segunda-feira, novembro 01, 2010

PORTUGAL: quem o viu e quem o vê



Este título tão popular esconde o conteúdo tão literário deste post. São textos de autores portugueses dos séculos XIX e XX, que retratam a situação portuguesa exactamente como ela é hoje. Sempre por culpa de politicos corruptos (e incompetentes).

Ouçamos Eça de Queirós, prosador do Sec. XIX.
"Nós estamos num estado comparável sómente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá ...vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par , a Grécia e Portugal". (In As Farpas)
Ou Guerra Junqueiro, poeta do Século XIX
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, 1896
Ouçamos um poeta do Sec. XX - (século passado), José Régio, escrito em 1969
 Soneto quase inédito        
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão, 

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.  

Imagem retirada de publicidade a Portugal como destino de jogadores de Golfe. De facto, como os frondosos campos de couves e de cebolas foram transformados em campos de golfe, temos de importar as couves e as cebolas...

domingo, outubro 31, 2010

Feliz Halloween / Dia dos finados

Já pensaram nisto? Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados e depois o dia de Todos os Santos, indo ao cemitério pôr flores... (pergunto-me quantas pessoas ainda farão isso... na capital, na província...)
Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados, tal como em todos os países de religião predominantemente católica, nos USA divertem-se com... quase a mesma coisa: fantasmas, medos, superstições, dia das bruxas.
Nada mais natural. Esconjuram a angústia da morte e o medo dos fantasmas, festejam e dão presentes uns aos outros. E até dizem:
Feliz Halloween


Como estamos na aldeia global, que quase inaugurámos, nós os portugueses, a crer em alguns historiadores e filósofos, ligamos a net no Google e aparece-nos logo uma macacada muito divertida sobre o assunto. Contrastando com o nossa triste comemoração.

sábado, outubro 30, 2010

O leite com chocolate quase fazia cair a Ré Pública

Alguma vez vos passou pela cabeça que a criatura*, depois de muito discutir, ou talvez seja melhor dizer, como dizem uns jovens que conheço, depois de muito "refilar, ia acabar por assinar o Orçamento de Estado, mudando apenas o imposto sobre o leite com chocolate?


Na nossa sociedade, as crianças têm muito poder. Se  o José Pinto aumentasse o imposto sobre as Barbies e os Nenucos, ou lá o que é, caía o governo, o Presidente, (os quais já deviam ter caído da tripeça há anos) e a  Ré Pública. A qual está quase a cair (da tripeça)/ (bipeça).




O quê? Ai eles cederam em mais algumas coisas, foi? Não entendi essa parte. Só percebi que vou ganhar muito menos e que vou pagar muito mais por tudo, excepto pelo leite com chocolate. Mas, como nunca bebo leite com chocolate, não vou notar diferença nenhuma para melhor.


* Criatura: refiro-me ao líder da dita "oposição".

sexta-feira, outubro 29, 2010

Homenagem a Caravaggio



Cavadenti, Caravaggio - 1607/1610, Florença, Palazzo Pitti (Clicar por cima para ampliar)

Quando, em Agosto, passei por Florença, no diário de bordo que aqui publiquei, prometi colocar mais tarde obras de arte que vi, sobretudo no museu Palazzo Pitti.


Já agora, o principal defeito dos cruzeiros é não termos tempo para ver a terra e a  sua variedade. (Não, acho que me enganei, queria dizer), digo, a principal qualidade dos cruzeiros é não termos tempo para ver a terra imunda, com as suas variedades de mal, de imperfeição e de lixo. Nem de beleza, (claro!).

Agora que se aproxima o Inverno, vou fazer como  a formiga, quando antes fui cigarra e partilhar o que guardei para o tempo da chuva. Aqui e nos Escrevedoiros.


O quadro é de Caravaggio, pintor que teve uma imensa exposição em Itália, abarcando vários museus, por ser o seu centenário. E mesmo mais do que uma em diferentes espaços de Florença.
A exposição que vi e que está no Palazzo Pitti, chama-se Caravaggio e Caravaggieschi, ou seja, os que pintavam como Caravaggio. (Lê-se Caravagiesqui). 
Poucas obras tinha do autor, sendo uma delas esta: Cavadenti. A tradução melhor para isto seria como em brasileiro, Tira Dentes. Quanto ao resto, a imagem fala por si.


Parece antiquada? Em Marrocos, na praça central de Marrakesh, que deve ser muito moderna para o local, vêem-se tendas em que se tiram dentes por este método. Também se vêem, espalhadas pelo chão, dentaduras modernas. Podemos experimentar uma e outra e voltar a colocá-las no chão de terra. Dá para imaginar:
- Estás com os dentes a cair e a doer? Vai a Marrakesh. Na praça central, tiram-tos e põem-te uma dentadura moderna.


Uma fotografia faria melhor? Os homens que estavam a ver não eram mesmo nada "metrossexuais". LOL.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Bácoras

A Nadinha tem uma amiga que é professora e que lhe contou isto.
N' Os Lusíadas, há um episódio chamado "A Praia das lágrimas" em que é narrada a despedida, no Restelo, dos marinheiros que vão na viagem de Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia. É um episódio muito comovente, em que as mulheres e as mães lamentam a sua solidão e os perigos que eles vão passar. Uma mãe diz ao filho que não vá, porque vai ser comido pelos peixes "dos pexes mantimento".
Num teste sobre este assunto, do 9º ano, em que se pedia para interpretar esta passagem, um aluno afirma que a mãe tenta convencer o filho a não ir, dizendo-lhe que só vai comer peixe durante meses.




