terça-feira, dezembro 30, 2008

Praia Grande


O mar outra vez




Felizmente, as pessoas ainda não entenderam que é muito mais belo estar à beira-mar no Inverno, sem referir que é muito mais barato e muito inspirador para escrever.


Estou aqui na Praia Grande, que ainda não conhecia e que é maravilhosa por si e pela fauna e flora envolvestes. É realmente fantástico.


Estou num hotel Arribas, onde vários alemães vêm todos os anos passar o Natal. Alemães tão latinos e tão simpáticos, como só alguém que ama o sol de Inverno sobre ujm mar invernal. Não tenho conseguido postar fotos, mas vou tentar outra vez.


segunda-feira, dezembro 22, 2008

Três anos


Em breve, no dia um de Janeiro de 2009, este blogue fará três anos, tendo atingido cerca de vinte mil visitas.
Não é pouco.
Não é muitíssimo.
Parece-me que está bem assim.
O Escrevedoiros tem apenas cerca de cinco mil, embora toda a gente goste mais dele. Tem visitantes fiéis. Não me incluo nessa toda a gente. O Terra Imunda corresponde a uma minha faceta que não quero perder, embora oposta à do Escrevedoiros. A de protestar e de reclamar e de ser rebelde.
Agradeço a todos os que me leram e que comigo fizeram estes dois blogues.
Alguns abandonaram o percurso, outros apareceram, todos poderão regressar, pois ainda tenho muito para dizer.
A maioria dos bloggers desiste ao fim de poucos meses, por ter esgotado o assunto.
Curiosamente, há temas que são cíclicos e é suposto ir acrescentando sempre algo de novo.
É como o Verão e o Inverno. Esta é a minha imagem do Inverno. Ainda não o Inverno da vida, só o do ano.
Feliz Natal para todos!
Bom ano para todos nós!

Baixa Lisboeta




Na mesma rua da loja da sorte e do santeiro, para todos os gostos e fregueses: inhame (sabem o que é?), Mandioca, etc.

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quinta-feira, dezembro 18, 2008

Estamos na Europa? Socialismo Nacional

Socialismo Nacional: não confundir com Nacional Socialismo, o partido de Hitler!
Duas notícias me despertam hoje a atenção nos jornais. Vejam.
1ª Notícia inquietante:
O Governo emprestou milhões de Euros ao banco BPP, mas o banco BPP informa os investidores que não os pode reembolsar dos seus investimentos, porque... pouco importa porquê. Foram ou vão ser os nossos impostos.
2ª Notícia, não menos inquietante:

Assim se compreendem os comentários que fazem online a esta notícia, dizendo que este governo expolia os pobres, doentes e deficientes, para encher os bolsos aos banqueiros, amigos, etc.
Quem pode negar?
Já várias atitudes foram tomadas contra os deficientes...
Isto é socialismo, ou é nacional-socialismo?

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Estamos na Europa


Dizia um brasileiro muito animado, com os braços abertos em direcção a este Arco da Rua Augusta:
-Estamos na Europa!!!!!!!
Perante o sorriso feliz e orgulhoso da companheira como única resposta, abriu os braços ainda mais, encolheu os ombros e acrescentou:
-Morando!!!!!!!!!!

Ao ver e ouvir isto, até eu me senti feliz e orgulhosa por estar na Europa. Morando!
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terça-feira, dezembro 16, 2008

Sorte e prosperidade



Pequena rua da baixa lisboeta.
Casa da prosperidade chinesa, que vende toda a espécie de coisas que podem dar sorte, na opinião dos chineses. Caríssimas, quase todas.
Nas instalações de uma antiga casa Havaneza, loja que vende santinhos (para dar sorte... baratos).
A cultura portuguesa e a cultura chinesa, frente-a-frente nesta rua da baixa, serão assim tão diferentes?

(Estas fotos podem ser muito ampliadas.)

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domingo, dezembro 14, 2008

Ai os piratas!

Quando eu comecei a navegar, comecei a ter, como digo no princípio deste blogue, um problema e um receio que nunca tinha tido: os tubarões.

Mas ainda nem imaginava este, talvez mais premente e ameaçador: os piratas.

Vocês já imaginaram piratas neste tempo? Eu pensava que nem existiam...

Ainda por cima, gosto daquele filme "Piratas das Caraíbas" e do Jack Sparrow.

A imagem é da polícia marítima indiana a capturar piratas na Somália, estava no msn.com

http://www.msnbc.msn.com/id/28209525/?GT=43001


Na minha terra, no norte, a palavra pirata significa avarento, egoísta e mau, tudo junto.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Direito à Felicidade

Em tempo em que se fala de direitos humanos, dado que faz agora 60 anos da sua Declaração Universal, convido os leitores (vedores) deste blogue a lerem um post que escrevi em tempos, a que respondeu uma japonesa de origem brasileira, a Jubi.
Faço isto, em parte, porque os mais recentes visitantes deste Blogue ainda não andavam por aqui nessa época.
Há também um assunto que merece a nossa atenção, um direito ainda não consagrado na Declaração, O Direito à Felicidade.
Vamos pensar neste assunto, Ok?

http://terraimunda.blogspot.com/search?q=Achas+para+a+fogueira

O post aparece a seguir a este

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Vejam bem este cão

Não tenho animais domésticos de estimação, vulgo "Pets" (nós nem temos palavras para designar isto, distinguindo os bois e as galinhas dos gatinhos e outras doçuras), não porque não goste de bichos, gosto imenso, mas porque eles são contrários à liberdade que tanto prezo. E isto é para nem falar da higiene, que também prezo.
Vem isto a propósito de inúmeros vídeos que há na net a respeito dos Pets. Tenho enmviado alguns por email a alguns fanáticos de animais, com a mensagem explícita ou implícita:
- Vocês não têm vergonha de os vossos cães e gatos não saberem fazer nada? Vejam só este cão a andar de Skate, ou mesmo este gato a aspirar a casa!
Esta preferência minha vem do meu tempo de infância, em que fui colega de escola, só por uns meses, de duas artistas de um circo ambulante, que tinham um cão capaz de dançar e de fazer várias coisas assim, além de guardar a única roulotte do circo. Tadinho, que era minúsculo! As minhas colegas também faziam coisas impressionantes, que nos deixaram a nós com torcicolos e tudo partido ao tentar imitá-las a fazer contorcionismos. Este aspecto foi para esquecer. Esqueçam! Forget, no caso dos estrangeiros.
Vem isto a propósito, repito, de um vídeo comovedor de um cão vadio, no Chile, que tenta salvar outro cão, tirando-o de uma auto-estrada, correndo ele mesmo sérios riscos de vida.
VER AQUI

Afinal, não consegui colocar este blogue a comentar o vídeo e a notícia do Público, não sei porquê.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Corrupção Consentida

Durante quanto mais tempo é que nós vamos aguentar esta gente que está no topo, a "crème de la crème" da nossa sociedade, e que é constantemte acusada e às vezes, ainda que raramente, até é condenada pelas maiores vigarices?
Durante quanto mais tempo é que nós vamos ignorar que um país que aceita estes governantes é uma merda de um país, que ninguém pode e nem sequer deve respeitar? Uma cambada de ignorantes e de conformistas e de masoquistas e, como disse o poeta Byron de forma inesquecível, "um país de escravos", como ele disse? E ainda para mais, um país da Europa... Desde sempre para o bem e para o mal... quando se fala das descobertas e conquistas dos portugueses além-mar, diz-se apenas: os europeus deixaram aqui a sua marca...
E também a sífilis, claro... ( como diz Chico Buarque).

domingo, dezembro 07, 2008

Dias sem nome e sentido de observação

Estes últimos dias não têm tido muita história, pelo menos para mim: são dias sem nome.
Devido ao terrível e repentino frio, comprei muita roupa nova: casaco, camisola ou lá o que é, num estilo muito diferente do que tenho usado ultimamente.
Aproveitei o muito tempo que tive livre (feriados e greve) para arranjar o cabelo e pintá-lo num cabeleireiro muito caro.
Para completar a pintura, comprei um lencinho de seda muito barato numa loja chinesa.
Várias pessoas, quando me vêem assim renovada, dizem:
- Está muito gira! Fica-lhe muito bem esse lencinho!
- Obrigada!
Algumas corrigem-nas:
- O lencinho e o cabelo e o casaco e a blusa e as botas e...
Ah, pois!

