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sexta-feira, setembro 21, 2012

Filósofo José Gil sobre Manif anti-Tróika


"Que significa: "Queremos a nossa vida?" Portugal, país atravessado por um medo de existir, deixou de ser um lugar de não-inscrição. Começou a deixar de ser esse lugar no dia 15 de Setembro. Contra o quê se manifestaram os portugueses no sábado passado?, além da TSU e das concretas medidas de austeridade? Foi por quê, além de ser contra quê? O que é que fez o povo sair à rua? O povo que "não é estúpido". Que sabe, sem provas, da "corrupção avassaladora"? Que ergueu bandeiras onde se lia "Basta!" Antecâmara de uma revolução? Sob que palavras de ordem? José Gil, filósofo, tem Portugal no centro da sua reflexão. Está farto de bom senso, de palavras como "sabedoria", de excessiva prudência. "

"As pessoas votaram sobretudo contra Sócrates , diz José Gil em entrevista ao Negócios. "Não votaram por Passos Coelho. Passos nunca foi a esperança. Nem promoveu a imagem da mudança. Foi uma coisa muito ténue, rápida, que passou: que ia mudar Portugal".


Já agora, as pessoas, da primeira vez, também não votaram a favor de Sócrates e sim contra Santana Lopes. Contra o PSD.

sábado, junho 02, 2012

Nuno K Rato! O que é que vai sair dali???

Até agora não saiu nada, o ministro limitou-se a imitar em tudo as duas anteriores ministras, que tanto criticou. Caso para dizer que a montanha pariu um RATO ( K rato). Vem este trocadilho a propósito de eu estar sem a letra c no teclado e saiu rato em vez de Crato... e já num post anterior, titulei: "a montanha pariu um rato", pois é o que pareCe.

Este ano que agora termina, foi o culminar de vários anos de intenso laxismo, disparatada tolerância, igualitarismo entre professores e alunos, fazendo lembrar o PREque, no caso da educação e do ensino, ainda não terminou.

Os alunos chegavam às aulas com atraso de meia hora, ou nem iam, traziam um papel assinado pela mãe a dizer que o autocarro se atrasou (todos os dias) e, como era chato trazer sempre o papel, acabavam por convencer os professores a não marcarem faltas.

Os que eram postos fora da aula todos os dias, também justificavam as faltas disciplinares, e muitos diretores de turma aceitavam a justificação por medo dos pais. E por medo dos alunos.

Os pais acham giríssimo que o filho seja rebelde, toda a família acha giríssimo e, claro, acabam por minimizar o facto de não saber coisa alguma, consequência da dita rebeldia. De ter notas péssimas. Mas talvez as notas nem sejam tão más assim... pelos motivos que já disse.

Vem isto a propósito da recente legislação de Nuno K rato.

Talvez resulte. É à inglesa. A dita liberdade inalienável de os alunos fazerem tudo o que lhes apetece, tudo o que lhes dá na bolha, talvez se "aliene", afinal, com os dinheiros dos subsídios, que os pais dos alunos "rebeldes" perdem... ou com as multas que serão obrigados a pagar. Se forem altas.

Afinal, tudo se aliena.

A ideia parece boa, mas receio que não flutue. Vai muito contra a maré.


VER AQUI




(P.S.: A propósito, agora que não tenho a letra c, constato que, com a reforma ortográfica, ela faz muito pouca falta.)

sexta-feira, março 09, 2012

Porquê o silêncio dos políticos? MEDO???!!!

Após as declarações de Cavaco Silva contra Sócrates, no prefácio de um livro, os políticos de relevo recusam-se a comentar, ou comentam que o Presidente da República não deveria comentar.



Estas criaturas também têm medo de falar? Todos? Quanto ao Freeport, tudo bem, no problem... uma palavra contra o Sócrates é uma ousadia... 
Chantagem? Conluio? Cobardia? 
Medo, sem dúvida, mas medo de quê?
Não entendo. Não deveríamos entender tudo e mais alguma coisa, como se o entendimento fosse a capacidade das pessoas inteligentes e espertas contra a das parvas. Um entendimento silencioso e secreto, silenciando-se as conclusões.