Que horror! Quem é que gosta de peixe? Na verdade, comiam coisas horríveis, biscoitos duros e podres, mas nada de peixe.
Já agora, vale sempre a pena ler o nosso Camões (Tio Luís).




«Qual vai dizendo: —«Ó filho, a quem eu tinha 
pera refrigério e doce amparo 
Desta cansada já velhice minha, 
Que em choro acabará, penoso e amaro 
Porque me deixas, mísera e mesquinha? 
Porque de mi te vás, ó filho caro, 
A fazer o funéreo enterramento 
Onde sejas de pexes mantimento?». 

Qual em cabelo: —«Ó doce e amado esposo, 
Sem quem não quis Amor que viver possa, 
Porque is aventurar ao mar iroso 
Essa vida que é minha e não é vossa? 
Como, por um caminho duvidoso, 
Vos esquece a afeição tão doce nossa? 
Nosso amor, nosso vão contentamento, 
Quereis que com as velas leve o vento?» 

sábado, outubro 23, 2010

Extasiarmo-nos com a beleza do mundo

Há tempos iniciei o que pretende ser um percurso espiritual. E de repente, descobri que não estava no princípio do caminho, mas talvez a meio de qualquer coisa: tanto os místicos cristãos, que praticam a meditação em silêncio, como os místicos orientais e outros, consideram que o mais importante é extasiarmo-nos com a beleza do mundo. 
Sim, extasiarmo-nos com a beleza do mundo, como eu sempre fiz, desde que me lembro. 


A maluca genial da minha médica naturista diz mesmo que vivemos no Paraíso. É tudo tão belo! O mar, a terra, diz ela.
E essa atitude de êxtase deverá conduzir-nos à alegria, à felicidade e finalmente à saúde física e mental. 


Fica, no entanto, um problema: extasiarmo-nos com a beleza do mundo, está bem, mas como fazer para não ficar completamente alheado e não deixar passar sem protesto estas políticas e estes políticos oportunistas, que empobrecem todo o mundo?
Como resposta a esta pergunta, criei este blogue, que contrasta completamente com o Escrevedoiros, onde me dou ao luxo de não criticar nada nem ninguém, de me encantar com tudo o que é belo ou bom.


E esta minha dúvida talvez não tenha razão de ser: a maior parte das pessoas que conheço conforma-se com tudo, não contesta nem protesta e também não se extasia com a beleza do mundo. Não é alegre nem feliz...


Procurar alguma coisa, seja lá o que for, é bom. 
Encontraremos o que existir

sexta-feira, outubro 22, 2010

Rankings das Escolas

O Ranking das Escolas aparece todos os anos a asseverar verdades de fé. Esta escola é a melhor, esta é péssima, etc.
Já foi muito falado que umas têm alunos de bom nível socio-económico-cultural e com explicadores a
tudo,  outras pelo contrário... 
Não vou repetir o óbvio.


Neste momento existem, nas escolas secundárias portuguesas, professores que têm o Mestrado e o Doutoramento, professores que têm o Bacharelato e jovens professores que fizeram uma licenciatura de três anos numa ESE (Escola Superior de Educação)* das Berças. Conheci professores da Ese que se viram gregos para fazer o mestrado, que compravam trabalhos para apresentar e nalguns casos, nem comprando trabalhos conseguiram. Os alunos destes são agora professores e avaliam os alunos daqueles que fizeram os Mestrados e os Doutoramentos. 
Consideremos, por exemplo, o caso da disciplina de Português: os exames de 12 º ano são de tal modo fáceis, que é quase impossível errar alguma resposta. Há, então, uns critérios que tornam impossível considerar uma resposta certa na totalidade. Ou seja, todos os alunos respondem certo no essencial, e depende da subjectividade do professor dar vinte valores ou cinco.


Estou a pensar num caso em  que uma pergunta do exame pedia figuras de estilo. Os critérios do ministério davam como exemplo 4 figuras, dizendo que havia outras. Mas alguns professores só aceitaram aquelas 4. Qualquer outra era considerada errada, embora houvesse cerca de 20, ou seja, mais 16 certas.
Sendo muito subjectivos, este e outros exames, acontece o seguinte: os alunos de uma professora de uma escola, são avaliados por uma professora de uma outra escola. Por exemplo, os alunos de uma professora que tem o doutoramento, são avaliados por uma professora que tem o bacharelato antigo e não conseguiu fazer a licenciatura, ou pelos professores que fizeram um cursinho na ESE (Escola Superior de Educação)* das Berças. E que talvez considerem errado aquilo de que nunca ouviram falar.
E vice-versa, claro. E é isto o ranking das escolas.


Por outro lado, estes professores que têm Mestrados e Doutoramentos e que estão em minoria na idade dos quarentas e cinquentas, são frequentemente marginalizados, já que estão em minoria. E até lhes são atribuídas notas más, nesta nova avaliação dos professores, depois de terem conseguido notas boas em provas incomparavelmente mais difíceis. E assim vai o ensino em Portugal.

