terça-feira, outubro 19, 2010

Chamamos a isso coragem? Só se for a alegada coragem dos criminosos?

Em França, caiu o Carmo e a Trindade só porque querem aumentar a idade da reforma para os 62  anos.
Aqui, aumentaram-na para os 65 e ninguém piou. Em parte porque isso anulou uma diferença entre funcionários públicos e trabalhadores do sector privado, que já se reformavam com 65. Mas, vejamos... que tipo de trabalho? Todos os trabalhos se podem fazer até aos 65 e já se fala em 67? Partir pedra, dar aulas, ter uma memória fabulosa, etc...?
É natural que, em função desta amostra, o tipo José Pinto (Sócrates) que pratica a assim designada política de laboratório, tenha concluído o óbvio: podemos fazer tudo, que todo o mundo se encolhe.


E assim fez, a criatura.


Quando os trabalhadores do sector privado estavam felicíssimos porque finalmente se fez justiça, a dita criatura decididiu cortar os vencimentos da função pública e, de repente, os "patrões" reivindicam o direito de também cortar os vencimentos do sector privado. Coitados dos trabalhadores do privado, muito menos protegidos e muito mais dependentes e mais próximos e mais vigiados das estruturas do poder, do que os da função pública!!!
Claro, isto pode acontecer, quando o dito José Pinto aponta como privilegiados os professores, que de repente toda a gente odeia, aos quais toda a gente se considera igual, quanto mais analfabetos mais iguais, os professores, sem distinção de professores, o inimigo público número um, a abater.
Só depois os jornais publicam os vencimentos dos boys do José Sóctrates. E alguém acredita que a criatura só ganha o "mísero" ordenado de primeiro Ministro?
Para governar assim é preciso ter lata. Outros diriam coragem.
Há criminosos que não se redimem e cometem os maiores crimes, às vezes impunemente. Chamamos a isso coragem?
Estes comentadores políticos, quanto ganham? Vão ganhar menos? Representam os nossos interesses?
Este orçamento estará bem feito? Resolverá o problema, ou será uma coisa atabalhoada?
Não podemos saber ao certo, pois este Pinto defende tanto o capital, que os jornais, que pertencem ao capital, obviamente o defendem. Cada vez mais cinzentos e cada vez menos independentes.
É o caso do Expresso. Hiper Yes Man do governo... de qualquer governo, desde que defenda os seus interesses.

segunda-feira, outubro 18, 2010

DE TANGA E A SAQUE - PARADOXO?

Não sendo a Nadinha uma política, nem sendo político este blogue,
Considerando que vivemos uma situação em que o país está a saque, como nunca esteve,
A SAQUE E DE TANGA, o que é, no mínimo paradoxal, pois quem está de tanga não pode ser saqueado, quem é saqueado não pode estar de tanga, quem saqueia, neste caso, não está mesmo nada de tanga...

Sendo assim, a Nadinha decidiu, há vários dias, fazer eco de quem entende destas coisas. E aqui vai.

Juízes estão a pagar factura por processos como "Face Oculta", alerta o dirigente sindical


Poderíamos também afirmar que "Algo está podre no reino da Dinamarca", mas infelizmente a Dinamarca está bem e recomenda-se...

sábado, outubro 16, 2010

Privilegiados? Porquê?

A propósito deste post recente, ( Dá vontade de rir, mas não tem graça nenhumarecebi um email, escrito em Francês e referindo-se à realidade francesa, mas que se pode aplicar à portuguesa.


O autor do texto propõe que se troquem as pessoas idosas pelos prisioneiros, colocando as primeiras nas prisões e estes últimos nos lares de terceira idade. E vai desenvolvendo a ideia: tomavam banho todos os dias, tinham televisor e computador, tinham roupa fornecida pela instituição, não pagavam nada, tinham enfermaria e cuidados médicos, biblioteca, etc.
É interessante esta comparação, mas é também muito estranho e ao mesmo tempo muito significativo que se fale agora tanto no assunto. Agora que o Estado Providência começa a deixar de o ser, generaliza-se a ideia de que os prisioneiros são privilegiados. No caso do post que escrevi antes, não era essa a ideia de quem me contou o episódio, mas confirma alguns pressupostos do email.
Uma mulher-a-dias que conheço, criou três filhos com o seu trabalho e a  ajuda do sogro, o marido estava sempre preso. Criou-os bem, com muito trabalho, mas queixava-se de que ele não fazia nada, não tinha de se preocupar com o que comia e tinha televisão a cores, quando ela não tinha nenhuma, nem mesmo a preto e branco. Creio que só haverá um televisor para muitos e nem sempre, mas a ideia fica...


Por outro lado, há muitos sem-abrigo que continuarão a sê-lo, a menos que alguém os ajude ou eles se ajudem, enquanto a hipótese de ir preso para ter de comer, de beber, cama, etc. não se lhes coloca.


Num post já bastante antigo conto, na primeira pessoa, o modo como uma sem-abrigo, imigrante estrangeira, conseguiu recuperar uma vida normal, com a ajuda de uma senhora. Tentei reproduzir o que ela me contou.
Jardim. Ah ah ah!

Já agora, seria caso para perguntar se os prisioneiros não deveriam trabalhar... para bem de todos...
As opiniões de que aqui faço eco não são necessariamente as minhas, saliento apenas a ocorrência e recorrência significativa destes temas.
Antigamente os prisioneiros não tinham o direito de comer à custa do Estado, só comiam do que podiam comprar ou do que lhes davam, o que seria hoje impensável.  
Daí a expressão: "quem tem amigos não morre na cadeia".
Mas estes novos direitos também geram desigualdades estranhas e não intencionais, sendo esta uma entre muitas.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Vocês elegeram esta criatura? Tudo se paga neste mundo!