O meu espírito de observação não é muito melhor, neste aspecto, por isso costumo confessar que acho a pessoa mais gira, mas não sei qual é a diferença. Sempre é melhor do que aquilo que me aconteceu no Verão. Depois de ter pintado o cabelo pela primeira vez na vida (já tinha mais cabelos brancos do que achava engraçado), e de ter mudado também o estilo do vestuário, diziam-me simpaticamente:
- Está muito gira. Está mais gordinha!
Simpático!!!!!!!!!

sábado, dezembro 06, 2008

Olá

Olá! tenho andado noutra, como toda a gente, primeiro preocupada com o frio repentino e a comprar roupa, e agora já a pensar um pouco no Natal, etc...
É por isso que tenho escrito menos. Preciso às vezes de me alhear um pouco da realidade concreta, de que fala este blogue.
A propósito, já viram que alterei alguns favoritos? Apaguei uns que já não existiam e acrescentei outros que mereciam, por uma razão ou por outra.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

O Chile como modelo para a Europa

Afinal, já é assumido pelo Ministério de Educação que o modelo que quer impor foi importado do Chile.
Alguém ainda achará normal que nós andemos a imitar os modelos do Chile, ao nível da educação? dizem também que os professores chilenos, para terem boas notas, compram os documentos que era suposto produzirem.
Isto também é para imitar? Quando se concorda com tudo, o resultado é comprar aquilo que nos pedem para fazer e que é uma seca.
Protestar é mais europeu, não acham?

Do que se haviam de lembrar!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, dezembro 02, 2008

Novos Talentos Europeus

União Europeia cria prémio de literatura para novos talentos

Bem até aqui tudo bem. Os novos talentos nem têm de ter menos de dez anos, ou vinte, no que se evitam os plágios.
Mas já agora, numa Uniaõ Europeia com tantas línguas e com tantos "experts", quem é que faz a selecção dos melhores?
O prémio Nobel já deixou de fora pessoas como Fernando Pessoa e José Luís Borges, esquecimentos imperdoáveis, para premiar Winston Churchil, que nem sequer é escritor literário nem nunca foi.
Quem vai escolher os melhores talentos portugueses, hão-de ser os do costume: parece a avaliação dos professores:
- Eu não te posso dar Muito Bom, porque senão tu passa-me à frente e eu fico lixado. Desculpa lá...
É neste mundo que vivemos. Com atrasos de vida nacionais e atrasos de vida europeus, deixando ficar para trás quem não disser amen e também quem disser amen.
- Desculpa lá! Espero que entendas que, se eu te der muito bom, tu passas-me à frente e eu fico lixado. Eu tenho a certeza de que tu me fazias o mesmo se estivesses no meu lugar!
Nós nem sequer utilizamos a palavra emergentes, em vez de novos, que, no entanto, existe e se usa noutras línguas.
(Já agora, coloquei este blogue a comentar a notícia.)

segunda-feira, dezembro 01, 2008

A Pedrês: O Estado da Nação

A galinha pedrês, ao passear no monte, encontrou o ninheiro dos ovos das duas galinhas pretas.
Como estava choca (chocada? ver no dicionário), a pedrês decidiu chocar (ver dic.) os ovos das pretas.
Os outros animais da quinta protestaram:
- Ó pedrês! Esses ovos não são teus!
- Ai não? Então, tirem-me daqui!
- Dá pelo menos dois ovos às galinhas pretas, porque eles são todos delas!
(Filhas, neste contexto, as galinhas pretas opõem-se, como toda a gente sabe, às galinhas totalmente brancas, que são de aviário).
- Eu não cedo! Os ovos são meus!

Oito meses depois, estava a pedrês refastelada em cima dos ovos, voltaram à carga os outros animais da quinta.
- Ó pedrês, olha que nós agora estamos todos em perigo por tua causa.
- Ai sim? Não me pusessem aqui! Isto agora é meu! O ninheiro, o poleiro, o galo e os franganotes! Vocês não são coerentes? Eu sou. Vocês alguma vez pensaram que eu tinha bom feitio? Uma galinha choca é a coisa mais pequena e mais agressiva que existe. E a que melhor defende o seu território!
Foi grande o embaraço na quinta. Como correr com a pedrês?
Cenas dos próximos capítulos: não cai a pedrês, caem os pedreses. E os pedreiras.
Outra hipótese
Cenas dos próximos capítulos: ou a pedrês cai, ou cai a capoeira. Não perca!

domingo, novembro 30, 2008

MSN Video

MSN Video

O MSN tem uma secção de vídeos engraçados, chamada "Stupid Videos".
tem muitos sobre animais.
Este é sobre um homem que consegue equilibrar 20 tijolos à cabeça.
Não está no circo nem nada, esperemos que ganhe mais por isso e que chegue longe, mas não parece. Há dotes e talentos que aguardam até que um vídeo os encontre.

sábado, novembro 29, 2008

Deusa Atena

Com um governo que é quase uma ditadura, os professores lideram uma contestação que os partidos da oposição não faziam e os sindicatos também não.
Já no ano passado foi assim.
Não é este o papel dos professores, mas talvez seja um dos seus papéis, numa sociedade de ignorantes e preguiçosos, dado que são estes os inimigos a abater.
a Deusa Atena é apresentada com uma lança e um escudo, pois é assim que na nossa sociedade se impõe a sabedoria e o conhecimento.

quarta-feira, novembro 26, 2008

O que chateia Em Manuela Ferreira Leite?

Vocês não têm, como eu, a impressão e a convicção de que a Manuela Ferreira Leite fala a verdade e que é isso que chateia no seu discurso?
As contradições que lhe são atribuídas não são as próprias contradições que existem na realidade? A contraditória não é ela, é a realidade portuguesa, tão alterada a favor de quem a altera e alterou.
Talvez acabe por cair, porque diz a verdade e ninguém gosta da verdade. Muito menos os políticos.

