terça-feira, abril 07, 2009

Alcochete: a nave dos patos

 

 

 

 

Alcochete ficará para mim, talvez para sempre, como a terra das aves.
Ou até mesmo (como sevê na foto) como a nave dos patos.
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domingo, abril 05, 2009

Esperando pelo mar

 

 

É assim que os barcos esperam pelo Tejo ou pelo mar. Pousados na terra. por exemplo, vistos do Miradouro Amália Rodrigues, de manhã e de tarde.
Vou contar isto porque algumas pessoas não sabem: O rio Tejo, dentro de Lisboa, chama-se Mar da Palha, embora me pareça que a expressão está a cair em desuso, porque antigamente a palha era utilizada para acondicionar as mercadorias nos navios, para não se partirem ou deteriorarem por outra forma. Então essa parte do Tejo estava sempre coberta de palha. Como parece um mar...
Em Alcochete chamam-lhe mar, com todo o descaramento e dão uma enorme importância às marés. A razão pode ser vista na imagem.
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sábado, abril 04, 2009

Alcochete

 

 

 

Alcochete, uma vila simpática e muito fotogénica, que se orgulha de ser o berço do mui importante rei D. Manuel, o primeiro de seu nome.
As pessoas são hiper simpáticas e sem stress. Dá vontade de vir morar para cá.
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O Rio Mar



Isto é o Rio Tejo, mas chamam-lhe mar e isto é uma praia.
Vou a Lisboa mudar de roupa, mas talvez volte. Se não for agora é depois.
O único defeito desta terra, segundo dizem, são os mosquitos no Verão.
Daqui a Lisboa é só meia-hora.

sexta-feira, abril 03, 2009


Tenho tido dificuldade em postar fotos por usar equipamento inusual.
P.S.: Alcochete é muitíssimo melhor do que eu imaginava, mas não consigo pôr fotografias.

quinta-feira, abril 02, 2009




Vim nada menos do que a Alcochete. Com a curiosidade que matou o gato, por causa do Freeport. Vinha decidida a gostar de Alcochete e a embirrar com o Freeport.
Agora, depois de ter comprado dois pares de sapatos e dois casacos, talvez ainda lá volte amanhã. Em verdade, gosto de dois centros comerciais: As Amoreiras, todas voltadas para o interior e todas urbanas e todas femininas e o Freeport, todo voltado para o exterior, todo ao ar livre e muito bem concebido esteticamente. Tem para todos os gostos, de todos os tamanhos e de todos os preços. Incluindo livros.
A senhora que me vendeu os dois casacos fez-me elogios que ninguém me fazia desde que engordei. Também é verdade que estou a emagrecer, pelo que o meu ego (que nunca foi pequeno), aumentou.
Chama-se Anabela e creio que a convenci a deixar de fumar.
Diz ela, por exemplo, que ainda não conhece Alcochete, pois vai todos os dias directamente do Barreiro até ao outlet. Pobre terra! Não era conhecida e continua a não ser... mas amanhã eu falo-vos dela.
Hoje estou instalada na Hotel Al Foz, o único que existe nesta vila. Não é grande coisa, mas já vi muito pior.
Bem, nada disto altera a minha opinião sobre a mina que este Freeport tem sido para algumas pessoas. Nem sobre outros assuntos. Continuo a pensar que o país está a saque.