É a primeira vez, se não me engano, que a cara desta criatura aparece neste blogue. O rosto bonitinho e caça-votos que muitas eleitoras acham o máximo!
Caras amigas: não sejamos femininas no mau sentido da palavra!


Este vídeo é do Blogue 31 da Armada

terça-feira, outubro 12, 2010

Dá vontade de rir, mas não tem graça nenhuma

Acabaram de me contar esta história. É verdadeira e muito intrigante.
Um homem cumpriu 12 anos de cadeia por tráfico de droga. Quando saiu, decidiu emendar-se e arranjou um emprego a carregar caixotes na Macro. Estava tudo a correr muito bem, até que lhe pediram uns papéis que faltavam... papelada sem importância, registo criminal, etc.
Mandaram-no logo embora. E alguns dias depois ele contava:
- Que faço? Já ando a dormir na rua. Já me roubaram a roupa e os cobertores... não arranjo emprego... só me resta uma solução: ir dentro. 
- E já lá está. - Conclui o meu narrador.

Pensemos nesta história: a cadeia funciona aqui como a casa da mãe ou da avó... está lá dentro com cama, mesa e roupa lavada e sem fazer nada, o que parece ser o sonho de muita gente. E pode ver televisão, o que parece ser a única ocupação dos tempos livres de quase toda a gente. Talvez até tenha uma biblioteca com livros... por outro lado, este homem de 60 anos auto-condenou-se a prisão perpétua.

Imaginemos agora a situação de alguém que também está sem emprego, sem dinheiro e sem nada. Que pode fazer? O mesmo? Talvez não.
Primeiro: não lhe ocorre esta solução.
Segundo: se lhe ocorrer esta solução, à primeira que faça é absolvido por não ter antecedentes criminais. À segunda que faça, já tem antecedentes criminais, mas poucos, por isso tem pena suspensa...
E como não tem o know-how, até pode nem conseguir ser apanhado...
-"Coitadinho, não chamem a polícia, que tem cara de boa pessoa!"

Dá vontade de rir, mas não tem graça nenhuma!

domingo, outubro 10, 2010

Apareceu hoje neste mapa um visitante que está no meio do mar, junto a África: São Tomé? Um navio?
O "Sitemeter" não dá conta dele.

sábado, outubro 09, 2010

Porque é que Portugal foi o país da União Europeia que se saiu pior, ou irá sair pior, da crise do Subprime dos Estados Unidos da América?
Não foi já o melhor aluno da CEE? Não teve um milagre económico?

Cortar na Despesa Pública

Não sendo a Nadinha política nem economista, resolveu aqui fazer eco de quem mais entende destas coisas da crise e do corte nas despesas.
Vejam este texto do blogue

Quarta República

Exemplo:

Renuncio a boa parte dos institutos públicos criados com o propósito de me servir;

Renuncio à maior parte das fundações públicas, privadas e áquelas que não se sabe se são públicas se privadas, mas generosamente alimentadas para meu proveito, com dinheiros públicos;


sexta-feira, outubro 08, 2010

Vontade de rir

A vontade de rir não é muita quando a perspectiva é virmos a ganhar menos, não termos dinheiro para apanhar o TGV, nem para ir a lado nenhum,  mas termos um TGV, não termos dinheiro para andar de avião nem haver aviões directos de Portugal para lado nenhum, mas termos um aeroporto novo, muito longe de Lisboa, quando este está a ficar às moscas...

Mas há quem se ria e nos faça rir...  anda no Facebook este texto de um blogue do Expresso, o qual propõe que troquemos o Governo Português pelos mineiros do Chile, o que me parece bem... bem, confesso que fico com pena dos Chilenos...

VER AQUI

quarta-feira, outubro 06, 2010

República Escaçumelada

Não tenho muita paciência para comemorações históricas, mas ainda bem que vi esta na televisão, para ouvir a feroz crítica que fez o Presidente da Comissão das Comemorações  do Centenário da República
aos actuais políticos, considerando que está em causa a democracia e a dignidade de Portugal.
Mas ninguém comentou este comentário, ao contrário das banalidades ditas pelo PR e que se comentam à exaustão. Areia para os olhos. Imagino que fosse coincidência mas, no melhor da festa, o meu televisor ficou com a imagem preta e não ouvi uma parte do discurso do Presidente da Comissão das Comemorações  do Centenário da República. Foi um não acontecimento, ao que parece. Ninguém o ouviu. Comparou os conturbados tempos da República ao tempo actual, de clientelismo político, falta de transparência democrática, corrupção, etc. E pediu ao PR que acabasse com isso, o qual fez ouvidos moucos.


O discurso do Primeiro-Ministro, depois deste, teve um tom perfeitamente retórico e ridículo, até porque ele e o Presidente da República  ficaram escaçumelados * ao ouvir as críticas, numa ocasião em que só se esperam elogios de uma criatura domesticada, que é suposto estar muito feliz e orgulhosa por estar rodeada de gente tão importante.


Gostei da opinião do Louçã, mais ou menos assim (cito de cor): 
Não precisamos de consensos porque foram os consensos que destruíram o país
Não devemos ser fortes contra os fracos e fracos contra os fortes como temos sido
Não se enriquece Portugal empobrecendo os portugueses.


Ao ver a solenidade dos discursos, ocorreu-me uma situação em que não pude deixar de rir à gargalhada: recentemente entrei num café para tomar um café e estava uma personagem do chamado "povão" a dizer:
"Amanhã, o Presidente da República vai receber, no Palácio de S. Bento, o Primeiro-Ministro e o Líder da Oposição. Por mim, haviam de estar os três presos na cadeia".
Dias depois, um taxista disse-me o mesmo.


