quinta-feira, outubro 27, 2022

A Rússia invadir a Ucrânia é como Espanha invadir Portugal? Pensemos um pouco mais…

 



Tenho lido comentários de pessoas partidárias da continuação da guerra da Ucrânia até ao último ucraniano, que vão neste sentido: “como te sentirias se Espanha invadisse Portugal?”

Respondendo a essa pergunta, direi que existem várias “pequenas diferenças”. 

1 - em Portugal não existem 12 partidos, incluindo o segundo mais votado, que sejam pró-Espanha, alguns deles propondo a integração de Portugal em Espanha. 

2 - as fronteiras terrestres de Portugal têm 800 anos, são das mais antigas do mundo, as da Ucrânia têm 30 anos. Quanto às outras fronteiras de Portugal, já foram do Minho a Timor passando pelo Brasil, agora são só até aos Açores e à Madeira. 

3 - em Portugal só há uma língua que é o português. Na Ucrânia há partes em que só se fala russo, outras onde só se fala polaco, outras em que só se fala romeno; mais tarde ou mais cedo, essas partes vão integrar a Rússia, a Polónia e a Roménia. 

4 - em Portugal, quando os Açores e a Madeira fizeram movimentos separatistas a favor da independência de cada um, nós não enviamos um batalhão nazi para os bombardear. Em vez disso, demos-lhes a autonomia. Zelensky recusou a autonomia das regiões separatistas e triplicou os bombardeamentos contra elas, depois de na sua campanha eleitoral ter prometido a paz. Nota-se bastante que é um homem de paz, quando só pede mais armas, ou seja: emprestem mais dinheiro à Ucrânia para matar mais ucranianos e mais soldados russos. 

Imagina-te no lugar dos ucranianos. Dos que andam a ser dizimados nas tropas de Zelensky e dos que vivem nas regiões separatistas… preferes manter as fronteiras ucranianas até ao milímetro, ou preferes viver em paz, confortável e quentinho no inverno, sem recear que o teu irmão, o teu pai ou o teu filho possam estar na linha da frente? 

Resposta: _______________________________________________

quarta-feira, outubro 26, 2022

Fotos de Steve Mc Curry

 Estas fotos de Steve Mc Curry estiveram expostas na Cordoaria Nacional, em Lisboa. São de grande beleza, para além de mostrarem situações estranhas, como as dos monges budistas que quase voam e se dependuram pelos pés, ou as fotos de pescadores que pescam equilibrando-se em cima de grandes hastes.














terça-feira, outubro 25, 2022

Paz na Ucrânia? A paz que iria retirar o protagonismo a Zelensky? Nunca!

 

Na história da humanidade, nunca um ser humano teve o protagonismo que hoje tem Zelensky, com detalhes aconselhados pelas agências de comunicação americanas que o levam a aparecer de tshirt junto das pessoas mais importantes do mundo em trajo formal. Como se fosse um Deus. Já pensaram no efeito que isto tem sobre nós em termos de imagem, se não fizermos a análise da imagem? 

Zelensky só ainda não conseguiu aparecer de tshirt em Kiev ao lado do Papa de Roma, apesar de muito ter pedido, mas o Papa, velho e sábio, tem um problema no joelho que lhe permite atravessar o planeta várias vezes, mas que o impede de ir a Kiev.

Desde que o líder da oposição a Biden afirmou que, se ganhar, não haverá mais cheques em branco para a Ucrânia, toda a gente começa agora a propor a paz. Todos, exceto Zelensky, claro. Alguém quereria perder este estatuto aparente de imperador romano? 

Parece-me que esta guerra já foi chão que deu uvas, muitas uvas para muito poucos vinhateiros. Mas talvez seja necessário eliminar Zelensky para se poder fazer um acordo de paz. Veremos!

terça-feira, setembro 27, 2022

Inundação…

 Gosto muito desta foto, exposta na Coordoaria Nacional, que já tinha visto noutra exposição, pois algumas fotos de Steve Mc Curry são muito conhecidas. Agora sei também a história: este homem tentava salvar-se numa inundação na Índia, salvando também a máquina de costura que era o seu ganha-pão. A empresa com a marca da máquina, PFAFF, depois de ver a foto, conseguiu descobri-lo e ofereceu-lhe uma máquina nova.




quarta-feira, setembro 14, 2022

Alguém te perguntou se tu és a favor dos ucranianos nacionalistas, de extrema-direita, ou se preferes os ucranianos separatistas?

 



Após uma fase romântica inicial, as pessoas começam a entender que a guerra da Ucrânia é uma guerra de interesses, que pode durar até ao último ucraniano vivo. À nossa custa.

Sem esquecer que esta guerra começou em 2014 com os ucranianos “bons” a massacrarem os ucranianos “maus” e continua desde então. 

Para apoiarmos os ucranianos bons e para fazermos ganhar dinheiro às empresas de armamento e de energia e às criaturas como a Úrsula e os Zelenskys, andamos aqui a comprar tudo mais caro e a perder poder de compra, a desvalorizar o euro, etc., enquanto eles diziman os maus ucranianos, ou seja, os do Donbas. 

Alguém te perguntou se tu és a favor dos ucranianos nacionalistas, de extrema-direita, ou se és a favor dos ucranianos separatistas? 

E que já há muitos militares americanos disfarçados de ucranianos “bons”, o que pode levar a uma guerra mundial.