segunda-feira, março 30, 2009

Mãe odeia filha

Achei curioso um caso que li no MSN, no Slate. É a carta de uma mulher para uma conselheira de maneiras e de moral chamada Prudence.
Conta que abandonou uma filha à nascença, para adopção e resolveu ir conhecê-la agora que a jovem tem 23 anos e a outra filha, que criou, 19. Não gostou nada dela, quanto mais a conhece menos gosta, acha indecente que ainda viva com os pais adoptivos (que diferença da América para cá!, aos 23 anos ser indecente viver com os pais), acha-a grosseira, malcriada e egoísta. E sente-se culpada por não gostar da sua própria filha.
A Prudence responde-lhe que deve ser de família porque a mãe também está a ser egoísta e pouco delicada. Está escrito em inglês
AQUI
Parece que já está provado há uns anos que o instinto maternal não existe, sendo prova disso que muitas mulheres não o têm, nem mesmo em relação aos próprios filhos. Quem o diz é Elisabeth Badinter, no livro Le Conflit, La Femme et La Mère, onde afirma:"L'environnement, les pressions sociales, l'itinéraire psychologique semblent toujours peser plus lourd que la faible voix de "notre mère Nature".
Para não falar daqueles pais e mães que tratam os filhos tão mal como as pessoas comuns não tratariam um inimigo. Mas espanta sempre, este tema.


domingo, março 29, 2009

Filme Gran Torino

Acabei de ver, no cinema, o filme Gran Torino. É fantástico!
Passa-se na América do Norte, a personagem principal (Clint Eastwood)é um antigo combatente do Vietnam racista e xenófobo, que cria laços de profunda amizade com um rapazito mongol, acabando por se identificar muito mais com aquela comunidade, que desprezava, do que com a sua.
A propósito, Gran Torino é a marca de um automóvel italiano antigo e com charme.
Não conto mais, pois termina de modo surpreendente.
Sinto-me sempre incomodada e aborrecida quando uma furtiva lágrima me acorre a um olho, ao ponto de ter de a limpar, como aconteceu desta vez, mas valeu a pena esse incómodo. Felizmente ninguém viu, portanto ninguém sabe.

quarta-feira, março 25, 2009

Lisboa com e sem névoa



Talvez agora vocês percebam por que é que eu escolhi esta terra para viver...
Tinha a escolher entre a minha própria pequena terra e todos os lugares do mundo. Como toda a gente... excepto talvez os nascidos em Lisboa que nunca quiseram sair daqui...
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Corrida na ponte 25 de Abril - 2009 - Parte 4




Antes de chegar à linha da partida, passamos por alguns corredores tão estreitos que nem podemos quase mexer-nos, como se vê na segunda foto, com o Cristo-Rei ao fundo e de costas. Num desses momentos, tive curiosidade de saber de que eram esses balões que se vêem aí. Escolhi, para lhe perguntar, uma rapariga que tinha três amarrados à cabeça. O outro motivo da escolha é que a mocinha estava mesmo atrás de mim, encostada a mim, colada a mim, pela falta de espaço.
- Esses balões são de publicidade a quê?
- Não faço ideia. Não me dei ao trabalho de ler o que diz aí.
A conclusão, infelizmente, só pode ser que a moça tinha a cabeça mais vazia do que os três balões que tinha amarrados à dita cabeça. Logo a seguir, estava um inglês a puxar o fio de outro balão, a tentar perceber o que dizia e a tentar traduzir para inglês...
Enquanto houver gente assim nesta nossa pobre terra...
A propósito: era publicidade a uma companhia de caminhos de ferro, a Fertagus, que faz 10 anos.
Longe de mim amarrar três balões à cabeça sem saber o que dizem!
A terceira foto mostra as pessoas que já corriam ou caminhavam em Lisboa quando quase todo o mundo ainda ia na ponte.
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terça-feira, março 24, 2009

Corrida na ponte 25 de Abril - 2009 - Parte 3 A Meta, Finalmente



Nem pensem! Ao tempo de 1h e 41 minutos retirem 15 minutos, que foi o tempo que eu demorei a chegar à linha da partida, indo cedo e esperando bué!
E cá está ela, a medalha!
E sobretudo
É muito importante que o local da chegada seja muito belo!
Este é o verdadeiro luxo de Lisboa: comparada com qualquer outra cidade, portuguesa ou estrangeira, tem sempre este pano de fundo, mais belo e mais antigo que qualquer outra. Tantos lugares magníficos! Quase todas as capitais da Europa foram destruídas, bombardeadas e arrasadas, menos esta...
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segunda-feira, março 23, 2009

domingo, março 22, 2009

Corrida na ponte 25 de Abril - 2009




Aqui vão as prometidas imagens, mas amanhã há mais.
Esta é uma estrangeira a preparar-se para a corrida. Ou, pelo menos, vários portugueses se dirigiram a ela  falando em inglês... o que não a deixou abismada, pois já se habituou... talvez seja do cabelo...