Dá-me vontade de rir este contraste: estão a exibir-se para o Povo Português com grande solenidade e o Povo Português vê-os como o "Inimigo Público Número Um". Ou Dois e Três. Ou Quatro e Cinco.


Para quando uma nova revolução Republicana?
Não sou monárquica, mas República quer dizer Res Publica, em latim, ou seja, Coisa Pública em português.


A Coisa Pública está a ser abocanhada pelas figuras públicas
Precisamos de implantar outra vez a Res Pública


* Escaçumelado: expressão nortenha muito gira para dizer triste, atarantado, chateado, desorientado, tudo isto junto.
Por exemplo: República Escaçumelada

terça-feira, outubro 05, 2010

100 Anos de República e alguns de Farinha Amparo


Partilho aqui um vídeo do Farinha Amparo, um dos Blogues preferidos deste.

Uma visão iconoclasta da República, mais de acordo com o que todos pensamos, se calhar... a respeito de diversos passos da nossa história.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Os portugueses comem, dormem e riem-se

Nunca se viu um primeiro-ministro baixar os salários, aumentar os impostos de modo a notar-se muito, retirar vários direitos adquiridos, aumentar o horário de trabalho e a idade da reforma.
Nunca se viu um primeiro-ministro fazer uma só destas coisas e muito menos fazê-las todas juntas, como faz este.
Nunca se viu um primeiro-ministro de Portugal ser acusado de tanta corrupção.
Nunca se viu um primeiro-ministro de Portugal ser acusado de tanto oportunismo e de tanta irresponsabilidade.


Os portugueses comem, dormem e riem-se. 
Talvez alguns pensem e digam: "se eu estivesse no lugar dele, fazia o mesmo". Que pensamento tão cristão: Desculpa os outros, culpa-te a ti, dá a outra face. Dá a... dá o... enfim, dá o que tens. "E a mais não és obrigado"


MAS VEJAM ISTO:

"Se o consumo vai por água abaixo entramos numa recessão"

domingo, outubro 03, 2010

Política de terra Queimada

É notícia no Expresso desta semana que o aluno que entrou na Universidade com a média mais alta, 20 valores, é um rapaz que não conseguia acabar o Ensino Secundário porque reprovava sempre a Matemática. meteu-se nas novas oportunidades e, de ser um péssimo aluno, passou a ser o melhor do país.
Perguntam-me se isto me parece normal. Parece-me normal que este governo queira destruir tudo, desde o trabalho dos estudantes ao trabalho dos professores, do ensino público aos hospitais públicos, etc. Pelo menos, é o que tem tentado fazer...
Há quem diga que tem interesses nas empresas privadas de Ensino e de Saúde.
Espantaram-se com as manifestações dos professores contra a avaliação: a questão é que os professores sabem até que ponto as avaliações podem ser erradas e injustas, sobretudo quando se estabelece uma relação de poder entre quem avalia e quem é avaliado.
Ou em situações como esta.
Um caso também muito curioso é o seguinte: alguns estudantes não atinam com o Inglês nem com o Francês. Recentemente podem fazer exame de Espanhol, no 12º ano, em vez destas outras línguas.
Resultado: claro que não sabem nada de Espanhol, nem sequer têm aulas ou explicações, mas passam todos com notas razoáveis ou mesmo boas.

E assim vai este país, cem anos após a instauração da República. Quando não existem desigualdades, inventam-se.
E injustiças também.
VER AQUI
A despropósito: este blogue tem agora um seguidor grego. Não me dirijo a ele, pois imagino que não me entenda... (Já tinha um iraniano).
Hello Aleksandr

sábado, outubro 02, 2010

Filme Comer, Orar, Amar

Já escrevi aqui vários comentários sobre o livro, que me deixou um sentido de incompletude, ao ponto de imaginar que, provavelmente, o filme seria muito melhor.
Com grande entusiasmo, fui ver o filme e por pouco não saí a meio.
O filme acentua e multiplica por mil o defeito do livro, que, alegadamente, pretendendo ser uma viagem espiritual, passando da matéria concreta (comer) para o espírito (orar) e depois para o amor, a grande energia que transforma a matéria em espírito (é esta a ideia).  Esta de a matéria se transformar em energia é aquela fórmula conhecida do Einstein.  A energia ser o espírito é a base das teorias filosóficas e místicas do Oriente, na sua posterior tradução para o Ocidente, o qual precisa de fórmulas e de Einsteins, quanto mais incompreendidos e marginalizados melhor.
Tanto o livro como o filme dão a ideia (talvez errada?:)) de que a tipa, afinal, só andava à procura dum homem. Ou de que a única coisa importante neste mundo é que uma tipa gira encontre um tipo. E desde que haja sexo, tudo bem... faz bem à saúde, etc.


O único problema é que, tanto o livro como o filme parecem querer demonstrar exactamente o oposto de tudo isto. E negar que as americanas só pensam em sexo.
É chato. Como se diz agora: um flop. Pior: um flopezinho.
Ampliando o globo aqui ao lado e passando para o mapa plano, vejam as pessoas que têm vindo cá, de várias partes do mundo, só desde 19 de Setembro. É tão giro...
Sinto-me um pouco orgulhosa...
Mas, para protecção da privacidade, algumas terras estão alteradas, por exemplo, eu posso ser localizada em Santarém ou no Barreiro, estando em Lisboa.
Também se pode ver aqui, no "Sitemeter"
http://www.sitemeter.com/?a=stats&s=s24swanmar&r=79

quinta-feira, setembro 30, 2010

Metade de... nadinha

Nada... está ao preço de metade de nada.
Nunca tinha visto. Isto passa-se em Mahon.
Se não levar nada, só paga metade de nada, ou seja, nadinha.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Comer, dormir, ver televisão

 Fala-se muito do livro e do filme "Comer, orar, amar", mas eu tenho ouvido mais vezes falar do sonho português (portuguese dream): comer, dormir, ver televisão.