Andamos a brincar? 

quarta-feira, agosto 10, 2022

Perseguir um povo?

 


Numa altura em que um líder, aspirante a fazer parte da União Europeia  (Zelensky) propõe que a União Europeia proíba a entrada de todos os cidadãos russos nas suas fronteiras, com dois países a concordarem com isto e os outros, mais antigos na União e mais democráticos, calados que nem ratos, evitando entrar em confronto pelo muito que já investiram nesta guerra, mas não podendo concordar, pois isso é totalmente contrário ao melhor espírito europeu… à democracia e etc… 

Se nos lembrarmos que só Hitler perseguiu todo um povo… o judeu  e que a União Europeia não se guia pelo estilo nazi… 

É bom recordar estas frases de Ana Arendt :

“ O súbdito ideal do regime totalitário não é o nazi convencido e sim o homem para o qual a distinção entre facto e ficção (quer dizer, a realidade da experiência) e a distinção entre verdadeiro e falso, (quer dizer, as normas do pensamento) não existem.”


Conhecem alguém que corresponda a esta descrição? 


 

sábado, agosto 06, 2022

Paz, para que te queremos?

 


Para fazer as pazes, seja entre países, seja entre pessoas, é necessário compreender todos os lados. 

Compreender só um lado e acusar só o outro é o princípio da guerra, não é o princípio da paz.

quinta-feira, agosto 04, 2022

Palavras para quê?

 


Este cartoon diz tudo sobre os interesses dos Estados Unidos é o modo como os defendem. 


Como consequência da visita da Nancy Pelosi a Taiwan, China inicia os maiores exercícios militares de sempre junto à ilha.


Mais tarde, está Nancy Pelosi ou Biden, ou os dois, talvez ganhe: o Nobel da Paz. 
A disputar com Putin.

Imagem: cartoon assinado


quarta-feira, agosto 03, 2022

Outra guerra?

 


Já começou a começar a guerra em Taiwan, com a viagem de Pelosi.

A China vai atacar a ilha sem nenhum motivo, a América, que é ferozmente contra a independência do Donbas, é ferozmente a favor da independência de Taiwan. Vai aparecer um grande herói…

A Europa vai atrás da América, claro, boicotando a China e destruindo a sua própria economia.

Vamos ver morrer muitos civis, vão destacar as crianças, vamos chorar a ver o telejornal. 

Pelo menos o Biden poderia acabar a guerra da Ucrânia antes de começar esta… mas talvez as pessoas comecem a perceber o padrão.


Imagem: mapa mundo de Battista Agnese

terça-feira, agosto 02, 2022

Oh, lá se vai o nosso património!

 



Escrevi isto no meu blogue Escrevedoiros em 2006, sobre os lavadouros públicos, hoje considerados património municipal. Lembrei-me do texto, a propósito deste atentado ao património que se vê na image. A câmara autorizou que se construísse uma esplanada devrestaurante exatamente por cima de um destes lavadouros públicos, que faz conjunto arquitectónico com um chafariz, dois dos poucos elementos do património construído desta terra. Assim se faz em Portugal inteiro. 

Foto e texto meu


“Antigamente as pessoas lavavam a roupa nos lavadoiros públicos. Alguns eram locais idílicos a meio dos campos cultivados, ou da folhagem dos bosques.

Lavavam-se as nódoas conhecidas e vulgares. Quanto às outras, que poucas seriam nessas épocas, desconhecidas e invulgares, poderiam ser imperceptíveis, mas duvido que passassem despercebidas.

É como agora, nos modernos escrevedoiros públicos. Cada um mostra o que quer… mas vê-se sempre mais.

Havia o gorgolejar da água no tanque, a frescura acariciante da erva, o convívio murmurejante das mulheres de saias largas e compridas, o cheiro da terra.

E a fonte, ou o curso do regato, onde se inclinavam mulheres com panos.

- O que é que o seu homem andou a fazer, para ficar com essa camisa tão suja?

- Sei lá!..- Que fez a sua filha, para ter esse vestido rasgado?

- Sei lá!...

- E você, porque tanto esfrega esse pano que está limpo?

Viver é viver! E Rima.” 

Texto de Graciete Nobre

quarta-feira, julho 27, 2022

Todos querem a guerra! Quem quer a paz? O Papa Francisco, a Turquia… mais alguém?

 


“ O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, falou do acordo do corredor de grãos, um acordo que envolve Rússia e Ucrânia e "aumenta as chances de uma negociação de cessar-fogo".  “Infelizmente, há países que querem que essa guerra se prolongue para enfraquecer a Rússia e infelizmente alguns países também se opuseram ao acordo dos cereais, não percebem a situação na Ucrânia e os danos que isso causa ao mundo inteiro”, disse Cavusoglu, que confirmou o papel da Turquia como mediador.

 "Se conseguirmos resolver a crise dos grãos, abrir-se-á o caminho para um cessar-fogo."


Tradução do Google (com leves correções) do jornal La Repubblica:


Úrsula de Neve e os 27 anões não compreendem como é que alguém lhes pode cortar o gás…

 



A Úrsula de Neve e os 27 anões não perceberam que não podem impor 7 pacotes de sanções à Rússia e ao mesmo tempo pedir-lhe humildemente que não corte o gás? É assim que estes grandes políticos fazem negócios? Os seus próprios negócios não os fazem assim, de certeza…

domingo, julho 24, 2022

A Branca de Neve e os 27 anões da União Europeia não querem a paz

 


A Branca de Neve e os 27 anões da União Europeia nada fizeram para o acordo de exportação de cereais da Ucrânia, primeira tentativa de paz. Só sabem dizer, sem perguntar aos eleitores se concordam: mais armas! Mais sanções!