Ainda só vamos nas acusações de deslealdade, quanto todo o mundo já foi nas de corrupção.


Eu gostaria de concluir que quem nos governa não é uma corja. Deve haver alguns que são gente de bem.
Mas as pessoas espertas que conheço, inteligentes e sábias, sorriem, encolhem os ombro se chama-me ingénua.

Sinto-me tão Orgulhosa de ser Ingénua!!!
Censura contra o Presidente da República, ou medo do Sócas?


Não sou, nem nunca fui, fã do Cavaco Silva, mas ainda sou menos fã dos cobardes que querem silenciar o próprio Presidente da República. 
Mas já sei. Amanhã vão acusá-lo de não usar sapatos de verniz, ou gravatas de seda, ou qualquer futilidade verdadeira. Vão deitar areia para os olhos, como fazem sempre.


Oh, somos todos tão pouco ingénuos e tão muito cúmplices!!!

domingo, março 04, 2012

Portugal visto de fora



"Se hoje, três homens, os da troika, têm mais força que o Parlamento português, é porque uma maioria de cidadãos portugueses assim o permitiu. Nesses países do Sul europeu, de raiz católica, onde as pessoas parecem ter medo do poder. Onde o poder está associado à ideia do divino, do bem, do inquestionável. É assim que pensa Luis Sepúlveda."


OU 


"Patagónia, feita de gente não resignada, de gente que nunca se declara vencida, de gente que nunca se sente derrotada. Diferente das gentes da Europa que, habituadas a uma riqueza súbita e pouco questionada, caem agora, estupefactas, e resignadas." 


VER AQUI


Aqui está um texto bom para refletirmos.

domingo, janeiro 29, 2012

Luz ao fundo do túnel... ou as luzes do presidente nunca chegam ao fundo do túnel?

É notícia do Público de hoje que o presidente da República, Cavaco Silva, e os seus próximos, são contra Vítor Gaspar, por razões que já são óbvias: destruição completa da classe média, consequente destruição da economia, baseada em pequenas e médias empresas e, portanto, empresas pertencentes à classe média e não ao alto capital, que, de resto, já saiu do país... destruição do estado social europeu...

Luz ao fundo do túnel?

Ou as luzes do presidente nunca chegam ao fundo do túnel? Como foi o caso de se opôr a Sócrates, sem consequências, de denunciar perseguições, sem consequências, de se opôr a isto e àquilo sem consequências... ficará talvez conhecido como o "Presidente Eu Bem Dizia!"


VER AQUI

Se o Governo está a destruir tudo isto, o Presidente não pode limitar-se a comentar, como faz a oposição, como faziam os presos políticos antigamente. Tem medo de ser preso?

Mas a campanha contra o Cavaco Silva por ter dito o óbvio, será uma tentativa de o destruir? Os anteriores presidentes tinham fortunas. Não se espera que o actual presidente, que não tem vencimento, ande de calças remendadas, ou que a esposa se vista nos chineses...

E lembremo-nos: Salazar mandava remendar os cobertores do palácio de S. Bento, vender os ovos das galinhas criadas no palácio, o que a todos também parece ridículo, mas com uma agravante: 

Salazar não precisava de dinheiro, pois não tencionava abandonar o poder. Nunca. 
Os outros eram multimilionários, não precisavam de ganhar nada. O que não significa que fossem bons...




VER MEU POST ANTERIOR:

Andam a gozar com o Cavaco, agora que ele disse a verdade e por isso mesmo: não sejamos atrasados mentais!



sábado, janeiro 14, 2012

Naufrágio do Costa Concórdia


Imagem: Costa Victoria (o navio grande) fundeado ao largo da ilha grega de Santorini


Viajei no Costa Victoria, navio da Costa Cruzeiros, com partida de Veneza. Vi na televisão de Veneza, na véspera da viagem, que tinha havido uma tentativa da Al Qaeda para colocar uma bomba num desses navios, fundeados no porto, notícia que não circulou, talvez por motivos de segurança *.