Mais exactamente, tenho ouvido proclamar aos quatro ventos (não são sete ventos?) que os "ladrões e os assassinos" estão todos "lá dentro" a comer, dormir e  ver televisão, sem precisarem de trabalhar para isso.
Por seu lado, os que estão cá fora e que são normais, para poderem comer, dormir e ver televisão, têm de trabalhar. E há aqueles que também estão cá fora, mas não podem comer, dormir e ver televisão porque não trabalham. Só podem dormir, que é grátis e para isso basta ter sono.
E depois há aqueles que estão cá fora e que recebem subsídio de desemprego e rendimento mínimo, nalguns casos os dois juntos, apesar de serem proprietários de prédios arrendados.
- E diz ela - diz ele - para que é que eu hei-de esfalfar-me a trabalhar, se posso receber o mesmo ou mais sem fazer nada?
(Não sei se perceberam que nunca é referida a ideia de trabalhar para aquecer, ou seja, trabalhar por gosto, para nos realizarmos, para exercermos os nossos dons, etc...)
E realmente, pessoas que conheci e que pareciam hiper-fanáticas do trabalho, de repente reformaram-se e fazem questão de dizer que se sentem felicíssimas. A fazer o quê? Ora, isso é fácil:
A comer, a dormir e a ver televisão.

Comer, orar e amar? Só se for sem trabalhar. E a ver televisão. Orar a ver televisão, amar a ver televisão.

E diz ele: - a culpa é do Grande Ladrão que Lá Está. 
- Quem será o Grande Ladrão que Lá Está? - digo eu - A não ser que, por uma vez, eu tenha a mesma opinião que todo o mundo, o Grande Ladrão que Lá Está então deve ser... cala-te boca, que ele é muito capaz de lá permanecer... depois de ter dado de comer, de dormir e de ver televisão a tanta gente...

P.S: Li esse o livro já há bastante tempo e fiz comentários neste blogue sobre ele. 

domingo, setembro 26, 2010

Acordei na mesma terra em que tinha adormecido


E nessa terra as cores são mesmo assim nítidas. Não é efeito da fotografia.
Confrontar com a imagem genérica deste blogue.

sábado, setembro 25, 2010

Acordei na mesma terra em que adormeci



Estou num hotel que parece um navio
Mas não é um navio
As ondas até parece que batem nas paredes, mas não chegam a bater
E sobretudo, não nos leva para lado nenhum, a menos que seja em sonhos.
Posted by Picasa

quinta-feira, setembro 23, 2010

Outono no Hemisfério Norte

O dia amanheceu enevoado e pálido, como uma ilustração do Outono.
Vem aí a beleza dos meios tons e a doce frescura das noites tranquilas.

terça-feira, setembro 21, 2010

Pacífico... mas pouco


Olhando aqui ao lado para o globinho da terra e vendo o Oceano Pacífico tão grande, somos levados a recordar Fernão de Magalhães, o português que o descobriu e o atravessou pela primeira vez, ao serviço do Rei de Castela.
Navegou desde o Estreito de Magalhães, na América do Sul, até às Filipinas. Como se não bastasse esta lonjura de mar sem terra, os navios ainda apanharam uma calmaria que os fez perder dois meses de navegação. Comeram as solas dos sapatos e um rato do navio valia dois ducados (moedas de ouro).
Fernão de Magalhães acabou por morrer ainda antes de chegar onde queria Queria chegar às Molucas, que era onde se produziam as especiarias, vendidas na Índia através de Malaca. Por via das dúvidas, os portugueses já tinham conquistado Malaca em 1511, mas os espanhóis, ainda antes de lá chegarem, achavam que as Molucas eram espanholas, em função do Tratado deTordesilhas, que dividia o mundo: metade para Portugal, metade para Espanha. Neste caso:

- Eu vi primeiro! - juravam os portugueses.
- Mas está na minha metade do mundo - diziam os espanhóis.

Após a morte de Fernão de Magalhães, por ter tomado parte num conflito regional, os navegadores espanhóis abandonaram todos os navegadores portugueses, incluindo um rapazinho filho de um piloto aventureiro e o respectivo pai, no Bornéu, cujos ferozes habitantes os devem ter massacrado. E regressaram à Europa pelo sul, fugindo dos portugueses e da Índia, onde os havia.

Estes e muitos outros episódios giríssimos, constam do livro

Náufragos, traficantes e degredados: as primeiras expedições ao Brasil, 1500- 1531
de Eduardo Bueno
Editora Pergaminho

segunda-feira, setembro 20, 2010

Feira Alternativa no Jardim Tropical de Belém




Foi giríssimo. Fui lá várias vezes. Das primeiras gastei dinheiro, não propriamente a comprar coisas, embora houvesse muitas coisas para vender. E a entrada era cinco euros (ou 5 aérios, como agora dizem alguns e que me agrada). Realizou-se sexta, sábado e domingo.


Depois vi que havia muita coisa grátis, como seria de esperar. O melhor era grátis.

Na primeira imagem, vê-se:

Do lado direito, o rapaz é um especialista em cristais, talvez americano, pois falava através daquela tradutora, do lado esquerdo, vestida de verde, uma americana que fala com os animais, não só com os vivos, mas até mesmo com os mortos. LOL!


Após a palestra do rapaz, de que pouco entendi porque cheguei atrasada, juntámo-nos para falar com a Dra. Pouquíssimas pessoas.