quinta-feira, março 19, 2009

Ainda este Papa

Está nas notícias da actualidade a ideia de que este Papa resolveu comemorar o quinto centenário da cristianização de Angola com dez anos de atraso. Afinal, o anterior já tinha comemorado isso mesmo...
E depois, não é preciso ler nas entrelinhas, basta ler com atenção nas linhas.
O Papa pretende fazer uma espécie de Concordata (o nome não é este) negociada, claro, com o regime.
De facto, o governo prepara-se para aceitar uma constituição que permita a poligamia.
Agora já estão a perceber?
Mulheres! Que tal a poligamia? Nada que seja contra os nossos direitos, pois não? Não se discute a hipótese de uma mulher ter vários homens, que se chama poliandria. Não. Um homem ter várias mulheres. Sem preservativo.
Estas coisas não se declaram por serem politicamente incorrectas.

quarta-feira, março 18, 2009

Este Papa e o preservativo

Como vocês sabem, sempre gostei deste Papa. E até concordo com estas afirmações polémicas sobre o preservativo. Sem ser católica.
Que eu saiba, Bento XVI não diz em momento algum que as pessoas podem, ou devem, fazer amor com quem lhes apetecer, sempre que lhes apetecer e sem usar preservativo. Ou diz?

E vocês acreditam que se podem rebolar com todo o mundo e fazer tudo o que é possível fazer nestes casos, sem correr perigo nenhum, só por usarem preservativo?
Acho que este Papa alertou para aquilo que os cientistas, muito pedagogica e demagogicamente e portanto, pouco honestamente, afirmam: basta usar preservativo para não contrair a sida. E nas letras pequenas dizem também que as lésbicas correm o risco de a contrair por usarem o mesmo pente que usa outra que tem sida. Se ambas tiverem feridas na cabeça, por exemplo. E neste caso não é necessário preservativo para coisa alguma. Como o grupo das lésbicas é o de menor risco, também se diz que podem contrair a sida com um beijo na boca, se as duas tiverem feridas na boca. Os outros não. Pois não?
A castidade e a fidelidade não são apenas valores morais. Em África, em que a sida dizima quase toda a população dada a promiscuidade das relações, A castidade ou a fidelidade são a única forma de ficar vivo. O Papa também apela ao tratamento gratuito contra a sida. Mas, aparentemente, há muitos políticos que gostariam de ver África despovoada. Um vasto e rico continente sem africanos.

Esses críticos do Papa, eu queria vê-los a desafiar os fundamentalistas islâmicos. O Papa deve ter opiniões partilhadas pelos ateus?
Alguém nos o proíbe de sermos ateus? Tem medo da Inquisição? Acorde. Ou você é católico, ou não é. Este Papa não é hipócrita, mas todo o mundo gosta de moralistas hipócritas.

sexta-feira, março 13, 2009

Vejam que boa notícia!