Mudando de Assunto


Para variar um pouco do tom que tenho usado neste blogue, ao contrário do outro em que só publico coisas lindas, vou citar aqui um site da net, de imagens, de que gosto muito.
Tem concursos de elaboração sobre fotografias. Um delers é subordinado ao tema: "Como esconder um elefante?"
Vai aqui um exemplo, entre dezenas.

terça-feira, novembro 25, 2008

Conversas de rua

Conversas de rua:
- A mim, o que me espanta é ainda haver gente que vote nestes vigaristas!
- A mim, o que me dói é que eu votei neles!
- Eu, como não sou capaz de votar noutro partido, nunca mais voto na vida! Mas o meu voto não mo apanham eles!
É hoje em dia frequente ouvir dizer tudo istio num tom altamente emocionado.
Diz a comunicação social que o PS vai voltar a ganhar com maioria absoluta....

segunda-feira, novembro 24, 2008

"Mentideros"

Conspira-se à boca pequena, nos "mentideros" da capital, que Sócrates não pode demitir a Ministra da Educação porque não há quem a queira substituir.
E realmente, só quem fosse doido ia querer tantas batatas quentes...

domingo, novembro 23, 2008

Inimigo Público Número Um

Enquanto os profesores são eleitos pelo governo como Inimigo Público Número Um, o presidente do Banco Português de Negócios (BPN) passa tudo o que tem para o nome da esposa e divorcia-se dela, pouco antes de ser preso, no maior escândalo financeiro nacional com contornos de escândalo político.
Então é tão fácil fazer estas falcatruas todas e não é possível anulá-las em tribunal?
Se não há leis que permitam fazer isto, inventem-nas. Ou isso não interessa aos políticos?
Parece que as prioridades nacionais são a avaliação dos professores e gastar com os bancos o dinheiro que não havia para nada...

sábado, novembro 22, 2008

Educação? Ainda...

Após grande encenação, a ministra da educação foi obrigada a fingir que cedia muito às reivindicações dos professore´s.
Poucas horas depois deste dramático e mediático anúncio, sem ter sido torturada, mas muito incomodada com as perguntas que lhe foram feitas, acaba por confessar, numa entrevista televisiva:
- Não mudou absolutamente nada ! Ficou tudo na mesma!
Quem tem políticos destes... que educação é que pode ter?

quinta-feira, novembro 20, 2008

O Galinheiro - Part Two

Vem hoje no Público um artigo de opinião muito interessante, de Constança Cunha e Sá. Intitulado "A Farsa", diz coisas como esta:
"Toda a gente decidiu aproveitar uma ironia, sem consequências, para montar um circo hipócrita e moralista"
Refere-se, naturalmente, às terríveis "gaffes" de Manuela Ferreira Leite.
A mim, o que me parece é que, como fazem frequentemente as mulheres, incluindo as mulheres na política, a líder do maior partido da oposição diz aquilo que é óbvio e que, por isso mesmo, não passa pela cabeça de nenhum homem dizer.
Então, M.F.L. ataca o governo, o governo sente-se ofendido, ataca-a ainda com mais força e todos os partidos, incluindo aquele de que é líder, esquecem os grandes assuntos de momento para a criticarem a ela, concordando com o partido do governo.
O que é isto? Um galinheiro? Mais um?
Quando M.F.L. disse que as grandes obras públicas que o governo quer fazer não resolvem o problema do desemprego português, mas resolvem o problema do desemprego na Ucrânia e em Cabo Verde, foi acusada de racista e xenófoba.
Porquê? Por ser evidente que os portugueses não querem trabalhar na construção civil e que a nossa prioridade não pode ser resolver os problemas dos outros países? Estava a criticar os ucranianos e cabo-verdianos, ou estava a criticar o governo? É verdade o que diz, ou não é?
É oposição ao governo, ou não era?
Como é que, num governo autocrático, a quem toda a gente reconhece uma arrogância insuportável, toda a oposição concorda com ele, ou , na menos má das hipóteses, se desculpa humildemente das críticas que lhe fez? Estão todos assim tão atrapalhados com o caso dos bancos, ou outros? Estará a oposição a ser vítima de chantagem? Cada um individualmente?
É que isto já tem acontecido.
Até mesmo nesta pequena pátria dos costumes brandos.

terça-feira, novembro 18, 2008

Galinhas "Top Model"


A terrível e irredutível ministra da educação, que não cede nunca a nada, cedeu à manifestação mais disparatada que possa haver: a revolta dos ovos.
É claro que, depois de assinar ao domingo, um despacho de duvidosa legalidade, afirmou que esse Despacho era um esclarecimento porque a culpa foi dos professores que não o perceberam!?!!!!!!
Quer dizer que só entende uma linguagem: a dos ovos.
O que mais me irritou sempre nesta criatura é o discurso completamente anacrónico, vazio e eivado de um indisfarçável desprezo por todo o mundo. A prova disso é que o sujeito de todas as suas frases é: as escolas.
De acordo com a moderna semântica, escolas é um substantivo comum concreto, não-humano e não-animado. É assim que ela vê os agentes do ensino e da educação:

Como sujeitos não-humanos e não-animados. Coisas.

Numa área tão humana e tão sensível como a educação, o resultado só pode ser o desastre que se vê e o desastre maior ainda que aí vem (tomem nota do que eu escrevi hoje e vão ver...)
PS: Como em Lisboa é difícil arranjar fotografias de galinhas, receio que estas se tornem "top models" dos blogues que tratam estes assuntos.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Numa pequena aldeia gaulesa

Andam os crédulos a afirmar que nós temos muita sorte porque há muitos países que estão em recessão e nós conseguimos escapar: Estados Unidos, Japão, Alemanha...
Numa pequena aldeia gaulesa, pelo contrário, está tudo bem, com excepção de um bando de professores e de alunos que andam a protestar e a divertir-se.

Então vejamos:
No boletim das previsões económicas de Outono, Bruxelas refere que o Produto Interno Bruto (PIB) vai sofrer uma contracção no terceiro e quarto trimestres de 2008, recuando 0,3% e 0,1%, respectivamente, face aos trimestres imediatamente anteriores (conceito de recessão técnica)

JORNAL PÚBLICO
Economia portuguesa entra em recessão técnica este ano

ETC...
Afinal, a peuena aldeia gaulesa não escapa desta!

domingo, novembro 16, 2008

Pagar em géneros

Este governo e esta ministra mimaram os estudantes portugueses como nunca antes tinha acontecido, oferecendo-lhes milhares e milhares de computadores portáteis, assim como exames ridiculamente fáceis.

Emocionados, os estudantes portugueses decidiram pagar em géneros: com ovos, tomates, etc...

Ainda não acertaram em ninguém da equipa do Ministério, mas também ainda não desistiram.
A equipa do ministério começou por acusar os professores de terem dado os ovos aos estudantes, declarando que estamos em crise e que eles não têm dinheiro para os ovos. Esqueceram-se das mães. Quem é que consegue arranjar tomates demasiado maduro e outros legumes estragados em grande quantidade? Provavelmente as vendedoras da praça, algumas das quais são mães e avós. Ou as outras mães, se os pedirem às vendedoras.

Manif de professores 15 de Novembro de 2008




Há vida para além dos partidos. E castanhas assadas.





