Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo.
Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
Vendo esta terra tão longe de tudo, esta capelinha tão bonita e pacifica, este pequeno cemitério... Imaginamos que este será um lugar para se viver e se morrer tranquilamente.
O estranho nome, Curral das Freiras, quer realmente dizer Vale das Freiras, já que as Clarissas procuraram refúgio nesse vale, aquando dos primeiros ataques dos pitatas / corsários.
Todas estas ilhas da Macaronésia têm uma história rlacionada com piratas, que, além de roubarem os bens, roubavam também a própria população, para a vender no mercado de escravos.
Passei uma vez por aqui, oriunda dos mares e desejei ficar. Como noutros locais por onde passei.
E agora vim para ficar por aqui uns dias.
Esta ilha da Madeira faz parte das ilhas chamadas Macarronesia (Macarron quer dizer perfeito) também designadas por ilhas afortunadas.
De facto, esta ilha é muito parecida com a que conheço das Canárias. E mais simpática, sobretudo para portugueses e ainda fica mais perto.
Até há pouco tempo era muito cara, mas com os voos low-cost da Easyjet... Ainda poucos...
Os hotéis, se comparados com os portugueses, são baratos e ótimos.
Gosto das Canárias e de Cabo Verde, mas a Madeira supera tudo. Não se vê pobreza, é Portugal mas parece que estamos no estrangeiro, com tantos turistas, muitos do norte da Europa.
Passei uma vez por aqui, oriunda dos mares e desejei ficar. Como noutros locais por onde passei.
E agora vim para ficar por aqui uns dias.
Esta ilha da Madeira faz parte das ilhas chamadas Macarronesia (Macarron quer dizer perfeito) também designadas por ilhas afortunadas.
De facto, esta ilha é muito parecida com a que conheço das Canárias. E mais simpática, sobretudo para portugueses e ainda fica mais perto.
Até há pouco tempo era muito cara, mas com os voos low-cost da Easyjet... Ainda poucos...
Os hotéis, se comparados com os portugueses, são baratos e ótimos.
Gosto das Canárias e de Cabo Verde, mas a Madeira supera tudo. Não se vê pobreza, é Portugal mas parece que estamos no estrangeiro, com tantos turistas, muitos do norte da Europa.
Quando faço as malas, vêm-me às vezes a memória outros momentos de malas feitas e a fazer. É quase sempre com prazer que as fazemos, mas existem momentos definitivos, em que o momento definitivo é o fechar a mala, e o anterior a este é o de ir colocando coisas, peças, as peças de que vamos precisar...
Recordo a primeira vez que saí de casa, sabendo, intuindo, que era para sempre.
Estava a fazer a mala e a chorar, pensando que, se a minha mãe fosse viva, me ajudaria a fazê-la. Já não me lembro onde tinha ido buscar esta informação. Mas não sabia o que colocar por cima, por baixo, pelos lados...
De repente, a minha avó entrou pela porta da rua, que eu não tinha deixado fechada. Por um raro momento, foi simpática e amável. Chorando também, disse:
- Sai daqui. Se a tua mãe fosse viva fazia-te a mala, assim, cabe-me a mim, que sou tua avó.
Difícil explicar por que recordo este momento tão antigo e um outro que vou contar.
Cheguei a casa de uma amiga, ou por acaso ou talvez porque me chamou, exatamente a tempo de a ajudar a fazer a mala. Ia para o hospital, para ser submetida a uma intervenção cirúrgica difícil.
Fiz-lhe a mala. Disse-lhe muitas brincadeiras para desdramatizar, ao contrário da minha avó. Afinal, eu não estava doente, eu não tinha nada de mal, apenas ia partir para sempre, como todos os seus muitos filhos tinham partido. Não era motivo para rir, era um momento solene.
Creio que, se a minha amiga ainda estivesse viva, ainda hoje me agradeceria o gesto de lhe fazer a mala rindo e brincando, como ainda hoje recordo com saudade e gratidão a minha avó e ainda a visualizo, enquanto me fazia as malas, a chorar.