Nunca tive tanto medo de navegar, nos vários cruzeiros que fiz, quando nos pediam que não aceitássemos presentes de estranhos, podia ser uma bomba, nunca aceitássemos embrulhos fechados, ao comprar qq coisa, deveríamos pedir que embrulhassem à nossa frente, etc. Há sempre um certo receio, claro,  num chão que bamboleia, mas sem motivo aparente.

Creio que nunca contei isso aqui, até porque ainda não tinha blogues, só há algumas fotos dessas viagens nos primeiros posts. E não haveria, ou eu não tinha, máquinas fotográficas digitais.



Como a viagem foi muito bela, beleza acentuada pelo sentido da aventura, de que o medo é o ingrediente e a especiaria principal, hei-de digitalizar e colocar aqui algumas fotos "analógicas". Não sendo saudosista, e muito menos saudosista de acontecimentos nefastos, creio não ter guardado os jornais de bordo, que faziam os referidos avisos. Hei-de contactar uma amiga que viajou comigo.



* - Soube, mais tarde, que várias tentativas da Al Kaeda de concretizar os muitos atentados bombistas ameaçados pela organização para serem levados a cabo em Itália, foram gorados pela colaboração da Máfia napolitana com a polícia. Atacar Itália? Só passando sobre o cadáver da Máfia.



VER AQUI imagens  do naufrágio.
VER AQUI a notícia no Jornal Público
Neste blogue, tenho um post sobre um naufrágio ocorrido há 100 anos, com um navio indo de Itália para o Brasil, o Sírius. VER AQUI



segunda-feira, janeiro 02, 2012

Começar o ano a mudar

Olá! Ontem não consegui colocar no Facebook o post que se refere ao aniversário do Terra Imunda. Por alguma falha técnica, continuo a não conseguir, quem quiser que vá ver.

A melhor maneira de começar o ano é começar a mudar, sobretudo a mudar o nosso pensamento, que é o que determina tudo o resto. O modo como penso fará este ano muito bom ou muito mau... para mim.


Apresento duas hipóteses novas de encarar a situação de crise que vivemos: o ponto de vista de uma figura da União Europeia, não consensual, um alemão afirmando que:

"Os portugueses é que estão a pagar aos alemães", "A Alemanha pede emprestado de graça e depois empresta-vos, com um bom lucro, não é?"


A outra hipótese é o movimento Zeitgeist, a palavra é alemã retirada de Hegel, significa "o espírito do tempo". Propõe que se viva de acordo com a natureza e com o humano, não de acordo com os mercados, o lucro, os bancos, esse sistema que agora nos levou à beira do colapso. Manter o mesmo sistema e esperar resultados diferentes? Ingenuidade? Mas esta palavra, ingenuidade, parece pouco adequada para o que se passa na sociedade internacional e no mundo, atualmente.


Então, se tiverem paciência, leiam e vejam, clicando nos links. E também aqui, neste vídeo do Zeitgeist, intitulado: "A vida é uma escolha entre o medo e o amor. E no seguinte, de Krishnamurti. Se não tiverem preconceitos contra todos os indianos, nem lhes chamarem "Monhés" e outras doçuras.






domingo, janeiro 01, 2012

Aniversário do Terra Imunda




O Terra Imunda faz hoje seis anos. Ou seis aninhos, como queiram.
A maior parte dos blogues que se criam não dura três meses, este veio para lavar e durar.
Tem "fregueses" assíduos, fregueses não muito assíduos mas regulares, outros esporádicos... trata vários temas.
O tema principal é o que está errado na terra, daí o título, que descobri depois ser uma expressão muito frequente na Bíblia (ver net)... para o que me encanta, criei o Escrevedoiros, mas acabo por colocar aqui quase tudo.

Ambos seguem a minha disposição, mais alegre e jocosa, mais sensata e contemplativa... não, não pensem que é da idade. Sou naturalmente alegre e bem disposta e isto não muda com o tempo. Tenho uma veia humorística e isto também não muda com o tempo. Não sou nada académica, embora tenha uma longa formação académica (creio que 9 anos). Tudo depende de vários factores, mas o político tem predominado nos últimos tempos. 