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sábado, novembro 15, 2008

Madonna

Ouvi em tempos uma história provinciana e muito engraçada. Era sobre a vilória de Tarouca, no Alto Douro.
Houve um político lá da terra a afirmar, num discurso de inauguração, o seguinte, que fez rir às gargalhadas todo o mundo:
- Tarouca é o assombro das nações estrangeiras e o terror dos povos vizinhos!
- Pois, se calhar nem era. Mesmo nada!
Mas eu vou colocar aqui as iluminações de Natal das Amoreiras, que são fantásticas. Não serão o "terror das nações estrangeiras", mas talvez despertem inveja nas pessoas que aqui aparecem de diferentes nações: França, Brasil, Bruxelas, Estados Unidos. E outros. Ao dizer aqui, refiro-me a este blogue.
Que Lindo! Se eu não vivesse em Lisboa, queria viver em Lisboa! Morram de inveja!
Para gozar um nadinha com a situação, coloquei um título que não tem nada a ver, mas que vai trazer aqui montes de gente.





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Heroínas

Ainda há heróis e heroínas neste mundo e exactamente onde menos seria de esperar: no Afganistão. Protagonita: uma rapariga.
Ver aqui

Mas o que vemos à nossa volta é frequentemente uma inconfessável cobardia, que até envergonha quem a vê.

Através de todas as convulsões que o mundo está a viver, devemos tentar manter, por todos os meios, a nossa civilização, que de há muito proclama os direitos humanos, os valores humanos (cristãos) e a coragem de manter as convicções na hora adversa.
Para que ela possa continuar a servir de exemplo e para que possamos ajudar os outros. Não será uma civilização muito boa nem muito evoluída ainda, mas é a menos má.


quinta-feira, novembro 13, 2008

A Pedrês

Última hora


Uma galinha pedrês foi detida para averiguações, após ter posto um ovo frente ao Ministério da Educação.


A autópsia revelou tratar-se de galinha do campo completamente inocente e na esquadra acabaram por gostar imenso dela, depois de a terem comido de cabidela, acompanhada de um bom tintol.


Também foi possível averiguar que a dita pedrês não tinha sido instigada no acto por nenhum professor.


Como é melhor prevenir que remediar, os polícias do giro vão ser devidamente condecorados
E AINDA!!!!!!! Vão ser premiados com um... Magalhães!

Magalhães e os Ovos

Alguém parou para pensar na razão por que os estudantes portugueses não estão muitíssimo agradecidos ao Governo e aos representantes do Ministério?
Como vulgarmente acontece neste país, toda a gente reage emocionalmente e ninguém analisa coisa nenhuma.
Vejamos: o 1º ministro, José Sócrates, gaba-se e com razão (quero dizer com isto que é verdade), que distribuiu milhares de computadores pelos jovens e pelas crianças portuguesas, sem que nenhum outro governante nunca tenha feito algo de semelhante. É verdade: deu Magalhães aos mais pequenos e Toshibas portáteis com internet de banda larga móvel aos maiores, os mesmos que atiram ovos.
Não é verdade que as crianças e os jovens adoram computadores? Não seria de esperar que se sentissem agradecidos? Os professores têm para oferecer a esses mesmos alunos, como contrapartida, as mesmas aulas monótonas de sempre(os computadores ainda não chegaram a todos os alunos e provavelmente nunca chegarão - os portáteis estragam-se facilmente). Os professores têm sido desprestigiados pela ministra e por toda a gente.
Há professores que são odiados e outros que são amados, mas mesmo estes últimos dificilmente poderiam competir com as carradas e carradas de computadores novos em folha (muito menos os outros).
Como se explica que o Ministério da Educação nem sequer consiga, neste momento, presidir à cerimónia de entrega dos ditos computadores? De facto, supõe-se que também em Baião os representantes do Ministério nem conseguiram entrar na escola para fazer isso...
Outra pergunta, não menos pertinente:
Sendo dado que o tão discutido sistema de avaliação dos professores os obriga a passar de ano praticamente todos os alunos, (mesmo os que não sabem nada), e os deixa quase indefesos quanto ao mau comportamento dos piores, como se explica que estes estudantes estejam contra a ministra?
Como podem estar contra a ministra jovens que sabem ir ser submetidos a exames facílimos como foram os do ano passado?
Sim, é verdade que, com as novas leis, eles podem reprovar por faltas só porque estiveram doentes, mas quem acredita que os professores vão realmente aplicar esta lei, quando estão tão revoltados contra todas as leis?
Nova pergunta: parece ser evidente para muitas pessoas que quem incita os estudantes a estes "motins" são os professores. Não será isto, de novo, ver tudo de forma emocional e não racional? Que professor será tão estúpido que desperte a fera que há em cada jovem e que ele conhece melhor do que pessoa alguma, por lhe conhecer a ferroada dos dentes?
Não haverá outras explicações? Vocês não leram nos jornais que as famílias portuguesas começam a poupar na comida? Na qualidade e na quantidade?
Vocês não leram nos jornais que os estudantes começam a levar para as escolas menos comida e menos agasalhos, ao ponto de alguns ficarem só com o leite, que é grátis para os mais pequenos?
Quando as pessoas que me rodeiam agem de forma excessivamente emotiva e menos racional, eu sinto ser minha obrigação ser racional e menos emotiva.
Porque é que o povo português está a fazer o contrário a respeito desta questão? Por brandos costumes? Por submissão? Ou ninguém está realmente chocado com nada disto e anda tudo a fingir?
Não anda toda a gente revoltada? Não é em casa que os estudantes bebem o descontentamento? Não chegam à escola para aturar professores sem paciência para os ouvir porque andam irritadíssimos, ao contrário dos "pazes de alma" que costumavam ser antigamente?
Alguém lhes dá atenção? Dão-lhes Magalhães.
Não dizem os psicólogos que as coisas materiais não substituem tudo o resto?
Tudo o resto é, talvez, tudo aquilo que costumavam ter.
Há quantos anos está no poder esta Ministra? Que idade têm estes jovens? Que conhecem eles do mundo?
Eles chegaram a este mundo há tão pouco tempo! E querem viver tão depressa! Quem os entende?

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Chuva de ovos recebe secretários de Estado da Educação à entrada de escola em Chelas

Clicar Aqui

Mais um episódio de chuva de ovos ocorreu esta tarde, quando os secretários de Estado da educação Valter Lemos e Jorge Pedreira se preparavam para entrar na Escola Secundária D. Dinis, em Chelas, Lisboa.

Suspensão da Avaliação

Muitos estabelecimentos de ensino do país decidiram esta semana, ou estão a decidir esta semana, como foi proposto na manifestação de sábado passado, suspender a avaliação.
estas decisões têrm sido tomadas, ou por unanimidade, ou por todos os votos a favor excepto 1 ou 2. Escusado dizer que estes 1 ou 2 são das pessoas que só interrompem o atestado psiquiátrico nos dias de greve ou de Reunião Geral, para que não se pense que estão a fazer greve ou a concordar com reivindicações.
É evidente que estas pessoas ficariam prejudicadíssimas com uma avaliação que fosse normal, mas já perceberam há séculos que vale tudo menos fazer ondas.
Outra situação muito estranha: embora as pessoas que votam a favor subscrevam um texto apontando as razões da suspensão, a ser enviado para o Ministéro da Educação, texto esse que pode ser consultado nas páginas dos sindicatos, A Ministra e demais representantes do Ministério juram a pés juntos que não aconteceu nada disto em lado nenhum.
Porque será? Porque não conseguem explicar a situação? Porque não querem reconhecer que perderam o controle da situação?

quarta-feira, novembro 12, 2008

Respeitinho com ovos

Aqueles que proclamam que "o respeitinho é muito bonito", gostariam de ver um povinho submissozinho, a fazer o que mandam os Srs. Ministros e isto a começar pelos professores, que dão o exemplo.
É assim que passamos de ditaduras que caem de podres e de velhas para ditaduras modernas e mais sofisticadas, sem fazermos muitas ondas.
Há dias, dizia-me uma senhora que, se os professores cumprissem bem a sua missão de informar e formar, o povo português não aceitaria este tipo de políticos, sempre suspeitos de tudo, mas sempre vangloriados e a vangloriarem-se do contrário.
Até parece que adivinhava!

terça-feira, novembro 11, 2008

"Justiça de Fafe" à Ministra da Educação

Sempre ouvi falar da Justiça de Fafe como sendo rápida e implacável, mas ninguém esperava por esta.
Indo a Ministra da Educação "dialogar com os alunos", com aquele ar doce e brando que todos lhe conhecemos, eis senão quando é "ovacionada" com ovos, em Fafe. Ia entregar os diplomas do Programa Novas Oportunidades.
Ó Fafenses! Que injustiça! Então isso faz-se?