As empresas exigem resultados para promoverem os seus gestores aos lugares de topo.
O único resultado que exigimos aos nossos políticos para gerirem o nosso país é terem chegado ao topo de uma organização corrupta (partido). É serem os melhores de entre os piores.
As minas do Pejão, já encerradas há muito tempo, fizeram parte da vida quotidiana de todos os habitantes de Castelo de Paiva. Condenados à escuridão, apenas vagamente atenuada por um gasómetro, os mineiros nunca esqueciam Santa Bárbara, a sua padroeira. Nas imagens, vê-se uma pequena capela que existiu numa das entradas da mina e a sua principal figura, a Santa Bárbara, representada com a torre de três janelas. Segundo as ultimas informações, parece que esta imagem se encontra agora na capela da Póvoa.Outra figura venerada era a Nossa Senhora. É curioso que as figuras tutelares fossem femininas, apesar de ser interdita a mulheres a entrada nas minas. Por motivos de superstição. E também porque não se esperava que as mulheres tivessem a coragem necessária àquele modo de vida.
Depois de ter demonstrado, no post anterior, que os examinadores interpretaram mal, mesmo muito mal, o poema de sophia que colocaram no exame (se o tivessem percebido, viam logo que era demasiado difícil para o efeito) partilho aqui um texto de Antônio Guerreiro que, no essencial, diz o mesmo, embora analisando-o sob uma perspetiva diferente.
O autor também lamenta é estranha que a Associação de Professores (apenas refere uma das duas) não tenha notado nada disso.
Como é que o IAVE se mantém de pedra e cal, atravessando governos e partidos, apesar de estar demonstrado que é dominado pela pimbalhada?
p.s. : Isto não significa que os alunos não tenham sabido responder as perguntas bacocas que fizeram, nem dar as respostas bacocas que o IAVE propôs.
Numa data posterior à deste post, foi ainda levantado novo problema respeito deste exame: a nova Associação de Professores de Português afirma que os critérios do IAVE não chegaram a todos os corretores e noutros casos chegaram versões diferentes. De facto, em reunião no IAVE, são definidos novos critérios em função das dúvidas dos corretores, que lhes são logo enviados pelos coordenadores. Seja por distração ou por outro motivo, as instruções enviadas diferem entre si e também parece acontecer que não sejam enviadas.
Para além disto, o próprio ministro da Educação pôs em causa os resultados dos exames de matemática.
Mais uma vez o disparate, a falta de rigor, a falta de bom senso.
E a falta do mais elementar sentido crítico de quem o deveria ter, agora já não de uma, mas de duas associações de professores de português.
A prova tem uma unidade temática, começa e continua com textos relativos à música e termina com uma composição sobre as sensações, desde auditivas (musicais) às visuais e olfativas.
Isto é o que alguns professores, cristalizados num qualquer sistema otorrômbico, consideram como "muito giro".
O muito giro pode dizer várias coisas, mas quase sempre quer dizer falta de rigor e de sentido crítico, às vezes mesmo falta de qualquer sentido lógico...
A prova apresenta um poema de Sophia de Mello Breyner, já que corresponde a um qualquer aniversário da sua morte e isto é sempre assim previsível.
O poema (que abaixo se transcreve) intitula-se "Bach Segovia Guitarra", um título tão enigmático como outros da autora, para quem não conhecer o compositor Segóvia, que fez adaptações para guitarra de músicas clássicas, incluindo algumas de Bach. Ou seja, é um título enigmático para todos os alunos e para quase todos os professores. Esperamos que haja uma nota explicativa? Não há. Para quê a nota explicativa? De qualquer modo, pouca gente iria entender a relação do poema com o título.
A relação do poema com o título é a seguinte: Sophia considera que a adaptação da música de Bach, muito abstrata e espiritual, a voz de Deus, ou dos deuses, se transforma em algo de mais humano, na sonoridade muito simples e básica de um instrumento tão popular como a guitarra.