O factor político tem-se tornado obsessivo na vida das pessoas: começa no acender de uma lâmpada, ou duas, ou três... Ah! A EDP foi comprada pelos chineses... continua nas deslocações, ah, hoje há greve de transportes, na alimentação, ah, o petróleo subiu, por isso está tudo mais caro... ah o arroz... o arroz subiu por causa de várias causas e também por causa dos bio-combustíveis... ah, a minha reforma vai ser cinco anos mais tarde e muito menor do que a dos meus colegas, ah, o subsídio de desemprego... 

Acho difícil alguém manter-se alheado da política, até porque cada vez somos mais vezes chamados a agir, a intervir, mas  a sociedade portuguesa parece paralisada num  medo herdado das ditaduras. Têm medo? Que chato! Então vamos deixar que nos comam as papas na cabeça... e cada vez vamos ter mais medo, cada vez vai haver mais papas a serem comidas nas nossas cabeças.

Enfim, Não sejamos pessimistas. Vem aí o ano do Dragão (começa a 23 de Janeiro). Mas, para nós, todos os anos têm sido o ano do Dragom, que vence sempre os campeonatos (refiro-me ao Futebol Clube do Porto, o Dragom) , portanto, tudo ótimo (sem P, por causa do acordo, mais um caso político. Ah! agora escreve-se de outra maneira!)

É preciso que nos adaptemos às mudanças, mas não a todas. Há muitas que não devemos aceitar.
E já agora: alguns dos meus amigos têm ouvido falar deste blogue Terra Imunda na rádio, na RDP Antena 1. Em dias e horas diferentes, um programa em que falam de blogues. Nunca ouvi.
Se alguém ouvir, agradeço que escreva isso aqui. 

Beijinhos a todos os que, estando presentes de forma visível, me ajudaram a construir e a manter este blogue durante seis anos.


CLICAR PARA VER O PRIMEIRO POST DESTE BLOGUE


P.S.: Por engano, num post anterior, eu disse que o blogue ia fazer 7 anos. Alguém mo fez notar, de forma subliminar. Já alterei.

sábado, dezembro 17, 2011

O Elevador de Santa Justa





A Susana Mendes Silva é uma artista plástica portuguesa, jovem, com obra exposta internacionalmente.
Resultante de um seu projeto artístico, mantém um blogue sobre o elevador de Santa Justa, no qual partilha impressões, sensações, emoções e recordações dos que passaram por ali, seja pelo hábito e pela necessidade, seja pelas circunstâncias das deambulações, turísticas e outras.


Santa Justa

Descobri este blogue recentemente e escrevi, de propósito, o texto que partilho agora, no Terra Imunda e no Santa Justa.

Vertigem
Sem pensar duas vezes, naquela bela tarde de verão, conduzi a minha irmã, de visita a Lisboa, pela estreita passagem que levava directamente ao cimo de elevador de Santa Justa. Pretendia surpreendê-la com mais uma das abruptas mudanças de perspectiva que a paisagem da cidade constantemente nos oferece.
Encontrámo-nos as duas, quase de repente, sobre o rendilhado de ferro que permitia ver à transparência o abismo que nos separava da rua do Ouro. Será do Ouro? A mim parecia-me ser... ou outra rua qualquer, lá muito ao fundo.
Subitamente, a minha irmã agarrou-se a mim num abraço constringente, a gemer e a contorcer-se. Perguntei-lhe o que tinha, mas ela não conseguia articular bem as palavras, enquanto, segurando-se com os braços pesadamente nos meus ombros, quase me arrastava para o chão.
- Que tens tu? Que se passa?
-Vertigens - acabei por ouvir a palavra balbuciada, tantas vezes dita por ela e tão temida.
Foi então que entendi os incompreensíveis e inúmeros relatos que ouvira desde criança, sempre que ela fazia alguma viagem. Chegada, na sua narração, ao cimo do miradouro, em vez de se entregar à descrição da esperada bela e exuberante paisagem, explodia em exclamações como estas:
- Foi horrível! Aquilo é medonho! Pensei que morria!
A minha irmã, mais velha sete anos do que eu, sempre me parecera uma mulher muito forte, até àquele momento das nossas vida e apesar dos inesperados relatos do medo que sentiu perante as mais belas paisagens que lhe foi dado vislumbrar. Quando eu era mais nova cheguei mesmo a perguntar-lhe por que razão havia sempre tanta gente fazendo filas para visitar sítios tão desagradáveis e assustadores, tremendos... Também nunca compreendi qual era a resposta a esta pergunta.
Arrastei-a com dificuldade até ao passadiço, pois as suas pernas pareciam feitas de cera mole, sem que os pés encontrassem a firmeza e a segurança dum chão onde pudessem fincar-se. Colocava-os de lado no pavimento, num completo descontrole motor. Pálida como a mesma cera e com os olhos, ora cerrados para não verem a distância, ora voltados na minha direcção, esgazeados e quase em branco.
Chegámos finalmente a um chão de terra, tosco, tendo ao lado do caminho uma grande pedra onde consegui sentá-la. Habituada à situação, no espaço de poucos minutos recuperou a compostura e a boa disposição, levantou-se muito bem e assim prosseguimos a nossa deambulação turística, pela cidade que escolhi para viver e que muito amo.
Quando vi o seu desafio de oferecermos as nossas recordações, ocorreu-me que o elevador nunca tinha tido para mim nenhum significado especial. Foi então que me lembrei disto. E de todo um passado a ouvir, à mesa enquanto jantávamos, nos dias comuns, incompreensíveis narrações de acontecimentos como este, escutadas por toda a família com muita atenção, num silêncio perplexo.