*Estas Escolas Superiores de Educação (ESES) eram antigamente as que formavam professores primários. De repente, os professores dessas escolas passaram a dar licenciaturas. Foram obrigados a fazer mestrados, apresentando resultados imediatos, sob pena de perderem o emprego... e foi o que se viu... desde comprarem trabalhos e teses... e por aí fora...
São as novas oportunidades, particularmente interessantes para novos oportunistas.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Globinho do mundo - visitas a este blogue

Faz agora um mês que coloquei este globinho do mundo neste blogue. E houve, neste entretanto, cerca de 1000 visitas. De vários pontos do globo: Portugal, seguido do Brasil, resto da Europa, Chile e Argentina, uma presença constante de Califórnia, Estados Unidos, esporádicas referências à Ásia, algumas a ilhas, que parecem navios no mar, mas também houve ligações de navios.
É claro que muitas pessoas não encontraram aquilo que procuravam, mas muitas outras sim. O que se pode ver no Sitemeter, ao fundo da página. Este contador, Revolver Maps, embora seja menos específico, encontra mais visitantes e consegue localizá-los no mundo, sendo nisso melhor do que o Sitemeter. Mas o  Sitemeter especifica tudo.
Um dos posts deste blogue mais procurados é sobre a frase "Navegar é preciso, viver não é preciso" que uns julgam ser de Camões, outro de Pessoa, sem ser de um nem do outro. Contribuí, de facto, para esclarecer este assunto, até porque apresento diferentes aspectos do mesmo, fundamentando-os.
São muito procurados, de Portugal e do Brasil, os contos populares, particularmente o do ancinho e os do homem e da mulher preguiçosa, que publiquei separadamente e longe uns dos outros.
Conheço outros contos populares que ainda não me dei ao trabalho de escrever, sendo desconhecidos...


Agradeço a todos os que me procuraram. Alguns por razões de crítica política, mas os meus blogues não são políticos... espero que um dia apareça um político tão bom que eu nunca o critique... ou mesmo o elogie... antes disso, parece-me do mais elementar dever cívico e pátrio e humano e humanitário denunciar esta corja que nos explora e, pior ainda, que nos corrompe.
Mas agradeço a todos e quero dizer que este blogue não seria como é se não tivesse o vosso contributo, às vezes só por ver o que vocês procuram.
Beijinhos para todos.

terça-feira, outubro 19, 2010

Chamamos a isso coragem? Só se for a alegada coragem dos criminosos?

Em França, caiu o Carmo e a Trindade só porque querem aumentar a idade da reforma para os 62  anos.
Aqui, aumentaram-na para os 65 e ninguém piou. Em parte porque isso anulou uma diferença entre funcionários públicos e trabalhadores do sector privado, que já se reformavam com 65. Mas, vejamos... que tipo de trabalho? Todos os trabalhos se podem fazer até aos 65 e já se fala em 67? Partir pedra, dar aulas, ter uma memória fabulosa, etc...?
É natural que, em função desta amostra, o tipo José Pinto (Sócrates) que pratica a assim designada política de laboratório, tenha concluído o óbvio: podemos fazer tudo, que todo o mundo se encolhe.


E assim fez, a criatura.


Quando os trabalhadores do sector privado estavam felicíssimos porque finalmente se fez justiça, a dita criatura decididiu cortar os vencimentos da função pública e, de repente, os "patrões" reivindicam o direito de também cortar os vencimentos do sector privado. Coitados dos trabalhadores do privado, muito menos protegidos e muito mais dependentes e mais próximos e mais vigiados das estruturas do poder, do que os da função pública!!!
Claro, isto pode acontecer, quando o dito José Pinto aponta como privilegiados os professores, que de repente toda a gente odeia, aos quais toda a gente se considera igual, quanto mais analfabetos mais iguais, os professores, sem distinção de professores, o inimigo público número um, a abater.
Só depois os jornais publicam os vencimentos dos boys do José Sóctrates. E alguém acredita que a criatura só ganha o "mísero" ordenado de primeiro Ministro?
Para governar assim é preciso ter lata. Outros diriam coragem.
Há criminosos que não se redimem e cometem os maiores crimes, às vezes impunemente. Chamamos a isso coragem?
Estes comentadores políticos, quanto ganham? Vão ganhar menos? Representam os nossos interesses?
Este orçamento estará bem feito? Resolverá o problema, ou será uma coisa atabalhoada?
Não podemos saber ao certo, pois este Pinto defende tanto o capital, que os jornais, que pertencem ao capital, obviamente o defendem. Cada vez mais cinzentos e cada vez menos independentes.
É o caso do Expresso. Hiper Yes Man do governo... de qualquer governo, desde que defenda os seus interesses.

segunda-feira, outubro 18, 2010

DE TANGA E A SAQUE - PARADOXO?

Não sendo a Nadinha uma política, nem sendo político este blogue,
Considerando que vivemos uma situação em que o país está a saque, como nunca esteve,
A SAQUE E DE TANGA, o que é, no mínimo paradoxal, pois quem está de tanga não pode ser saqueado, quem é saqueado não pode estar de tanga, quem saqueia, neste caso, não está mesmo nada de tanga...

Sendo assim, a Nadinha decidiu, há vários dias, fazer eco de quem entende destas coisas. E aqui vai.

Juízes estão a pagar factura por processos como "Face Oculta", alerta o dirigente sindical


Poderíamos também afirmar que "Algo está podre no reino da Dinamarca", mas infelizmente a Dinamarca está bem e recomenda-se...

sábado, outubro 16, 2010

Privilegiados? Porquê?

A propósito deste post recente, ( Dá vontade de rir, mas não tem graça nenhumarecebi um email, escrito em Francês e referindo-se à realidade francesa, mas que se pode aplicar à portuguesa.