E a paz, Úrsula Van Der Leyen? Como mulher que é, não deveria ser a sua primeira prioridade? Como europeia que é, não deveria fazer todos os possíveis para garantir a paz na Europa? 

quarta-feira, julho 20, 2022

Zelensky a dominar a Europa e o Ocidente. Porquê?

 


É isto que não se aguenta! Como é que algumas pessoas não se apercebem disto? 

Zelensky nem sequer esconde que é nazi, já que presta homenagens públicas a Stepan Bandera, um nacionalista ucraniano que matou mais de um milhão de judeus e que massacrou civis polacos, na Segunda Guerra Mundial (Estes factos são facilmente verificáveis em 5 minutos de Google).


segunda-feira, julho 18, 2022

Mais armas, mais armas…

 



A Ucrânia continua a pedir a União Europeia mais armas e mais sanções. Não é pedir demais? Seis pacotes de sanções não alteraram nada o curso da guerra, mas provocaram um colapso do Euro e uma crise económica e política na Europa. Também provocaram um estreitamento de relações da Rússia com os países BRIC e outros novos, o que vai derrubar a supremacia Estados Unidos / Europa.

Mais armas? Já foram “dadas” muitas, mas, dos poucos lançadores de mísseis Hiram fornecidos pelos EUA, pelo menos três já foram comprados pela Rússia no mercado negro, Darkweb, fora os que foram ou vão ser destruídos pela Rússia com o apoio de colaboradores que lhe indicam onde estão as armas e onde são as cimeiras militares. A Rússia elimina estes altos comandos ucranianos e Zelensky, furioso, longe de confessar estas derrotas, acusa-a de matar crianças, ou algo assim. Os ucranianos, quando atacam o Donbas, não matam crianças. Os 400 000 mortos civis que os americanos provocaram no Japão, em poucos dias, não incluíam crianças. 

Zelensky afirma que dezenas de pessoas do Estado colaboram com a Rússia. É natural, se há 10 partidos pró-Russia, incluindo o segundo maior partido.

Nada disto é suficiente para que a União Europeia reconsidere e reavalie os factos? Ou que pergunte aos cidadãos se é isto que querem, sabendo muito bem que não é, pela queda de Boris, de Macron, de Draghi, de Schröeder, etc

quinta-feira, julho 14, 2022

Mas é aos seres humanos, e não a Deus, que compete construir a terra

 


É ao contemplar esta luz, em miríades de tons, que faço um voto de paz para a humanidade. Para a Ucrânia, para a Síria, para a Palestina, para o Iémen. Para todas essas terras e essas pessoas igualmente iluminadas pelo esplendor deste pôr-do-sol. E tudo parece tão fácil e tão simples. Mas é aos humanos, e não a Deus, que compete construir a terra. 

O canto dos pássaros, ora harmonioso, ora aflito,  que ouço desta janela, indica-me que todos lutamos pela vida. Todos os dias. 

E se lutássemos todos em conjunto pela vida de todos e ainda pela vida dos pássaros? 

E se lutássemos contra a hipocrisia, usando como armas a sabedoria, a justiça e a bondade? E o perdão e a coragem? Ou o amor?

E se usássemos a inteligência e a luz para lutar contra a escuridão e a sombra? 

Peçam comigo hoje e sem pensar em mais nada: que a ideia da paz ilumine os nossos pensamentos e a nossa vida.


Talvez um dia tenhamos de responder a esta pergunta: o que foi feito da inteligência que te foi dada como ser humano que és? Do discernimento, da perspicácia, da capacidade de intervenção? Da coragem que te foi dada, como ser humano que és? 

Graciete Nobre

sábado, julho 09, 2022

Exames, rankings e tudo o mais



 Eu corrigia exames de português do 12º ano todos os anos, ia sempre buscá-los ao mesmo sítio e recebi muitos elogios nesse sítio, por exemplo, se em todas as escolas me destacavam para o 12º ano é porque eu era muito boa e se aquele sítio de correções me chamava sempre para corrigir, é porque eu era uma ótima corretora, etc. 

Apesar disto ou por isto, eu sempre achei que as notas dos exames de português são quase aleatórias, cada professor dá uma nota diferente, embora isto tenha melhorado um pouco. Não muito. O erro está na prova, por ser demasiado subjectiva e nos programas, que são parvos, etc. 

Um dia telefonaram-me do sítio dos exames para ir lá ter uma conversa. A conversa era que eu tinha corrigido tudo mal, tinha dado até mais sete valores ou menos sete do que o normal. Tinham corrigido tudo de novo, alteraram as minhas notas todas, etc. (Fazem isto quando a média de um professor se afasta muito da média de todos, o que pode acontecer só porque a escola que corrigiu tem bons alunos). Fiquei péssima com esta conversa e deram-me mais exames para corrigir, da segunda chamada. Então corrigi tudo mal e querem que corrija mais? Claro. Corrigiu mal porque estava muito cansada, mas você é muito boa e agora vai corrigir bem porque já descansou. O exame é de poesia, os alunos não percebem nada de poesia, não dê notas muito altas. Quando cheguei a casa constatei que tinha 60 exames para corrigir, o dobro dos outros todos, que levaram apenas 30. Porque não estavam muito cansados nem tinham corrigido tudo mal. 