Ouvir esta música fá-la sentir (faz-nos sentir?) uma unidade, procurada porque às vezes perdida, entre o lado intelectual / espiritual e o aspeto carnal, sensitivo, mais físico, mais comum.
A prova de português, nos últimos anos, tem duas perguntas de interpretação incompreensíveis e irrespondíveis, que no caso são as duas perguntas sobre este poema. Uma delas fala da humanização da música. Mas qual música? E porquê humanização? A outra faz uma pergunta cuja resposta é a procura da unidade, temática comum no universo de Sophia, mas que não foi estudada.
Aqui vai o poema e também uma música de Bach adaptada e executada por Segovia.
"BACH SEGÓVIA GUITARRA" "A música do ser Povoa este deserto Com sua guitarra Ou com harpas de areia
Palavras silabadas Vêm uma a uma Na voz da guitarra A música do ser Interior ao silêncio Cria seu próprio tempo Que me dá morada
Palavras silabadas Unidas uma a uma Às paredes da casa
Por companheira tenho A voz da guitarra
E no silêncio ouvinte O canto me reúne De muito longe venho Pelo canto chamada
E agora de mim Não me separa nada Quando oiço cantar A música do ser Nostalgia ordenada Num silêncio de areia Que não foi pisada"
Este livro, que se vende barato em vários sítios, romanceia o episódio real de um messias judeu que entusiasmou multidões, tendo estado em Portugal com D. João III.
Pretendia conquistar Jerusalém para cristãos e judeus, contra o Samorim, que a tinha em poder de muçulmanos.
Esta expressão significa mulheres com coragem, com força, mulheres como se fossem homens.
Talvez tenha sido inventada a propósito da mulher da primeira imagem deste post, A Baronesa da Silva, patrocinadora da revolução liberal, cujo retrato se encontra no Museu Grão Vasco, em Viseu. Mulher viajada e aventureira, como se vê aqui.
Estamos à espera de saber o que aconteceu com a cidade de Palmira e sobretudo com as ruínas da cidade de Palmira após ter sido esta conquistada pelo auto-designado Estado Islâmico.
Parece estranho, mas não é. Se a cidade foi tomada por eles, é claro que não haverá jornalistas e as imagens serão as que eles mesmos hão-de colocar, ilustrando a destruição.
O mundo vai lamentar, muitos vão criticar a ONU e os Estados Unidos, a Europa, como sempre, ficará fora das críticas, pois, apesar de ficar muito perto da Síria, não interfere em armas nem em estratégia, não é costume criticar quem não faz nada, só se critica quem faz alguma coisa...
E para criticarmos os críticos, ainda poderemos acrescentar alguma coisa: preocupados com as ruínas? As ruínas valem mais do que as pessoas? Então e as pessoas?
Os indefectíveis dos animais ainda poderiam acrescentar: o quê? Coitadinhos dos animais....
Já sabemos que os islâmicos odeiam o porco, mas talvez muita gente não saiba que também odeiam os cães.
Mas quem se atreve a falar em voz muito alta contra os Fundamentalistas?
O próprio Saramago só se atrevia a criticar os Católicos. Mas essa luta contra os católicos é já obsoleta.
Enfim, remetemos para um blogue que apresenta saudosas imagens de Palmira, o blogue
No dia 14, quinta feira passada, escrevi neste blogue que a sociedade portuguesa está a ser avassalada por uma onda de grosseria e de violência. Talvez os leitores deste blogue não me tenham entendido.
Isso foi antes dos incidentes da festa da Benfica, que acabou em garrafas de vidro atiradas pelo ar, no meio de uma multidão. Isto, em Lisboa, fora o que aconteceu em Guimarães.
As opiniões quanto á atuação da polícia dividem-se. Há duas opiniões: a dos benfiquistas e as dos outros. Um pai com duas crianças insulta um polícia? Qual é o clube do polícia? Um pai leva duas crianças para um local altamente violento, ele mesmo fomenta a violência à frente delas... Insulta a polícia...
A mesma polícia que espancou manifestantes pacíficos em frente à Assembleia da República.