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1349665&idCanal=58

Não sei se vocês sabem que agora os alunos podem reprovar por falta no caso de estarem doentes? Ao passo que outros não reprovam por muitas faltas que dêem, apesar de não terem estado doentes? Não percebem a lógica?

segunda-feira, novembro 10, 2008

Ó chantagistas, comam brioches!



- Você não me diga que vai pôr o seu filho nas mãos desta meia dúzia de chantagistas. Que só andam aqui chantagear o governo e os outros professores!
- Quais outros professores, filha, não vês que estão aqui todos? Ou referes-te àqueles que estão sempre de atestado psiquiátrico (falso) e que nem vieram aqui nem vão a lado nenhum nunca e muito menos vão dar aulas?
- Porque é que você não manda o seu filho para um colégio na Suíça? O quê? É caro? O que é barato é que sai caro!

A rainha Maria Antonieta pecou por ingenuidade e desconhecimento da realidade:
- O povo não tem pão? Mas qual é o problema? Eles que comam "brioches"!

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domingo, novembro 09, 2008

Ver também

Ver também os blogues (basta clicar do lado direito, ao fundo)
Fonte Nova
O País do Burro e
We have caos in the garden

Destruir a Escola Pública


A ideia do governo é destruir a escola pública, criando um tão grande facilitismo que os alunos saem de lá sem saberem nada.
Os que podem, aqui e em toda a parte, dão aos filhos uma "boa educação", mandando-os para colégos caros.
Os outros saem da esola, ou sairão no futuro, se não pudermos evitar, sem hábitos de trabalho, com uma preguiça inominável e pensando que podem continuar assim. E podem. Podem aumentar a delinquência e a criminalidade.

Para já, ainda alguém que goste de estudar pode ter um bom futuro, mesmo que não tenha dinheiro para livros. É-lhe, ou era-lhe dada uma oportunidade. Que deixará de lhe ser dada, se as coisas continuarem assim.
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E agora, José?

Em 8 de março houve um manifestação, em Lisboa, com 100 mil professores, ou seja, quase todos.
Em 8 de Novembro houve um manifestação, em Lisboa, com 120 mil professores, ou seja, todos.
Com a óbvia excepção dos que, por motivos de saúde ou de idade, não puderam fazer uma viagem de ida e volta de 600 e às vezes mais quilómetros, para andarem 5 horas a pé pelas ruas da cidade. É duro! É duro, mesmo para quem se levanta da cama em Lisboa e vai de táxi para o local da Manif, quanto mais para quem vem de tão longe: Algarve, Norte... Os de Cinfães, por exemplo, a acreditar nos jornais, demoraram nove horas e meia a chegar à capital.
E agora, Milú?

P.S.: o comentário da Maria no post seguinte, refere-se a um post como este, que retirei.

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quinta-feira, novembro 06, 2008

"Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos"


Ando a experimentar a minha máquina fotográfica nova, que comprei agora para fotografar um evento a ter lugar no Sábado. Se adivinham qual é, não digam. Este blogue tem segredos, é tanto o que parece mostrar como o que oculta.
Ainda não sei lidar bem lidar com ela, mas esta foto mostra bem a Lisboa real.
Sé de Lisboa e roupa a secar.
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quarta-feira, novembro 05, 2008

Barak Obama

Até que enfim uma boa notícia!
E ainda dizem que as boas notícias não são notícias.
Finalmente alguém que tem sonhos, ideais, ideias novas e que consegue convencer os outros de que esses sonhos e esses ideais são bons!
De futuro vou designá-lo aqui pelo termo carinhoso de Barraca Abana. (Para quem é ou vive no estrangeiro:uns cómicos da televisão chamam-lhe assim). Acho que ele vai abanar isto tudo.


A propósito: também temos um comentador novo no blogue, que também tem um blogue. Chama-se a si mesmo filomeno2006 e parece ser espanhol. Veio à procura do termo estafermo. Lembram-se? Se não se lembram podem escrever "estafermo" onde diz "pesquisar no blogue", acima da página e vão lá ter.
Beijinhos
Nadinha

terça-feira, novembro 04, 2008

Sopa de urtigas e máquina nova




Comprei uma máquina fotográfica nova e muito melhor do que as outras, com muito zoom, mas ando a experimentá-la e ainda não sei lidar bem com ela. Ela vê coisas que eu não vejo, por exemplo.
Acabo de descobrir que, se procurarmos bem, mesmo nas ruas de Lisboa acabamos por arranjar urtigas que cheguem para fazer uma sopa, como se vê pela gravura junta.
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sexta-feira, outubro 31, 2008

Escola de Malucos

Tenho conhecido vários imigrantes.
Quase todos, russos, ucranianos, brasileiros, me têm dito o mesmo: tencionam ficar em Portugal para sempre.
Alguns têm cá a família toda, porque já a trouxeram, acham que isto é uma terra boa onde se vive bem...
Existe, contudo, um problema.
Uma russa, uma engenheira nuclear russa, que trabalha como cozinheira numa escola básica, sendo o marido também russo, também especialista numa especialidade em que há agora excedentários na Rússia, responde-me, quando lhe pergunto se tenciona regressar à terra dela:
- Não posso ir. O meu filho tem estudado aqui e, embora seja muito bom aluno, se agora voltássemos para a Rússia, punham-no numa escola de malucos.
- Escola de malucos? - Digo eu, siderada - O que quer dizer isso?
- O ensino aqui em Portugal está tão facilitado que, se o meu filho fosse agora para a Rússia, era tão ignorante que parecia um atrasado mental. Mandavam-no estudar para uma escola de malucos. Entende?
- Entendo sim. Ele ia para uma escola de malucos porque não sabe nada.
Agora imaginem o que vão saber os estudantes portugueses quando esta ministra decidir que ninguém pode reprovar, que todos os estudantes, bons, maus, péssimos, baldas, têm que passar de ano, mesmo que não façam nada o ano inteiro. Sabem o que é não fazer nada, para os nossos jovens mais recentes? É pedirem à irmã que lhes pegue no comando remoto e que mudem de canal.
É não pegarem numa caneta para escrever uma frase, por duas razões:
1º - Porque não têm caneta e dá trabalho irem comprar uma, para além de que custa dinheiro...
2º - Porque não têm papel e dá trabalho irem comprar papel, para além de que custa dinheiro...
3º - É carregarem, na mochila para a escola, uma caneta, um caderno e tantas outras coisas que pesam...