Por esses dias li uma notícia no Expresso que até recortei e guardei. Tinha acontecido( no Pedro Nunes, mas também havia queixas de outras escolas: alunos com médias de 17 e 18 tinham tido 10 ou 11 no exame. Pediram as cópias das provas para reclamar da nota e constataram que uma primeira corretora, eu, lhes tinha dado exatamente 17 e 18, ou 19, mas uma segunda corretora tinha alterado estas notas todas para 10 e 11… 

Depois destes episódios, mudaram tudo: ou seja, deixou de ser possível ver a primeira nota e as assinaturas dos corretores.

Isto passou-se há uns 10 ou 15 anos e eu já não sou professora, mas não creio que algo tenha mudado desde então, a não ser esses detalhes de ocultar alguns dados da correção. 

Assim vai este país…

sexta-feira, julho 08, 2022

Papa Francisco e a paz

 


O Papa Francisco, que não demonstra a menor simpatia por Zelensky, disse isto hoje:

“A crise ucraniana deveria ter sido, mas se quisermos ainda pode se tornar, um desafio para sábios estadistas capazes de construir um mundo melhor no diálogo para as novas gerações”.  O Papa disse isso durante o Angelus.  "Com a ajuda de Deus, isso sempre é possível, mas precisamos passar das estratégias de poder político, econômico e militar para um projeto de paz global.

 O mundo precisa de paz: não uma paz baseada no equilíbrio de armamentos, no medo mútuo, não, isso não está certo.  Isso significa fazer a história retroceder setenta anos.”

domingo, julho 03, 2022

Você disse… paz?!!




Zelensky, depois de ter prometido à NATO, a Biden e à UE que não utilizaria mísseis de médio alcance para atacar a Rússia, já que esta poderia considerar esses ataques como agressões de quem forneceu as armas, já atacou a Rússia e a Bielorrússia. Usa as armas para isto, mas continua a sofrer retumbantes derrotas no Donbas. Paz? Para quê? 

Como elogiar tanto como se tem elogiado um presidente que foi eleito porque prometeu a paz no Donbas e que agora está sempre a tentar arrastar o planeta para a III Guerra Mundial? 

E nós, também queremos entrar numa guerra mundial? E os nossos líderes políticos, que nada fazem para a evitar? 

A princípio toda a gente tinha uma visão muito romântica e heróica desta guerra, como se fosse a história do capuchinho vermelho e do lobo mau, para citar o Papa Francisco, mas muitas pessoas raciocinam com o bolso e o bolso, mais do que o raciocínio, diz-lhes: abaixo o romantismo! E o heroísmo bélico, isso era coisa da Idade Média.

terça-feira, junho 21, 2022

Será que a UE vai sobreviver a esta guerra? Com líderes que parecem querer destruí-la?

 


A Ucrânia acaba de proibir todos os partidos de esquerda, incluindo o segundo mais votado, num total de dez, continuando o parlamento a funcionar só com a direita. 

É assim que a Ucrânia representa e defende os valores democráticos europeus e ocidentais? É integrando nas forças armadas batalhões de mercenários neo-nazis? É por isso que lhe damos armas e mais armas e mais armas? Quando Zelensky suspendeu estes mesmos partidos, mais um, foi acusado de mostrar que era igual a Putin.

Outro aspeto curioso: então, mesmo agora, há assim na Ucrânia tantas pessoas a favor da Rússia, que não concordam com a independência, não condenam a invasão? Não deveriam os jornalistas entrevistar estes líderes partidários? Se estiverem vivos? Um destes partidos é socialista e nazi. Imaginemos como serão os da direita. 

Na altura, consideraram que este foi o primeiro erro de Zelensky, depois da guerra. 

Já que gostamos de fazer comparações, imaginemos que o Marcelo proibia o PS, o BE, o PCP, os Verdes e o IL, mas o parlamento continuava a deliberar em nome do povo que o elegeu… para entendermos esta guerra que começou há oito anos, não deveríamos saber muito mais? Ouvir outros corpos sociais, em vez de ouvirmos sempre o comediante?


Será que a UE vai sobreviver a esta guerra? Com líderes que parecem querer destruí-la? 

Quais são os nossos valores? Podemos pô-los de lado? 

domingo, junho 19, 2022

Guerra na Ucrânia: o Capuchinho Vermelho é o Lobo Mau

 

A ideia de que esta guerra é uma guerra entre os bons e os maus (ou como diz o Papa, entre o Capuchinho Vermelho e o lobo mau), conduz à ideia de que a guerra tem de continuar até vencerem os bons, o que é uma ideia absurda e cruel. Além de muito romântica.

Os chamados bons (que incluem grande número de torcionários neo-nazis, todos eles tatuados com a cruz gamada) estão a perder mil soldados por dia (entre mortos e feridos) para além de perderem uma grande quantidade de soldados desertores. Estes militares estão a ser substituídos por pessoas sem qualquer experiência, treinadas à pressa e tudo isto tem sido noticiado. Estes substitutos são chamados “voluntários” e incluem todos os homens ucranianos civis entre os 18 anos e os 60, recrutados e proibidos de saírem do país, fora os muitos que fugiram.