sábado, outubro 08, 2011

Os dias e as horas: o tempo sagrado do Mundo

Dia 281, Ano do Senhor de 2011

Neste dia 281, do ano do senhor de 2011, Portugal está nesta situação: 

Uma coisa chamada Moodys, responsável por uma crise económica mundial, decorrente da corrupção económica mundial, mas sobretudo da corrupção económica dos Estados Unidos da América, dirige e comanda o mundo.

Essa coisa, chamada Moodys, decidiu que Portugal não pode pagar as suas dívidas, porque é: Lixo. Portugal igual a lixo. Dito em inglês: Trash. Junk. 

A mesma agência e outras agências, co-responsáveis pela crise crise económica mundial, decorrente da corrupção económica mundial, mas sobretudo da corrupção económica  dos Estados Unidos da América, decidiu, mais recentemente, que a Itália está muito perto do lixo, a França corre o risco de vir a ser lixo, enfim, a Europa é, ou será em breve, lixo. Junk. Trash.

Curiosamente (notar o advérbio despropositado), Portugal, Itália, França, etc..., pagam muitos milhões de Euros, a moeda europeia, a estas agências corruptas, para que elas avaliem o mundo inteiro. Para serem, esses mesmos países que pagam, avaliados como lixo ou próximos do lixo.

Neste ano sagrado de 2011, poucos acreditam que o mundo, como o conhecemos, vá acabar em 2012. 
Apesar de não acreditarem, têm muito medo. Todos receiam perder o que têm. O que é que têm?

Têm que desaparecem milhares de milhões de Euros ou de Dólares, pertencentes aos Estados, para aparecerem esses  milhares de milhões nas contas bancárias offshore de certos indivíduos, aumentando assim a diferença entre os que passam fome, os que ganham tanto como o que falta a um país, os que ficam a ver e acham que está tudo bem... ou que vai ficar melhor.

Neste tempo sagrado, todas as coisas que considerávamos sagradas correm o risco de se tornarem lixo, trash, junk, tal como a herança cultural que o mundo recebeu da Grécia, a herança cultural e humana que o mundo recebeu da Europa... por efeito de algumas pessoas que se sentem felizes, porque ganham imensas fortunas com o colapso do mundo dito, até agora, "civilizado".

Essa é talvez uma outra herança que a América (EUA) recebeu da Europa. Juntamente com a gripe e com a sífilis. A ideia do "salve-se quem puder". Porque, aparentemente, nada mais têm, para além daquilo que receberam. De bem e de mal. E até agora, só criaram Moodys e misturas de muitas coisas que receberam: coctails, que são misturas de bebidas criadas na Europa, hamburgers que são misturas de restos de carne, tudo muito bem picado, etc...