Esta ministra é um génio. Mas os alunos que deviam adorá-la, odeiam-na.
Malefícios da democracia...

terça-feira, outubro 28, 2008

Escravatura, hoje

Fiquei abismada ao ler hoje no Público uma notícia sobre escravatura em África, nos nossos dias. Não é que não tivesse ouvido falar, nem que não fosse imaginável, só não imaginava que fosse legal, ainda nos nossos dias.
De facto, a escravatura foi abolida no Níger só há 5 anos e ainda existe noutros países.
Todos nós, há uns meses atrás, ficámos siderados com a notícia daquele pai austríaco que tinha a filha e os filhos-netos numa cave... pois algo de muito semelhante e em cerrtos casos muito pior se passará nesses países e sem dúvida nos países muçulmanos, em que queimam e matam mulheres impunemente.
A notícia do Público é uma boa notícia, mas realmente parece péssima pelas outras informações que estão implícitas.

A notícia já não está online, mas tem por título:

Mulher do Níger indemnizada por ter sido escrava.

já agora, foi indemnizada em cerca de 15 mil Euros

domingo, outubro 26, 2008

Os Novos Pobres

Já aqui escrevi alguns posts em que ironicamente comentava a existência de novos pobres, ou mesmo novos pedintes, por contraste com os novos ricos.
Referia-me a um tipo de pessoa que não gosta de trabalhar e que vive da abastança da nossa sociedade: homens que nos aparecem de calções, vindos da praia e pedem esmola para irem para casa de comboio...

Agora, mais recentemente há uns novos pobres que não dão nenhuma espécie de vontade de rir: pessoas com alguma idade, parecem ter trabalhado toda a vida, mas talvez o que têm não chegue. Há vários aos fins-de-semana, à entrada e saída das Amoreiras.
Quando damos, respondem qualquer coisa assim, embora às vezes com certo ar de indisfarçável e justificável inveja:
- Deus lhe acrescente o que lhe fica!
- Deus lhe dê tudo o que deseja!
Dá vontade de responder assim:
- Se Deus ouvisse o que lhe pede, você não estava aí a pedir.
Não, não devemos responder isto, a resposta certa é:
- Obrigada!
Afinal, é o mesmo que desejar feliz Natal ou boas férias, um desejo simpático...

sábado, outubro 25, 2008

Feira Biológica do Príncipe Real (continuação)

Voltei à Feira Biológica que é sempre aos sábados de manhã. Desta vez as urtigas não eram tão frescas nem viçosas, pelo que não comprei nada.
Em contrapartida, havia hoje, como talvez em todos os 3ºs sábados do mês, uma lindíssima feira de artesanato e velharias.
Nas velharias, encontrei uma curiosa imagem em porcelana da Rainha Santa Isabel, idêntica a uma gravura que conheço, ambas no acto de realizar o milagre das rosas. Hesitei em comprá-la por 15 Euros (é tudo muito barato, se compararmos com os preços das velharias das Amoreiras), mas... ainda se fosse a Santa Bárbara, a que acho graça por me parecer inteiramente fictícia...
Enfim, se encontrarem uma imagem interessante de Santa Bárbara, digam-me.
Recentemente comprei à Carla, do blogue "Sim Tristeza", um Santo António todo azul, feito por ela. Está em cima do frigorífico: viver em Lisboa e não ter um Santo António de Lisboa todo azul em cima do frigorífico é como ir a Roma e não ver o Papa. Nunca entendi esta expressão, dado que os romanos, homens e mulheres, são em geral bonitos e que o Papa, pelo menos o anterior, era visível em todas as partes do mundo.

terça-feira, outubro 21, 2008

Nova visista (de estudo) à Feira Biológica do Príncipe Real

De vez em quando faço uma visita, mais de estudo que outra coisa, à Feira Biológica do Príncipe Real. Já aqui escrevi duas vezes sobre isso: da primeira vez tendo ficado muito espantada com o que vi, da segunda já mais ambientada.
E agora.
A primeira coisa que me impressionou foram as urtigas. Não eram caras, um pequeno molho custava só 70 cêntimos. É verdade que na natureza são grátis, mas também é raro encontrá-las tão viçosas. Só uma vez, em que fiz uma excursão saudosista a um lugar muito bonito à beira-rio e em que viemos todos (eu e as pessoas que convenci a irem comigo) a gemer, com as pernas e os pés a arder, (era Verão) é que as vi tão viçosas e frscas. E numa grande extensão de terreno, campos e campos que tivemos de atravessar. Mas creio que essas urtigas não foram vendidas a 70 cêntimos o molho, talvez por não haver quem as comprasse, no que se perdeu uma boa maquia.

Enfim, como gosto de experimentar coisas novas, mas como sinto um certo receio em transportar um molho de urtigas, fui tomar o pequeno almoço a um café muito bonito e muito "in", enquanto meditava no assunto: tinham-me garantido que as urtigas dão uma sopa deliciosa, com muito ferro e que faz muito bem, e secas dão um chá muito bom.
Enfim, quando regressei o meu dilema tinha sido resolvido, pois todos os molhos de urtigas a 70 cêntimos tinham voado como por encanto, o que significa que não falta quem as queira.

Restou-me comprar umas fitinhas chamadas erva-do príncipe, muito boas para fazer um chá digestivo e saboroso, garantiram-me, e que se dependuram na cozinha voltadas para baixo, como fazem as bruxas com os chás. É o que vou fazer. Talvez um dia até dependure do tecto da cozinha uma réstia de cebolas e outra de alhos. Sobretudo se vierem aí os tempos do racionamento. Quem sabe? Já estivemos mais longe deles.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Estado da Nação: Magalhães Part Two

Ao dirigir-se, no dia seguinte à escola da criatura, a mãe deparou-se com uma situação veramente insólita: vários professores estavam sentados nas escadas a fingir que remavam e a cantar uma cantiga idiota sobre o Magalhães:


- ao que isto chegou- disse para com os seus botões - esta ministra está a pôr os professores todos doidos! mas depois lembrou-se que deviam estar a ser avaliados. e bem precisavam de se esmerar, pois ela, por exemplo, tinha dado negativa à professora dos filhos todos. Era o que faltava!


Entrando de rompante pela sala dentro, perguntou:


- olhe lá, quem é que roubou o Magalhães do meu filho?


- Só se alguém estivesse doido é que roubava o Magalhães do seu filho - disse, tremendo, aprofessora - os outros são todos crianças e só ele é que tem 18 anos e esse corpo, não vê?


- Eu cá não quero saber de nada disso, ouviu? Dá cá o Magalhães do meu filho. e tu também dá cá o Magalhães do meu filho. E você?


- Este é o meu - disse a professora, já debaixo da mesa.


- Então vou levá-lo. dá-me também esse. Dá cá! dá cá, olha que levas! estes computadores são verdadeiramente portáteis. Levo estes todos e ainda posso levar mais um ou dois.






Neste interim, os dois filhos mais velhos da mulher, irmãos da criatura, foram postar-se à entrada das escolas de outros bairros da cidade, a apreenderem os Magalhães que tinham sido roubados ao irmão.


E assim se criou uma pequena e média empresa familiar de venda de Magalhães.