Popularidade de Sócrates abaixo de zero desde caso Independente
A imagem do líder do PS entrou em terreno negativo a partir de Maio de 2007. E está cada vez mais negativa. A descida começou com o caso da sua licenciatura"
(Ver jornal Público, 1ª página, dia 12 de Março de 2009. )

Mas quem diria? Os jornais não têm todos afirmado o contrário?

terça-feira, março 10, 2009

Mas falemos de coisas sérias


Com a insatisfação que é própria do artista, eu sinto-me muito infeliz com estas fotografias, muito embora elas apanhem duas raças de gaivotas: umas cinzentas e umas azuis...
Soube que apareceram aqui umas brancas, vindas dos círculos polares. Vi uma, mas não tinha máquina fotográfica "à mão de semear".
Muito mais interessantes do que essa coisa indevidamente chamada Sócrates. Podia ser uma treta como muitas outras, mas escusava de usar o nome dum dos maiores homens da história, uma pessoa que sempre se opôs ao poder. Este nome de guerra é uma espécie de prostituição fingindo a virtude.

domingo, março 08, 2009

Comer, orar, amar

Acabo de ler este livro "Comer, orar, amar" da americana Elisabeth Gilbert.
Lê-se com agrado, é uma experiênia interessante que nos faz refletir sobre mil coisas.
Conta a história da própria autora, em busca da espiritualidade em Itália, na Índia e em Bali, na Indonésia, para superar o desgosto de um divórcio.
O livro não é nada de extraordinário, mas é a odisseia de uma alma inquieta em busca da serenidade e da perfeição.
Inscreve-se nas filosofias e modos de vida "new age" e é muito conhecido por ter sido publicitado no programa da Oprah. Isto é chato, ser um programa de televisão americanos a promover escritores americanos para todo o mundo, mas pelo menos e por isso mesmo existe edição de bolso.

sábado, março 07, 2009

Nacional Nepotismo: o festival de asneiras do magalhães

Deixei de comprar o Expresso desde o Verão, porque ele me parecia o órgão oficial de propaganda do governo. Como, provavelmente, muitos fizeram o mesmo, o jornal mudou, ao que me parece e tem hoje dois artigos giríssimos: ainda não li tudo.
Refiro-me à entrevista com Manuel Alegre e à notícia sobre os erros graves e muitos de português que aparecem neste computador "educativo".

"Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as intruções de um puzzle - assim: "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste".
Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador Magalhães, conforme descobriu o deputado José Paulo Carvalho, depois de navegar na área lúdica do computador.
"

Parece que a culpa disto foi atribuída pelo ministério da educação à Direcção Geral abreviada para DGDIC. Esta mesma DGDIC brindou-nos com as TLEBS, que originaram um monumental abaixo-assinado que incluía professores, pais, linguistas, escritores, etc. Por esse motivo foram suspensas. Mas alguém me explica o que quer dizer suspensas? Deixaram de existir? Continuam a existir? Que gramática devem os professores ensinar aos alunos? Nenhuma destas perguntas tem resposta.
Para se desculparem, os responsáveis dizem que são poucos elementos a trabalhar. Que fariam, então, se fossem muitos?! Todos desta qualidade?
Outro órgão do brilhante ministério sai-se cá para fora com exames que são a vergonha do país, umas vezes cheios de erros, outras demasiado fáceis, outras vezes muito ambíguos e confusos. As notas dos exames dependem, assim, do enunciado dos exames e não daquilo que deviam depender: da boa ou má preparação dos alunos.
O ministério da educação não devia existir, ou então deveria ser remodelado de alto a baixo, mandando-se para a reforma todos os funcionários, ou, de preferência, para o desemprego, pois é o nepotismo nacional que perpetua estes erros.
A ministra da educação já nem é referida a propósito destes assuntos: para a proteger.

quinta-feira, março 05, 2009

Noticiários Nacionais


Dizem-nos o que parece ser uma evidência para os entendidos na matéria: o povo português gosta de ver notícias e é por isso que os telejornais portugueses duram tanto tempo e têm tantos apelos a veja depois, veja depois...

Dizem-nos o que parece ser uma evidência para os entendidos na matéria e para todos nós: casos como o do Freeport e muitos outros nunca chegarão a ser desvendados, se estiverem todos inocentes ninguém acredita, porque se forem todos culpados ninguém é condenado a coisa nenhuma.