Como não tenho animais, não perguntei nada, embora me tenha apetecido falar com um meu antigo gato, chamado Comboio. Uma senhora chorou muito quando a doutora lhe transmitiu as mensagens dos cães e gatos que teve, dizendo, contudo, que costuma ter dificuldade em comunicar. Logo a seguir, todos fizemos uma meditação de agradecimento à senhora, o que a fez chorar muito mais ainda. Mas deve ter-lhe feito bem, até porque a Dra. é psicóloga de gente, por formação. Uma querida! Iluminada!


Uma mulher contou que a sua gata trata muito bem uma pessoas e outras muito mal. Basta dizer o nome (se souber o nome ou se o bicho o tiver), disse ela que os animais comunicam por telepatia, não precisam de email. Mas também fala com animais selvagens, sem nome.

Fez-me muito lembrar o Dr. Doolitle. Jovem e bonita.


Bem, após uns segundos de meditação, disse que essa gata sabe mais do que muitas pessoas. Mas há um pormenor que a dona queria perguntar à gata:

- Porque é que a minha gata morde os dedos dos pés dum homem que vai às vezes lá a casa?

A mocinha concentra-se, pouco tempo, após a tradução da pergunta. E dá logo a resposta.

A gata quer chamar a atenção do homem, gosta dele (ao contrário do que julgava a dona) e quer dizer ao homem que ele deve concentrar-se (focuse) nas pessoas: é um homem que não pára em lado nenhum, não dá atenção a ninguém, não se foca, não se concentra nas pessoas, um aéreo (aérios?).

A dona da gata fica um pouco surpreendida e diz que faz todo o sentido. Realmente o homem é assim (embora não houvesse nada na pergunta que o desse a entender).


Não sei se os gatos falam. Mas, sentada ou deitada na erva do jardim, entre árvores frondosas e belas, com sombras extensas num dia de muito sol e muito calor, senti-me regressar à infância. E senti a alegria completa e imotivada que há muito havia esquecido.

E também quando regressei, uma hora depois, estava ela a cantar e a tocar viola, com crianças felizes e

adultos felizes a ouvir. Poucos. Se fossem muitos, eu não teria ficado lá.


Esqueci-me de dizer que a feira também tinha artefactos ecológicos, alimentação natural e vegetariana, medicinas alternativas, etc...


Doutora dos animais

VER AQUI

E AQUI


Depois foi uma mulher que disse que lhe aparecem muitas borboletas. Perguntou logo às borboletas porque é que aparecem à mulher e elas responderam logo. Querem dar-lhe alegria (quase todos os animais querem dar-nos alegria, segundo ela). Querem que ela veja agora a luz muito bela que há-de ver quando chegar a sua hora de partir. Querem retirar-lhe a ilusão das coisas de que a mulher já não precisa, mas que lhe parecem necessárias e importantes.


Pelo menos isto faz sentido: tantas coisas de que não necessitamos e que nos pesam nas costas!

domingo, setembro 19, 2010

Luzinha aqui neste globo

Se vir uma luzinha aqui neste globo que coloquei no lado direito, é você.
Clicando por cima, vê melhor, aumenta e diminui com a bolinha do rato. Ou vira o globo.

Ainda tem poucas pintinhas vermelhas porque só o pus hoje. O que sempre me espanta no mundo é o tamanho do Oceano Pacífico. Também me espanta nunca ter navegado num oceano tão grande.
Mas nem todas as visitas ficam aqui, pelo menos por enquanto, pois há algumas no "Sitemeter" provenientes de países diferentes.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Concurso: Como é que se vivia antes de haver telemóveis?

De repente fui assaltada por uma recordação horrenda. Tenho muitas recordações desagradáveis, em que o passado me parece todo um tempo remoto e imundo. E arcaico. Saudades, poucas. E só do futuro.
Telefonei para uma pessoa porque não me encontrei com ela como combinado, a pessoa não estava em casa e eu tive de dar milhentas explicações para o facto de telefonar, de querer saber isto ou aquilo, explicações dadas à sogra, da qual nenhuma das duas gostava. Que eu detestava.
Também fiz várias perguntas, mas não obtive resposta a nenhuma.
Que horror! Isto responde à questão:

Como é que se vivia antes de haver telemóveis?
(Mal, claro)

Dêem outros exemplos como este.
As melhores respostas a esta pergunta terão prémios incríveis!

Atenção: eu não disse que os prémios eram bons.

segunda-feira, setembro 13, 2010

A Pilota





Pelo menos em Cannes foi giro: tivemos uma pilota.
É assim: ao desembarcar e ao zarpar, precisamos dum rebocador e dum piloto da barra.
Parece que alguns navios modernos (e enormes) já conseguem manobrar sem nada disto, porque têm hélices colocadas de lado, que lhes permitem uma abordagem sempre na vertical, mesmo que seja de lado. Não é o caso do Navio Funchal, em que naveguei na última viagem marítima que fiz.
Há o piloto da barra, que neste caso nem chega a entrar no navio, limitando-se a dar instruções (por telemóvel?). Como era a vida quotidiana antes de haver telemóveis?
Há o rebocador, que puxa o navio para o lado direito ou esquerdo, para a frente ou para trás, fazendo o trabalho do leme dos barcos pequenos e dos grandes quando têm espaço de manobra. O que não é o caso: o porto não permite a velocidade nem fornece espaço para manobrar. Neste caso nem estávamos no porto, apenas ao largo da terra, mas há regras a cumprir...

Ficou todo o mundo muito feliz e a dizer adeus a Madame la Pilote, que retribuiu os adeuses.
Bem, os franceses são realmente evoluídos no que diz respeito aos direitos da mulher, nomeadamente em relação aos muito equívocos direitos sexuais... mas a gramática francesa não tem o feminino de termos como professor ou doutor... pode?
Ou piloto. Ou capitão, ou coronel. As profissões nobres não existem no feminino.