Nada contra a América e os Americanos, mas é natural que estejam a perder e que venham a ser trucidados por países com muito mais antigas tradições culturais: China, Índia, etc...


Neste ano sagrado de 2011, como são sagrados todos os anos e todos os dias e todas as horas do pouco  tempo que vivemos, quase ninguém acredita que o mundo, tal como o conhecemos, vai acabar em 2012. 
Apesar de não acreditarem, têm muito medo. Não querem que acabe... Receiam perder...

Mas, nesta hora sagrada de Noa,  do dia sagrado 281, Ano do Senhor de 2011, nos Estados Unidos da América, celebra-se já uma revolta. Que alastrou pelo país. Depois da Primavera Árabe, dos protestos na Europa, o Outono da América.
Tempos sagrados. Dos não muitos que nos restam para viver.

sábado, julho 16, 2011

Com o coração cheio de alegria

Ao aterrar em Lisboa, doíam-me os ouvidos. E estava a ler, com interesse, uma obra literária passada em Cabo Verde, com gente simples, no início do século passado. Chama-se Oh mar de túrbidas vagas, o autor é  Teixeira de Sousa. Ao meu lado, seguiam duas senhoras, mãe e filha. Deslocavam-se a Lisboa para uma consulta da mãe, que teve um AVC, mas já passou, paga por filhos emigrantes na América, em França e na Holanda.

Apeteceu-me mostrar-lhes a terra. Quando vejo Lisboa, os ouvidos doem-me menos ao aterrar, calculo que doam muito mais aos estrangeiros, sobretudo àqueles que ainda não conhecem esta nossa cidade.

- Vejam! Isto é Lisboa! Tão a ver???

A simpática senhora de idade e a filha estavam de mãos dadas e olhos cerrados, agarradíssimas, a tremer  e a morrer de medo, como quem diz que, se o avião caísse, iam assim as duas para algures, grudadinhas uma na outra.

- Graças a Deus que aterrámos aqui nesta terra, com saúde e com o coração cheio de alegria! - Exclama a senhora mais velha, assim que se sentiu em segurança.

-Ah! Pois! Claro!


Ao reflectir sobre estas palavras, constato que também eu tenho o coração cheio de alegria.

segunda-feira, abril 11, 2011

Para a Adê e para todos



"Que a força do medo que tenho 
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito 
Não me tape os ouvidos e a boca 


Porque metade de mim é o que eu grito, 
Mas a outra metade é silêncio. 


Que as palavras que eu falo 
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
 Apenas respeitadas 
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos


 Porque metade de mim é o que ouço, 
Mas a outra metade é o que calo. 


Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais


Porque metade de mim é abrigo 
Mas a outra metade é cansaço. 


E que a minha loucura seja perdoada


Porque metade de mim é amor 
E a outra metade também"... 


Metade - Oswaldo Montenegro

Gosto de música brasileira. Esta, em particular, faz bem à alma e dá a coragem (por exemplo, de viver) que às vezes falta.

domingo, abril 10, 2011

Portugal assiste em directo, espantado e consternado, ao patético suicídio do PS.





Todas aquelas cabeças só tiveram uma ideia para o Congresso / Comício / Espectáculo: a culpa de tudo o que aconteceu nos últimos seis anos de Governo de Sócrates, é do PSD. 
É esta a opinião que têm da inteligência e da cultura dos portugueses.
Mas o retrato da família não esconde que os sorrisos são todos muito amarelos. Ou seja, falsos. Que mais parecem esgares ou caretas. Estão todos a fazer fretes e a engolir sapos. Porquê? Por medo?
Só um militante desconhecido teve a coragem e o bom gosto de se opor a todos, afirmando que:


"o primeiro-ministro que nos conduziu a esta situação e que conduziu Portugal a uma situação de bancarrota não tem condições para nos fazer sair dela”


Ana Gomes também disse das suas, mas padece do mal de todas as mulheres que dizem o que pensam: é considerada arruaceira. A mulher deve estar caladinha e não fazer ondas, ou então, não é uma "senhora". É uma mulher, como a Ana Gomes. E a Natália Correia. E outras. Diz assim:


"Para continuar a merecer a confiança dos portugueses é preciso que o PS assuma que nem tudo foram rosas na governação e que nem sempre a rosa cheirou muito bem. O PS também cometeu erros e assumi-los será meio caminho andado para os corrigirmos” . Clicar para ver quais foram os erros, na sua opinião.