Acreditar que estes homens, com as armas americanas sofisticadas que vão chegar em fim de outubro (exigindo grande especialização militar), vão recuperar tudo o que os militares experimentados e frescos perderam e ainda vão derrotar a Rússia, o que vai acontecer no dia de São Nunca, faz prolongar indefinidamente o sofrimento dos ucranianos, a destruição da Ucrânia (agora também já feita pelos próprios ucranianos contra os territórios ocupados), faz aumentar exponencialmente a poluição do planeta. 

É preciso alterar esta narrativa do Capuchinho Vermelho, pressionar os governos com a opinião pública, acabar com a guerra, esta e outras. 

Os fabricantes de armas que estavam, até há pouco tempo, em crise, estão agora nas suas sete quintas … são os únicos vencedores de todas as guerras. 

Se isto é teoria da conspiração, partilhada pelo Papa, por Kissinger, pelos generais de todo o mundo, gostaria de saber quais são os argumentos lógicos que a contradizem. Lógicos, não emocionais.

(Imagem da Internet)

segunda-feira, junho 13, 2022

Heróis a fingir, vitórias a fingir, derrotas a fingir

 


Estamos a “viver” uma guerra que causa um imenso sofrimento, não só na Ucrânia, em quase todo o mundo, mas ninguém deseja que ela acabe.

Embora impossível, todos esperam pela vitória de Zelensky, que vai acumulando sucessivas derrotas. 

A explicação para todos este teatro? É ser um teatro. É tudo a fingir, heróis a fingir, vitórias a fingir, derrotas a fingir.

A comunicação social do ocidente, depois de fazer censura à informação vinda da Rússia, vai alimentando uma ficção cujo único efeito é o prolongamento da guerra. 

Alegadamente, tudo isto é a favor do povo ucraniano, mas quem tem amigos destes, não precisa de ter inimigos. 

De dentro do seu bunker, Zelensky não permite a retirada das tropas pedida pelos comandos ucranianos, pois quer fazer-se de herói com o sangue dos outros e está a conseguir.

Quando cair, como muitos caem, será de cabeça para baixo, quebrados os pés de barro.


(Imagem:fotografia de Jornal da RTP 1, em 13 de junho)


domingo, junho 12, 2022

Camões, Santo António e tudo…

 



“Se não os podes vencer, junta-te a eles” diz o ditado. Estes nossos provérbios têm a ver com as nossas conquistas ultramarinas, colonização, emigração, que sei eu? Para além dos provérbios que são comuns a todos os europeus e dos aforismos, que são citações de autores famosos e que se confundem com estes. 
No meu caso ”vertente”, depois de passar três noites sem conseguir dormir em condições por causa do barulho das festas dos santos populares, como não gosto de dormir de dia, nem de pôr tampões nos ouvidos, hoje vou juntar-me a eles… Viva o Santo António! 
Uma das experiências espirituais mais bonitas que tive na vida passou-se, não na linda capela do Santo António de Lisboa, mas em Pádua, junto do túmulo de Santo António de Pádua, na catedral imensa como mesmo nome. 
Por cima do túmulo e embora eu não tenha conseguido vê-la, está, segundo dizem, a língua incorrupta de Santo António. De tanto pregar bem, a sua língua ficou assim… segundo dizem. As experiências espirituais não escolhem hora nem data, são momentos que podem acontecer na floresta da Amazónia ou em qualquer outro lugar.
Em Lisboa só temos um ossito do dedo, como relíquia de Santo António 🙂  ou talvez dois, a Câmara de Lisboa ainda não se lembrou de instituir esta capela como turismo religioso… 
Nada disto tem a ver com o facto de eu não ter dormido nada de jeito desde quinta à noite, mas não é todos os anos que o dia de Camões é à sexta e o dia de Santo António é à segunda!!!
Só falta o dia de Cristiano Ronaldo, talvez a 14 ou 15 de junho…

segunda-feira, maio 30, 2022

Dia da espiga, quinta-feira, 28 de maio








 Cá está a nova espiga no seu posto e a velha, que já tem dois anos ou mais, no ano passado esqueci-me... trabalhei de manhã à noite.

Eu já vivia m Lisboa há vários anos quando decidi fazer o Mestrado em Literatura e Cultura Portuguesas, Época Contemporânea e foi no grupo do Mestrado que descobri a Espiga, cultura popular portuguesa…

quarta-feira, maio 25, 2022

Cabine de livros… cabine de trocas… cabine de tudo

 


Esta cabine tem uma história muito engraçada, para além de já ter sido cabine telefónica.

É agora uma cabine de troca de livros, ligada à biblioteca municipal Cinema Europa, que lá coloca alguns e que a gere, embora haja pouco a gerir. Durante alguns meses, as pessoas cumpriam as regras, trazer um livro e devolvê-lo, ou guardá-lo e substituí-lo por outro. Um dia, muito contente, levei lá uma amiga muito New Age, que levou logo uns seis ou sete livros, sem intenção de dar nenhum. Por aí, comecei a perceber que nem tudo seriam rosas, como se viu depois… também nem tudo são rosas na filosofiaNew Age, se as pessoas não se libertam assim tanto do ego, ou mesmo nada…

Com o confinamento, fecharam a cabine. Então, as pessoas, que também tinham mais tempo para arrumar a casa e precisavam de mais espaço para viver nela, colocaram uma grande caixa de plástico ao lado da cabine e continuaram com as trocas. Quando a caixa desapareceu, colocavam sacos cheios de livros. Foi então que as se começaram a alterar as regras de modo significativo: alguns pegavam logo nos sacos cheios e levavam-nos para casa.