Contra o costume, liguei a televisão no telejornal Às 8 horas e seis minutos. Filme de terror, com maus gosto nas vozes, nas imagens, etc.
Desliguei imediatamente, claro. O que é mais grave? Alguns jovens agredirem ou matarem outros, ou esta banalização constante do pior da nossa sociedade? Esta grosseria inominável que se chama telejornal? Feito para atrair as audiências, estimulando o que temos de pior dentro de nós.
A maior parte dos jovens nunca faria tal coisa, nem é obrigada a ouvir isto constantemente.
Mas, enquanto tiverem audiências, vai ser sempre assim.
Foi ontem inaugurada uma grande exposição da obra de Josefa de Óbidos, ou Josefa de Ayala, que inclui obras de outros artistas com quem se relacionou, incluindo o seu pai, Baltazar Gomes Figueira.
Mostra também alguns pormenores da arte de pintar dessa época, por exemplo, a reutilização de imagens nas naturezas mortas.
Impressionam as cenas da vida quotidiana do menino Jesus, como a do Menino Jesus com espinho, de Zurbaran, ou Menino Jesus com o pai, de Josefa de Óbidos, a primeira foto deste post.
De grande esplendor as imagens escultóricas de Santa Catarina e do altar de São João Evangelista.
Muito se tem escrito sobre esta pintora portuguesa barroca, mas muito mais haverá a dizer, pois esta exposição / homenagem abrirá caminho a novas investigações.
Para informação mais detalhada, clicar nos links abaixo.
Uma professora de português, amiga da Nadinha, faz as afirmações que se seguem.
Sempre fui a favor do acordo ortográfico (NAO), mas é claro que sou contra a sua obrigatoriedade nos próximos exames nacionais. Motivo: sou corretora desses exames e, como todo os professores, tenho muito mais dificuldade do que os alunos em aplicá-lo. Não esquecer que o NAO simplifica a ortografia.
Também fica aqui um esclarecimento. Por estranhas razões, tem sido dito que o brasileiros são contra o acordo e não o ratificaram. O que aconteceu, foi o seguinte:
- Houve, em Portugal e no Brasil, um período de adaptação ao NAO, que termina hoje em Portugal e a 1 de janeiro de 2016 no Brasil.
- O Brasil já usa o Acordo desde 2009, pelo que a sua utilização não é propriamente polémica.
O acordo Ortográfico vem na sequência da Reforma Ortográfica que Portugal fez em 1911. Nessa altura não houve qualquer acordo com o Brasil. Foi uma atitude Republicana, destinada a diminuir o analfabetismo em Portugal, simplificando a ortografia.
Dizem que a França e a Inglaterra nunca fizeram um acordo ortográfico, logo, também não o deveríamos fazer.
E se, por uma vez, tivéssemos orgulho nacional e não nos colocássemos atrás desses países, mas sim à frente?
Das principais línguas europeias faladas no mundo, a língua portuguesa é a única em franca expansão, tendo cada vez mais falantes como língua oficial e como língua estrangeira.
A língua francesa está em declínio como língua internacional e só lhe faria bem uma reforma ortográfica como a que fizemos em 1911.
(E, já agora, porque não há-de a língua francesa acompanhar a mentalidade moderna e instituir o feminino de profissões tão simples como médico / médica e outras do género? O mesmo se diga para a língua inglesa, neste momento intocável. Mas os tempos mudam.)
Muito bela, esta Igreja da Graça, com a particularidade de incluir o túmulo de Pedro Álvares Cabral. Como devoção, e prova de humildade, tal como D. Manuel, decidiu que ficaria completamente no chão, onde seria pisado pelos passos dos crentes. Este conceito, a seu tempo moderno, pertencia ao movimento
Com esta frase, "Vou, nada menos, que a Santarém", Garrett inicia o seu livro Viagens na Minha Terra. Título muito apropriado para este post do blogue. Como o blogue fala de muitas viagens a locais distantes, destacamos as "Viagens na Minha Terra", por exemplo, até Santarém.
