas de pano e cobriam a cara com meias. Metiam medo...). Creio que é a isto que chamam caretos.