Neste interim, o Ministro das Finanças da Suécia acusa Sócrates de ter "enrascado" a Europa por não ter pedido mais cedo o resgate e de, com isto, ter aumentado os juros que pagam a Grécia e a Irlanda, como coloquei em post anterior.
Nunca a imagem de Portugal esteve tão baixo lá fora.

terça-feira, março 22, 2011

Leiam isto II: Porquê tanto medo do FMI?

"Porquê tanto medo do FMI? 

22/03/2011 


Para muitos analistas, a persistente rejeição dos poderes públicos à "entrada do FMI" está a transformar-se numa atitude irracional, motivada por resquícios de ultrapassados julgamentos ideológicos, qual última barreira ao avanço do "neo-liberalismo". É um erro - e uma ingenuidade - pensar assim. Por um lado, aquela atitude é bem cerebral e, por outro, o descaramento das políticas da chamada terceira via há muito curou aqueles pruridos ideológicos.

Há que procurar melhor as verdadeiras razões.

De facto, a recusa em aceitar pacificamente a colaboração do 
FMI - tão frequente e veementemente afirmada - não releva nem da ideologia, nem da irracionalidade. Pelo contrário, aquela atitude repousa numa rigorosa análise das consequências previsíveis da intervenção do FMI sobre a opacidade da informação e dos processos de decisão em fundamentais aspectos da política económica. 


O medo do FMI é - antes de tudo o resto - temor da capacidade de análise e de revelação do estado real da economia portuguesa, em geral, mas sobretudo, no âmbito dos compromissos públicos constantes nos contratos das parcerias público - privadas e concessões e em todos os compromissos implícitos e não publicitados propiciados pela reinante promiscuidade entre os sectores público e privado. 


No processo, em curso, de renegociação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira alguns viram uma certa subalternização do FMI. Viram mal.

Recordemos que, no ano passado, quando se organizou o processo de ajuda à 
Grécia, a participação do FMI, a princípio, foi muito contestada. Mas aquela participação acabou por ficar consagrada e é hoje considerada indispensável. De facto, o FMI é insubstituível devido à sua capacidade técnica, à sua independência e à profundidade do trabalho de recolha de informação das suas equipas de peritos. "

terça-feira, março 08, 2011

Nos outros dias do ano, onde é que se escondem os mascarados?

Hoje, dia de Carnaval, ao olhar pela janela e ao ver um dia cinzento, triste e lúgubre, lembro-me da minha infância.
Num dia de Carnaval igual a este, fomos dar a "volta dos tristes" na minha terra, na província e no Norte: a minha mãe, uma minha tia, os filhos dela e eu. Era um dia desolado, pontuado às vezes por uns mascarados tristes, que agora se chamam caretos e estão a ser recuperados, na moda, quase. Até que o meu primo, mais novo que eu, apontando para um ou dois caretos*, entrapados de roupa e ainda com panos na cara,  perguntou à mãe:
- Nos outros dias do ano, onde é que vivem os mascarados?
A mãe e a tia olharam uma para a outra embaraçadas, risonhas e melancólicas . Depois, vendo um bidon de alcatrão que ali estava perto (nessa altura havia sempre muitos bidons vazios por toda a  parte, não sei porquê), uma delas respondeu:
- Vivem dentro dos bidons de alcatrão!

Foi um dos Carnavais mais desolados da minha vida.
Foi num século passado e atrasado. Num tempo que, felizmente, não voltará.
O meu primo não chegou a entender que havia feito uma pergunta filosófica. Vou perguntar-lhe, através da net, se se lembra disto.