Bela terra. Nos último asnos tem havido, em Portugal e no mundo um investimento na estética, na limpeza, na higiene e no restauro. O resultado é que, hoje em dia, é tudo mil vezes mais bonito do que era há 20 anos, por exemplo.
Fui ontem a Santarém. A cidade está hoje muito mais bela do que nunca. Este primeiro post mostra algumas fotos, outras haverá.
Fotos: Convento de São Francisco em Santarém. Destruído e reconstruído, com um rosácea completamente inventada e construída a partir do zero, no Sec. XXI, é de surpreender a preparação do interior da igreja apara o banquete de uma empresa.
E as andorinhas, que sempre no surpreendem, nos claustros. Ampliar a últim adoto.
No dia 1 de Maio realizou-se uma meditação pela paz no Terreiro do Paço, também chamado Praça do Comércio. Um evento proposto via Facebook. A ideia é mesmo ficar sentado a meditar em silêncio. E foi assim. Ficou combinado as pessoas que quiserem irem meditar todos os domingos pelas 18 h no Terreiro do Paço. Hoje, primeiro domingo e com chuva, foram 9 pessoas. Mais um, que apareceu, sentou-se uns minutos e foi embora. Os animais também são bem vindos, eles sabem melhor do que nós sentarem-se no chão, partilharem o espaço, etc... VER AQUI
Um dos aspetos da cultura popular do Algarve é sem dúvida os das pragas que se rogam para fazer mal aos outros. Teríveis, mas ingénuas, aqui vão algumas: "Ah, mald'çoade! Havia de te dar uma febre tã grande, tã grande, que te derretessem os botões da farda!" "Ah, mald'çoade! Havias de ter uns cornos tã grandes, tã grandes, que um cuco na ponta dum e outre cuco na ponta do outre na se ouvissem!" "Ah, mald'çoade! Havias de ter um bichoco tã grande, tã grande, que tu dormisses numa cama e o bichoco noutra!" Tradução: bichoco = furúnculo Tradução: mald'çoade= amaldiçoado
Perguntei-me muitas vezes por que razão havia tantos milagres na Idade Média e agora não há nenhum.
E de repente percebo que milagre pode não ser apenas aquilo que acontece.
Também é milagre aquilo que não chega a acontecer.
Este Papa, que tanto irritou a hierarquia católica, todos diziam que ia ser morto pelo próprio Vaticano.
Longe de reforçar as medidas de segurança, o Papa Francisco recusa-se a deslocar-se no Papamobil, com vidros anti-bala. Bem ao contrário, abraça-se a pessoas comuns, comendo e bebendo o que estas lhe dão. Só a falta de higiene e de controle destes alimentos poderiam matar um homem da sua idade.
É agora notícia que prenderam elementos da Al Kaeda que o iam matar.
Vocês ainda querem mais milagres?! Muito durou ele e continua vivo e são, apesar da grave doença que teve em novo.
Um dos milagres atribuídos a São Francisco de Assis foi ter escapado a um envenenamento, juntamente com vários amigos, comendo deliberadamente comida que sabiam estar envenenada.
Não sei se o parto em que nasci, faz hoje alguns anos, foi fácil ou difícil. Nessa época, ou se vivia ou se morria, nascíamos em casa, pelo menos na minha pequena terra natal, mas julgo que o parto em que nasci há-de ter sido ótimo, fácil e rápido, se eu já sabia que ia encontrar tanta beleza neste mundo!!!
(E, já agora, que ia encontrar tantos amigos e tão maravilhosos no Facebook.) (E nos blogues) (e na Internet) e, já agora, na realidade.
Entrei numa loja de roupas, mais vocacionada para mulheres da meia idade e daí para cima, e fiquei a saber, por uma cliente, que as mulheres "velhas" se devem vestir com roupas escuras, discretas e não floridas ou estampadas. - "Já não há roupa para as velhas." - Ai já não há? Mas havia?! Isto do vestuário e muito complicado. O que se usa, o que se usava, como é, como era... Já não há roupa para "velhas", ou já não há "velhas"? "Velhas" Com tudo o que significava essa palavra, mentalidade, roupas, atitudes...