Há uma excepção recente: um homem foi considerado culpado de actos de corrupção milionários e foi, portanto, condenado a pagar cinco mil euros. E os entendidos no assunto até dizem que é muito bom porque, pelo menos, foi condenado, coisa raríssima nestes casos.

Conclusão lógica da associação destes factores:O povo português adora ver notícias, embora não acredite em nada do que é noticiado! Alguém me explica isto?

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terça-feira, março 03, 2009

Ser escritor agora

O que pode acontecer hoje em dia a um escritor?
A resposta a esta pergunta nunca foi óbvia em nenhuma época e parece ser ainda menos óbvia hoje em dia. Senão, vejamos três exemplos, baseado-nos apenas em autores "best-sellers", 2 americanos e uma francesa, sem falar daqueles que nunca foram nada que se pareça com isso, como é o caso de Fernando Pessoa.
Vem hoje esta notícia no Público, referindo-se a David Forster Wallace, que teve um incrível sucesso com o seu livro "Infinite Jest". (Aparentemente, sentiu-se mal com isso. )

"No dia 12 de Setembro de 2008, enforcou-se na sua casa, saltando de um banco em cima do qual tinha colocado um exemplar de Infinite Jest. Na secretária ao lado, segundo o relato de Karen Green, tinha deixado um "bilhete" para justificar o suicídio, com... 300 páginas."

Aconteceu algo de semelhante com a escritora francesa Isabelle Marie, que se enforcou em cima da mala do pai após o grande sucesso da sua obra "La Bonne" ("A Criada").

Mas não é tudo.
John Kennedy Toole, escritor americano, suicidou-se porque ninguém queria publicar o seu livro "Uma conspiração de estúpidos". Onze anos após a sua morte, a sua mãe, que nunca desistiu, encontrou um editor que fez deste livro um dos mais vendidos do mundo.

Quem quer ser escritor?
Ouvi dizer que nem se ganha nada mal a trabalhar como canalizador...

domingo, março 01, 2009

Cães - continuação do post anterior

Aos domingos de manhã alguém vai deitar comida aos cães, muita comida numa grande gamela.
Mas eles comem-na toda no domingo.
Mal abro a minha janela, eles reconhecem o som e vêm logo a correr. Às vezes nem é preciso abrir, vêem-me, como se estivessem sempre à minha espera, e vêm. Raramente é preciso assobiar.

Faz-me isto lembrar algo que me comoveu: li no jornal que o Mickey Rourke, quando já era muito famoso, meteu-se nas drogas e no álcool. Um dia esteve para se suicidar, mas não o fez porque viu nos olhos do cão que o bicho gostava dele. Salvou-se e curou-se, apesar de sentir que ninguém gostava dele, a não ser um cão. E depois de ter tudo o que milhões desejam.
É uma história bonita e triste.
Acham que três cães podem comer só uma vez por semana?
Isto é apenas uma faceta visível da crise. As pessoas pensam que ajudam cães e gatos guiando-se por um impulso, mas esquecem os momentos de crise.

sábado, fevereiro 28, 2009

Terra Imunda!

Há um lindo jardim por baixo das minhas janelas. Nesse lindo jardim havia dois idosos simpáticos e felizes e quatro cães simpáticos e felizes. A casa e o jardim pertencem a um conde que os deixou viver lá até morrerem.
O senhor morreu há pouco tempo, a senhora foi viver para outro sítio, ficaram lá três cães esfomedos. Os vizinhos, incluindo eu, atiram-lhes da janela alguma comida, que chega lá esfrangalhada e dispersa, mas o cão maior consegue apanhar tudo. Agarra no maior bocado, segura-o e tenta apanhar os bocados dos outros. Observá-lo faz lembrar um estudo sociológico e confrangedor. Os outros parecem não ter fome nem faro, ficam assim, sem nada.
Não tenho feitio para tratar de três cães, nem para me preocupar com isso, mas também não aguento vê-los definhar assim.
Que faço? Aceitam-se sugestões.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Bordalo Pinheiro (ainda)

Esta é uma petição online para salvar a Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro. Foi a Maria que ma mandou. Já aqui falei dessa fábrica.
Clicar aqui e ver a seguir a este post
O governo tem salvo bancos que serviam para branqueamento de capitais, porque não salvar um património artístico tão importante.