O autor do texto propõe que se troquem as pessoas idosas pelos prisioneiros, colocando as primeiras nas prisões e estes últimos nos lares de terceira idade. E vai desenvolvendo a ideia: tomavam banho todos os dias, tinham televisor e computador, tinham roupa fornecida pela instituição, não pagavam nada, tinham enfermaria e cuidados médicos, biblioteca, etc.
É interessante esta comparação, mas é também muito estranho e ao mesmo tempo muito significativo que se fale agora tanto no assunto. Agora que o Estado Providência começa a deixar de o ser, generaliza-se a ideia de que os prisioneiros são privilegiados. No caso do post que escrevi antes, não era essa a ideia de quem me contou o episódio, mas confirma alguns pressupostos do email.
Uma mulher-a-dias que conheço, criou três filhos com o seu trabalho e a  ajuda do sogro, o marido estava sempre preso. Criou-os bem, com muito trabalho, mas queixava-se de que ele não fazia nada, não tinha de se preocupar com o que comia e tinha televisão a cores, quando ela não tinha nenhuma, nem mesmo a preto e branco. Creio que só haverá um televisor para muitos e nem sempre, mas a ideia fica...


Por outro lado, há muitos sem-abrigo que continuarão a sê-lo, a menos que alguém os ajude ou eles se ajudem, enquanto a hipótese de ir preso para ter de comer, de beber, cama, etc. não se lhes coloca.


Num post já bastante antigo conto, na primeira pessoa, o modo como uma sem-abrigo, imigrante estrangeira, conseguiu recuperar uma vida normal, com a ajuda de uma senhora. Tentei reproduzir o que ela me contou.
Jardim. Ah ah ah!

Já agora, seria caso para perguntar se os prisioneiros não deveriam trabalhar... para bem de todos...
As opiniões de que aqui faço eco não são necessariamente as minhas, saliento apenas a ocorrência e recorrência significativa destes temas.
Antigamente os prisioneiros não tinham o direito de comer à custa do Estado, só comiam do que podiam comprar ou do que lhes davam, o que seria hoje impensável.  
Daí a expressão: "quem tem amigos não morre na cadeia".
Mas estes novos direitos também geram desigualdades estranhas e não intencionais, sendo esta uma entre muitas.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Vocês elegeram esta criatura? Tudo se paga neste mundo!



É a primeira vez, se não me engano, que a cara desta criatura aparece neste blogue. O rosto bonitinho e caça-votos que muitas eleitoras acham o máximo!
Caras amigas: não sejamos femininas no mau sentido da palavra!


Este vídeo é do Blogue 31 da Armada

terça-feira, outubro 12, 2010

Dá vontade de rir, mas não tem graça nenhuma

Acabaram de me contar esta história. É verdadeira e muito intrigante.
Um homem cumpriu 12 anos de cadeia por tráfico de droga. Quando saiu, decidiu emendar-se e arranjou um emprego a carregar caixotes na Macro. Estava tudo a correr muito bem, até que lhe pediram uns papéis que faltavam... papelada sem importância, registo criminal, etc.
Mandaram-no logo embora. E alguns dias depois ele contava:
- Que faço? Já ando a dormir na rua. Já me roubaram a roupa e os cobertores... não arranjo emprego... só me resta uma solução: ir dentro. 
- E já lá está. - Conclui o meu narrador.

Pensemos nesta história: a cadeia funciona aqui como a casa da mãe ou da avó... está lá dentro com cama, mesa e roupa lavada e sem fazer nada, o que parece ser o sonho de muita gente. E pode ver televisão, o que parece ser a única ocupação dos tempos livres de quase toda a gente. Talvez até tenha uma biblioteca com livros... por outro lado, este homem de 60 anos auto-condenou-se a prisão perpétua.

Imaginemos agora a situação de alguém que também está sem emprego, sem dinheiro e sem nada. Que pode fazer? O mesmo? Talvez não.
Primeiro: não lhe ocorre esta solução.
Segundo: se lhe ocorrer esta solução, à primeira que faça é absolvido por não ter antecedentes criminais. À segunda que faça, já tem antecedentes criminais, mas poucos, por isso tem pena suspensa...
E como não tem o know-how, até pode nem conseguir ser apanhado...
-"Coitadinho, não chamem a polícia, que tem cara de boa pessoa!"

Dá vontade de rir, mas não tem graça nenhuma!

domingo, outubro 10, 2010

Apareceu hoje neste mapa um visitante que está no meio do mar, junto a África: São Tomé? Um navio?
O "Sitemeter" não dá conta dele.

sábado, outubro 09, 2010

Porque é que Portugal foi o país da União Europeia que se saiu pior, ou irá sair pior, da crise do Subprime dos Estados Unidos da América?
Não foi já o melhor aluno da CEE? Não teve um milagre económico?

Cortar na Despesa Pública

Não sendo a Nadinha política nem economista, resolveu aqui fazer eco de quem mais entende destas coisas da crise e do corte nas despesas.
Vejam este texto do blogue

Quarta República

Exemplo:

Renuncio a boa parte dos institutos públicos criados com o propósito de me servir;

Renuncio à maior parte das fundações públicas, privadas e áquelas que não se sabe se são públicas se privadas, mas generosamente alimentadas para meu proveito, com dinheiros públicos;


sexta-feira, outubro 08, 2010

Vontade de rir

A vontade de rir não é muita quando a perspectiva é virmos a ganhar menos, não termos dinheiro para apanhar o TGV, nem para ir a lado nenhum,  mas termos um TGV, não termos dinheiro para andar de avião nem haver aviões directos de Portugal para lado nenhum, mas termos um aeroporto novo, muito longe de Lisboa, quando este está a ficar às moscas...