José Gil, que publicou há anos um livro extremamente lúcido sobre o ser português, Portugal Hoje o Medo de Existir, deu recentemente
dos mais variados temas, desde a política até à loucura.
O tema da loucura é apaixonante, mas poucos ousam abordá-lo.
"É um tema que lhe interessa, o da loucura?
Um tema fundamental, porque há uma correlação entre o pensamento e a loucura.
Como há da alegria para a felicidade.
Um pouco a mesma coisa. No pensamento devemos passar fronteiras de realidade. E voltar. Por vezes é difícil regressar, há quem não volte. Muitos psiquiatras heterodoxos viram existir um trauma entre certas experiências traumáticas e a descoberta. Os sonhos de Kepler, do Descartes, de Wittgenstein: após um trauma há uma pujança que pode ser fértil para a criação de um mundo que não existia. Pode existir então um trauma que seja fecundo e outro que nos transporta para o asilo. Estou convencido de que Fernando Pessoa estava constantemente em estado de trauma…
Isso é novo.
Sei isso. Mas existe uma correlação entre a sua louca criatividade e os traumas da sua vida pessoal.
O tempo tem-me ensinado que todas estas coisas não podem ser ditas muito alto.
Também a mim, Luís. O mundo tenta domesticar quem pensa o que não é o pensamento único."
Existe uma árvore, no Oriente, chamada Narilata, ou Narilatha.
As suas flores têm o feitio de uma mulher.
Conta a história a que vários místicos se distraíram olhando para esses frutos.
Se existem histórias míticas e míticas sobre a árvore, então é que a árvore existe. Mas não necessariamente na realidade real.
Na imagem, as bonecas parecem muito de plástico e até se veem os dedinhos dos pés.
Mas isso não quer dizer nada.
Se a árvore existe, seu ase que forma for que exista, é natural que existam imagens dela, incluindo fotografias. Deve até haver imagens anteriores à fotografia.
Notícias recentes informam que José Sócrates Pinto de Sousa, o preso 44 e ex-primeiro ministro de Portugal (que vergonha!), não escreveu o livro que publicou em seu nome e do qual mandou comprar uma fortuna em exemplares. Não foi ele que pagou, foi um amigo que lhe pagava a vida milionária que levava, pois a criatura, em si, nunca teve dinheiro nenhum. Segundo o que afirma.
Segundo outra curiosa notícia, a esposa do tal amigo foi ter com um ex-professor do 44, para lhe pedir que o aconselhasse sobre o que fazer. O ex-professor aconselhou-o a denunciar o 44, a troco de perdões dos juízes.
Logo é denunciado e colocado em tribunal por ter dado esses conselhos, numa história muito embrulhada.
O juíz que meteu o 44 na cadeia teve a casa assaltada, a mulher atropelada por duas vezes e o cão envenenado.
Eu vejo uma relação entre estas notícias e uma outra: uma criatura (mulher portuguesa) dizia-se vice-reitora da Sorbonne, quando não era nada que se pareça com isso. Também o 44 dizia que fez a tese na Sorbonne. O que não aconteceu. Aliás, a tese nem foi feita por ele...
Para completar a absurda pintura, existe um clube de fãs deJosé Sócrates Pinto de Sousa, o preso 44, que até tem um hino. Agradecem-lhe por existir. Quanto lhes pagará o amigo da criatura, ou outra amiga qualquer?
Enfim, a única coisa boa que o José Sócrates fez pelo país foi introduzir no discurso, político e outro, a metáfora "narrativa", que implica uma mudança de perspetiva da realidade e faz muito jeito.
Este filme resulta de uma banda desenhada, O Gato do Rabino .
Muito interessante, alia a animação de desenhos a uma atitude filosófica e mística judaica.
Belos desenhos.
Baseada no facto deq ue o gato do rabino comeu um papagaio e portanto começou a falar e a dizer oq ue pensava, incluindo que amava a dona, a filha do rabino.