Se clicar abaixo, verá os argumentos e os signatários. depois, é só assinar.


http://www.petitiononline.com/Bordalo/petition.html




Este comentário foi escrito muito depois: a Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro foi recuperada e dá lucro. Talvez estas reivindicações na net tenham contribuído para isso.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Terra Imunda



Coisa feia! Cágado. Vocês têm a certeza de que também é necessário preservar as espécies assim horrendas? Preservar o bacalhau ainda vá, que algumas pessoas gostam: eu não. Mas os tubarões, senhor! E estes bichos feios, inúteis e primitivos? UI!
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terça-feira, fevereiro 24, 2009

SPAM neste blog

Já tinha acontecido com os Escrevedoiros, agora aconteceu aqui: este blogue foi invadido por mensagens de publicidade. Como creio que elas são colocadas automaticamente, vou apenas fazer o que fiz da outra vez: introduzir a verificação de palavras. Toda a gente pode comentar, o comentário é publicado automaticamente, só em casos excepcionais o retiro, o autor também pode retirá-lo, mas tem de reconhecer algumas letras tortas e desalinhadas, coisa que uma máquina não fará.
Se o problema não se resolver, então terei que ler o comentário antes de o publicar, o que não queria.
Beijinhos e desculpem o incómodo. Vou tentar apagar a publicidade, que me parece má...

domingo, fevereiro 22, 2009

Meter água no Carnaval

O Carnaval é um daqueles momentos em que tudo é diferente, mas quem não tem sentido de humor, não entende.
Nunca gostei muito do Carnaval, mas agora começo a achar graça à actuação dos políticos...
Cavaco Silva perdeu umas eleições imprtantes porque não deu um feriado de Carnaval. Pareceu-lhe irrelevante. Eram eleições idênticas às que o actual governo vai disputar.
Porque quem está no poder não gosta de brincadeiras. Só gostam se forem eles a brincar, como têm brincado imenso com o nosso dinheiro.
Agora, divertiram-me duas notícias. É daquelas que me deixam muito bem disposta, como a dos ovos da ministra.
- Foi proibida uma brincadeira com o Magalhães.
- Uma criatura da política obrigou os professores do ensino básico de uma terra a fazerem um desfile de Carnaval, como referi no post anterior.
Afinal, apesar de todas as máscaras, é no Carnaval que se vêem as caras.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

O amor é mais forte que o medo!

Enquanto ALGUNS professores portugueses tiverem esta criatividade e esta confiança cega de que os alunos os amam (a alguns, que não a todos, claro!),
Enquanto estes mesmos se estiverem nas tintas para as ameaças de um poder autocrático...
Enquanto estes mesmos se guiarem pelo amor e ignorarem o medo...


Então existe esperança para este país.


Os professores do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura desfilaram hoje, ao lado dos alunos que festejavam o Carnaval. Mas vestidos de negro, amordaçados e com as mãos presas por correntes,


P.S. : Você seria capaz de desfilar, amarrado e amordaçado, ao lado de centenas de crianças e jovens? Imagine-se nessa situação e terá pesadelos.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Cáfila


"É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos Céus" - palavras da Bíblia.


Mas isso se calhar era dantes... E se uma cáfila, ou mesmo uma caravana de camelos, carregados, passasse pelo buraco de uma agulha?


Pintura de Vladimir Kush, intitulada, "Eye of Needle" Buraco da Agulha.


sábado, fevereiro 14, 2009

Não insultem o Robin dos Bosques!