A verdade é que não estamos em tempo de levar para casa quilos e quilos de livros, sim de nos livramos deles… até por causa dos ebooks, tão fáceis de adquirir gratuitamente e de transportar.

Quando a cabine reabriu, logo ficou com as estantes cheias e com mais sacos de livros no chão, mas, se num dia está cheia a abarrotar, algumas horas depois está vazia. Isto acontece sobretudo às segundas e sextas feiras, vésperas de feira da ladra e muitos viram sem-abrigos drogados e encherem as mochilas. Isto foi só o princípio.

De vez em quando alguém consegue libertar-se dos bens materiais e encher a cabine até ao teto, para no dia seguinte já não haver livro nenhum.

Por várias vezes encontrei pessoas a levar carradas de livros, todos com o aspeto de que nunca leram um livro na vida…

  • Você vai levar isso tudo?
  • Mas eu também trouxe muitos.
  • Onde estão os que trouxe?
  • São estes!
  • Mas esses já aí estavam ontem… 

Falando sobre o assunto com outros leitores, parece que alguns destes “utentes” são acumuladores, pessoas que acham muito importante ter a casa cheia de coisas, mesmo de livros, pensando que os livros valem muito, embora não valham quase nada, agora, comercialmente. Outros… uma senhora de idade muito respeitável mas com aspeto de não saber bem o que é um livro, ao afastar-me dela, intrigada, observo que se foi juntar a um drogado já entrado na idade, seu filho, claro.

Mesmo assim, a cabine cumpre a sua função: tenho descoberto nela grandes livros que nunca teria imaginado. Como em Campo de Ourique moram muitas pessoas estrangeiras, encontrei, por exemplo, uma autobiografia de uma das irmãs do Dalai Lama, em inglês, livro velho e esfarrapado que li e que ofereci à minha professora de Ioga, por me parecer a sua ideal depositaria. Agora estou a ler “ Viúvas  de Vivos”, obra de Joaquim Lagoeiro sobre a emigração, muito viva e injustamente esquecida. Onde iria eu desencantar semelhante livro, se não fosse nesta cabine! 

Cenas dos próximos capítulos… quem sabe? Who knows? 

sexta-feira, maio 13, 2022

O crime de colarinho branco compensa?

 



Nunca utilizei está expressão que ouvi algumas vezes, mas vou utilizar agora: o João Rendeiro morreu mal. É mesmo um caso modelo: roubou para viver em grande luxo, apreciava ser tratado com veneração e morreu numa cela infecta, sem vidros nas janelas, superlotada, gelada no inverno,  com um balde sanitário para muitos em vez de casa-de-banho, de acordo com o que disse quando apresentou queixa das más condições da cadeia. Com os outros criminosos a desprezá-lo porque pessoas como ele “nunca vão presas”, mas a considerá-lo um criminoso igual a eles: todos iguais. A sua advogada, caríssima, decidiu deixar de o defender por não ter como ser paga. 
Como se tudo isto não fosse o suficiente, Rendeiro ainda se suicidou.
Parece uma daquelas histórias exemplares para nos mostrarem que o crime não compensa… já há até alguns outros exemplos, mas ainda poucos, pois o crime a este nível tem compensado. E muito!  

As guerras más e as guerras que não têm importância…

 


Algumas guerras são horríveis. São guerras em que morre gente e até morrem crianças e gatos, como a da Ucrânia. Os que fazem essas guerras são homens muito maus. Horríveis. 

Há guerras que não são nada horríveis, como a da Palestina. Só morre uma gente escura e muçulmana, o que não tem importância nenhuma. E os combatentes não são heróis, são terroristas. E feios. Se morrem crianças, não as vemos na televisão. Quanto a cães e gatos… nunca vimos nenhuns… só crianças pobres e esfarrapadas, mas vivas.

Bem, é verdade que também morreu uma jornalista, mas também não era muito branca, era uma mulher do terceiro mundo. Não vale a pena perder tempo com isso, a prova é que as televisões não perderam nenhum.

Os terroristas feios lutam para continuarem a viver numa terra em que vivem há milénios.

Notícia: 

 A Al Jazeera, emissora com sede no Catar, disse em comunicado que sua correspondente foi morta "deliberadamente" e "a sangue frio" pelas forças israelenses. 

A rede também citou testemunhas oculares dizendo que um "atirador atacou Sherine com uma bala na cabeça, mesmo que ela estivesse usando um colete e capacete que claramente carregavam a palavra 'imprensa'".

sexta-feira, abril 15, 2022

“A Guerra Civil Mundial”


Como vivemos todos numa aldeia global e como, em última análise, somos todos irmãos, todas as guerras são fratricidas e cada guerra é uma guerra civil. É a “guerra civil mundial”, no dizer de Simone Veil. 