Viram o "happy end"?

quinta-feira, outubro 16, 2008

Estado da Nação: O Magalhães

(Ler o texto anterior neste blo9gue)
-Oh mãezinha! O meu colega da carteira roubou-me o meu Magalhães!
-O quê? Roubaram-te o teu Magalhães? Ai, eu te garanto que alguém há-de pagar por isso!
Pai: - Tem calma, mulher, tu da outra vez que fostes defender o piqueno destes dois murros na professora e quase que ias dentro!
- Quase que ia, mas não fui! E ela ficou sem os dois dentes da frente. É verdade, ó filho, a tua professora inda não tem os dois dentes da frente?
- Não, ela disse que os vai pôr, mas desde que tu lhe rachastes a cabeça e lhe partistes os dentes a gente não percebe nada do que a gaja diz. Fala tudo em esses: - Fossstes tu que fizzessstes isssto?
A gente faz um pagode! Começamos todos a responder assim:
- Não fui eu, fossstes tu que fizzzzzzzestesssssssss... Ah ah ah!
Pai: - Ah ah ah!
Mãe:- Ah ah ah! Ai que eu até me dói a barriga!
Pai: -Ui que eu rebento!

(Cenas dos próximos capítulos: a mãe recupera os vários Magalhães que tinham sido roubados ao saeu filho, incluindo o da professora e vai vendê-los para a feira da ladra.)

P.s.: Não é o PS, é o post scriptum: se você clicar aí em baixo onde diz Estado da Nação, aparecem vários textos que escrevi ao londo de dois, quase três anos e dos quais muita gente gostou.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Magalhães: os analfabetos mais caros do mundo

Até agora as criancinhas (a partir daqui abreviado para "criaturas" em espanhol) saíram das escolas primárias sem saberem ler nem escrever. Mas agora, tudo vai mudar.
Existiam uns computadores feitos de propósito para o Terceiro Mundo e o governo português mandou fazer esses computadores numa fábrica portuguesa ( escolhida com toda a isenção, esperemos...) e resolveu dá-los ou vendê-los baratos às "criaturas".
Qualquer pessoa que tenha visto uma criança nas imediações de um computador terá retirado a mesma conclusão: a criatura gruda-se no computador, experimenta todas as teclas e todas as hipóteses, antes de descobrir os jogos. Depois disso já não quer saber de mais nada. Isto se não tiver dado cabo do computador.
Outra constatação evidente: para uma criatura os computadores não têm dono, ou melhor, são todos dela. Quer sejam do pai, da avó, da tia ou da vizinha.
Agora com o Magalhães tudo vai mudar. O que acontecerá à criancinha que deixar cair o dela e o destruir? Ficará info-excluída, ou, como é óbvio, têm de lhe dar outro? Ou mais dois, durante o ano, para cada um?
A criatura que destruiu o seu computador e que quer jogar não irá concluir que o Magalhães do colega do lado é dele? E se o colega for magrinho e o que estragou o Magalhães for grande e gordo? Quem é que fica sem Magalhães? Afinal, são todos iguais...
Vamos ter, no futuro, os analfabetos mais caros do mundo. Mas alguém há-de lucrar alguma coisa com este negócio.

terça-feira, outubro 14, 2008

Os meus fregueses

Os meus fregueses não têm feito comentários nenhuns: será por causa da crise? Será do Outono?
Mas só é Outono em alguns sítios...
De qualquer modo, apesar de não haver comentários, não tenho tido menos fregueses nos blogues.
Conselho / Sugestão útil:
Comprem ações da bolsa (portuguesa, francesa, japonesa) estão todas ao desbarato e em saldo...
Ou comprem fundos e neste caso é melhor internacionais. Enfim, os bancos que faziam os fundos já faliram quase todos, mas os fundos existem e persistem. E também estão em saldo...
Beijos
Nadinha

segunda-feira, outubro 13, 2008

Quem lucra com a crise?

Ouvi uma entrevista com o empresário Henrique Neto, que muito aprecio até porque o conheço pessoalmente.

Como sempre, deu uma visão muito lúcida sobre a actual crise, muito informada também, visto que sempre negociou com os Estados Unidos e conhece muito bem a situação.

E houve uma afirmação que me impressionou, sabendoa ainda por cima que ele é do PS.

Disse que o Governo teria de responder pelo descalabro da economia portuguesa e das contas do Estado, mas vai dar a desculpa de que tudo se deve à crise internacional, ou seja, é o Governo quem mais ganha com a crise.

Vi e ouvi esta entrevista enquanto caminhava na passadeira no ginásio, mas de repente vieram dizer-me que estava na hora de fechar e que eu tinha que sair: fecham sempre o ginásio meia- hora mais cedo da hora marcada....

Ora bolas, não ouvi o resto...

Mas a pergunta é: no meio de tudo isto, o Governo ainda quer fazer obras megalómanas para que o "Sócrates" fique na história?

Só se ficar na história como o homem que levou o país à bancarrota, na esperança de vir a ser presidente da ONU, ou da CEE, enfim, dessas coisas de que ninguém quer ser presidente, a não ser ele.

sábado, outubro 11, 2008

O medo é o verdadeiro perigo

Manuela Ferreira Leite afirmou, depois de muitos terem dito e inúmeros terem sentido o mesmo, que vivemos um déficit democrático, pois as pessoas têm medo de falar, de criticar seja o que for, de protestar.
Creio que sempre foi assim, mas também acho que agora é insustentável, sobretudo porque, como quase sempre acontece, o medo é maior que o perigo, ou por outra, o medo é o verdadeiro perigo. Já o tenho dito aqui a propósito de vários medos. Por exemplo, no Brasil, senti que as pessoas não andam nas ruas porque têm medo e portanto só andam nas ruas aqueles que são perigosos: se todo o mundo saísse à rua, podia até haver levantamentos de grupos para defender alguém...
Vem isto a propósito de notícias recentes que começam a levantar o imenso véu da corrupção: as casas da Câmara de Lisboa alugadas por 25 cêntimos a pessoas ricas e a empresas, um livro recentemente publicado dizendo que os portugueses toleram bem a corrupção. Depois digo o título, pois não o fixei.
Muitas vezes me surpreendi, depois de ter protestado contra isto e aquilo, por me terem dito que eu tive muita coragem. Coragem? Então qual foi o perigo? Corro algum risco por protestar? Normalmente não tenho essa noção e até fico assustada quando me dizem que fui muito corajosa...
Corajosa? Que é que eu fiz? Apenas exerci o direito à indignação e o dever cívico de criticar o que está mal.
Agora creio que compreendo melhor que, tal como o "respeitinho", o silêncio também é muito bonito. É que, para haver corrupção, é necessário haver cumplicidades. É que as cunhas são o sistema deste país e quase ningém está imune. É um silêncio cúmplice, é o silêncio de quem pensa que são todos iguais... na cunha.
E vocês acham que a CEE vai continuar a financiar um país em que os ricos pagam 25 cêntimos para viver num palácio em Lisboa e mostrar que são ricos e os remediados pagam 1000 Euros para viver numa casita vulgar? E mostrar que são pobres?
É que nós achamos tudo isto muito bem.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Vem aí o dengue

Não, não é o Deng Xiao Ping. Não se assustem.
É só uma epidemia de dengue, que começou no Brasil e que ameaça chegar cá.
Creio que é aquilo que conhecemos por doença do sono.
Falando outro dia com uma brasileira do Sul, creio que do Paraná, ela disse que lá na terra dela não há dengue, porque: os polícias entram na casa das pessoas, regularmente, mesmo que seja contra a vontade delas.
Se tiverem jarras com a água já velha, obrigam a deitá-la fora, por exemplo. Depois vão aos quintais e jardins. Se encontrarem um pneu velho, por exemplo, levam-no para o destruir, pois o pneu há-de vir a juntar água, que se tornará um viveiro de mosquitos.
Enfim, se o dengue vier para cá, já sabemos o que fazer: evitar a água parada e tudo o que possa criar mosquitos.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Abençoados aqueles que gastaram tudo o que tinham!