Mas há quem se ria e nos faça rir...  anda no Facebook este texto de um blogue do Expresso, o qual propõe que troquemos o Governo Português pelos mineiros do Chile, o que me parece bem... bem, confesso que fico com pena dos Chilenos...

VER AQUI

quarta-feira, outubro 06, 2010

República Escaçumelada

Não tenho muita paciência para comemorações históricas, mas ainda bem que vi esta na televisão, para ouvir a feroz crítica que fez o Presidente da Comissão das Comemorações  do Centenário da República
aos actuais políticos, considerando que está em causa a democracia e a dignidade de Portugal.
Mas ninguém comentou este comentário, ao contrário das banalidades ditas pelo PR e que se comentam à exaustão. Areia para os olhos. Imagino que fosse coincidência mas, no melhor da festa, o meu televisor ficou com a imagem preta e não ouvi uma parte do discurso do Presidente da Comissão das Comemorações  do Centenário da República. Foi um não acontecimento, ao que parece. Ninguém o ouviu. Comparou os conturbados tempos da República ao tempo actual, de clientelismo político, falta de transparência democrática, corrupção, etc. E pediu ao PR que acabasse com isso, o qual fez ouvidos moucos.


O discurso do Primeiro-Ministro, depois deste, teve um tom perfeitamente retórico e ridículo, até porque ele e o Presidente da República  ficaram escaçumelados * ao ouvir as críticas, numa ocasião em que só se esperam elogios de uma criatura domesticada, que é suposto estar muito feliz e orgulhosa por estar rodeada de gente tão importante.


Gostei da opinião do Louçã, mais ou menos assim (cito de cor): 
Não precisamos de consensos porque foram os consensos que destruíram o país
Não devemos ser fortes contra os fracos e fracos contra os fortes como temos sido
Não se enriquece Portugal empobrecendo os portugueses.


Ao ver a solenidade dos discursos, ocorreu-me uma situação em que não pude deixar de rir à gargalhada: recentemente entrei num café para tomar um café e estava uma personagem do chamado "povão" a dizer:
"Amanhã, o Presidente da República vai receber, no Palácio de S. Bento, o Primeiro-Ministro e o Líder da Oposição. Por mim, haviam de estar os três presos na cadeia".
Dias depois, um taxista disse-me o mesmo.


Dá-me vontade de rir este contraste: estão a exibir-se para o Povo Português com grande solenidade e o Povo Português vê-os como o "Inimigo Público Número Um". Ou Dois e Três. Ou Quatro e Cinco.


Para quando uma nova revolução Republicana?
Não sou monárquica, mas República quer dizer Res Publica, em latim, ou seja, Coisa Pública em português.


A Coisa Pública está a ser abocanhada pelas figuras públicas
Precisamos de implantar outra vez a Res Pública


* Escaçumelado: expressão nortenha muito gira para dizer triste, atarantado, chateado, desorientado, tudo isto junto.
Por exemplo: República Escaçumelada

terça-feira, outubro 05, 2010

100 Anos de República e alguns de Farinha Amparo


Partilho aqui um vídeo do Farinha Amparo, um dos Blogues preferidos deste.

Uma visão iconoclasta da República, mais de acordo com o que todos pensamos, se calhar... a respeito de diversos passos da nossa história.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Os portugueses comem, dormem e riem-se

Nunca se viu um primeiro-ministro baixar os salários, aumentar os impostos de modo a notar-se muito, retirar vários direitos adquiridos, aumentar o horário de trabalho e a idade da reforma.
Nunca se viu um primeiro-ministro fazer uma só destas coisas e muito menos fazê-las todas juntas, como faz este.
Nunca se viu um primeiro-ministro de Portugal ser acusado de tanta corrupção.
Nunca se viu um primeiro-ministro de Portugal ser acusado de tanto oportunismo e de tanta irresponsabilidade.


Os portugueses comem, dormem e riem-se. 
Talvez alguns pensem e digam: "se eu estivesse no lugar dele, fazia o mesmo". Que pensamento tão cristão: Desculpa os outros, culpa-te a ti, dá a outra face. Dá a... dá o... enfim, dá o que tens. "E a mais não és obrigado"


MAS VEJAM ISTO:

"Se o consumo vai por água abaixo entramos numa recessão"

domingo, outubro 03, 2010

Política de terra Queimada

É notícia no Expresso desta semana que o aluno que entrou na Universidade com a média mais alta, 20 valores, é um rapaz que não conseguia acabar o Ensino Secundário porque reprovava sempre a Matemática. meteu-se nas novas oportunidades e, de ser um péssimo aluno, passou a ser o melhor do país.
Perguntam-me se isto me parece normal. Parece-me normal que este governo queira destruir tudo, desde o trabalho dos estudantes ao trabalho dos professores, do ensino público aos hospitais públicos, etc. Pelo menos, é o que tem tentado fazer...
Há quem diga que tem interesses nas empresas privadas de Ensino e de Saúde.
Espantaram-se com as manifestações dos professores contra a avaliação: a questão é que os professores sabem até que ponto as avaliações podem ser erradas e injustas, sobretudo quando se estabelece uma relação de poder entre quem avalia e quem é avaliado.
Ou em situações como esta.
Um caso também muito curioso é o seguinte: alguns estudantes não atinam com o Inglês nem com o Francês. Recentemente podem fazer exame de Espanhol, no 12º ano, em vez destas outras línguas.
Resultado: claro que não sabem nada de Espanhol, nem sequer têm aulas ou explicações, mas passam todos com notas razoáveis ou mesmo boas.