(Foto da Internet)


quinta-feira, abril 14, 2022

Refugiados



 Refugiados… a quantas coisas terão de renunciar para trazerem um gato, assim? E quantos gatos não terão fugido…

Foto: refugiada da Ucrânia com gato, de reportagem SIC - Skynews

sábado, março 26, 2022

1984 Livro de George Orwell

 Sugiro a todos os meus amigos que leiam, ou releiam se já leram, o livro 1984. 

Nele se descreve uma sociedade imaginária e distópica, situada no futuro, em 1984, em que existe o pensamento único, não pode haver opiniões diferentes, pois isso configura “crime de pensamento”.

Este controle, exercido pelo poder, é conseguido através da televisão (ainda não havia Internet quando George Orwell escreveu), que controla toda a população através da manipulação das emoções: medo, ódio e amor. O ódio exprime-se coletivamente pelo grande inimigo, o amor pelo Grande Irmão (Big Brother). É de lá que vem esse conceito.

Muito interessante



terça-feira, março 22, 2022

O povo português e o trabalho


 Falando há bocado com uma rapariga da Letónia, que já tem nacionalidade portuguesa, perguntei-lhe se gostava de viver aqui. Sim… gosta de algumas coisas… o clima, as pessoas são simpáticas, eu até já me sinto portuguesa, “mas trabalhar é uma merda”. Portugueses só trabalham bem para empresas estrangeiras. Logo a seguir atende o telefone e exclama, muito alto e muito irritada: - Ele é que poder ser despedida e tu é quem sofrer. Tu é quem fazer o trabalho dela para ele não ser despedida! 

Este episódio poderia trazer-me à ideia muitas recordações, mas trouxe apenas uma. Eu trabalhava com uma colega duas ou três horas por semana, mas quando entrava algum aluno (que tinha sido posto na rua por se portar mal) ela apontava para mim e dizia que era eu quem tratava do assunto. Um dia perguntei-lhe, por bem, por que razão empurrava para mim todo o trabalho, para ficar de braços cruzados a olhar para a parede, pois não lia livros, jornais nem vê-los e também não tinha internet, que ainda era rara. Respondeu:

- Porque tu gostas de trabalhar e até te aborreces se não tiveres nada para fazer, ao passo que eu prefiro mil vezes não fazer nada.

Na verdade, eu adoro não fazer nada se não tiver nada para fazer, mas como o trabalho era pouco, fácil e importante, não protestei dessa vez. 

Esta mulher protagonizou, como podem calcular, inúmeros casos de balda total, mas, se eu não tivesse mudado de local de trabalho (em parte por isso), no ano seguinte, teria sido avaliada por ela.

Portanto, a rapariga da Letónia, ainda muito ingénua, deveria dizer: 

- Tu é que sofrer para ele não ser despedida, tu é que fazer o trabalho dela, mas tu é que vai ser avaliada por ele.

NATO e UE na guerra da Ucrânia

 Nunca percebi muito bem uma frase que o povão anda sempre a dizer, já há  alguns anos, que deve ter origem num qualquer programa televisivo rasca. (Ainda se pode dizer rasca?) Enfim, a frase é esta:

“Vai lá, vai! Ahahahahah”. 

Neste momento, acho que já entendo e que vem muito a propósito. NATO?! UE?! Vocês apreciam muito o Zelensky, então… que tal entrarem nesta guerra oficialmente, com militares e tudo, gente que pode morrer e que pode pôr a opinião pública contra vós? 

 “Vai lá, vai! Ahahahahah”

Refugiados da Ucrânia

 


Hoje, entre outros casos, como não tenho mais que fazer, encontrei alojamento em Oeiras para uma rapariga ucraniana de 24 anos e o cão, em casa de uma mulher mais ou menos da mesma idade, que vive com a filha de 6 anos, menina que sempre quis ter um cão. A senhora fica preocupada porque acha que deve comprar equipamento para o bicho, mas nada percebe do assunto, porque nunca teve animais de estimação. Descanso-a dizendo que a rapariga tem economias, estava disposta a pagar o alojamento, em vez da cama, mesa e roupa lavada que vai ter até arranjar um emprego, e que pode comprar essas coisas, não se preocupe…

A Vladislava é uma mulher muito positiva, acha que tem muita sorte por estar num parque de campismo da União Europeia, nem diz qual é o país, o que importa é que é da UNiao Europeia. Imaginem o frio que lá deve estar… Pede ajuda para outras pessoas que conheceu no parque (a ajuda nesta fase é sobretudo informação), pede-me que lhes ensine português por Zoom, o que me deixa baralhada, pois não me apetece nada dar aulas outra vez… 

Enfim, a rapariga passa a tarde muito satisfeita a fazer vídeos do cão, um buldogue francês pequeno, para mostrar à menina de Oeiras. A mãe da menina anda à procura, entre as mães da escolinha, de um lugar para alojar uma outra rapariga com um filho de quatro anos, essa muito assustada e que quer ficar perto da Vlada, que a pode proteger e que vive isto como uma  aventura. Além disso, fala inglês perfeitamente, ao contrário da maioria, que só fala ucraniano. 

Continua nos próximos capítulos…

(A Vlada (nome fictício)  autorizou-me a partlhar a foto dela e do Kutz, muitissimo expressiva.  Reparem nos olhos dos dois.)

quarta-feira, março 09, 2022

As Altas Montanhas de Portugal

 



Este romance, As Altas Montanhas de Portugal, é do mesmo autor de A Vida de Pi, livro que deu origem ao conhecido filme com o mesmo nome.