Dizer que uma mulher tem o direito de fazer amor quando e com quem lhe apetece, como dizem e acham os nossos vizinhos franceses, terra da liberdade, talvez seja, de certa forma, obrigá-la a fazer amor quando não quer ou com quem não lhe apetece.
Pois se é assim tão saudável, agradável e bom, como recusar? Com que argumentos? Antes será caso para agradecer...

Vocês não acham?

Casa Pia: antes ninguém piava, agora piam, piam, piam

Têm corrido rios de tinta só porque uma juíza fez um resumo muito resumido e demorou a dar os papéis. Até parece que todos nós vamos ler as 1600 páginas da sentença e precisamos de as ler urgentemente.
Que mais irá agora acontecer? Ficam felizes porque têm os papéis, ou vão esmifrar as vírgulas, os ques e os des?
E se os rapazes não se lembram da cor das cortinas e da marca do televisor, é porque estão a mentir, mas se se lembrarem de tudo é porque combinaram dizer todos o mesmo.
E como é natural quando alguém se sente muito revoltado e ofendido, os rapazes resolveram acusar uma pessoa que nem os conhecia nem lhes fez mal nenhum, em vez de acusarem quem lhes fez muito mal.

Durante 30 anos houve abusos destes na Casa Pia, mas ninguém piou. Os jornalistas sabiam, mas calavam-se. Agora piam piam... parecem o coelhinho do anúncio.

domingo, setembro 12, 2010

E em Florença





Única terra do percurso aqui referido que não fica à beira-mar, entre muitas surpresas, encontrei esta. Em defesa de uma mulher. Nas pedras antigas e negras da nossa civilização antiga .
Reparo agora que ela tem um nome parecido com o da grande Deusa-Mãe: Shekinah. Também pode ser considerada como a presença feminina de Deus, de acordo com a Cabala.
Ou ainda: "Shechiná é uma energia cósmica poderosíssima em si mesma, que habita no "interior" do Universo e vivifíca-o, sendo a sua "alma" ou "espírito"". Wikipédia.

Mas esta da foto é apenas uma mulher que queriam apedrejar. E não conseguiram.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Corões para queimar: leve três pelo preço de dois

Esta da queima do Alcorão deve ter sido ideia de algum livreiro... talvez tivesse em stock vários exemplares que não vendia...
Cada um na sua: Corões e Ramadões para quem gosta...
Edição especial de luxo: inclui garrafita de petróleo e todos os exemplares numerados e assinados pelo autor.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Lazareto



Quando a minha amiga X, já referida (tive a intenção de fazer a viagem sozinha e foi assim que a iniciei, mas encontrei no navio uma amiga e uns conhecidos que passaram a amigos e mais umas pessoas que não direi)... e até mesmo uns desconhecidos que também passaram a amigos, acho eu, com a net tudo se torna possível.
Quando a minha amiga X me disse que isto era um Lazareto, pensei: está a confundir. Com estas muralhas, deve ser um forte. Mas depois o guia (da tal excursão de barco pelo porto de Mahon, ilha de Menorca), acabou por confirmar.

Vinham para este lazareto todos os doentes de Espanha que tivessem doenças contagiosas. As muralhas serviam para os impedir de fugir.

Isto impressionou-me vivamente, em termos humanos, sem dúvida e ainda mais em termos ficcionais: é óbvio que muitos foram mandados para lá para que a família se visse livre deles, apesar de serem saudáveis. E isto pelos mais variados motivos, que levem as famílias "honestas e sensatas" a quererem livrar-se de certos elementos: herança, honra, extravagância ou diferença dos familiares, ou seja, honra outra vez...

Podemos imaginar várias hipóteses, para pessoas que lá tenham sido colocadas pelas razões expostas: 1. Apesar de serem saudáveis, morreram com uma das muitas doenças contagiosas que lá se contraíam. 2. Sendo saudáveis, conseguiram resistir a todas as moléstias, tal como os médicos e enfermeiros e: ou saíram de lá, ou morreram de velhos, tendo ajudado uns e prejudicado outros.
Outra hipótese: conseguiram fugir e talvez embarcar para as colónias espanholas... ou portuguesas...

Tantas histórias que existiram na realidade e foram esquecidas! O mundo é feito de histórias esquecidas para sempre. Talvez seja função da literatura lembrar algumas, inventando-as. Uma das funções.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Paquete Funchal





Muito temos aqui falado sobre o Paquete Funchal. Todos Lamentamos muito o acidente que ocorreu neste seu último cruzeiro, mas não teve nada a ver com o navio. Vi-o partir, no Cais de Alcântara, para esta mesma viagem, havia famílias de tripulantes a despedir-se.
As pessoas com quem mantive contacto, deitaram as mãos à cabeça por pensarem que poderia ter acontecido com elas. E estão a escrever umas às outras, a dizer isso...
Só não pode acontecer a quem fica em casa, mas nem todos podemos ser caseiros...

Desejamos a todos um bom regresso e as rápidas melhoras para os feridos.

Quanto aos que poderiam ter ido e não foram, ou que foram noutra ocasião, como eu, está sempre a acontecer ao nosso lado algo (de bom e de mau) que não nos acontece a nós...

terça-feira, setembro 07, 2010

Realidade virtual: Condenado por pedofilia = Vítima da Justiça = Jornalista Independente

Realidade virtual: Condenado por pedofilia = Vítima da Justiça = Jornalista Independente.

Estava toda a gente à espera que os arguidos / réus ficassem todos absolvidos no processo Casa Pia, talvez com excepção do Bibi por ser pobre e por também ter sido vítima.

Mas os maus da fita, agora são as vítimas, embora ninguém duvide de que foram abusadas. Só acham que os rapazes, embora vítimas, cometeram perjúrio e, que, portanto, são criminosos.