*Resolvendo o problema do frio (e já agora sem custos adicionais), mascaravam-se com muitas camadas de roupa, parecendo bonecas de pano e cobriam a cara com meias. Metiam medo...). Creio que é a isto que chamam caretos.



terça-feira, janeiro 04, 2011

A chuva na leitura do livro e também no telhado

Estou  a ler com grande prazer Um Mundo sem Fim de Ken Follet, depois de ter lido Os Pilares da Terra do mesmo autor.
Descobri-o assim: numa banca de publicidade turística espanhola, pouco depois ou pouco antes de ter reencontrado a Filipa que também trabalha em turismo - navios, havia como oferta uma brochura com uma encadernação magnífica, que continha, em espanhol, parte do 1º Capítulo deste Um Mundo sem Fim.
A personagem é uma menina que está a tentar roubar a bolsa de um fidalgo durante uma celebração religiosa numa catedral gótica (construída no livro Os Pilares da Terra). Tem medo de roubar, mas ainda tem mais medo do pai, que a mandou fazer isso e da fome da família durante o Inverno ... etc...
Pouco depois, comprei Os Pilares da Terra em espanhol, pois estava em viagem: em Portugal custaria algo como 50 Euros, pois é muito grande e em 2 volumes, em espanhol era só um e muito mais barato (acontece o mesmo com este). 
O primeiro livro é sobre a construção das catedrais góticas, em especial a de Kingsbridge, sendo elas os "pilares da terra", em termos místicos. No segundo, os construtores, plebeus, são antepassados das personagens nobres.
Para além dos livros de Pearl Buck, aqueles cuja acção decorre na China, poucas vezes gostei tanto de ler um romance.
São obras que nos colocam em contacto com os aspectos essenciais da vida e da humanidade, da natureza e do tempo.
Estava eu, por estes dias, a ler o primeiro capítulo de Um Mundo sem Fim, eram duas horas da manhã, chovia torrencialmente e de forma assustadora na Kingsbridge medieval e também no meu telhado em Lisboa, onde havia o aviso de alerta amarelo, de tal maneira que entrou água da chuva na minha casa, tendo eu interrompido a leitura para ir ver... e pôr um balde a apanhar a água...
Mas depois voltei  a recostar-me na cama, continuei a ler e lentamente abrandou e parou de chover na minha casa de Lisboa e na Kingsbridge daquele tempo.
Os telhados são sempre um problema...

P.S.: Disseram-me agora que está a passar uma mini-série sobre os Pilares da Terra no AXN. Se ainda não leram é melhor lerem agora o livro e ver a série mais tarde, que há-de voltar a dar...


quinta-feira, agosto 19, 2010

Retrato Falado

Telefonando para a agência de viagens a ver se já tinham vindo os papéis, perguntam-me o nome da senhora que me atendeu. Como não sei, pedem-me uma descrição. Que idade poderá ter? Não faço a mais vaga ideia.

- É loura, de olhos azuis e muito bonita.
- Não temos cá nenhuma loira nem de olhos azuis.
- Olhos verdes? - Perguntei, a medo.
- Não!
- Muito bonita.
- ...........
- ...........
- Não estou a ver...
- Talvez um bocadinho forte... quase gorda...
- Ah, é a Marta!

Não me peçam retratos falados. Só vejo o âmago das pessoas e aquela pareceu-me linda.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Falar Línguas Estrangeiras

Um pássaro Mainá, que julgo ser um estorninho, na China, aprendeu a miar para impor respeito a dois papagaios que o dono tinha. Percebeu que os bichos têm medo do gato da vizinha e toca de falar a língua dele.
Não é giro?
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quarta-feira, dezembro 16, 2009

"O Palhaço" de Mário Crespo

Acabo de ler um excelente texto de Mário Crespo, ignoro onde foi originalmente publicado, mas está em toda a parte na net. Está escrito no estilo do Manifesto Anti-Dantas.
Vejam:

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

Publicado no Jornal de Notícias, como Crónica

quarta-feira, novembro 04, 2009

VIVÍSSIMA

A propósito dos posts que aqui coloquei, com a palavra "vivíssimas", uma amiga contou-me o seguinte:
Uma mulher que ela conhece confessou ao seu mestre espiritual:


- Mestre! Tenho tanto medo da morte!
- Medo de quê? - respondeu o mestre - morta já tu estás há muito tempo!

(Ver mais clicando na tag vivíssimas)