Miraculosamente, os bancos BPN e BPP foram salvos quando não havia nada que os salvasse, por servirem interesses escusos, incluindo branqueamento de dinheiro, o que tem feito correr rios de tinta.
Mas agora o mistério começa a desvanecer-se.
Em vésperas de o aeroporto de Lisboa mudar inesperadamente de localização, o BPN comprou grandes propriedades nesse local, miraculosamente.
Seria transmissão de pensamento? Alguns pensam que as grandes figuras trabalham muito com cartomantes e outros que tais. Isto é a prova provada de que os do BPN são auxiliados por mediuns e videntes.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Robin dos Bosques? Qual deles?

Dizem os jornais, na secção de Economia, que está na moda a política do tipo Robin dos Bosques, praticada pelo actual governo.
Deixem-me ver se eu entendi...
O Robin dos Bosques era aquele que roubava aos pobres para dar aos ricos?
Quando o actual governo aumenta as taxas moderadoras dos hospitais e dá rios de milhões de Euros aos bancos especializdos para ricos e para vigarices...

Mais valia chamar-lhe estratégia Zé do Telhado.
O Zé do Telhado era aquele que roubava aos pobres para dar aos ricos? Então qual era?
Não haverá nenhum ladrão conhecido, entre os que roubaram aos pobres para dar aos ricos? Ou para ficarem com tudo? Estranho, não é?

Mas vejamos o que diz Mário Soares no Público online de hoje

“As pessoas tiram as conclusões das coisas. Como podem as pessoas aguentar que o Estado vá salvar um banco onde se sabe que há roubalheiras absolutas e fique tudo na mesma depois do Estado lá meter o dinheiro dos contribuintes. Não é possível”, disse, Mário Soares, alertando para as possíveis consequências.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Bando de Malfeitores e Iminências Pardas

Existe no planeta um único ministro da educação que trata os professores como um bando de malfeitores, exigindo, logo a seguir, que os estudantes respeitem este bando de malfeitores e a sua vítima, ou seja, a ministra da educação.
E já agora, também os seus apaniguados, como o Carlos Reis, que afirma, em entrevista ao Público, que
"São precisos professores que gostem de ler".


Acham?!!! Acham que os professores não gostam de ler?


Este Carlos Reis é uma daquelas iminências pardas com que Portugal se destaca em ser ignorado no mundo inteiro, no respeitante a estudos literários e muitas outras áreas.
Quando eu defendi a tese de mestrado, o idiota do meu arguente disse-me, em tom acusatório, que faltava na minha bibliografia referir a Bíblia! A Bíblia! A Bíblia dos estudos literários.
Por acaso não se referia a um livro de sua própria autoria, referia-se a um livro de uma iminência parda portuguesa que eu tinha lido muitos anos atrás e que, portanto, não referi.
Respondi-lhe que (era suposto eu saber argumentar, eventualmente usando argumentação agressiva)
Que para referir esse livro e todos os que li, deveria iniciar a bibliografia com o livro de leitura da 1ª Classe, seguido do da segunda, etc.
Disse depois que o Sr. Silva, (era esse o último nome) que escreveu a Bíblia, talvez fosse parente de outros senhores silvas, muito importantes na sociedade portuguesa, mas não deveria ser parente do verdeiro autor da verdadeira Bíblia, a não ser forçando muito a origem social dos senhores silvas e quejandos.
Afirmei em seguida que não tinha referido a Bíblia Católica por não saber ao certo qual era o autor. E que esperava não ser vítima de um auto-de-fé por não citar a Bíblia, dado que estávamos (ainda) no Século XX.
Resultado: ia chumbando. Só não me chumbaram porque a tese estava bem feita e não conseguiram. E porque a argumentação divertiu o público erudito, embora tenha irritado muito o arguente, um palerma.
Este senhor Carlos Reis também escreveu uma bíblia ou mesmo duas. E agora manda bitaites sobre tudo o que lhe apetece. Enquanto o deixarem...
Enquanto houver em Portugal autores de pequenas Bíblias, que são os pequenos livros sagrados de pequenas seitas! Escritos por pequeníssimas iminências pardas...
E mesmo assim,
Presidentes dos Conselhos Executivos reiteram pedido de suspensão da avaliação de professores



sábado, fevereiro 07, 2009

Lisboa


Basta um nadinha de chuva para a vegetação brotar por todo o lado. Só faltam as alfaces...
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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Enveja