Quanto aos alegados criminosos, esses é que são as verdadeiras vítimas.
Uma das vítimas, isento jornalista, pretende provar que o dia mais negro da justiça em Portugal foi um vulgar dia do calendário gregoriano em que ninguém deu por nada.
E os outros jornalistas isentos, ajudam.
BOA!

Embora veja televisão raramente, caí ontem na asneira de ver o programa "Prós e Contras", para não ficar totalmente desfasada da realidade virtual deste país. E mal dormi com tanto nojo.
Pelo menos agora há os blogues, para fugir à ditadura dos jornais e da televisão, ou seja, dos jornalistas.

Estamos a viver dias negros da Comunicação Social em Portugal. Se o jornalista está inocente, que o prove, em vez de nos massacrar a cabeça!

segunda-feira, setembro 06, 2010

Museu da Pesca





Prometi falar do Museu da Pesca que vi em Palamós. Não estão por ordem cronológica, estes textos.

Os artefactos da faina piscatória não são necessariamente bonitos, mas este Museu da Pesca aliou o tema à criatividade e é lindíssimo. Apesar de ter relativamente poucos utensílios, tem muitas fotografias interessantes e um modo ainda mais interessante de as exibir.
As pilhas de caixotes têm todas uma fotografia por cima. Ou um texto. Notar como o catalão pode ser tão idêntico ao português, como se vê e lê na primeira frase da segunda foto, que pode ampliar.

Já gora, fiquei a saber, com surpresa: O mediterrâneo tem mais de quinhentas espécies de peixe, só consome, ou seja, só se pescam cerca de cem e o comércio faz-se sobretudo com doze.

Perdi a oportunidade de comer, em Itália, uns peixes chamados Alici (no plural), de que ouço falar na RAI UNO, porque, no primeiro sítio onde parámos, St. Stefano, andava tão entusiasmada que me esqueci da hora de comer e em Florença só vimos comida para turistas.

Este esquecimento de comer vem-me dos tempos em que fui magríssima, em que toda a gente ralhava comigo por não comer, por ser esquelética... é da idade. Há-de haver outra idade em que o comer é pouco importante...

domingo, setembro 05, 2010

Paquete Funchal





Este navio, o paquete Funchal, de bandeira portuguesa, pertencendo à Classic International Cruises, fará em breve 50 anos e foi em tempos um baluarte do regime salazarista, ao fazer a carreira regular para as ilhas.
Nessa época, devia ser o mais avançado. Agora não, claro. É muito pequeno e não tem alguns dos dispositivos e luxos de outros maiores e mais modernos.
Vai agora para o estaleiro, para fazer uma remodelação total, afim de respeitar as modernas e exigentes normas de segurança. Por exemplo, este navio tem muita madeira, nos conveses, no revestimento das paredes e em toda a parte. Como o principal risco no mar é a ameaça de incêndio, é claro que isto constituía um perigo enorme, pelas actuais bitolas. (Se lá fosse a ASAE...)
Também reparei que tinha umas cadeiras de verga com algumas partes em metal, parecia mesmo ferro, que, com o vento, eram frequentemente arrastadas pelo convés. Apanhar com um ferro daqueles... surpreendeu-me este aspecto: hoje é perfeitamente básico tomar todas as medidas para evitar acidentes, ainda que pequenos e teria sido fácil substituir as cadeiras.

Em contrapartida, há pessoas que se sentem em casa neste navio e num outro da mesma companhia, chamado Princess Danae. Já fizeram muitos cruzeiros a bordo destes paquetes, até porque há muito poucos com partida e regresso a Lisboa e acabam por não ser caros. A alternativa mais frequente é ir embarcar em Espanha ou Itália.

Por este motivo, o ambiente pode ser agradável e quase familiar, como me aconteceu nesta viagem, em que encontrei várias pessoas conhecidas. Isto pode ser bom ou mau, dependendo das pessoas e da relação que temos com elas, no caso foi bom. Também tem a vantagem de, na eventualidade de se fazerem amizades, ser mais fácil mantê-las em terra, sendo os passageiros maioritariamente portugueses, embora, segundo dizem, isso raramente aconteça. Ou não acontecia, antes de haver Facebook.


Naveguei em barcos muito maiores, como o Costa Victoria da empresa Costa Cruzeiros, mas ao nível humano é muito impessoal, é como estar numa grande cidade. A comida também corre a risco de ser "de cantina", pelo mesmo motivo e como foi o caso: uma das minhas expectativas era a comida italiana de que gosto muito, mas esta era de enfarta-brutos e não prestava. Pelo contrário, a do Funchal e do Princess Danae (igualmente pequeno) é muito boa e requintada .

Esta Classic international Cruises tem outros pequenos navios, mas só conheço estes dois. Têm todos bandeira portuguesa e operam às vezes a partir de Portugal, mas a companhia não é portuguesa.

Fotos: Paquete Funchal fundeado em Ajaccio, na Córsega, no porto de Mahon, ilha de Menorca e ao largo de St. Stefano, em Itália.

sábado, setembro 04, 2010

Palamós



E aqui está uma terra que ninguém conhecia e de que toda a gente gostou: Palamós, na Catalunha. Lugar sossegado com gente muito simpática e uma língua que às vezes parece português.
Não tirei muitas fotografias, porque já andava um bocado farta, mas mostro depois um Museu da Pesca que lá vi.

As terras a que se tem vontade de voltar, nesta viagem, são: Santo Stefano (muitíssimo), Palamós e Ceuta (sempre).
Não me refiro a Florença, por não ter mar nem porto e não fiquei a conhecer Viareggio porque fui a Florença. É claro que vale a pena regressar a Florença, mas isso toda a gente sabe...