E assim vai este país, cem anos após a instauração da República. Quando não existem desigualdades, inventam-se.
E injustiças também.
VER AQUI
A despropósito: este blogue tem agora um seguidor grego. Não me dirijo a ele, pois imagino que não me entenda... (Já tinha um iraniano).
Hello Aleksandr

sábado, outubro 02, 2010

Filme Comer, Orar, Amar

Já escrevi aqui vários comentários sobre o livro, que me deixou um sentido de incompletude, ao ponto de imaginar que, provavelmente, o filme seria muito melhor.
Com grande entusiasmo, fui ver o filme e por pouco não saí a meio.
O filme acentua e multiplica por mil o defeito do livro, que, alegadamente, pretendendo ser uma viagem espiritual, passando da matéria concreta (comer) para o espírito (orar) e depois para o amor, a grande energia que transforma a matéria em espírito (é esta a ideia).  Esta de a matéria se transformar em energia é aquela fórmula conhecida do Einstein.  A energia ser o espírito é a base das teorias filosóficas e místicas do Oriente, na sua posterior tradução para o Ocidente, o qual precisa de fórmulas e de Einsteins, quanto mais incompreendidos e marginalizados melhor.
Tanto o livro como o filme dão a ideia (talvez errada?:)) de que a tipa, afinal, só andava à procura dum homem. Ou de que a única coisa importante neste mundo é que uma tipa gira encontre um tipo. E desde que haja sexo, tudo bem... faz bem à saúde, etc.


O único problema é que, tanto o livro como o filme parecem querer demonstrar exactamente o oposto de tudo isto. E negar que as americanas só pensam em sexo.
É chato. Como se diz agora: um flop. Pior: um flopezinho.
Ampliando o globo aqui ao lado e passando para o mapa plano, vejam as pessoas que têm vindo cá, de várias partes do mundo, só desde 19 de Setembro. É tão giro...
Sinto-me um pouco orgulhosa...
Mas, para protecção da privacidade, algumas terras estão alteradas, por exemplo, eu posso ser localizada em Santarém ou no Barreiro, estando em Lisboa.
Também se pode ver aqui, no "Sitemeter"
http://www.sitemeter.com/?a=stats&s=s24swanmar&r=79

quinta-feira, setembro 30, 2010

Metade de... nadinha

Nada... está ao preço de metade de nada.
Nunca tinha visto. Isto passa-se em Mahon.
Se não levar nada, só paga metade de nada, ou seja, nadinha.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Comer, dormir, ver televisão

 Fala-se muito do livro e do filme "Comer, orar, amar", mas eu tenho ouvido mais vezes falar do sonho português (portuguese dream): comer, dormir, ver televisão.

Mais exactamente, tenho ouvido proclamar aos quatro ventos (não são sete ventos?) que os "ladrões e os assassinos" estão todos "lá dentro" a comer, dormir e  ver televisão, sem precisarem de trabalhar para isso.
Por seu lado, os que estão cá fora e que são normais, para poderem comer, dormir e ver televisão, têm de trabalhar. E há aqueles que também estão cá fora, mas não podem comer, dormir e ver televisão porque não trabalham. Só podem dormir, que é grátis e para isso basta ter sono.
E depois há aqueles que estão cá fora e que recebem subsídio de desemprego e rendimento mínimo, nalguns casos os dois juntos, apesar de serem proprietários de prédios arrendados.
- E diz ela - diz ele - para que é que eu hei-de esfalfar-me a trabalhar, se posso receber o mesmo ou mais sem fazer nada?
(Não sei se perceberam que nunca é referida a ideia de trabalhar para aquecer, ou seja, trabalhar por gosto, para nos realizarmos, para exercermos os nossos dons, etc...)
E realmente, pessoas que conheci e que pareciam hiper-fanáticas do trabalho, de repente reformaram-se e fazem questão de dizer que se sentem felicíssimas. A fazer o quê? Ora, isso é fácil:
A comer, a dormir e a ver televisão.

Comer, orar e amar? Só se for sem trabalhar. E a ver televisão. Orar a ver televisão, amar a ver televisão.

E diz ele: - a culpa é do Grande Ladrão que Lá Está. 
- Quem será o Grande Ladrão que Lá Está? - digo eu - A não ser que, por uma vez, eu tenha a mesma opinião que todo o mundo, o Grande Ladrão que Lá Está então deve ser... cala-te boca, que ele é muito capaz de lá permanecer... depois de ter dado de comer, de dormir e de ver televisão a tanta gente...

P.S: Li esse o livro já há bastante tempo e fiz comentários neste blogue sobre ele. 

domingo, setembro 26, 2010

Acordei na mesma terra em que tinha adormecido


E nessa terra as cores são mesmo assim nítidas. Não é efeito da fotografia.
Confrontar com a imagem genérica deste blogue.

sábado, setembro 25, 2010

Acordei na mesma terra em que adormeci



Estou num hotel que parece um navio
Mas não é um navio
As ondas até parece que batem nas paredes, mas não chegam a bater
E sobretudo, não nos leva para lado nenhum, a menos que seja em sonhos.
Posted by Picasa

quinta-feira, setembro 23, 2010

Outono no Hemisfério Norte

O dia amanheceu enevoado e pálido, como uma ilustração do Outono.
Vem aí a beleza dos meios tons e a doce frescura das noites tranquilas.