Num dos meus últimos posts, eu perguntei qual era a última palavra de "Os Lusíadas", tendo afirmado que essa palavra só pode ser muito importante no contexto.
Senão, vejamos.
Camões escreve um livro grande (em tamanho), sempre com estrofes de oito versos, cada verso com 10 sílabas métricas. Cada estrofe está dividida em termos de ideia. Os quatro primeiros versos dizem uma coisa, os quatro restantes dizema outra. Mas isto não é tudo.
O esquema rimático de cada estrofe ou estância é sempre o mesmo: ABABCBDD.
Mais ainda: cada verso é acentuado na 6ª e 10ª sílabas (ritmo heróico), a não ser quando o poeta fala de amores, usando, então, o ritmo sáfico (acentuação nas 4ª, 8ª e 10º sílabas).
Complicado? Então vejamos: a última palavra de todo o livro é (como disse em comentário a Inteb, que faz anos domingo (parabéns Inteb)):
a última palavra de todo o livro é "enveja"
A resposta fácil e simples é: Camões não reparou nisso. Acham? Reparou em tudo e não reparou na última frase que escreveu, a mais importante de todas as frases de um livro?


Não me parece.
Antes parece que num país em que os que têm talento são marginalizados como Camões e os que não valem nada e são vigaristas bacocos e altamente valorizados, até porque têm cargos de poder, é natural que a inveja seja o principal sentimento social.
Os grandes escritores têm inveja dos escritores comerciais porque são estes que estão na onda e que ganham dinheiro, os escritores comerciais têm inveja dos bons porque sabem que são medíocres e que nunca serão como eles, os políticos e demais mercantes sabem que são medíocres e morrem de inveja daqueles que "por obras valerosas se vão da lei da morte libertando", etc.


Oiçamos o grande tio Luís (de Camões), num dos últimos versos da sua obra, profundamente decepcionado com Portugal e com os portugueses:


"Não mais,Musa,não mais,que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor que mais se acende o engenho
Não no dá a Pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza"


Será que Camões se referia ao momento presente?
"Austera, apagada e vil tristeza?"
Esta tristeza do Freeport é apagada e vil, acho eu... e a da Universidade Independente, que, alegadamente, ocultava crimes de branqueamento e outros, é apagada e vil, acho eu. E a do BPP, que, alegadamente, também ocultava crimes de branqueamento e outros, é "é apagada e vil", acho eu.
E a criatura que vem sempre a própósito destas apagadas e vis tristezas:
Será Dom Sebastião?


Vou colocar este post a comentar esta notícia do jornal Público
Sócrates sairá com imagem reforçada depois de esclarecido o caso Freeport, acreditam militantes

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Anedotário

Aos professores que se aposentam antecipadamente para não aturarem esta ministra, a mesma ministra faz uma proposta muito querida.
Se quiserem, podem continuar a trabalhar, desde que o façam obrigatoriamente três horas por semana, no mínimo, de forma gratuita, apresentando um relatório e fazendo concorrência aos novos contratados.
Aqueles professores (quase todos) que tencionavam continuar a trabalhar, de forma voluntária, gratuita e sobretudo clandestina, juram que nunca mais lá põem os pés.
Assim vai este país, com anedotas em vez de notícias...

A propósito: em resposta à pergunta que faço num comentário, alguém descobriu qual é a última palavra de "Os Lusíadas"? Só pode ser importante. As primeiras e últimas palavras de um livro nunca são deixadas ao acaso...