Há uns anos passei em Civitavechia, uma terra também muito bonita, grande porto de mar, mas de lá, quase toda a gente vai a Roma. Não fui porque tinha estado lá há pouco tempo...

O porto mais próximo de Florença é Livorno, mas é o mais caro do mundo, pelo que alguns navios o evitam. Lisboa é também um dos mais caros.

No caso deste navio, o Funchal, ficámos fundeados ao largo de terras como: Santo Stefano e Viareggio que têm pequenos portos, mas também de Saint Tropez e Cannes, já maiores.

É cansativo e muito moroso embarcar e desembarcar em lanchas baleeiras, ou salva-vidas, como se vê em fotos que coloquei no blogue Escrevedoiros.

Mentiras com efeito

Quando estudei na Universidade, conheci várias pessoas que diziam aos pais que passavam, apesar de terem reprovado. Houve até um rapaz que ainda andava nos primeiros anos e foi recebido na terra com uma festa-surpresa da população toda, liderada pelo pai. What a surprise!
Mas este truque é novo...

(O Diário de Bordo vai prosseguir dentro de momentos)

Lata

É preciso ter lata para comparar o processo Casa Pia com o fascismo. Mas os ricos ou influentes estão habituados a fazer o que querem e a prova é que foram condenados a prisão e estão em liberdade.

Clicar por cima

«José Sócrates é o responsável pela baixa de crescimento do país, pela perda de quotas de exportações e pelo endividamento do país. Apesar de estarmos mais endividados hoje, somos um país menos competitivo do que éramos quando ele entrou no Governo em 2004», afirmou o presidente da Logoplaste.

Como social-democrata, Alexandre Relvas fez um pedido: «O PS, que está no Governo há praticamente 15 anos, devia olhar para estes números e, perante o país, pedir desculpa pelas consequências da política que foi seguida ao longo dos últimos anos».

sexta-feira, setembro 03, 2010

Ainda Saint Tropez


É uma terra bonita, mas para ver como nós a vimos "à vol d' oiseau". Ficar lá não me parece que valha a pena: muitos turistas, tudo demasiado caro, não sei se é verdadade, mas garantiram-me que lá e em Cannes, onde também fomos, até se paga para estar na praia...

Enfim, são duas terras muito fotogénicas.

"Esplendor e Miséria"




Fico sempre mal impressionada e mesmo incomodada quando, em certos países, sou levada a contemplar a extrema pobreza, que parece inadmissível e quase impossível para quem vive num país relativamente abastado, como é o nosso. Sei que muitos não concordarão com esta frase, mas a pobreza que se "vê", ou que não se vê em Portugal não é comparável à que não se pode esconder noutros países.

Pela mesma razão, sinto-me chocada quando vejo sinais de extrema riqueza e opulência, como vi em Saint Tropez, Riviera Francesa. Havia quem tirasse fotos aos enormes iates, aos invulgares automóveis, às motos...
Se pensarmos bem, é para lugares como este que vai o dinheiro da também imensa corrupção que há no mundo. Diamantes de sangue, negócios de sangue, dinheiro lavado em sangue...

quinta-feira, setembro 02, 2010

Minha peça de teatro

Interrupção das navegações para dizer:

Foi publicada na Revista Triplov a minha peça de teatro, inédita até agora

Aldeia das Cavernas


Pretende demonstrar a ideia de que a aldeia global também pode ser considerada uma aldeia de cavernas, tanto no sentido do primitivismo das relações, como no sentido platónico das ilusões.
Essa não é necessariamente a minha opinião, é apenas um ponto de vista, que me surgiu na escrita desse texto.

Um enorme agradecimento a Estela Guedes, directora da Revista.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Navegações



Acabada de chegar a Lisboa, doem-me as pernas, as ancas, as costas... apanhámos vários dias de muita ondulação, ao ponto de ninguém ter dormido uma ou duas noites. A cama dá solavancos, projecta-nos contra a cabeceira ou contra a parede, acorda-se. Nunca ouvi ninguém queixar-se de lhe ter acontecido, mas deve acontecer atirar-nos ao chão.

De pé, estamos sempre a colocar o peso do corpo numa perna, depois na outra, depois na mesma, para nos equilibrarmos, contrabalançando o balanço constante e isto, mesmo quando o mar está manso. Agora aqui, vejo o chão de Lisboa a oscilar perigosamente, porque continuo a centrar a força numa perna e na outra, automaticamente.

Estendida na minha pobre e enorme cama, de braços abertos, dormi a noite dum sono.

Já tenho esta cama há cerca de dez anos, mas nunca se mexeu, nunca me atirou contra coisa nenhuma e nunca me aconteceu adormecer nela em Lisboa e acordar noutro país. Digamos que não tem vontade própria...

Também me agrada pensar que por baixo dela não há tubarões, nem esqueletos de marinheiros nem fantasmas de navegantes. Nem mesmo água.

A minha vocação marítima não é exclusiva, afinal. É muito mais fácil ficar na terra.

Somos todos irmãos




Recordava Ceuta, de lá ter arribado por mar, como uma terra muito tranquila e com gente muito simpática. Recordava esta cafetaria em particular e voltei lá.
Só depois de pedir o café percebi que não tinha levado a carteira: com duas noites e um dia só de navegação, como no navio não se utiliza dinheiro, não vale a pena andar carregada. E disse ao rapaz, na foto:
- Afinal já não quero o café, porque não trouxe dinheiro.
- Pagas amanhã.
- Amanhã já não estou em Ceuta.
- Pagas quando voltares a Ceuta.
E serviu-me o café, com todas as regras. Voltei lá para pagar, claro...

Devo ter cara de pobre, porque toda a gente me dá de comer e de beber em todo o lado, foram os figos em Itália, é o café em Ceuta... uma vez na Tunísia, também café...

Ou: somos todos irmãos.