Sopa de peixe acabada de inventar, mas que ficou muito boa. Talvez se chame sopa de peixe à primavera, ou qualquer coisa assim. Peixe de caldeirada sem raia ou só safio, ou só cação, ou só tamboril, etc. Coze-se, numa panela com água e sal, couve flor, brócolos e couve coração, ou outra. Quando estes legumes estiverem "al dente", ou seja, cozidos mas um nadinha duros, desliga-se, ou mantem-se o fogão ligado mais um nadinha. Noutro tacho ou panela, faz-se um refogado com rodelas de alho francês e azeite. Pouco de tudo. Deita-se o peixe no refogado e deixa-se assim uns dois ou três minutos, não mais. Acrescenta-se a água de cozer os legumes, os legumes a gosto e um nadinha de massa de cotovelo. Ferve uns 5 minutos, no máximo. Servir num tacinha bonita e grande ou num prato de sopa bonito e grande. O peixe pode ser servido em prato à parte, ou, se não tiver espinhas, corta-se em nadinhas e mete-se dentro da sopa. Bon appétit!!!
Um abraçãozão a todos os meus amigos, nesta primeira hora da primavera. Já a sinto na pele, nas narinas, na imaginação, na vontade e no desejo. E, desta vez, veio anunciada pela escuridão do eclipse do sol. O que significa que vai ser especial e boa.
Faz hoje anos que Natália Correia morreu. Faz 22 anos.
E vai agora ao palco pela primeira vez uma sua peça, que só foi representada À porta fechada durante a ditadura salazarista.
Porque o homúnculo ("chulo" é um diminutivo, como em "corpúsculo"), ou seja, o homenzinho minúsculo, é Salazar.
Mas também podem ser estes homenzinhos minúsculos: Sócrates, Passos Coelho, Cavaco Silva e tantos outros, que nem têm conta.
A mim parece-me que é pena ser esta aprimeira representação da peça, semq ue Natália nunca tenha visto nenhuma, mas é bom que finalmente aconteça.
José Mujica, que foi presidente do Uruguai até "se reformar", é um exemplo, ou melhor, é o exemplo daquilo que um político deve ser. Perante a possibilidade de vir a receber o prémio Nobel da Paz, dá esta resposta ( em Português do Brasil, pois aqui em Portugal ninguém sabe quem é esta criatura). "Que prêmio da paz, nem prêmio de nada. Se me derem um premio desses seria uma honra para os humildes do Uruguai para conseguirem uns pesos a mais para fazer casinhas... no Uruguai temos muitas mulheres sozinhas com 4, 5 filhos porque os homens as abandonaram e lutamos para que possam ter um teto digno... Bom, para isso teria sentido. Mas a paz se leva dentro. E o prêmio eu já tenho. O prêmio está nas ruas do meu país. No abraço dos meus companheiros, nas casas humildes, nos bares, nas pessoas comuns. No meu país eu caminho pela rua e vou comer em qualquer bar sem essa parafernália de gente de Estado.” Mujica dava parte do seu ordenado aos pobres e tem sempre o mesmo automóvel, agora já muito velho. Recusou vendê-lo por uma fortuna a um colecionador de automóveis. Quanto ao aspeto do senhor, vejam a foto. E no entanto, Mujica é um sinal dos Novos Tempos. Tempos do Ciryza, do Podemos, tempos de mudar a política e os políticos.
Uma amiga cega, que tive e talvez ainda tenha, disse-me um dia:
- A si, ninguém a pode ajudar.
Aterrada, perguntei porquê.
- Você tem uma profissão que não presta, mas gosta dela. Não ganha muito dinheiro, mas não se queixa de falta de dinheiro. Tem saúde, portanto, não precisa de ajuda. E portanto, ninguém a pode ajudar!
Sim, de facto...
Mas, realmente, só uma cega poderia ter chegado a uma conclusão destas, uma rica cega, ou uma cega rica, pois agora, poucos anos depois, dizem que os da minha profissão ganham muito bem, até mesmo bem demais e que a profissão é para privilegiados.