Porque deles foi aquilo que tiveram. Digo eu.
Afinal de contas, nós andávamos todos, em todo o mundo, a poupar para alimentar os bancos, que, por sua vez, alimentavam o sistema financeiro americano, o verdadeiro coração da América.
E agora corremos o risco de ficar sem a grana que juntámos ao longo da vida e ainda é possível que os ordenados sejam reduzidos por causa disso ( os subsídios de férias e de Natal já eram...).
Abençoado quem gastou todo o dinheiro que tinha, que herdou ou que ganhou!
Prometo que, se escapar desta, vou gastar muito mais e dar muito mais a quem me apetecer. Afinal de contas, está fora de causa eu trazer para casa as notas e escondê-las debaixo do colchão: os ratos, os ladrões e a desvalorização das moedas aconselham-me vivamente a não fazer isso: solução?
- Gastar! Curtir! Enquanto é tempo, enquanto há dinheiro, enquanto ainda há gente que sabe curtir!

domingo, outubro 05, 2008

Cunhas?!

Parece ser absoluto consenso que as cunhas são o normal no sistema português. Alguém que estudou muito, trabalhou muito e além disso é bom, normalmente, repito: normalmente é ultrapassado por um(a) baldas que não sabe nada, não tem grandes capacidades e que ainda implica e complica quando alguém lhe faz sugestões complicadas, ou críticas.
Já todos nos tínhamos habituado a isso: é a cultura portuguesa do nepotismo e do compadrio, que levámos para as antigas colónias, ao ponto de ainda hoje elas serem ingovernáveis, tal como a "pátria-mãe" (ouvi este termo "pátria-mãe" em qualquer parte das minhas andanças, não me lembro agora se era Portugal ou Espanha).
Estava tudo bem, até que...
Tchan tchan tchan tchan...........
Até que este governo resolveu pôr essas eminências pardas, que passaram à frente das outras por cunhas, a, ouçam bem, a...
A avaliar as outras.
Então e agora já está tudo mal. O equilíbrio é importante! O que é que acontece quando uma nação perde o equilíbrio, conquistado ao longo de séculos e até mesmo transportado para além-mar?
Veremos nas cenas dos próximos capítulos.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Cunhas?!

Cunhas?!
Que grande novidade o haver cunhas em Portugal, ou mesmo serem elas quase o essencial do sistema português!!!!!!!!!!!
Vivi uns anos no Algarve. Conheci lá uma senhora extremamente simpática. À boa maneira portuguesa, convivia com ela e ela e eu com todo o mundo no café que frequentávamos. Como diz José Gil, os portugueses não convivem a não ser em famíla ou indo a sítios onde encontram os outros "por acaso". Encontrávamo-nos todos por acaso no café onde íamos todos todos os dias.
A senhora dizia que tinha sido rica e que tinha dado muitas coisas aos "amigos" (mais uma vez se dá razão a José Gil, livro: " Portugal Hoje, o Medo de Existir" já referido num destes blogues). Quando ficou pobre, entre aspas, ninguém lhe deu nada, dizia ela e acrescentava o exemplo: tinha dado uma cadeira linda e cara, uma antiguidade, a uma "amiga". Quando ficou pobre pediu-lha de volta mas a amiga recusou-se a devolvê-la.

Contava outra coisa, confirmada por várias pessoas com quem eu convivia nessa época e que me despertavam credibilidade. Era esta pérola:

Um dia num café, uma professora dessa pequena cidade do Algarve estava com os azeites e disse:
- Oh quem me dera ter um emprego porreiro, andar de terra em terra, viajar, não ter que aturar alunos.
A dita senhora, que tinha uma irmã a trabalhar no Ministério da Educação e que oferecia cunhas a todos os professores, com a mesma prodigalidade com que ofereceu a cadeira antiga à amiga:
- Se quiser alguma coisa, é só dizer-me, que eu peço à minha irmã e ela faz-me tudo o que eu lhe peço!
Dizia eu, a dita senhora, ao ouvir a professora aborrecida e frustrada, logo telefonou à irmã, que imediatamente criou um cargo assim: viajar de um lado para o outro, cirandar sobretudo pelo Algarve e ir às vezes a Lisboa, cargo este a ser desempenhado por uma professora algarvia da cidade de X.

Adivinhem o resto! Não, pensando bem, não conseguem, não têm imaginação para tanto, pois o resto é assim:

A rapariga, que tinha dito aquilo num momento de fraqueza e de fantasia, realmente desejava aquele emprego, mas não o queria, preferia uma coisa mais cómoda, ficar sempre no mesmo sítio... e portanto recusou.
Foi-me dito por várias pessoas que a dita senhora andava pelos cafés (recordar o que foi dito sobre José Gil) a pedir aos professores que encontrava que ficassem com aquele emprego, porque a irmã tinha-o criado de propósito para alguém daquela terra, alguém jovem, professor, ou professora de preferência e agora não sabia o que fazer a semelhante cargo, visto que ninguém o queria!

quarta-feira, outubro 01, 2008

Cunhas?!

Vocês já ouviram dizer que em Portugal havia cunhas? Sim? Pois parece que isso é actualmente a grande novidade do país, a julgar pelas notícias dos jornais!

Só é notícia o que é novo, novidade, não é?

É notícia que as casas da Câmara de Lisboa destinadas a pobres são atribuídas por cunha a pessoas que não são nada pobres. Pois isso já toda a gente sabia e mais estranho ainda: os bairros sociais construídos em Lisboa e destinados a pobres são atribuídos por cunha a pessoas que não são nada pobres. e muitas vezes são atribuídos pelas instituições de caridade, num caso evidente de auto-caridade, enfim, pessoas que têm pena delas próprias, coitadinhas...

Etc, etc, etc.

Talvez resulte o falar-se agora nos jornais destas coisas. Eu sempre disse que a CEE não ia continuar a dar-nos subsídios para nós mantermos o sistema das cunhas. Mas também dá vontade de rir a novidade destas notícias.

sábado, setembro 27, 2008

Animação na Rua de São Bento





É hoje o último dia.

Na Rua de São Bento há um antiquário porta sim porta não. juntaram-se e fizeram uma animação de rua com muito bom gosto. estão todos abertos até à meia-noite e a música que se toca e canta nas ruas é muito boa. ha´também holofotes voltados para aspectos bonitos da rua, a iluminá-los, como uma buganvília enorme trepando por uma árvore, ou imagens projectadas na parede representando água, acompanhadas pelo som tranquilo das águas do rio (Tejo).
O Tejo não está longe da Rua de São Bento, mas nunca é demais evocá-lo.