terça-feira, setembro 21, 2010

Pacífico... mas pouco


Olhando aqui ao lado para o globinho da terra e vendo o Oceano Pacífico tão grande, somos levados a recordar Fernão de Magalhães, o português que o descobriu e o atravessou pela primeira vez, ao serviço do Rei de Castela.
Navegou desde o Estreito de Magalhães, na América do Sul, até às Filipinas. Como se não bastasse esta lonjura de mar sem terra, os navios ainda apanharam uma calmaria que os fez perder dois meses de navegação. Comeram as solas dos sapatos e um rato do navio valia dois ducados (moedas de ouro).
Fernão de Magalhães acabou por morrer ainda antes de chegar onde queria Queria chegar às Molucas, que era onde se produziam as especiarias, vendidas na Índia através de Malaca. Por via das dúvidas, os portugueses já tinham conquistado Malaca em 1511, mas os espanhóis, ainda antes de lá chegarem, achavam que as Molucas eram espanholas, em função do Tratado deTordesilhas, que dividia o mundo: metade para Portugal, metade para Espanha. Neste caso:

- Eu vi primeiro! - juravam os portugueses.
- Mas está na minha metade do mundo - diziam os espanhóis.

Após a morte de Fernão de Magalhães, por ter tomado parte num conflito regional, os navegadores espanhóis abandonaram todos os navegadores portugueses, incluindo um rapazinho filho de um piloto aventureiro e o respectivo pai, no Bornéu, cujos ferozes habitantes os devem ter massacrado. E regressaram à Europa pelo sul, fugindo dos portugueses e da Índia, onde os havia.

Estes e muitos outros episódios giríssimos, constam do livro

Náufragos, traficantes e degredados: as primeiras expedições ao Brasil, 1500- 1531
de Eduardo Bueno
Editora Pergaminho

segunda-feira, setembro 20, 2010

Feira Alternativa no Jardim Tropical de Belém




Foi giríssimo. Fui lá várias vezes. Das primeiras gastei dinheiro, não propriamente a comprar coisas, embora houvesse muitas coisas para vender. E a entrada era cinco euros (ou 5 aérios, como agora dizem alguns e que me agrada). Realizou-se sexta, sábado e domingo.


Depois vi que havia muita coisa grátis, como seria de esperar. O melhor era grátis.

Na primeira imagem, vê-se:

Do lado direito, o rapaz é um especialista em cristais, talvez americano, pois falava através daquela tradutora, do lado esquerdo, vestida de verde, uma americana que fala com os animais, não só com os vivos, mas até mesmo com os mortos. LOL!


Após a palestra do rapaz, de que pouco entendi porque cheguei atrasada, juntámo-nos para falar com a Dra. Pouquíssimas pessoas.

Como não tenho animais, não perguntei nada, embora me tenha apetecido falar com um meu antigo gato, chamado Comboio. Uma senhora chorou muito quando a doutora lhe transmitiu as mensagens dos cães e gatos que teve, dizendo, contudo, que costuma ter dificuldade em comunicar. Logo a seguir, todos fizemos uma meditação de agradecimento à senhora, o que a fez chorar muito mais ainda. Mas deve ter-lhe feito bem, até porque a Dra. é psicóloga de gente, por formação. Uma querida! Iluminada!


Uma mulher contou que a sua gata trata muito bem uma pessoas e outras muito mal. Basta dizer o nome (se souber o nome ou se o bicho o tiver), disse ela que os animais comunicam por telepatia, não precisam de email. Mas também fala com animais selvagens, sem nome.

Fez-me muito lembrar o Dr. Doolitle. Jovem e bonita.


Bem, após uns segundos de meditação, disse que essa gata sabe mais do que muitas pessoas. Mas há um pormenor que a dona queria perguntar à gata:

- Porque é que a minha gata morde os dedos dos pés dum homem que vai às vezes lá a casa?

A mocinha concentra-se, pouco tempo, após a tradução da pergunta. E dá logo a resposta.

A gata quer chamar a atenção do homem, gosta dele (ao contrário do que julgava a dona) e quer dizer ao homem que ele deve concentrar-se (focuse) nas pessoas: é um homem que não pára em lado nenhum, não dá atenção a ninguém, não se foca, não se concentra nas pessoas, um aéreo (aérios?).

A dona da gata fica um pouco surpreendida e diz que faz todo o sentido. Realmente o homem é assim (embora não houvesse nada na pergunta que o desse a entender).


Não sei se os gatos falam. Mas, sentada ou deitada na erva do jardim, entre árvores frondosas e belas, com sombras extensas num dia de muito sol e muito calor, senti-me regressar à infância. E senti a alegria completa e imotivada que há muito havia esquecido.

E também quando regressei, uma hora depois, estava ela a cantar e a tocar viola, com crianças felizes e

adultos felizes a ouvir. Poucos. Se fossem muitos, eu não teria ficado lá.


Esqueci-me de dizer que a feira também tinha artefactos ecológicos, alimentação natural e vegetariana, medicinas alternativas, etc...


Doutora dos animais

VER AQUI

E AQUI


Depois foi uma mulher que disse que lhe aparecem muitas borboletas. Perguntou logo às borboletas porque é que aparecem à mulher e elas responderam logo. Querem dar-lhe alegria (quase todos os animais querem dar-nos alegria, segundo ela). Querem que ela veja agora a luz muito bela que há-de ver quando chegar a sua hora de partir. Querem retirar-lhe a ilusão das coisas de que a mulher já não precisa, mas que lhe parecem necessárias e importantes.