Altas Montanhas é o que o autor chama a Trás-os-Montes. A ação começa no tempo dos primeiros automóveis e narra a viagem de um dos personagens, viajando de Lisboa a Trás-os-Montes, despertando na população os mais variados sentimentos emoções e reações, mas sobretudo espanto e irritação. 

Muito mais tarde, um luso-americano faz a mesma viagem num Chevrolet 4 Cavalos, acompanhado de um chimpanzé que já foi cobaia e que agora é o seu animal de estimação. O chimpanzé também provoca as mais variadas emoções no povo da terra. 

O que têm de comum estas duas histórias? Quase nada… há outra história pelo meio, a de um médico que só faz autópsias, mas todos os protagonistas são viúvos recentes e inconsoláveis. 

Como fio de união de tudo isto, há uma teoria mística muito estranha, inventada por um antigo padre missionário, que escreveu um diário. E uma imagem de Cristo feita por esse padre, que se encontra na igreja de uma aldeia perdida nas Altas Montanhas.

O autor desta obra, com laivos de absurdo e muito simbólica, é Yann Martel.

domingo, fevereiro 13, 2022

Terroristas à portuguesa


 Não percebi muito bem aquilo do terrorista. A besta ocupava-lhe as duas mãos e tinha de parar para procurar as setas 3 segurar na coisa que tinha dentro as setas e escolher uma. Com que mãos iria utilizar as facas? E como ia levar aquilo tudo para um exame sem dar demasiado nas vistas? 

- Segura-me nesta botija de gás enquanto eu abro esta coisa da gasolina e pego nas duas facas. Segura na mochila para eu puxar a besta que está muito atafulhada lá dentro e não sai.

- Mas porque é que trouxeste esta tralha toda para o exame de informática? Eu não trouxe nada! O setôr disse que era preciso? Ó Joana, tu também trouxeste uma besta, 4 facas, 3 latas de gasolina e uma botija de gás e … ? 

- Não, eu só trouxe uma caneta. Ó Tiago, tu trouxeste para o exame 4 facas e… é mais o quê? 

Estou convencida de que o atentado ia falhar redondamente. A menos que o mocinho tivesse tantos braços azuis como a deusa Kali (na imagem).  

Enfim, os nossos terroristas não prestam para nada. Sonham explodir tudo, mas não explodem nada... que vergonha!


Imagem: deusa Kali, da religião hindu, imagem da net.

terça-feira, fevereiro 08, 2022

A matança do porco

O que vou contar aconteceu várias vezes, durante a minha infância e está gravado na minha memória em pensamentos, sons, cheiros e, finalmente, sabores.
Havia um dia em que eu acordava, de manhã bem cedo, com guinchos estridentes. Guinchos de cortar a respiração, de furar os tímpanos, guinchos de um ser que quer agarrar-se à vida, gritos cada vez mais ténues, cada vez menos estridentes, depois já só um sopro…
Prestando atenção, totalmente acordada apesar da madrugada, eu sentia uma enorme energia por todo o lado, uma grande azáfama nas duas casas (a nossa e a do meu avô, muito próximas), um sentido do dever, sim, mas também uma indisfarçável alegria, uma expectativa de prazer. De todos, mas sobretudo de quem, como eu, não iria fazer nada, iria apenas observar e usufruir.
Era a matança do porco, como vocês já devem ter entendido.
Quando o silêncio, enfim, se instalava, havia um cheiro adocicado de queimado, estavam a queimar com fogo a pelagem do bicho. E logo um cheiro a sangue e a carne crua. O dia era longo e terminava com uma grande jantarada das duas casas, mas ainda não era a refeição principal, que teria convidados. Neste dia ainda eram só as “papas de sarrabulho”, acompanhadas com o sangue solidificado e cozido, a que o meu avô acrescentava açúcar, o único que o fazia. As papas eram verdes, enverdecidas por algum legume, não me perguntem pormenores, só recordo as sensações. Creio que também havia rojões de redenho, uma coisa esquisita. E no dia seguinte, então sim, a rojoada, uma festa dos sentidos e da comunicação familiar, em que o matador, com as suas enormes facas, era o herói.
Até aquele primeiro momento, o porco tinha sido criado quase como animal de estimação, embora nos fossem contadas histórias exemplares de bebés que foram comidos pelos porcos, era preciso ter cuidado… era amigo, mas também inimigo, não como se fosse gente…
Era assim.
Era assim, quando o homem ia buscar o seu alimento à natureza, às coisas e aos bichos. Mas não passava pela cabeça de ninguém dar um nome ao porco.
E muito menos lhe dariam um nome de gente.

Graciete Nobre

terça-feira, fevereiro 01, 2022

Deambulando por Lisboa

 Deambulando por Lisboa e descobrindo belezas desconhecidas ou esquecidas, todas "à mão de semear".

Na primeira etapa, perguntam-me se as fotos são montagens, mas é mesmo um hotel novo bem no centro da cidade, na Praça do Saldanha. Passa despercebido, pessoas que por lá andam ficam surpreendidas com estas fotos, porque passamos pela cidade sem reparar em nada. Como se vê na segunda foto, é o hotel Evolution, muito moderno e confortável.

O segundo lugar é a  estação do metro do Campo Pequeno, com muitas esculturas femininas,
do escultor Francisco Simões, que quase se confundem com as mulheres reais, como também se vê na foto.