Pelo menos isto faz sentido: tantas coisas de que não necessitamos e que nos pesam nas costas!

domingo, setembro 19, 2010

Luzinha aqui neste globo

Se vir uma luzinha aqui neste globo que coloquei no lado direito, é você.
Clicando por cima, vê melhor, aumenta e diminui com a bolinha do rato. Ou vira o globo.

Ainda tem poucas pintinhas vermelhas porque só o pus hoje. O que sempre me espanta no mundo é o tamanho do Oceano Pacífico. Também me espanta nunca ter navegado num oceano tão grande.
Mas nem todas as visitas ficam aqui, pelo menos por enquanto, pois há algumas no "Sitemeter" provenientes de países diferentes.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Concurso: Como é que se vivia antes de haver telemóveis?

De repente fui assaltada por uma recordação horrenda. Tenho muitas recordações desagradáveis, em que o passado me parece todo um tempo remoto e imundo. E arcaico. Saudades, poucas. E só do futuro.
Telefonei para uma pessoa porque não me encontrei com ela como combinado, a pessoa não estava em casa e eu tive de dar milhentas explicações para o facto de telefonar, de querer saber isto ou aquilo, explicações dadas à sogra, da qual nenhuma das duas gostava. Que eu detestava.
Também fiz várias perguntas, mas não obtive resposta a nenhuma.
Que horror! Isto responde à questão:

Como é que se vivia antes de haver telemóveis?
(Mal, claro)

Dêem outros exemplos como este.
As melhores respostas a esta pergunta terão prémios incríveis!

Atenção: eu não disse que os prémios eram bons.

segunda-feira, setembro 13, 2010

A Pilota





Pelo menos em Cannes foi giro: tivemos uma pilota.
É assim: ao desembarcar e ao zarpar, precisamos dum rebocador e dum piloto da barra.
Parece que alguns navios modernos (e enormes) já conseguem manobrar sem nada disto, porque têm hélices colocadas de lado, que lhes permitem uma abordagem sempre na vertical, mesmo que seja de lado. Não é o caso do Navio Funchal, em que naveguei na última viagem marítima que fiz.
Há o piloto da barra, que neste caso nem chega a entrar no navio, limitando-se a dar instruções (por telemóvel?). Como era a vida quotidiana antes de haver telemóveis?
Há o rebocador, que puxa o navio para o lado direito ou esquerdo, para a frente ou para trás, fazendo o trabalho do leme dos barcos pequenos e dos grandes quando têm espaço de manobra. O que não é o caso: o porto não permite a velocidade nem fornece espaço para manobrar. Neste caso nem estávamos no porto, apenas ao largo da terra, mas há regras a cumprir...

Ficou todo o mundo muito feliz e a dizer adeus a Madame la Pilote, que retribuiu os adeuses.
Bem, os franceses são realmente evoluídos no que diz respeito aos direitos da mulher, nomeadamente em relação aos muito equívocos direitos sexuais... mas a gramática francesa não tem o feminino de termos como professor ou doutor... pode?
Ou piloto. Ou capitão, ou coronel. As profissões nobres não existem no feminino.

Dizer que uma mulher tem o direito de fazer amor quando e com quem lhe apetece, como dizem e acham os nossos vizinhos franceses, terra da liberdade, talvez seja, de certa forma, obrigá-la a fazer amor quando não quer ou com quem não lhe apetece.
Pois se é assim tão saudável, agradável e bom, como recusar? Com que argumentos? Antes será caso para agradecer...

Vocês não acham?

Casa Pia: antes ninguém piava, agora piam, piam, piam

Têm corrido rios de tinta só porque uma juíza fez um resumo muito resumido e demorou a dar os papéis. Até parece que todos nós vamos ler as 1600 páginas da sentença e precisamos de as ler urgentemente.
Que mais irá agora acontecer? Ficam felizes porque têm os papéis, ou vão esmifrar as vírgulas, os ques e os des?
E se os rapazes não se lembram da cor das cortinas e da marca do televisor, é porque estão a mentir, mas se se lembrarem de tudo é porque combinaram dizer todos o mesmo.
E como é natural quando alguém se sente muito revoltado e ofendido, os rapazes resolveram acusar uma pessoa que nem os conhecia nem lhes fez mal nenhum, em vez de acusarem quem lhes fez muito mal.

Durante 30 anos houve abusos destes na Casa Pia, mas ninguém piou. Os jornalistas sabiam, mas calavam-se. Agora piam piam... parecem o coelhinho do anúncio.

domingo, setembro 12, 2010

E em Florença





Única terra do percurso aqui referido que não fica à beira-mar, entre muitas surpresas, encontrei esta. Em defesa de uma mulher. Nas pedras antigas e negras da nossa civilização antiga .
Reparo agora que ela tem um nome parecido com o da grande Deusa-Mãe: Shekinah. Também pode ser considerada como a presença feminina de Deus, de acordo com a Cabala.
Ou ainda: "Shechiná é uma energia cósmica poderosíssima em si mesma, que habita no "interior" do Universo e vivifíca-o, sendo a sua "alma" ou "espírito"". Wikipédia.

Mas esta da foto é apenas uma mulher que queriam apedrejar. E não conseguiram.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Corões para queimar: leve três pelo preço de dois

Esta da queima do Alcorão deve ter sido ideia de algum livreiro... talvez tivesse em stock vários exemplares que não vendia...
Cada um na sua: Corões e Ramadões para quem gosta...
Edição especial de luxo: inclui garrafita de petróleo e todos os exemplares numerados e assinados pelo autor.